sábado, 29 de fevereiro de 2020

Os bastidores e resultados da corrida de cientistas brasileiros para sequenciar coronavírus em tempo recorde


Com jalecos e toucas, Claudia Gonçalves, Jaqueline Goes e Claudio Sacchi sorriem para foto de dentro de laboratórioDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionClaudia Gonçalves, Jaqueline Goes e Claudio Sacchi, parte da equipe brasileira que conseguiu sequenciar genoma de coronavírus em aproximadamente 48 horas após confirmação de diagnóstico
Na terça-feira de carnaval, enquanto foliões pulavam pelas ruas e músicos esquentavam a percussão por todo o país, um grupo de cientistas brasileiros se apressou para um outro tipo de agito.
Diante da notícia de que um caso suspeito de infecção por coronavírus em solo brasileiro poderia ser confirmado em breve, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), ambas instituições públicas sediadas em São Paulo, correram contra o tempo para preparar equipamentos e laboratório com o objetivo de sequenciar o genoma do vírus coletado em paciente internado na capital paulista. O diagnóstico do homem de 61 anos foi confirmado na quarta-feira (26).

"Em média, os países estão conseguindo fazer o sequenciamento em 15 dias. Queríamos fazer em 24 horas, bater o recorde, mas não funcionou tudo (no processo). Fizemos em 48 horas, como o Instituto Pasteur (na França)", contou à BBC News Brasil Ester Cerdeira Sabino, pesquisadora e professora do IMT-USP.
"Nas epidemias anteriores, como da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) ou da Respiratória do Oriente Médio (Mers), você até sequenciava (o vírus), mas só tinha o dado alguns meses depois. Hoje, estamos conseguindo fazer o sequenciamento em tempo real, enquanto a epidemia acontece", aponta, atribuindo a rapidez a um barateamento e maior conhecimento das técnicas.
"A capacidade de sequenciar rapidamente, principalmente no início de uma epidemia, pode ajudar na tomada de decisões. Vamos supor que apareça outro caso em São Paulo: se você tem a sequência, você pode responder mais rapidamente se o vírus já está circulando a nível local independente de viagens no exterior (os chamados casos autóctones)."
Sabino diz que conquistas na ciência como essa são como "tijolos" que vão se juntando, então não é possível dizer de imediato que "construção" esses tijolos vão formar — mas pode ser desde uma vacina ao melhor planejamento de uma cidade diante de uma eventual epidemia. Identificar as características genéticas de um vírus como esse, além de comparar a cepa coletada no Brasil com as de outros países do mundo, é como juntar pistas cronológicas e geográficas no caminho de transmissão do patógeno. Também é uma forma de registrar mutações, pontos fracos e fortes do vírus.
Mão com caneta em cima de papel com letras A G C T indicando blocos de sequências genéticasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO material genético de um vírus dá pistas sobre seu trajeto de transmissão
Os resultados divulgados pela equipe brasileira nesta sexta-feira (28) indicam por exemplo que, das dezenas de amostras do novo tipo de coronavírus já analisadas em todo o mundo, a maior compatibilidade do material genético do vírus encontrado no paciente internado em São Paulo foi com um vírus sequenciado na Bavária, Alemanha. Isto é um indicativo, mas ainda não a confirmação, de que a cepa do vírus em questão teve origem na China, passou pela Alemanha, Itália, até chegar ao Brasil. A possível transmissão da Alemanha para a Itália é um hipótese nova trazida pela equipe brasileira.
A região da Lombardia, no norte da Itália, onde o paciente brasileiro infectado esteve, até agora não teve amostras sequenciadas por equipes ou institutos locais — ao menos não publicamente.
Já em relação ao primeiro sequenciamento genético do novo tipo de coronavírus, feito em janeiro por pesquisadores na China, o material analisado pelos brasileiros tem três mutações — duas em comum com o encontrado na Alemanha. O sequenciamento realizado em São Paulo foi comparado com 127 genomas completos do coronavírus sequenciados em 17 países diferentes.
"A terceira mutação é uma mutação única, não encontrada na sequência mais próxima, que é a sequência da Alemanha. Então, provavelmente é uma mutação que já aconteceu na transmissão para o paciente brasileiro", explica Jaqueline Goes de Jesus, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em nível de pós-doutorado no IMT-USP.
É normal que, quando o vírus está se "instalando" no corpo de um novo hospedeiro (como um paciente infectado), haja erros no processo de replicação de seu material genético. São mutações que, ao acaso, podem causar tanto uma vantagem adaptativa quanto deixar o patógeno menos infeccioso.
"Alguns vírus são mais estáveis e outros, como os respiratórios, acabam mutando muito. É o que acontece com o vírus da gripe: todo ano a gente tem uma vacina nova, porque há muitas mutações", explica Goes de Jesus.
As brasileiras, assim como os franceses do Pasteur, indicam que o novo tipo de coronavírus surgido na China ainda é bastante homogêneo — portanto, não precisou passar por muitas mutações para se adaptar e espalhar. Há indicações também de que, ao contrário do Sars ou Mers, este coronavírus tem grande capacidade de transmissão e baixa letalidade.

