quarta-feira, 31 de julho de 2019

"Não é 'colchão fino', é trabalhador em chiqueiro": procurador rebate Bolsonaro sobre trabalho análogo à escravidão


O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, durante audiência no SenadoDireito de imagemEDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Image caption'Eu vejo, ao contrário do dito pelo presidente, bastante seriedade, bastante técnica na aplicação da legislação nos processos que dizem respeito ao trabalho análogo ao de escravo', disse Ronaldo Fleury
Depois de o presidente Jair Bolsonaro defender a revisão de regras sobre o combate ao trabalho análogo à escravidão, o chefe do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Fleury, afirmou que o tema já está definido de forma "suficientemente clara" na legislação brasileira.
"O que existe na legislação brasileira é o trabalho análogo ao de escravo, que são aquelas formas previstas no Código Penal. O trabalho escravo mesmo foi abolido com a Lei Áurea. A definição que tem no nosso Código Penal já é uma definição suficientemente clara, não há necessidade de maiores esclarecimentos", disse Fleury à BBC News Brasil.
Em cerimônia no Palácio do Planalto nesta terça-feira (30), Bolsonaro disse que há uma linha "muito tênue" na caracterização do trabalho análogo à escravidão.
"O empregador tem que ter essa garantia. Não quer maldade para o seu funcionário, nem quer escravizá-lo. Isso não existe. Pode ser que exista na cabeça de uma minoria insignificante, aí tem que ser combatido. Mas deixar com essa dúvida quem está empregando, se é análogo ou não é, você leva o terror para o produtor", disse Bolsonaro.
Fleury concorda que os empresários devem ter segurança, mas disse que, no Brasil, eles já têm. Nenhum bom empresário, segundo ele, foi condenado em caso relativo a trabalho análogo à escravidão.
"Não conheço nenhum bom empresário - que cuidasse do meio ambiente de trabalho, cuidasse para que seus trabalhadores não fossem submetidos a jornadas extenuantes, que não descontasse dos valores dos seus empregados até material de trabalho, como motosserra e enxada - que tenha sido condenado. Ao contrário. Nesses casos, não há sequer a autuação da fiscalização do trabalho", disse Fleury.

Sem água potável e dormindo em chiqueiros

O Código Penal prevê, no Artigo 149, punição para quem "reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto".
O presidente Jair Bolsonaro discursa durante eventos no Palácio do PlanaltoDireito de imagemJOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Image captionNo Palácio do Planalto, Bolsonaro defendeu a revisão da definição de trabalho análogo à escravidão
Bolsonaro disse que "ninguém é favorável ao trabalho escravo", mas se dirigiu ao ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e afirmou: "Alguns colegas de vossa excelência entendem que o trabalho análogo à escravidão também é escravo. E pau nele".
Fleury, no entanto, diz considerar que os juízes são bastante criteriosos. "Eu vejo, ao contrário do dito pelo presidente, bastante seriedade, bastante técnica na aplicação da legislação nos processos que dizem respeito ao trabalho análogo ao de escravo."
"Somente são enquadradas como condições análogas à de escravo aquelas que realmente estão dentro das especificações, das definições previstas no Código Penal, que são o trabalho quando é extremamente degradante, quando há esse sistema de dívida eterna, que nunca é paga", disse Fleury.
O chefe do Ministério Público do Trabalho também disse que o órgão e os auditores fiscais de trabalho encontram situações que "em nada se assemelham aos exemplos dados pelo presidente". Bolsonaro havia mencionado "colchão abaixo de oito centímetros" e "quarto com ventilação inadequada" como critérios para definir as condições análogas às de escravidão.
"Questão de colchão fino, não. O que encontramos e que se caracteriza como trabalho análogo ao de escravo são trabalhadores tendo que dormir em curral, ou no chiqueiro. São trabalhadores sem acesso a água potável, que não têm local para fazer suas necessidades e têm que fazer na beira do rio, têm que tomar banho no rio, porque não têm sequer água para tomar banho", disse Fleury. "As condições não são, com certeza, as que foram informadas ao presidente."

