segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Guerra: Vídeo explica o apoio americano a Israel. Assista


Pessoas carregando suprimentos em Gaza

CRÉDITO,AFP

Legenda da foto,

Pessoas levaram farinha e outros suprimentos básicos de armazéns e centros de distribuição no centro e sul de Gaza

Palestinos em meio a ruínas de edifício destruído por ataque aéreo israelense na noite de sexta-feira, 27 de outubro, no norte de Gaza

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Norte de Gaza foi alvo de bombardeio pesado de Israel na noite de sexta-feira





*Este vídeo foi modificado de acordo com a política editorial da BBC Desde que o grupo palestino Hamas fez o maior ataque ao território israelense em 50 anos, o presidente americano Joe Biden tem demonstrado repetidamente o que chama de apoio “sólido e inabalável” a Israel. Em comunicado divulgado dois dias após o ataque, Biden disse que “Esta não é uma tragédia distante – os laços entre Israel e os Estados Unidos são profundos”, reafirmou que os americanos caminham “ombro a ombro com os israelenses” e garantiu que os Estados Unidos farão “tudo para que Israel possa se defender”. As palavras de Biden têm sido acompanhadas de ações: nos primeiros quatro dias da crise, o presidente americano falou ao telefone três vezes com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou o envio do mais moderno porta-aviões da marinha americana ao mediterrâneo, autorizou reforços para o Domo de Ferro, o escudo anti-aéreo israelense, despachou um navio recheado de munições e decidiu mandar seu secretário de Estado, Antony Blinken, a Tel Aviv. O presidente americano adiantou também que pedirá ao Congresso americano a aprovação de um pacote de auxílio militar a Israel. Nem o tom de indignação de Biden nem sua rápida movimentação para apoiar militarmente o aliado do Oriente Médio pode ser creditado aos mais de 20 cidadãos americanos mortos e a outros que estão como refém do Hamas. Tampouco são uma novidade na política americana. Neste vídeo, a correspondente da BBC News Brasil em Washington, Mariana Sanches, explica de onde vem esse apoio dos americanos a Israel

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O mundo contra a guerra, o mundo contra Israel, o mundo contra a narrativa da mídia armada, capitalista. Assista o vídeo


Norte de Gaza na manhã de sábado, 28 de outubro, após bombardeio de Israel

CRÉDITO,EPA

Legenda da foto,

Cerca de 100 aviões de combate foram usados na operação no norte de Gaza, descrita por Israel como "invasão limitada"






Hildegard Angel é jornalista. Trabalhou também como atriz no teatro, cinema e televisão nas décadas de 1960 e 70. Ficou conhecida nacionalmente também como colunista social e de televisão nos jornais O Globo (décadas de 80 e 90) e Jornal do Brasil (2003 a 2010). Vídeo completo aqui: https://youtu.be/Fcz-Nw2f7OE • Seja assinante do Brasil 247 e da TV 247 em https://brasil247.com/apoio
ou apoie por Pix usando a chave pix@brasil247.com.br. • Siga o canal do Brasil 247 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Va5C...
Este é o único canal autorizado a utilizar conteúdo jornalístico da TV 247. Todos os direitos reservados.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 21 de outubro de 2023

Países apoiam o Hamas e como ele é financiado; resumo


Protesto em Jerusalém após oração de sexta-feira na mesquita de Al-Aqsa

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Poucos países apoiam grupo militante palestino; entre eles, estão seu principal financiador, o Irã, além do Catar e da Turquia

O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, tem no Irã seu principal apoiador. Teerã fornece armas, treinamento e financiamento a seus membros. O Hamas também recebe recursos do Catar, de expatriados palestinos e de doadores privados no Golfo Pérsico, além de instituições islâmicas.

O Irã fornece atualmente cerca de US$ 100 milhões anuais ao Hamas e a outros grupos militantes palestinos, segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Chegou a se especular que o ataque do Hamas a Israel, que deixou pelo menos 1.400 mortos, incluindo mulheres, idosos e crianças, foi orquestrado pelo Irã, embora o embaixador iraniano na ONU tenha negado o envolvimento do seu país. Os EUA também afirmaram não ter indícios da participação direta de Teerã no ataque.

Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores do Irã descreveu a ação como um "ato de autodefesa" e pediu aos países muçulmanos que apoiassem os direitos dos palestinos


O Irã e o Hamas também se opõem firmemente à perspectiva crescente de um acordo de paz histórico entre Israel e a Arábia Saudita — algo que tem grandes chances de não acontecer se a resposta militar de Israel aos ataques provocar revolta generalizada no mundo árabe

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, despacha da capital do Catar, Doha, desde 2020, alegadamente porque o Egito restringe seu movimento de entrada e saída de Gaza.

As lideranças do Hamas estabeleceram presença no Catar após se desentenderem com o seu anfitrião anterior, a Síria, quando refugiados palestinos participaram na revolta de 2011 contra o presidente Bashar al-Assad que precedeu a guerra civil naquele país.

Segundo reportagem do jornal israelense Times of Israel, "desde 2018 o Catar tem fornecido periodicamente milhões de dólares em dinheiro aos governantes do Hamas em Gaza para pagar o combustível da central elétrica do território, permitir ao grupo pagar aos seus funcionários públicos e fornecer ajuda a dezenas de milhares de famílias empobrecidas".

Algumas figuras importantes do Hamas também operam supostamente nos escritórios do grupo na Turquia.

O apoio turco ao Hamas aumentou após a ascensão do presidente Recep Tayyip Erdogan ao poder em 2002.

Embora insista que apenas apoia o Hamas politicamente, a Turquia foi acusada de financiar atos extremistas do Hamas por meio de recursos desviados da Agência Turca de Cooperação e Coordenação.

Diferentemente do Irã e do Catar, a Turquia reconhece Israel e mantém relações diplomáticas com o país.

Historicamente, os expatriados palestinos e os doadores privados no Golfo Pérsico forneceram grande parte do financiamento ao grupo.

Além disso, algumas instituições de caridade islâmicas no Ocidente canalizaram dinheiro para grupos de serviços sociais apoiados pelo Hamas, provocando o congelamento de ativos pelo Tesouro dos EUA.

Após o início do bloqueio de Israel e do Egito entre 2006 e 2007, o Hamas arrecadou receitas tributando as mercadorias que circulavam por meio de uma sofisticada rede de túneis que contornavam a passagem egípcia para Gaza.

Isso trouxe para o território produtos básicos como alimentos, medicamentos e gás barato para a produção de eletricidade, bem como materiais de construção, dinheiro e armas.

Depois que o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi assumiu o poder em 2013, Cairo tornou-se hostil em relação ao Hamas, que o via como uma extensão do seu principal rival interno, a Irmandade Muçulmana (o Hamas foi criado no fim da década de 1980 como uma ramificação do braço palestino da Irmandade Muçulmana).

O Exército egípcio fechou a maior parte dos túneis que atravessam o seu território enquanto travava uma campanha de contraterrorismo contra um ramo do autoproclamado Estado Islâmico no seu lado da fronteira, na Península do Sinai.

O Egito começou a permitir que alguns bens comerciais entrassem em Gaza através da sua passagem fronteiriça de Rafah em 2018.

Em 2021, o Hamas teria arrecadado mais de US$ 12 milhões por mês de impostos sobre produtos egípcios importados para Gaza


O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, despacha da capital do Catar, Doha, desde 2020, alegadamente porque o Egito restringe seu movimento de entrada e saída de Gaza.

As lideranças do Hamas estabeleceram presença no Catar após se desentenderem com o seu anfitrião anterior, a Síria, quando refugiados palestinos participaram na revolta de 2011 contra o presidente Bashar al-Assad que precedeu a guerra civil naquele país.

Segundo reportagem do jornal israelense Times of Israel, "desde 2018 o Catar tem fornecido periodicamente milhões de dólares em dinheiro aos governantes do Hamas em Gaza para pagar o combustível da central elétrica do território, permitir ao grupo pagar aos seus funcionários públicos e fornecer ajuda a dezenas de milhares de famílias empobrecidas".

Algumas figuras importantes do Hamas também operam supostamente nos escritórios do grupo na Turquia.

O apoio turco ao Hamas aumentou após a ascensão do presidente Recep Tayyip Erdogan ao poder em 2002.