Como foi sequenciamento no Brasil

Na quarta-feira (26), após a confirmação por exames do diagnóstico de coronavírus, amostras do paciente brasileiro foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, seguindo protocolo do Ministério da Saúde.
Assim, na quarta-feira de manhã, cinco pesquisadores começaram a colocar a mão na massa no sequenciamento, em um laboratório do instituto.
Em linhas gerais, há a extração do RNA do vírus; sua transformação no chamado DNA complementar; depois a replicação exponencial de cópias deste DNA, através da chamada reação em cadeia da polimerase. Isso tudo acontece a nível molecular dentro de um líquido transparente.
Em seguida, vem a fase da leitura do material genético. Nela, é usado um equipamento pequeno e com aparência de pen-drive, chamado de sequenciador.
No processo, os brasileiros contaram com a colaboração remota de pesquisadores das universidades de Birmingham, Edinburgh e Oxford, no Reino Unido.
A leitura do material foi finalizada na manhã desta sexta-feira e logo publicada no Virological.org, um fórum mundial de discussão para virologistas, epidemiologistas e especialistas em saúde publica.
"No passado, os cientistas gostavam de guardar esse tipo de dado até publicá-los em alguma revista científica. Mas hoje, o consenso é de que, durante uma epidemia, você não deve guardar as sequências, e sim torná-las públicas imediatamente", explica Ester Cerdeira Sabino.
Jaqueline Goes de Jesus diz que, tecnicamente, a sequência obtida já tem 96% de cobertura, o que configura um genoma completo. Mas a equipe pretende completar esse sequenciamento e estar de prontidão para a análise de eventuais novos casos confirmados no Brasil.
A pesquisadora faz parte de um projeto que tem justamente o objetivo de monitorar e responder em tempo real a epidemias, o Brazil-UK Centre for Arbovirus Discovery, Diagnosis, Genomics and Epidemiology (CADDE), que conta com recursos da Fapesp e do Medical Research Council (MRC). Nascido há um ano, o centro de pesquisas pretende trabalhar não só com coronavírus como o atual como também com arbovírus como dengue e chicungunha.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bolsonaro cometeu vários crimes de responsabilidade de uma única vez


Bolsonaro e militares durante a Cerimônia Comemorativa do Dia do Exército. (Foto: Marcos Corrêa / PR)
BOLSONARO E MILITARES DURANTE A CERIMÔNIA COMEMORATIVA DO DIA DO EXÉRCITO. (FOTO: MARCOS CORRÊA / PR)