Mais de 1 mil casos em 2018

Segundo dados divulgados em fevereiro pelo Ministério da Economia, a fiscalização encontrou 1.723 pessoas trabalhando em condições análogas às de escravidão em 2018.
Ainda de acordo com o governo, as multas aplicadas aos que exploravam essas pessoas somaram cerca de R$ 3,4 milhões.
BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Brasil:o dicionário ativo do Jair, o mensageiro das tormentas



Resultado de imagem para bolsonaro

Como se localizar diante de tantos ruídos? Compra-se um lugar para que o silêncio adormeça. Seria uma revolução testemunhar uma sociedade que não temesse os gestos de quem a governa. Não vou proclamar o fim das diferenças, nem confesso acreditar num reino pleno de harmonias. Mas há dores  que se misturam com agressividades e desmontam qualquer possibilidade de imaginar a utopia. Jair solta o verbo. Não conhece regras ou quer ser chamado de louco? Ameaça sem cerimônia ,faz amizades estranhas, protege os filhos com manobras intensas, alicerça massacres.
Seria interessante reunir suas afirmações ou avaliar seu desejo de nutrir ódios. Dizem que representa as iluminações de um messias. Traz as vestes do contemporâneo na sua mediocridade maior. Não se trata de exigir inteligência. Nada exclama que não estimule a violência. O pior é que não se livra de deboches. Amassa o passado, destrói quem o critica, adora bajulações. Governa com ajudas, porém se torna  dono de um narcisismo desmesurado. Seu seguidores o convertem em mito.Os desamparos também atingem os debates políticos. Jair atrai quem se jugava fora da sociedade, reforça hegemonias que alimentam  profetas perigosos.
Ele não é único. Existiram guerras para derrubar fascismos, sem contudo apagar vestígios e anular ressentimentos. O retorno de preconceitos se amplia. Observe a chamada vitória de grupos de direita em nações europeias. Não se negue a olhar  o discurso de Trump e suas repercussões. A memória não é absoluta. Há quem eleja comportamentos nacionalistas radicais quando a economia abre as portas para exploração. O cinismo corrói. A pobreza se foi? O trabalho escraviza? Não se lance nas alucinações de que novo vence sempre o velho. Os tempos históricos se entrelaçam.
Não sei se a cultura dará respostas as incompletudes humanas. As turbulências se amarram em projetos que tramam mortes e buscam diminuir os pedidos das maiorias. Muitos se colocam no altar da verdade. Jair consolida-se espalhando convicções, escuta ecos e encontra quem ouça seus dizeres.Não está só, se aproxima de troca de favores que ignoram qualquer civilidade. Os rebeldes chegam e reclamam que os totalitarismos se refazem. Será que a virtualidade não torna as disputas num desenho retórico? Tudo isso engessa alegrias e forma neuroses gigantescas. A obscuridade apaga as luzes. Jair não se cansa. Imagina-se invulnerável.
De Paulo Rezende. A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 30 de julho de 2019

#Brasileiros querem Bolsonaro fora da presidência

Nas redes sociais circula a hashtag  #ImpeachmentDeBolsonaroJá

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Trump elogia Eduardo Bolsonaro e diz que não vê nepotismo na indicação


O presidente dos EUA, Donald Trump, falou pela primeira vez sobre a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro para comandar a embaixada brasileira em Washigton. Em entrevista coletiva nesta terça-feira 30, o republicano mostrou satisfação com a indicação do filho do presidente e disse que não classifica a escolha como nepotismo.
Eu conheço o filho dele (Jair Bolsonaro) e eu considero que ele é extraordinário, um jovem brilhante e incrível. Estou muito feliz com a indicação”, disse Trump. Em seguida o presidente foi questionado se a indicação não se classifica como nepotismo. “Não, eu não acho que é nepotismo porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário”, concluiu o presidente.
Por Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 29 de julho de 2019

