segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Concurso público com 221 vagas em diversas áreas em Santa Cruz do Capibaribe







A Prefeitura do município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, anunciou um concurso público com 221 vagas disponíveis para candidatos nos níveis Médio, Técnico e Superior. As inscrições estarão abertas a partir desta terça-feira (26) e vão até o dia 05 de fevereiro de 2024. O concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período


Há vagas para Agente Comunitário de Saúde, Analista de Controle Interno, Assistente Social, educadores, enfermeiros(as), médicos de diferentes especialidades, farmacêuticos e fisioterapeutas, entre outros. Além disso, o processo seletivo contempla vagas para técnicos em enfermagem, radiologia, saúde bucal e segurança do trabalho. 

Os candidatos devem ficar atentos às taxas de inscrição, estabelecidas em R$105,00 para cargos de Nível Médio e Técnico, e R$125,00 para Nível Superior. Para obter informações detalhadas sobre o concurso e realizar a inscrição, os candidatos devem acessar o site oficial do Instituto Darwin, responsável pela seleção, disponível no site do Instituto Darwin.


Cargos e quantidade de vagas



As oportunidades são para os seguintes cargos:

* Agente Comunitário de Saúde (15)

* Agente de Combate às Endemias (5)

* Auxiliar de Farmácia (1)



* Técnico em Enfermagem (10)

* Técnico em Radiologia (2)

* Analista de Controle Interno (2)

* Assistente Social (1)



* Biomédico (2)

* Educador Físico (1)

* Enfermeiro (5)

* Enfermeiro Hospitalar (5)


* Farmacêutico (1)

* Fisioterapeuta (3)

* Fonoaudiólogo (2)

* Médico (4)

* Médico em várias especialidades

* Terapeuta Ocupacional (2)

* Professores em várias disciplinas.

Com Informações de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

20 mil mortos em Gaza



Imagem de bombardeio com logo da BBC Verify
  • Author,Merlyn Thomas*
  • Role,BBC Verify

Pelo menos 20 mil pessoas foram mortas em Gaza desde que Israel começou a retaliação aos ataques do Hamas de 7 de outubro.

A BBC Verify (unidade de checagem da BBC) analisa o que o número de mortos em Gaza revela sobre o conflito.

Dados do Ministério da Saúde em Gaza, administrado pelo Hamas, mostram que em média quase 300 pessoas foram mortas todos os dias desde o início do conflito, excluindo o cessar-fogo de sete dias. O diretor regional de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Richard Brennan, diz considerar esses números confiáveis.

Contar as vítimas é um desafio em qualquer zona de guerra, e os médicos em Gaza dizem que o número de mortos provavelmente é maior do que o registrado, uma vez que não inclui corpos sob os escombros de edifícios bombardeados e aqueles que não foram levados para hospitais




Grande número de mortos

O ritmo de mortalidade nessa guerra tem sido "excepcionalmente elevado", diz o professor Michael Spagat, especializado em análise de contagem de vítimas em conflitos em todo o mundo, como a guerra do Iraque em 2003, o conflito civil na Colômbia, as guerras na República Democrática do Congo, bem como conflitos anteriores entre Israel e Gaza.

“Dentro da série de guerras em Gaza desde 2008, a atual não tem precedentes tanto em número de pessoas mortas como em matança indiscriminada”, afirma Spagat.

Gráfico mostra registros diários cumulativos de mortes em Gaza


O número de 20 mil mortos representa quase 1% dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza.

A BBC conversou com especialistas em questões militares que apontaram que a grande variedade de bombas usadas por Israel — algumas de cerca de 45 kg e outras de até 900 kg — contribuíram diretamente para o grande número de mortes no conflito.

Estar perto do impacto de grandes bombas é como “surfar na Terra enquanto uma onda de choque liquefaz momentaneamente o solo”, explica Marc Garlasco, ex-analista sênior de inteligência do Pentágono e ex-investigador de crimes de guerra da ONU, que já conversou com vítimas e testemunhas dessas bombas.