Embora insista que apenas apoia o Hamas politicamente, a Turquia foi acusada de financiar atos extremistas do Hamas por meio de recursos desviados da Agência Turca de Cooperação e Coordenação.

Diferentemente do Irã e do Catar, a Turquia reconhece Israel e mantém relações diplomáticas com o país.

Historicamente, os expatriados palestinos e os doadores privados no Golfo Pérsico forneceram grande parte do financiamento ao grupo.

Além disso, algumas instituições de caridade islâmicas no Ocidente canalizaram dinheiro para grupos de serviços sociais apoiados pelo Hamas, provocando o congelamento de ativos pelo Tesouro dos EUA.

Após o início do bloqueio de Israel e do Egito entre 2006 e 2007, o Hamas arrecadou receitas tributando as mercadorias que circulavam por meio de uma sofisticada rede de túneis que contornavam a passagem egípcia para Gaza.

Isso trouxe para o território produtos básicos como alimentos, medicamentos e gás barato para a produção de eletricidade, bem como materiais de construção, dinheiro e armas.

Depois que o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi assumiu o poder em 2013, Cairo tornou-se hostil em relação ao Hamas, que o via como uma extensão do seu principal rival interno, a Irmandade Muçulmana (o Hamas foi criado no fim da década de 1980 como uma ramificação do braço palestino da Irmandade Muçulmana).

O Exército egípcio fechou a maior parte dos túneis que atravessam o seu território enquanto travava uma campanha de contraterrorismo contra um ramo do autoproclamado Estado Islâmico no seu lado da fronteira, na Península do Sinai.

O Egito começou a permitir que alguns bens comerciais entrassem em Gaza através da sua passagem fronteiriça de Rafah em 2018.

Em 2021, o Hamas teria arrecadado mais de US$ 12 milhões por mês de impostos sobre produtos egípcios importados para Gaza


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Combatentes do Hezbollah

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Hezbollah convocou "dia de fúria sem precedentes" contra Israel após explosão em hospital de Gaza

  • Author,Norberto Paredes
  • Role,BBC News Mundo


Israel começou a evacuar vilarejos na fronteira com o Líbano em meio a temores de uma escalada de violência na área.

A principal preocupação é com a possibilidade de um confronto armado com o Hezbollah, grupo islâmico libanês que, assim como o palestino Hamas, prega a destruição do Estado judeu.

O Hezbollah convocou uma "um dia de fúria sem precedentes" contra Israel na quarta-feira (18/10), após acusar o país de estar por trás de uma explosão em um hospital em Gaza que matou centenas de pessoas na noite do dia anterior.

Israel, por sua vez, afirma que foi a Jihad Islâmica Palestina que lançou este ataque, considerado o mais mortal até agora no conflito com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza




Desde o ataque do Hamas, que matou pelo menos 1,4 mil pessoas em Israel — e a contra-ofensiva israelense que matou mais de 4 mil pessoas em Gaza, segundo oficiais palestinos — tem havido várias trocas de tiros na fronteira libanesa-israelense.

Três soldados israelenses morreram na semana passada em um confronto com militantes do Hezbollah que haviam atravessado o país vindos do Líbano.

O Exército israelense respondeu atacando combatentes do grupo em território libanês, matando três.

Desde a sua criação, o Hezbollah tem sido acusado de realizar uma série de ataques contra alvos judeus e israelenses.

O grupo é designado como organização terrorista pelos Estados Unidos, Israel e outros países da Liga Árabe.

Da mesma forma, o seu braço militar aparece na lista de organizações terroristas da União Europeia (UE)


Apoiadores do Hezbollaz em Beirute

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Desde sua criação, Hezbollah vem sendo acusado de realizar uma série de ataques contra alvos judeus e israelenses

"O Hezbollah é atualmente a força militar não-estatal mais poderosa do mundo", diz Firas Maksad, especialista em política libanesa e geopolítica do Oriente Médio do think tank Middle East Institute (MEI), com sede em Washington, à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.

À medida que o conflito entre o Hamas e Israel se intensifica e as tropas israelenses se preparam para uma possível invasão terrestre na Faixa de Gaza, muitos temem agora que o Hezbollah se envolva plenamente no conflito e retome a sua luta contra o que considera ser um dos seus principais inimigos.