OAB repudia Bolsonaro


A Ordem dos Advogados do Brasil, através da sua Diretoria, do seu Conselho Pleno e do Colégio de Presidentes de Seccionais, tendo em vista manifestação do Senhor Presidente da República, na data de hoje, 29 de julho de 2019, vem a público, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 44, da Lei nº 8.906/1994, dirigir-se à advocacia e à sociedade brasileira para afirmar que segue:
1. Todas as autoridades do País, inclusive o Senhor Presidente da República, devem obediência à Constituição Federal, que instituiu nosso país como Estado Democrático de Direito e tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos.
2. O cargo de mandatário da Chefia do Poder Executivo exige que seja exercido com equilíbrio e respeito aos valores constitucionais, sendo-lhe vedado atentar contra os direitos humanos, entre os quais os direitos políticos, individuais e sociais, bem assim contra o cumprimento das leis.
3. Apresentamos nossa solidariedade a todas as famílias daqueles que foram mortos, torturados ou desaparecidos, ao longo de nossa história, especialmente durante o Golpe Militar de 1964, inclusive a família de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, atingidos por manifestações excessivas e de frivolidade extrema do Senhor Presidente da República.
4. A Ordem dos Advogados do Brasil, órgão supremo da advocacia brasileira, vai se manter firme no compromisso supremo de defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, e os direitos humanos, bem assim a defesa da advocacia, especialmente, de seus direitos e prerrogativas, violados por autoridades que não conhecem as regras que garantem a existência de advogados e advogadas livres e independentes.
5. A diretoria, o Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB e o Colégio de Presidentes das 27 Seccionais da OAB repudiam as declarações do Senhor Presidente da República e permanecerão se posicionando contra qualquer tipo de retrocesso, na luta pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e contra a violação das prerrogativas profissionais.
Brasília, 29 de julho de 2019
Diretoria
Colégio de Presidentes
Conselho Pleno

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem não se arrependeu de ter eleito Bolsonaro morreu como ser humano


Tente esquecer um pouco a sua rixa com o PT. Esforce-se em relembrar que o ex-presidente Lula está preso há mais de ano, e que Dilma Rousseff já foi impichada há quase três. Ou seja, vamos focar em quem realmente nos interessa no momento: o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).
Em outubro de 2018, quando o Brasil foi às urnas elegê-lo, muitos de seus eleitores depositaram a confiança em Bolsonaro com a esperança de ver um país diferente, sem corrupção e rumo à ascensão econômica, como há alguns anos não acontecia.

O resultado tem sido bem diferente do que eles previam: economia ainda estagnada, com previsões do PIB caindo semanalmente, exaltações ao preconceito e à ignorância, discursos absurdos que não esperamos nem mesmo de um adolescente revoltado.

jair bolsonaro
Crédito: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro“Se você ainda não se arrependeu de ter eleito Bolsonaro, é porque você morreu enquanto ser humano”
Além das tomadas de decisões mais do que equivocadas (como indicar o filho à embaixada dos EUA, deixar as leis de trânsito ainda mais maleáveis, e liberar centenas de agrotóxicos nocivos à saúde e ao meio ambiente, por exemplo), outra coisa que fere o povo brasileiro é a forma como o presidente se refere à história do país.

A exaltação à Ditadura, a exaltação à máxima anticristã de que “bandido bom é bandido morto”, e o desprezo a direitos de pessoas em situação de fragilidade social, como mulheres, negros e LGBTs, são só algumas das irracionalidades do presidente, tornando-o cada vez menos empático com a figura humana.

E a prova maior de que, se você ainda não se arrependeu de ter eleito Bolsonaro, você morreu como ser humano, é o seu último discurso.

Ofensa ao passado do Brasil

Na manhã desta segunda-feira, 29 de julho, Bolsonaro fez uma afirmação bastante triste ao presidente da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro. O pai do jurista desapareceu durante a ditadura.

Se isso não te faz repensar o que foi o regime militar no Brasil e ficar com um mínimo de repulsa do presidente, independentemente de sua posição política, você já morreu um pouco por dentro.