Há um Brasil que odeia o carnaval, há um Brasil que conspira contra o Carnaval e tudo aquilo que ele exalta, o povo, suas tradições não escritas, sua memória resistente, sua alegria, apesar da dor. Há um Brasil que submerge para os esgotos éticos mais sórdidos, porque vive da crença de que, durante o Carnaval, estão todos anestesiados pela própria euforia, pelo álcool e pelo erotismo. Para esse Brasil triste e obscuro, o amor é sempre tarifado, em nome de um deus, seja lá que for, mas que prega a violência, o sectarismo, o deus racista, o deus machista, o deus misógino.
No Carnaval do Brasil verdadeiro, na soma caótica e enriquecedora de todas as diversidades, esse Brasil medonho crepita brasas em silêncio, trama em casernas isoladas, joga suas marcadas do tarô ditatorial de que se alimenta.
Do Brasil que odeia Carnaval, um general decrépito, desses que servem para banheiros de pombos nas praças públicas, anuncia que há necessidade de um golpe militar. As famílias precisam ser protegidas de um Congresso chantagista, de um Judiciário acovardado e uma esquerda corrupta, a agirem harmonicamente.
Escondido das vaias que merece, escondido das paródias e sátiras e imitações, acovardado e paranoico, o Presidente da República, o mais ilustre habitante desse Brasil que odeia Carnaval, adere imediatamente e convoca o Golpe e marca data para a ruptura democrática: 15 de março.
O Presidente da República incorreu em crime de responsabilidade.
O cardápio da Lei 1.079/50 tem crime para todo tipo de de entendimento, desde os mais radicais até aqueles mais parcimoniosos. Na melhor das hipóteses, convocar o povo para um ato contra os Poderes instituídos, pode significar tentar dissolver o Congresso Nacional, impedir a reunião ou tentar impedir por qualquer modo o funcionamento de qualquer de suas Câmaras (art. 6º).
PRESIDENTE JAIR BOLSONARO COM SEUS FILHOS, EDUARDO E FLÁVIO. FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR.
Ameaçar diretamente o Supremo Tribunal Federal, sim, pode dar a ideia de que ele, Presidente da República esteja a opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças (idem).
Evidente que isso o coloca na condição de quem pretende claramente impedir o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados (art. 4º). O êxito dessas duas empreitadas criminosas acarretará certamente uma afronta ao exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (idem).
Quando o próprio Presidente da República convoca um ato popular, que tenha por finalidade a propsositua da ruptura da ordem democrática, ele acaba por subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem política e social (art. 7º), o mesmo ocorrendo quando, ao se recusar a punir, com justiça, prontidão e legitimidade, o general que conclama a quebra da ordem, ele está, sim, a subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem política e social (idem).
O Presidente da República não se conforma com a Constituição que deixa claro desconhecer, talvez até por ignorância completa de seu texto. Trinta anos de atividade parlamentar não lhe deram oportunidade de conhecer o texto constitucional, cuja mudança, na forma como ele se propõe a fazer, também configura crime de responsabilidade. Sim, tentar mudar por violência a Constituição Federal é tipo penal, definido no art. 8º da Lei.
Pela peculiaridade da pena, a lei equipara a consequência do crime – a perda do cargo ou o popular impeachment – ao crime consumado (ou seja, ele consegue êxito em suas ideias delirantes e fecha efetivamente o Congresso e/ou o Supremo Tribunal Federal) ou tentado (ele não consegue fazê-lo, por circunstâncias alheias à sua vontade).
Antes da tentativa, diriam os advogados mais experientes que militam no crime, que se pense na desistência voluntária, que se preserva a única e estreita saída para um presidente que conduziu seu governo a um labirinto, onde a saída estará a cada mais estreita.
Ao Presidente da República, caso não queira cometer esses crimes, resta uma única alternativa: desistir publicamente, isto é, desconvocar qualquer manifestação, antes que ela ocorra, demitir o general golpista e puni-lo adequadamente na forma da lei, antes que ele prossiga em seu delírio e, finalmente, pedir desculpas ao país e ao mundo, pelo ridículo que em se enfiou e tentar seguir adiante, recolhendo os cacos de um governo que se autoconsumiu, como se fosse uma substância comburente que se destrói a própria, pela singela razão de não haver mais governo naquele que busca exatamente o desgoverno, o caos, para poder reinar, com suas milícias e generais cuja legitimidade para falar em nome de seus comandados (rejeito a expressão tropa) se desconhece por completo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Casos pontuais ou surto generalizado: os possíveis cenários para o coronavírus no Brasil



Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,Direito de imagemJOSE CRUZ/AGENCIA BRASIL
Image captionMinistro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, diz vale a regra do bom senso na primeira etapa da chegada da doença ao Brasil
O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira (26). Um homem de 61 anos, que passou duas semanas na Itália, apresentou os sintomas e agora está em isolamento domiciliar em São Paulo.
Mas o que vai acontecer de fato no país com a divulgação de um caso da doença Covid-19? Haverá quarentenas para poucos ou para cidades inteiras? Aulas serão canceladas? Ou a rotina segue relativamente normal, como em mais de 40 países que já tiveram casos confirmados da doença?
Na prática, tudo depende da evolução dos casos no país. Há dois grandes cenários possíveis na crise atual: um de contenção, outro de mitigação.
No primeiro, o país passa a ter cada vez mais casos pontuais ligados a pessoas oriundas de outros países, como tem acontecido nos Estados Unidos e no Reino Unido. O Brasil, hoje, está nesse grupo.
No segundo, o vírus foi disseminado em uma área mais ampliada pelo contágio, o surto está instalado no país e a doença passa a ser transmitida com rapidez e volume entre diversas pessoas, como na Itália, na Coreia do Sul e China
De todo modo, em ambos cenários a doença mantém uma taxa de letalidade considerada baixa por especialistas e autoridades. Ela mata 2 a cada 100 pessoas infectadas e mais de 80% dos casos são leves. "É mais uma gripe que a humanidade vai enfrentar", afirmou o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta.
Cenário 1: Casos pontuais, sem transmissão sustentada — contenção
Até o momento de publicação desta reportagem, o novo coronavírus, batizado de SARS-COV2, atingiu 50 países e territórios. São quase 82 mil casos confirmados da doença — chamada de covid-19 —, sendo 78.497 na China (ou 97% do total). Há atualmente mais casos novos sendo registrados fora da China do que dentro do país.
Até agora, o surto se instalou de fato em apenas quatro desses lugares: China, Coreia do Sul, Irã e Itália. Nos outros, há casos confirmados de modo isolados, como no Brasil.
E o que tem sido feito nesses 46 países e territórios?
O protocolo internacional indica uma sucessão de passos que vão sendo tomados à medida que o surto avança ou não, colocando na balança tanto a segurança da população quanto o impacto socioeconômico. O mais importante é identificar rapidamente quem está doente, garantir o isolamento e evitar que a doença se espalhe.
Em geral, a rotina da população não sofre mudanças, exceto a daqueles que estão doentes ou tiveram contato próximo com essas pessoas infectadas.
Nos EUA, onde foram confirmados 60 casos, não houve cancelamento de aulas e eventos públicos ou cidades sob quarentena até agora, por exemplo — o mesmo se vê em 16 países europeus.
O governo americano tem adotado medidas básicas para evitar a circulação da doença, como quarentena domiciliar ou hospitalar para quem apresentar sintomas, ampliação das recomendações de prevenção e monitoramento daqueles que tiveram contato com pessoas doentes ou viajam de zonas onde o vírus circula.
O que determina onde ficará o paciente é a sua condição de saúde. Um isolamento hospitalar, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, só aumenta o risco de transmissão da doença para mais pessoas e é recomendado para pessoas com sintomas graves.
Por ter apresentado sintomas brandos, por exemplo, o brasileiro diagnosticado com a doença em São Paulo ficará 14 dias em casa ao lado de sua mulher, que será mantida ali por outros 14 dias, ao fim desse período.
O passo seguinte é identificar e monitorar todas as pessoas com as quais o paciente teve contato. No caso do brasileiro, isso inclui 30 pessoas que ele recebeu em casa num evento familiar e os passageiros de poltronas próximas à dele no avião oriundo da Itália.
Na China, são monitoradas atualmente mais de 100 mil pessoas que tiveram contato com pacientes do Covid-19. Outras 500 mil já passaram por processo semelhante.
Sintomas do covid-19
Mesmo antes da confirmação do caso, o Brasil já havia elevado seu alerta para a doença de nível 2 (perigo iminente) para 3, no qual se declara emergência de saúde pública de importância nacional.
Nessa situação, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, explicou que há uma mobilização conjunta de governos federal, estaduais e municipais "para que o vírus não se disperse", para ampliar a conscientização da população e para adotar dispositivos normativos para "acelerar a organização dos serviços de saúde e ampliar a capacidade de atendimento da população", a depender do possível avanço da doença.
A Organização Mundial da Saúde não recomenda qualquer fechamento de fronteiras, mas alguns países têm adotado esse tipo de medida. Foi o caso de nações vizinhas do Irã, por exemplo.
A medição de temperatura dos passageiros tampouco é eficaz, já que a doença pode ser transmitida durante o período de incubação, que varia de 1 a 14 dias e não há sintomas, como febre, tosse, coriza ou falta de ar.
Ninguém também é proibido de deixar o país nesse cenário. Para o ministro da Saúde brasileiro, vale a regra do bom senso. Ou seja, se a viagem internacional for inadiável, que se adote todas as medidas de precaução. Se não for, melhor cancelar.
Cenário 2: Surto instalado no país  mitigação
"Se há um surto instalado numa região, em um Estado ou uma cidade brasileira, por exemplo, não há dúvida de que o cancelamento de aulas, eventos com aglomerações e adoção de quarentenas são as medidas mais adequadas", explica Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.
Esse tipo de estratégia foi adotado no Brasil em 2009, quando havia um número grande de casos de vírus H1N1 — infecção que matou entre 151.700 a 575.400, segundo o governo americano.
No caso do novo coronavírus, o primeiro país a adotar medidas dessa natureza foi a China, onde o surto começou em dezembro do ano passado.
"Essas ações podem ser disruptivas e ter impacto econômico e social em indivíduos e comunidades. No entanto, estudos mostram que a adoção em etapas dessas intervenções podem reduzir a transmissão em comunidades", explica o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Para a chefe desse órgão, Nancy Messonnier, não é mais uma questão de "se" a doença vai se espalhar nos EUA, por exemplo, mas "quando". Por isso, as pessoas precisam estar preparadas para as mudanças drásticas que isso vai acarretar, como suspensão de aulas, trabalho remoto e confinamento em casa.