O que as torna ainda mais devastadoras é que Gaza tem uma densidade populacional muito elevada. O território tem apenas 41 km de comprimento e 10 km de largura. Em média, antes do conflito, havia mais de 5,7 mil pessoas por km² em Gaza — o que é inferior à média da cidade de São Paulo, mas essa cifra sobe para 9 mil na Cidade de Gaza.

Israel iniciou a sua campanha militar em Gaza após os ataques do Hamas, nos quais 1,2 mil pessoas foram mortas, a maioria delas civis. Três meses depois, o país enfrenta pressão crescente devido ao número de vítimas civis em Gaza.

Nos conflitos mundiais entre 2011 e 2021, quando houve uso de explosivos em áreas povoadas, em média 90% das vítimas mortais eram civis, de acordo com o grupo de pesquisa Action on Armed Violence.

Segundo relatórios da inteligência dos EUA aos quais a rede americana CNN teve acesso, Israel lançou mais de 29 mil bombas sobre Gaza desde o início da guerra até meados de dezembro, sendo 40% a 45% delas não guiadas.

Essas bombas não guiadas "podem errar o alvo em até 30 metros, que é a diferença entre atingir um quartel-general do Hamas e um apartamento repleto de civis", explica Garlasco, que trabalhou em três conflitos anteriores em Gaza e que é agora conselheiro da organização de paz holandesa PAX.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmam que tomam medidas de precaução para evitar danos à população civil.

Segundo as IDF, estas medidas incluem avisos antes dos bombardeios, nos casos em que é possível fazê-lo. Israel também insiste que o número de civis mortos no conflito tem sido melhor do que em outros conflitos internacionais.

As IDF afirmam que “abortarão os ataques quando for vista presença civil inesperada".

"Escolhemos a munição certa para cada alvo, para que não sejam causados danos desnecessários”, diz a força israelense.

Israel também afirma que o Hamas utiliza a população civil de Gaza como escudo humano.

Quantos civis morreram?

As mulheres e as crianças representam cerca de 70% dos mortos em Gaza no atual conflito, segundo o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas.

Contudo, os números do Hamas não diferenciam civis do sexo masculino e combatentes.

Uma análise anterior feita pelo Gabinete de Comunicação Social do governo do Hamas e divulgada em 19 de dezembro indicava que dos até então 19.667 mortos registrados, mais de 8 mil eram crianças e 6.200 mulheres.

A contagem incluiu também entre os mortos 310 profissionais de saúde, 35 funcionários da defesa civil e 97 jornalistas — todos civis.

A guerra está tendo um impacto particularmente devastador nas crianças de Gaza. Quase metade da população do território tem menos de 18 anos, segundo dados divulgados em 2022 pelo Ministério da Saúde.

Mais de 52 mil pessoas foram feridas no conflito até agora, segundo o ministério.

Embora não existam números atualizados de crianças feridas, essa cifra era de 8.067 até 3 de novembro.

Gráfico mostra registros diários cumulativos de ferimentos em Gaza

Gaza é hoje o “lugar mais perigoso do mundo para ser criança”, segundo a agência da ONU dedicada à infância, a Unicef.

“Bairros inteiros, onde as crianças costumavam brincar e ir à escola, foram transformados em pilhas de escombros, sem vida”, diz Adele Khodr, diretora regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África.

Como a situação em Gaza se compara a outros conflitos?

Cada conflito é único nas suas características, mas os especialistas com quem a BBC conversou concordam que a taxa de mortes em Gaza é significativamente maior do que em outros conflitos recentes.

“O que estamos vendo em termos de mortes de civis já ultrapassou em muito as taxas de qualquer conflito que documentamos”, afirma Emily Tripp, diretora da Airwars, uma organização que monitora mortes de civis em guerras e conflitos desde 2014.