Seu senso de humanidade está para lá de distorcido e você se tornou tudo aquilo que sempre criticou: alguém que tem político de estimação.



https://catracalivre.com.br/cidadania/quem-nao-se-arrependeu-de-ter-eleito-bolsonaro-morreu-como-ser-humano/?fbclid=IwAR0lidgJqDgUZE4T_E5PYrbyO4SmEt67sFAqOyHKNaLC1VJDq5cwBfXRHQ4
Professor Edgar Bom Jardim - PE

'Palavras desumanas', diz Paulo Câmara sobre ataque de Bolsonaro a pai de presidente da OAB



Paulo Câmara classificou falas de Bolsonaro sobre desaparecimento de pai do presidente da OAB como 'grosseiras'. Foto: Roberto Pereira/SEI. (Paulo Câmara classificou falas de Bolsonaro sobre desaparecimento de pai do presidente da OAB como 'grosseiras'. Foto: Roberto Pereira/SEI.)
Paulo Câmara classificou falas de Bolsonaro sobre desaparecimento de pai do presidente da OAB como 'grosseiras'. Foto: Roberto Pereira/SEI.
O governador Paulo Câmara (PSB) repudiou, por meio de nota, a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, na manhã desta segunda-feira (29). Para o chefe do executivo estadual, a fala de Bolsonaro foi desumana. 

“Considero que o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi hoje violentamente agredido, por palavras que não são apenas grosseiras, são desumanas”, disse Paulo. “O Brasil precisa, cada dia mais, de exemplos que valorizem a tolerância, o diálogo, a solidariedade, a construção. O Presidente da República, lamentavelmente, tem seguido a direção contrária”, complementou o socialista. 

A divergência de ideias não deve, nunca, extrapolar os limites da civilidade e do respeito ao próximo. Considero que o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj), foi hoje violentamente agredido, por palavras que não são apenas grosseiras, são desumanas
Paulo Câmara 40 (@PauloCamara40) July 29, 2019
 

O advogado Felipe Santa Cruz é filho do pernambucano Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desaparecido em fevereiro de 1974, no ápice da Ditadura Militar, depois de ter sido preso junto de um amigo chamado Eduardo Collier, no Rio de Janeiro. Fernando era estudante de Direito e integrante da Ação Popular Marxista-Leninista. Felipe Santa Cruz tinha 2 anos quando o pai desapareceu. 

Na manhã desta segunda, o presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração ao comentar o desfecho do processo judicial que considerou Adélio Bispo, autor da facada durante a campanha eleitoral, isento de pena devido à doença mental). Por isso, ele ficará em um manicômio em vez de um presídio. 

Antes de falar sobre o pai de Santa Cruz, Bolsonaro criticou a atuação da OAB no caso de Adélio Bispo e perguntou qual era a intenção da entidade. Segundo o presidente, a ordem teria impedido o acesso da Polícia Federal ao telefone de um dos advogados do autor da facada. 

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados [de Adélio]? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?”, indagou Bolsonaro. 

Sem ser questionado, o presidente falou na sequência sobre o pai do presidente da OAB.
“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro. “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, acrescentou. 

A vice-governadora Luciana Santos escreveu, no Twitter, que a fala de Bolsonaro foi irresponsável e classificou a declaração do presidente como "mesquinhez
Toda solidaridade ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao amigo Marcelo Santa Cruz e a todos os parentes de desaparecidos na ditadura do Brasil, cujo sentimento a mesquinhez e irresponsabilidade do presidente avilta e desrespeita.
— Luciana Santos (@lucianasantos) July 29, 2019
". 

Veja a íntegra da nota do governador Paulo Câmara:

“A divergência de ideias não deve, nunca, extrapolar os limites da civilidade e do respeito ao próximo. Considero que o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi hoje violentamente agredido, por palavras que não são apenas grosseiras, são desumanas. O Brasil precisa, cada dia mais, de exemplos que valorizem a tolerância, o diálogo, a solidariedade, a construção. O Presidente da República, lamentavelmente, tem seguido a direção contrária. Sob o ponto de vista político e pessoal, o comentário que buscou atingir Felipe e a memória do seu pai, o pernambucano Fernando Santa Cruz,  ataca a todos os que prezam princípios básicos da convivência em sociedade. A Felipe e sua família, toda a minha solidariedade.”
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 28 de julho de 2019