Taxa de mortalidade por coronavírus por idade

Fonte: Centro Chinês para Controle de Doenças
Essas medidas começaram a ser adotadas inicialmente na cidade de Wuhan, na China, considerada o epicentro da doença. Gradualmente, aulas foram suspensas, empresas reduziram expedientes ou fecharam, sistemas de transporte público foram paralisados, a circulação de pessoas nas ruas foi praticamente proibida. Por fim, a medida mais restritiva foi o fechamento das divisas da cidade.
Para parte dos especialistas, apesar de todos os duros transtornos que essas medidas causam, elas têm funcionado, por exemplo, para conter o avanço da doença na China. Há uma tendência de queda no número de novos casos há mais de duas semanas.
Em meio a uma explosão de casos, a Itália passou a adotar medidas parecidas com a da China. Em cinco dias, os registros no norte italiano passaram de 4 para mais de 450.
O Carnaval de Veneza foi cancelado dois dias mais cedo, jogos da primeira divisão de futebol foram adiados, empresas começaram a adotar trabalho remoto e 10 cidades que somam 50 mil habitantes foram submetidas a quarentenas. Ninguém entra ou sai dali, salvo raras exceções. Como consequência, pessoas passam a estocar mantimentos, e mercados começaram a registrar desabastecimentos parciais. Ruas ficam vazias.
O principal instrumento à disposição do Brasil para uma situação desse tipo com surto instalado é a lei sancionada no dia 7 de fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, prevista para vigorar enquanto durar a emergência internacional do surto, decretada pela Organização Mundial da Saúde no fim de janeiro.
O texto brasileiro determina que, diante de uma situação de emergência, o governo poderá colocar cidadãos em isolamento ou quarentena, sob condições estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Também poderá realizar compulsoriamente exames e testes laboratoriais, coletar amostras para análises e aplicar vacinas e tratamentos médicos específicos.
Não adotar medidas como quarentenas, isolamento rápido de pessoas doentes e transparência na divulgação de informações pode agravar a disseminação da doença e levar à perda de controle sobre a cadeia de transmissão do vírus de uma pessoa para outra — estima-se que, no caso do novo coronavírus, uma pessoa infectada contamime até outras três, em média.
Esse descontrole é o que especialistas e autoridades estrangeiras temem que esteja acontecendo no Irã, onde também há transmissão sustentada. O governo iraniano tem se negado a adotar medidas como quarentenas, sob o argumento de que elas não funcionam e querem evitar o fechamento de lugares sagrados para os clérigos que controlam o país, como a cidade de Qom, onde mais de uma dezena de pessoas morreram.
Em um dia, quatro países vizinhos do Irã registraram seus primeiros casos confirmados da doença. Todos eram ligados a pessoas oriundas do território iraniano.
"No fim, a nossa principal preocupação nesse tipo de surto é sobre o impacto em sistemas de saúde como o do Brasil, que já precisam lidar com epidemias e endemias, como a dengue e o sarampo. Essa é mais uma doença que chega", explica Fernando Spilki, da Sociedade Brasileira de Virologia.

E o que realmente funciona para as pessoas se protegerem?

A BBC News Brasil conversou com infectologistas e colheu as principais recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o Serviço de Saúde britânico (NHS) e do Ministério da Saúde brasileiro nesse sentido.
A principal — simples, porém bastante eficiente — é lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.
As outras são:
  • Manter o ambiente limpo
  • Evitar aglomerações e manter distância de pessoas com sintomas de gripe
  • Manter hábitos saudáveis para fortalecer a imunidade. Ou seja, dormir a quantidade de horas certas para a sua idade, alimentar-se bem, manter-se hidratado, fazer exercícios físicos regularmente e tentar reduzir o estresse.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Opiniões:VII Encontro de Burrinhas,Caboclinhos,Catirinas e Maracatus de Pernambuco




Katia Marinho Lindo parabéns a cidade
Maria Lucia Soares Lindos maravilhoso Parabèns!