Ex-analista de inteligência do Pentágono, Marc Garlasco afirma: "Para encontrar uma densidade semelhante de explosivos usados em uma pequena área povoada, talvez tenhamos que voltar à guerra do Vietnã para encontrar um exemplo comparável — como os ataques a bombas no Natal de 1972, quando cerca de 20 mil toneladas de bombas foram lançadas em Hanói durante a Operação Linebacker II."

Estima-se que 1.600 civis vietnamitas tenham sido mortos nesse atentado.

Já na ofensiva de quatro meses para expulsar o Estado Islâmico da cidade síria de Raqqa em 2017, os ataques aéreos e de artilharia da coligação liderada pelos EUA mataram menos de 20 civis por dia, em média, segundo a Anistia Internacional.

Não se sabe ao certo quantos civis viviam ali na época, mas funcionários da ONU estimaram que havia entre 50 mil e 100 mil. Além disso, mais de 160 mil civis teriam fugido das suas casas e se deslocaram internamente no país.

E uma investigação da agência de notícias Associated Press sugeriu que entre 9 mil e 11 mil civis foram mortos na batalha de nove meses pela cidade iraquiana de Mosul entre as forças iraquianas apoiadas pelos EUA e o Estado Islâmico, disputa que terminou em 2017.

Isto equivale a uma média de menos de 40 mortes de civis por dia.

Mosul tinha uma população estimada em menos de 2 milhões de pessoas quando o Estado Islâmico capturou a cidade, em 2014.

Já durante os quase dois anos de guerra na Ucrânia, a ONU estima que pelo menos 10 mil civis foram mortos.

No entanto, a missão de monitoramento de direitos humanos da ONU alertou que o número real pode ser significativamente maior, dados os obstáculos e o tempo necessário para a verificação.

E comparar as taxas de vítimas em diferentes conflitos é difícil, em parte porque são utilizadas metodologias variadas para estimar as mortes.

Homem agachado sobre escombros
Legenda da foto,

Homem agachado sobre escombros em Gaza

Quantos combatentes do Hamas foram mortos?

Israel declarou que o seu objetivo é destruir o Hamas, mas não está claro quantos membros do grupo palestino foram mortos.

Autoridades já falaram em “milhares”.

O Hamas é considerado uma organização terrorista pelos governos de Israel, do Reino Unido e de alguns outros países.

Mas quando questionado diretamente, as Forças Armadas israelenses disseram que “não têm um número exato de terroristas do Hamas mortos”.

Segundo a agência de notícias AFP, funcionários israelenses de alto escalão sugeriram que Israel matou dois civis palestinos para cada combatente do Hamas.

Essa proporção foi descrita pelo porta-voz das Forças Armadas, Jonathan Conricus, como “tremendamente positiva”.

A BBC não conseguiu estabelecer um método claro de verificação do número de combatentes mortos.

O professor Michael Spagat diz que "não ficaria surpreso" se cerca de 80% dos mortos fossem civis.

Não existem “números confiáveis” da razão entre civis e combatentes mortos em Gaza, dizem Hamit Dardagan e John Sloboda, da Iraq Body Count, uma organização com experiência na contagem e análise de mortes em conflitos no Iraque.

*Becky Dale contribuiu para esta reportagem.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 24 de dezembro de 2023

Mensagem do Museu de Bom Jardim






Feliz Vida!

Feliz Festas!

Feliz Natal!

Feliz Ano Novo!

Feliz Carnaval!