Origem



O Hezbollah — cujo nome significa "partido de Deus" — é um partido político islâmico xiita e um grupo paramilitar apoiado pelo Irã que exerce grande poder no Líbano.

Desde 1992, é liderado por Hassan Nasrallah e tornou-se agora a força militar mais poderosa da nação árabe.

O grupo também ganhou gradualmente influência no sistema político do Líbano e tem poder de veto no Executivo do país.

O Hezbollah é considerado por alguns libaneses como uma ameaça à estabilidade do país, mas continua popular entre a comunidade xiita libanesa que representa.

Apesar de o Hezbollah defender uma corrente do Islã diferente da do Hamas, sendo o primeiro xiita e o segundo, sunita, os dois grupos convergem quanto ao desejo de destruir Israel.

No entanto, lutaram em campos opostos na guerra civil síria.

O Hezbollah apoia Bashar al Assad, enquanto o Hamas quer derrubá-lo.

As origens precisas do Hezbollah são difíceis de rastrear, mas os seus precursores surgiram depois de Israel ter invadido uma parte do sul do Líbano em 1982, em resposta a uma série de ataques de militantes palestinos contra Israel, nomeadamente a tentativa de assassinato do embaixador israelense no Reino Unido.

Ariel Sharon, que era então Ministro da Defesa de Israel, visou expurgar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) do sul do Líbano e impedir as incursões do grupo através da sua fronteira.

Alguns líderes xiitas no Líbano queriam uma resposta militante à invasão e romperam com o Movimento Amal, um grupo político que se tornou uma das mais importantes milícias muçulmanas xiitas durante a Guerra Civil Libanesa (1975-1990).

Os rebeldes formaram um movimento militar xiita que recebeu apoio militar e organizacional da Guarda Revolucionária do Irã (divisão das forças armadas do Irã, fundada depois da Revolução Iraniana) e foi denominado Amal Islâmico.

Pouco depois, essa organização aliou-se a outros grupos e criou o Hezbollah.

Objetivos

O Hezbollah anunciou oficialmente a sua criação em 1985, publicando uma "carta aberta" que identificava os Estados Unidos e a antiga União Soviética (URSS) como os principais inimigos do Islã.

No polêmico manifesto, o Hezbollah também levantou a destruição de Israel como um objetivo fundamental.

"É o inimigo odiado que temos de combater até que os odiados consigam o que merecem", diz o texto.

"Este inimigo é o maior perigo para as nossas gerações futuras e para o destino das nossas terras, especialmente porque glorifica as ideias de colonização e expansão, iniciadas na Palestina."

Manifestantes queimam uma bandeira israelense durante uma manifestação organizada pelo Hezbollah nas ruas da cidade de Sidon, no sul do Líbano

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Cresce temor de que Hezbollah se envolva plenamente no conflito entre Hamas e Israel

O governo dos EUA culpa o grupo por orquestrar os atentados à embaixada dos EUA e ao quartel da Marinha americana em Beirute, em 1983, que juntos deixaram 258 americanos e 58 militares franceses mortos e levaram à retirada das forças de manutenção da paz ocidentais.

Após o Exército sírio ter imposto a paz no Líbano em 1990, pondo fim à guerra civil, o Hezbollah continuou a sua guerra de guerrilha no sul do país.

Mas, gradualmente, também começou a desempenhar um papel ativo na política libanesa.

Em 1992, participou pela primeira vez nas eleições nacionais, obtendo mais assentos do que qualquer outro partido.

A organização emitiu um novo manifesto político em 2009, após conquistar 10 assentos no Parlamento, para destacar a "visão política" do grupo.

O Hezbollah retirou do manifesto de 1985 a referência à necessidade de criação de uma república islâmica, mas manteve sua linha dura contra Israel e os Estados Unidos e insistiu que precisava manter suas armas.

Pela sua influência política, militar e de segurança e também pelos serviços sociais que presta, no Líbano, o grupo é considerado um estado dentro do estado, ou seja, uma milícia, rivalizando com as instituições governamentais, o que gera críticas no país.

As suas capacidades excedem até as do Exército libanês.

O espectro da guerra de 2006

A violência em Gaza alimentou tensões entre Israel e o Hezbollah, que expressou solidariedade com o povo palestino.