Dos amores e das paixões: o mundo se desenha


Resultado de imagem para amor

Quem acredita em desenhos fixos? O mundo se refaz, embora não deixe de manter valores e buscar sentimentos do passado. O amanhã nem sempre é outro dia, pois há cotidianos ferozes  que machucam as memórias. O tempo não pode ser definido com escritas marcadas. Há infernos agonizantes e paraísos que nunca chegam. Tudo possui complexidade. Configuram-se labirintos que fecham as portas para as paixões e acreditam que amores salvarão os passados mal resolvidos. Portanto, não se acanhe se tiver visões estranhas e se a chuva apagar todos os vestígios. Há moradias abertas para renascer o que parecia sepultado.
Os poetas sentem falta de muita coisa. O mundo apressado traz recordações apressadas. Como se agarrar aos amores se a rapidez exige reflexões e nega as magias? As escritas se debruçam em relatórios, com palavras pálidas. Os poetas lamentam a morte de um insperado  que criava encantos. As tecnologias garantem lucros, mas empurram códigos. a mesmice não tem conexão com a poesia e termina confundindo os sentimentos. As paixões ganham cores violentas que ocupam imagens pesadas. Assim seguem manchetes que buscam assassinar as histórias.
É um desafio compreender os cercos que a vida monta. Não há como consolidar lembranças para aliviar as frustrações do presente. Valem as redes do trabalho, os interesses em grande eventos, a ausências de sinceridade. Todos pensam que os fantasmas estão escondidos nos casarões coloniais. Porém não custa observar as ruínas que se vestem de novidades. O amor aparece nas telas dos cinemas e os psicanalistas tentam salvar as neuroses mais estranhas.  Restar contar  sobre o mundo  que ainda não nasceu. Já leu Mia Couto e conversou com as ousadias de cada personagem? Não se lança nas fantasias?
Se a sociedade se abraça com a velocidades, anula sentimentos e se diverte com os impulsos. Nada há de seguro, nem os deuses conseguem sair dos templos lucrativos dos pastores astuciosos. O mundo gira, nós sabemos medir certas loucuras, contudo o medo não se vai de quem desqualifica as diferenças e entra no mercado cheio de vitrines. É muito comum dialogar com os espelhos, anunciar êxitos nas redes sociais. O capitalismo inquieta simpatias e espalha epidemias de acumulação. O perigo é transformar o amor numa imensa contabilidade e navegar nos delírios constantes das paixões. Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

As travessias históricas do poder: diversidades




Resultado de imagem para poder

O poder não é solitário. Veste-se de relações. Possui seus dramas, mas avança pelo cotidiano. Não  há sociedade sem choques, sobretudo de interesses e desejos de vinganças. Criam-se utopias, prometem-se espaços de harmonias, mas as competições continuam deixando suas marcas. Nem toda relação de poder significa a saliência do mal. Na política, há quem jogue fora corrupções e arquitete projetos coletivos. Portanto, a complexidade existe, porque os valores se  costuram e as tradições não são absolutas. Não há como remover instabilidades num mundo de desconfortos.
Lembre-se de Luís XIV. Pense na extensão do império romano, nas ambições de Hitler, nas astúcias de Vargas, nos colonizadores portugueses, nos exércitos dos países agressivos. Não faltam  exemplos. Se há tempos em que a força  física prevalece, em outros as sofisticações disfarçam violências. Os anúncios consumistas divulgam fascínios que mantêm relações de poder e trazem euforias fabricadas por especialistas. Analise as redes socais. Não se empolgue com certas generosidades ou declarações ditas neutras. Há quem puxe plateias, conheça as ondas do mercado e arme arapucas. O fascismo não se foi, apenas se redesenha nas suas invasões.
As relações sociais indicam  que as multiplicidades aumentam. No entanto, a massificação banaliza e celebra a idiotização das pessoas. A tecnologia desfez preconceitos, mas também firmou manipulações. Nem todos conseguem estabelecer juízos críticos. Quem concentra  poderes viaja por pântanos e agita fanatismos. Daí, as grandes crises, a fragilização das utopias, a força da grana e do individualismo. A política se estrutura, muitas vezes, para consagrar o imediato e consolidar as minorias. É preciso estratégia e  se armar argumentos  astuciosos. Não é fácil assegurar dominações.
Os significados mudam para mascarar permanências. Há golpes com novas formas de iludir. Sobram teorias, a sociedade se polariza, se formam redes de poder. As amarguras ameaçam, os desamparos atingem os afetos, as relações de poder buscam configurações e identidades. Tudo se inquieta, ma os oportunismos estão  presentes. Não esqueça que somos animais. Falam de racionalidades, de consensos, de imaginários. Muitas divagações estão acompanhadas de sofrimentos. O barco do poder pesa e nega ajuda aos mais próximos, quando exclui e massacra. Por Paulo Rezende.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 27 de julho de 2019