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Caso Marielle Franco próximo da solução, diz Flávio Dino. Assista o vídeo







Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Aporte de R$ 900 milhões em 2023 inicia recuperação da malha rodoviária de Pernambuco





Demandas antigas da população, como a melhoria da PE-15, da Estrada da Muribeca e da BR-232, já têm recursos garantidos e estão em andamento

Neste primeiro ano de gestão, a governadora Raquel Lyra garantiu as condições para a melhoria da infraestrutura viária de Pernambuco com um investimento de R$ 900 milhões em obras para restauração, duplicação, sinalização e triplicação de estradas. No início do ano, foi feito um diagnóstico completo da situação da malha rodoviária do Estado, que apontou a deficiência na área. Ainda no primeiro semestre, a gestão estadual captou um empréstimo junto ao Banco do Brasil exclusivamente para melhoria da infraestrutura rodoviária. As obras iniciadas este ano contemplam 691 quilômetros e atendem rodovias do litoral ao Sertão.

“A reestruturação da malha viária é uma prioridade do nosso Governo. Para superar questões como obras sem recursos garantidos e projetos incompletos, foi preciso um esforço redobrado, que hoje já apresenta resultados. Estamos terminando o primeiro ano de mandato com muitos compromissos saindo do papel, que permitem a recuperação da nossa malha rodoviária com recursos já assegurados para que tudo seja concluído no prazo estabelecido em cada uma das obras”, destaca a governadora Raquel Lyra. 

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), estão sendo executadas obras de recuperação de importantes rodovias, a exemplo da PE-015, que liga Olinda a Paulista, com 12,4 quilômetros, contemplando também a faixa central exclusiva do BRT, que se estende até Abreu e Lima, na BR-101. Outra via que será concluída no primeiro semestre de 2024 é a PE-017, conhecida como Estrada da Muribeca. Dos 12 quilômetros de extensão, que conectam a BR-101 ao centro de Jaboatão Velho, restam três quilômetros a serem finalizados, parte da via que recebe o fluxo de veículos mais intenso, por onde passam caminhões transportando cargas para empresas de logística, além das linhas de ônibus que atendem os conjuntos residenciais da Muribeca e Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes.

Para o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra, a retomada de obras importantes e estruturadoras para o Estado reforça o compromisso da gestão com os pernambucanos das mais diversas regiões. “Temos obras fundamentais que irão trazer mais conectividade entre as cidades, levando mais segurança e facilitando a mobilidade de todos os cidadãos impulsionando a economia e transformando a vida de todos", avalia o gestor.

Importante corredor que leva ao interior do Estado, a BR-232 está com a sua triplicação na Região Metropolitana sendo concluída através do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi). A gestão atual precisou readequar o contrato, já que decisões em 2022 determinaram a exclusão de itens importantes, como a ciclovia e a passarela de pedestres. Em consultas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), foi negociado um aditivo contratual para permitir a conclusão da obra sem prejuízo à população. A iniciativa conta com investimento de R$ 157 milhões e s obra, quando concluída, vai reduzir o tempo do trajeto em 35 minutos, melhorando a fluidez da circulação diária de aproximadamente 67 mil veículos. A expectativa é entregar a via triplicada, com todas as exigências contratuais, em maio de 2024. 

Já no litoral pernambucano, o acesso à praia de Muro Alto, no município de Ipojuca, está sendo requalificado. A obra é aguardada há anos pela população. A reparação do asfalto contempla 5,6 quilômetros, ligando a PE-009 a um dos pontos turísticos litorâneos mais procurados de Pernambuco e onde há uma grande concentração da rede hoteleira. A iniciativa vai impulsionar o turismo local, gerando mais renda e novos postos de trabalho e contribuindo para o desenvolvimento daquela região.

Na Mata Sul, a recuperação da PE-045, que liga o município de Escada ao de Vitória de Santo Antão, finalmente foi reiniciada após várias paralisações nos anos anteriores. A rodovia é utilizada por quem segue do Agreste com destino ao litoral sul e Alagoas. A recuperação da via irá facilitar o escoamento da produção agrícola, principalmente da cana de açúcar.