Sinhá Santos Muito bom amei


Eleonora Barbosa0:31 Muito bom

Vera Barros Parabéns jovem!Tudo muito bonito.!!Sensacional!



Abigail Arruda Na antiga gestão você se destacou como um Secretário de Cultura espetacular!
Eu não me canso de elogiar o seu trabalho e o quanto você valoriza e resgata a nossa cultura enaltecendo a nossa Cidade.
ParabénsEdgar S. Santos!




Edgar s.Santos: Obrigado Bom Jardim! Obrigado, aos nossos colaboradores que estiveram conosco organizando toda essa festa bonita: VII Encontro de Burrinhas,Caboclinhos,Catirinas e Maracatus de Pernambuco. Muito trabalho que tivemos para fazer mais um encontro. Graças ao bom Deus estamos finalizando mais um grande momento em que a CULTURA de Pernambuco, do Agreste, da Mata, de nossas comunidades de Bom Jardim são revigoradas. Obrigado a Rede Globo Nordeste, sites e Blogs de Bom Jardim, Rádio Jornal de Limoeiro, Correio do Agreste, Blog do Agreste, JA Bebidas, Lojas Ribeiro, Kobra Publicidade, Hildelbrando.Com, EASSESSORIACULTURAL ,BomJardim NEWS,Tamboatá Notícias, Rádio Cult, Júnior do Mercadinho Central, Mercadinho Cirilo, Blog Professor Edgar Bom Jardim, Lúcio Mário Cabral, Portal Bom Jardim, nossa equipe de Bombeiro@s, Roberto Cruz Andrezza Formiga, Noé da Ciranda, culturapopularpe.com.br , estudantes da EREM Justulino Ferreira Gomes, Mercadinho Ponto Certo, Edgar Lira, Orquestra Bonjardinense, Prefeitura de Bom Jardim: Secretaria de Assistência Social, Infraestrutura, Administração, Saúde, Finanças, Rosimere Alves, Aninhaa, Lúcia, Olávia,neves, Célia , Alfredo Neto, Wellington Alves, Rádio Integração, Rádio Cultural de Limoeiro, Fundarpe, Secretaria de Cultura de Pernambuco, Governo do Estado de Pernambuco, Polícia Militar, Seguranças, pessoal da limpeza, técnico de som, Maria José e Equipe, Jane, Renan, Gabriel, Alinton, André, Pedro, Pollyanna Valença , Yan, Eliel, Fábio, Mônica, Akires Sabino, Ênio, Adjair, Lucas, Fabiano, Alexandre, Paulo, Fernanda, Toka, Geová, Lula, Zé Célio, Danilo, Ivonete, Arthur, Teresa, Paulo, Biu Caboclo, Rafael, Gilson, Jô, Carol, Apilly e toda equipe...... Gente, todas estas pessoas sonharam com a gente pra fazer este encontro. E lógico deve ter mais pessoas torcendo por nós, É assim que se faz um evento dessa magnitude, envolvendo pessoas, empresas, profissionais de diversas áreas, meios de comunicação, artistas, músicos, empreendedores, gestores, governos,. Isso é um projeto que venho trabalhando, idealizando, formatando, organizando textos, pesquisas,para aprovar em edital, ser aprovado em comissão, ir ao Recife, ir as comunidades, cidades, bater nas portas, ter paciência, esperar, ... Não é fácil. Ficamos felizes com o apoio e reconhecimento de todos vocês. Professor Edgar, Produtor Cultural, , idealizador do Evento. Meu agradecimento muito especial as políticas públicas da Fundarpe, Governo de Pernambuco. Nós últimos 4 anos conseguimos aproximadamente 200 mil reais em atrações da cultura popular para valorizar, reconhecer e colocar Bom Jardim numa posição de destaque no cenário cultural de Pernambuco. A luta é grande... Obrigado! 

Pollyanna Valença Se não fosse Edgar S. Santos não teria esse evento tão bonito. Viva a cultura de Bom Jardim.



Viviane Vasconcelos Parabéns Edgar!!! Sempre tornando a cultura carnavalesca viva no coração das pessoas!!! 






Sônia Duarte Parabéns, Edgar! Seu esforço e sua dedicação para preservar nossa cultura fazem a diferença no carnaval do nosso município!


José Márlio Salviano Parabéns Edgar pela luta e esforço de um projeto grandios


Professor Edgar Bom Jardim - PE