Andrezza Formiga é atração no Palco Forró no FIG 2019


Palco Forró | Rodoviária/Parque Euclides Dourado
23h - Forró Pesado de Garanhuns
0h -  Andrezza Formiga (PE)
01h - Quinteto Violado (PE)

Professor Edgar Bom Jardim - PE

OAB diz que Moro 'banca o chefe de quadrilha' em caso de hackers


Sergio Moro
Sergio MoroFoto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, diz que o ministro da Justiça, Sergio Moro, "usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas".

Na quinta (25), a Folha de S.Paulo revelou que Moro telefonou para autoridades que teriam sido alvo dos hackers presos na quarta (24). E avisou que as mensagens das pessoas seriam destruídas em nome da privacidade.

Ele conversou com o presidente Jair Bolsonaro, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
Leia também:
PF investiga quantas vezes hackers se passaram por autoridades em mensagens
Hackers eram parceiros antigos de crime e queriam comprar armas, diz PF


A informação gerou forte reação: em primeiro lugar, Moro não poderia receber informações sobre o inquérito, que é sigiloso. Em segundo lugar, só o Judiciário, que supervisiona as investigações, pode decidir o que fazer com as provas coletadas na busca e apreensão feita na casa dos hackers.

Felipe Santa Cruz lembra que a OAB recomendou o afastamento de Moro do cargo quando as mensagens dele com procuradores da Lava Jato começaram a ser divulgadas.A entidade afirmou então que a gravidade dos fatos demandava "investigação plena, imparcial e isenta"."Muitos disseram que a OAB foi açodada quando sugeriu o afastamento do ministro, exata e exclusivamente para a preservação das investigações", afirma o advogado.
Fonte:Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Machismo:'Não foi a primeira, nem será a última', lamenta tio de Mayara, vítima de ataque com ácido sulfúrico'

Foto: Reprodução/Facebook. (Foto: Reprodução/Facebook.)
Foto: Reprodução/Facebook.
A atendente de lanchonete Mayara Estefanny Araújo, de 19 anos, morreu na noite desta quinta-feira (25), após mais de 20 dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Restauração, no bairro do Derby, no Centro do Recife. A jovem foi vítima de tentativa de feminicídio pelo ex-companheiro, o agente de saúde William César dos Santos Júnior, de 27 anos, e um amigo dele, Paulo Henrique Vieira dos Santos, de 23 anos. Os dois jogaram ácido sulfúrico na mulher, no dia quatro de julho, quando Mayara voltava do trabalho, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. 

Na manhã desta sexta, corpo de Mayara passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, e foi liberado por familiares. O velório e sepultamento serão no município de Limoeiro, na Zona da Mata do estado. "Eu estou perdendo uma filha. Ela me chamava de pai. Tem coisa que a gente que não entende, só Deus. Na quinta enterramos a avó dela e no mesmo dia tivemos a notícia da morte dela. Eu não sei como ainda estou de pé. A mãe a as duas irmãs estão se desmanchando em lágrimas. A dor está sendo muito grande", lamentou o tio da vítima, Elpídio Gomes Farias.

Mayara deixa um filho de dois anos, que teve com William. Ainda sem saber sobre a morte da mãe, a criança acordou aos prantos perguntando onde ela estava. "A gente esconde o que aconteceu, diz que ela está viajando e vai trazer presentes. Mas hoje ele acordou antes das cinco horas e disse 'cadê mãe?'. Não dissemos nada ainda porque não sei como vai ser. Hoje vai ser um dia duro", comentou o tio da vítima.

ENTENDA

Na lembrança, Elpídio, que também é padrinho de Mayara, conta que vai ficar a alegria da jovem. "Eu fiquei todos os dias ao lado dela na UTI, dizia que ia levar ela para casa. Ela era uma menina doce. Sempre rindo, levava as coisas na brincadeira. A separação foi há quatro meses, quando descobrimos que vinha sendo agredida. Antes ela não contava a gente", disse Elpídio.