O grupo militante libanês entrou em confronto pela última vez com Israel em 2006.

Naquele ano, militantes do Hezbollah lançaram um ataque transfronteiriço no qual oito soldados israelenses foram mortos e outros dois raptados.

O Hezbollah exigiu a libertação dos prisioneiros libaneses em troca de soldados israelenses.

Mas a resposta de Israel ao ataque foi rápida e firme.

Aviões de guerra israelenses bombardearam redutos do Hezbollah no sul do Líbano e nos subúrbios ao sul de Beirute, enquanto o Hezbollah disparou cerca de 4 mil foguetes contra Israel.

Mais de 1.125 libaneses, a maioria deles civis, morreram durante os 34 dias de conflito, bem como 119 soldados israelenses e 45 civis.

Desde então, o Hezbollah aprimorou e expandiu o seu arsenal, recrutando dezenas de novos combatentes.

Crianças segurando bandeira do Hezbollah

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Gradualmente, Hezbollah passou a ter papel na vida política do Líbano

Capacidade militar

Segundo Firas Maksad, especialista em política libanesa, o Hezbollah é "exponencialmente mais poderoso" hoje do que era em 2006.

"O Hezbollah ganhou muito mais experiência, lutando na guerra na Síria e treinando e apoiando milícias pró-Irã no Iraque e no Iêmen", explica o especialista.

"Também se acredita que seu arsenal militar seja muito mais amplo e preciso em termos de mísseis, em comparação com 2006."

Em 2021, o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmou que o grupo tinha 100 mil combatentes.

Também possui foguetes de longo alcance que poderiam penetrar profundamente em Israel.

Por essas razões, Maksad acredita que uma guerra total entre o Hezbollah e Israel seria "devastadora" tanto para os libaneses como para os israelenses.

Combatentes do Hezbollah

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Em 2021, líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmou que grupo tinha 100 mil combatentes

Financiamento

Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o Irã fornece ao Hezbollah "a maior parte" do seu financiamento, bem como treinamento, armas e explosivos.

Teerã também envia "ajuda política, diplomática, monetária e organizacional", denuncia Washington.

Além disso, as agências antidrogas dos EUA e da Europa acusam o grupo libanês de lucrar com o tráfico de drogas.

O Hezbollah nega repetidamente tais acusações, alegando que é "religiosamente proibido fabricar, vender, comprar, contrabandear e consumir" drogas.

O Departamento de Estado dos EUA observa que o Hezbollah também lucra com contrabando de mercadorias, falsificação de passaportes, tráfico de entorpecentes, lavagem de dinheiro e fraude com cartões de crédito, imigração e bancos.

O Hezbollah se envolverá na guerra entre Israel e Gaza?

Combatente do Hezbollah em funeral de militante morto

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Hezbollah aprimorou e expandiu seu arsenal, recrutando dezenas de novos combatentes

Na visão de Maksad, existe a possibilidade de Israel e o Hezbollah travarem um conflito, apesar de nenhum dos lados estar "buscando-o ativamente".

O especialista acredita que Israel está ocupado em Gaza e não quer abrir uma segunda ou terceira frente, enquanto o Irã preferiria que o Hezbollah não perdesse a sua influência ou a sua força.

"O Hezbollah é a primeira linha de dissuasão para que Israel não ataque o programa nuclear iraniano, razão pela qual o Irã prefere que permaneça intacto", explica.

No entanto, Maksad acrescenta que se Israel avançar mais profundamente em Gaza, os líderes do Irã e do Hezbollah terão de tomar uma decisão difícil.

"Eles terão de decidir se vão sentar-se e ver Israel desmantelar os seus aliados palestinos ou juntar-se à luta para salvar o Hamas."

Maksad diz que uma segunda frente "possivelmente" já existe devido aos confrontos observados entre o Hezbollah e Israel perto da fronteira libanesa-israelense.

"O Hezbollah e os iranianos são especialistas em conflitos na zona cinzenta (entre a paz e a guerra)", explica.

"Eles continuarão a ameaçar Israel e a operar na fronteira, mas tentando evitar um confronto total e devastador", conclui

Professor Edgar Bom Jardim - PE