No Agreste, obras importantes para o turismo e desenvolvimento da região seguem avançando. A restauração e duplicação de 13,2 quilômetros da BR-104, que liga os municípios de Caruaru e Toritama, conta com um investimento de R$ 106 milhões. A estrada é uma das rotas mais importantes para o Polo de Confecções de Santa Cruz do Capibaribe, setor que mais movimenta a economia da localidade. Para evitar congestionamentos, será realizado um projeto de engenharia para implantação do contorno viário que desviará a circulação do transporte de carga para uma nova rota, sem cruzar o perímetro urbano de Toritama.

O trecho de 43,5 quilômetros da PE-145, que vai do entroncamento com a BR-104, em Caruaru, até o distrito de Fazenda Nova, em Brejo da Madre de Deus, também está sendo restaurado. A obra conta com o aporte de R$ 43,8 milhões. O novo trecho vai melhorar a trafegabilidade e oferecer mais conforto e segurança aos usuários. A via é a principal rota para milhares de pessoas, principalmente turistas de várias partes do Brasil e do exterior com destino à Nova Jerusalém, onde todos os anos acontece o tradicional espetáculo da Paixão de Cristo.

Está sendo realizada também a restauração de duas rodovias do Sertão do São Francisco: a PE-638 e a VPE-639. As duas vias estão interligadas e são estratégicas para o município de Petrolina, por onde passa o transporte da produção da fruticultura da região, conectando cinco projetos de irrigação. A previsão é de que a VPE-639 seja concluída ainda este ano e a PE-638 seja finalizada em fevereiro de 2024. Somados, os investimentos das duas rodovias chegam ao montante de R$ 54 milhões


Foto Yedo Leonel - Imprensa PE



Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 17 de dezembro de 2023

Por que a covid ainda está afetando algumas pessoas?






Mulher com expressão de dor em leito de hospital

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Os cientistas dizem que os níveis de anticorpos das pessoas contra a covid estão provavelmente tão baixos agora quanto antes



Como é pegar covid agora? É uma questão que venho ponderando desde que um amigo ficou surpreso com o quão debilitado ele ficou por conta da doença. A terceira onda de covid foi significativamente pior do que a anterior.

"Eu pensei que toda vez que você pegasse uma doença deveria ser um pouco mais brando, não?", foi a mensagem que ele escreveu em um leito de hospital.

Isso certamente foi muito dito durante a pandemia. Mas também conheço colegas de trabalho e pessoas que entrevistei ou conversei nos portões das escolas que foram duramente atingidos pela covid nos últimos meses.

É importante ressaltar que a covid sempre causou uma ampla gama de sintomas. Mesmo antes das vacinas, algumas pessoas sortudas mal adoeciam ou nem sequer apresentavam sintomas


Para alguns de nós, a covid é apenas umas fungadas – nem mesmo o suficiente para fazer você vasculhar o armário do banheiro para ver se há um teste de fluxo escondido ali.


Mas cientistas especializados no nosso sistema imune alertam que a covid ainda está causando infecções graves que podem ser piores do que antes e deixar-nos desmaiados durante semanas.

A forma como lidamos depois de sermos expostos à covid se resume à batalha entre o próprio vírus e as defesas do nosso corpo.

Os estágios iniciais são cruciais, pois determinam o grau de penetração do vírus em nosso corpo e a gravidade dele.

No entanto, a diminuição da imunidade e a evolução do vírus estão fazendo pender a balança.

‘Sinto-me muito debilitado’



A professora Eleanor Riley, imunologista da Universidade de Edimburgo, teve sua própria crise “horrível” de covid, que foi “muito pior” do que o esperado.

Ela me disse: “Os níveis de anticorpos das pessoas contra a covid estão provavelmente tão baixos agora quanto desde que a vacina foi introduzida pela primeira vez”.

Os anticorpos são como mísseis microscópicos que aderem à superfície do vírus e impedem que ele infecte as células do nosso corpo.

Portanto, se você tiver muitos anticorpos, eles podem eliminar o vírus rapidamente e qualquer infecção será curta e leve.

