domingo, 28 de julho de 2019

Dos amores e das paixões: o mundo se desenha


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Quem acredita em desenhos fixos? O mundo se refaz, embora não deixe de manter valores e buscar sentimentos do passado. O amanhã nem sempre é outro dia, pois há cotidianos ferozes  que machucam as memórias. O tempo não pode ser definido com escritas marcadas. Há infernos agonizantes e paraísos que nunca chegam. Tudo possui complexidade. Configuram-se labirintos que fecham as portas para as paixões e acreditam que amores salvarão os passados mal resolvidos. Portanto, não se acanhe se tiver visões estranhas e se a chuva apagar todos os vestígios. Há moradias abertas para renascer o que parecia sepultado.
Os poetas sentem falta de muita coisa. O mundo apressado traz recordações apressadas. Como se agarrar aos amores se a rapidez exige reflexões e nega as magias? As escritas se debruçam em relatórios, com palavras pálidas. Os poetas lamentam a morte de um insperado  que criava encantos. As tecnologias garantem lucros, mas empurram códigos. a mesmice não tem conexão com a poesia e termina confundindo os sentimentos. As paixões ganham cores violentas que ocupam imagens pesadas. Assim seguem manchetes que buscam assassinar as histórias.
É um desafio compreender os cercos que a vida monta. Não há como consolidar lembranças para aliviar as frustrações do presente. Valem as redes do trabalho, os interesses em grande eventos, a ausências de sinceridade. Todos pensam que os fantasmas estão escondidos nos casarões coloniais. Porém não custa observar as ruínas que se vestem de novidades. O amor aparece nas telas dos cinemas e os psicanalistas tentam salvar as neuroses mais estranhas.  Restar contar  sobre o mundo  que ainda não nasceu. Já leu Mia Couto e conversou com as ousadias de cada personagem? Não se lança nas fantasias?
Se a sociedade se abraça com a velocidades, anula sentimentos e se diverte com os impulsos. Nada há de seguro, nem os deuses conseguem sair dos templos lucrativos dos pastores astuciosos. O mundo gira, nós sabemos medir certas loucuras, contudo o medo não se vai de quem desqualifica as diferenças e entra no mercado cheio de vitrines. É muito comum dialogar com os espelhos, anunciar êxitos nas redes sociais. O capitalismo inquieta simpatias e espalha epidemias de acumulação. O perigo é transformar o amor numa imensa contabilidade e navegar nos delírios constantes das paixões. Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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