Mayara já havia prestado queixa por ameça, injúria e agressão cometidas por William ao menos três vezes na Delegacia da Mulher. Cerca de 20 dias antes de sofrer o ataque, a jovem havia solicitado uma medida protetiva contra o ex-companheiro. Diante da tragédia, a família agora espera por justiça. "A gente espera que as autoridades vejam o nosso sofrimento. Mayara não foi a primeira, nem será a última. Ele agora está preso, mas onde está Mayara? Ele enterrou ela. Amanhã ele sai e faz tudo de novo. Mulher não é propriedade de homem. As mulheres tem o mesmo direito. Ele não matou só Mayara, matou uma família", disse, revoltado.
Sequelas
A vítima teve 38% do corpo queimado. O líquido corrosivo atingiu órgãos vitais de Mayara provocando uma queimaduras e deixando ferimentos de terceiro grau no troco, pescoço, cabeça e coxas. Apesar da gravidade, ela vinha se recuperando bem, até ter sofrer três paradas cardíacas e falecer, por volta das 22h, na tarde desta quinta.

No período de internamento na UTI, Mayara permaneceu sedada, recebendo analgésicos e respirando com ajuda de aparelhos. A morte dela surpreendeu a equipe médica, que percebia melhora no quadro. "Realmente ela vinha evoluindo de forma satisfatória. Não esperávamos. Cada vez mais a gente tentava tirar a sedação, percebendo que o grau de consciência dela era adequado. Mas ela não colaborava, tentava puxar o tubo e sair da cama. Então tínhamos que manter ela sedada", explicou a chefe da UTI de adultos do HR, Fátima Buarque.
Foto: Mariana Fabrício/DP Foto. (Foto: Mariana Fabrício/DP Foto.)
Foto: Mariana Fabrício/DP Foto.
Na última quarta-feira (25), Mayara passou por uma traqueostomia. "Notamos melhora nos tecidos, que estavam sendo revitalizados. Já eram 20 dias de tubo e não é possível um ser humano ficar em tanto tempo, considerando a indicação médica. Decidimos fazer a traqueostomia. Não teve intercorrência. A paciente mostrou cicatrização nos tecidos e seguiu bem. Por volta das 18h, sem motivo aparente, ela teve a primeira parada cardíaca. Foi reanimada, mas teve mais duas paradas e não voltou", disse a chefe da UTI.

A médica descartou que o procedimento pode ter piorado o quadro da paciente. "A causa da parada cardíaca não foi a traqueostomia. Eu tenho que fazer o procedimento médico na qual nós aprendemos. Eu estou muito triste em consequência disso, já que ela tinha uma evolução boa e vejo isso como uma fatalidade da minha profissão, que abala a mim e a toda equipe", afirmou Fátima Buarque.
Foto: Bruna Costa/Esp. DP (Foto: Bruna Costa/Esp. DP)
Foto: Bruna Costa/Esp. DP
Justiça
William César e Paulo Henrique foram denunciados por tentativa de homicídio qualificado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nesta quinta. No entanto, com a morte da vítima, o caso pode passar de homicídio qualificado tentado para homicídio qualificado consumado. O MPPE informou que vai solicitar a documentação médica que determina a causa da morte.

"O objetivo do Ministério Público é avaliar se houve nexo causal entre a ação inicial (jogar ácido na vítima) e o resultado final (sua morte dias depois). Se ficar comprovado cientificamente que a ação dos denunciados levou à morte da vítima, o promotor de Justiça responsável pelo caso procederá ao aditamento da denúncia, de homicídio qualificado tentado para homicídio qualificado consumado", esclareceu o MPPE, através de nota.

O inquérito já foi concluído pela Polícia Civil no dia 12 de julho como tentativa de feminicídio. As investigações apontaram que William conhecia o potencial lesivo do ácido sulfúrico. Os acusados foram indiciados pela prática de feminicídio tentado, qualificado por meio cruel e por emboscada e cumprem prisão preventiva no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). William já possui histórico criminal. Ele foi condenado no ano de 2016 por estelionato. O outro envolvido, Paulo Henrique, também já havia sido preso por tráfico de drogas e corrupção de menores.
Com informação de Diario de Pernambuco


Professor Edgar Bom Jardim - PE