“Agora, como os anticorpos são mais baixos, uma dose mais elevada [do vírus] está causando um ataque mais grave da doença”, diz o professor Riley.

Os níveis de anticorpos são relativamente baixos porque já faz muito tempo que muitos de nós não fomos vacinados (se você é jovem e saudável, só lhe foram oferecidas duas doses e um reforço) ou infectado, o que também aumenta a imunidade.

O professor Peter Openshaw, do Imperial College London, disse-me: “Aquilo que fez uma enorme diferença antes foi a ampla e rápida distribuição de vacinas – até os jovens adultos conseguiram ser vacinados”.

O especialista afirma que não é algo “destruidor”, mas acha que o resultado será “muitas pessoas tendo uma doença bastante desagradável que vai deixá-las ‘derrubadas’ por vários dias ou semanas”.

“Também ouço falar de pessoas que tiveram crises desagradáveis de covid, que são jovens e estão em boa forma. É um vírus surpreendentemente tortuoso, às vezes deixando as pessoas bastante doentes e ocasionalmente levando a ter uma ‘covid longa’”, diz ele.

Ele acha que há uma “boa chance” de você estar suscetível se não tiver contraído covid no último ano.

A decisão oficial do governo do Reino Unido é vacinar aqueles que correm risco de morrer de covid ou que necessitam de tratamento hospitalar. Isso alivia a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde.

O professor Riley argumenta: “Mas isso não quer dizer que as pessoas com menos de 65 anos não contrairão a covid e não se sentirão muito mal.

“Acho que a consequência de não estimular essas pessoas é que temos mais pessoas afastadas do trabalho por uma semana, duas ou três durante o inverno”.

A decisão sobre quem será vacinado não foi a única coisa que mudou – o vírus também está mudando.

‘Baixa imunidade'

Os anticorpos são altamente precisos, pois dependem de uma correspondência estreita entre o anticorpo e a parte do vírus à qual se fixam. Quanto mais um vírus evolui para mudar a sua aparência, menos eficazes se tornam os anticorpos.

O professor Openshaw disse: “Os vírus que circulam agora estão imunologicamente bastante distantes do vírus original que foi usado para fazer as primeiras vacinas, ou que os infectou pela última vez.

“Muitas pessoas têm muito baixa imunidade ao vírus omicron e suas variantes”.

Se você está se sentindo mal com a covid - ou mais mal do que antes - pode ser essa combinação de diminuição de anticorpos e vírus em evolução.

Mas isso não significa que você tenha maior probabilidade de ficar gravemente doente ou precisar de tratamento hospitalar.

Uma parte diferente do nosso sistema imunológico – chamadas células T – entra em ação quando uma infecção já está em curso. Elas foram treinadas por infecções e vacinas passadas.

As células T são menos facilmente confundidas por vírus mutantes, pois detectam células que foram infectadas com Covid e as matam.

"Você fica gravemente doente e acaba no hospital, mas nesse processo de matar o vírus há danos colaterais que fazem você se sentir muito mal”, diz o professor Riley.

Depender de suas células T para eliminar a covid é o que resulta em dores musculares, febre e calafrios.

Então, onde fica a ideia de que a covid está no caminho de se tornar uma infecção leve e inócua?

Existem outros quatro coronavírus humanos, relacionados à covid, que causam sintomas de um resfriado comum. Uma das razões pelas quais eles são considerados leves é que os contraímos na infância e depois ao longo da vida.

O professor Openshaw deixa claro que “ainda não chegamos lá” com a covid, mas “com infecções repetidas devemos construir imunidade natural”.

Enquanto isso, alguns de nós terão que aguentar um inverno terrível?

“Temo que sim”, diz o professor Riley


  • James Gallagher
  • Role,Apresentador de saúde da Radio 4, da BBC
Fonte: BBC Brasil
Professor Edgar Bom Jardim - PE