quarta-feira, 31 de julho de 2019

Brasil:o dicionário ativo do Jair, o mensageiro das tormentas



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Como se localizar diante de tantos ruídos? Compra-se um lugar para que o silêncio adormeça. Seria uma revolução testemunhar uma sociedade que não temesse os gestos de quem a governa. Não vou proclamar o fim das diferenças, nem confesso acreditar num reino pleno de harmonias. Mas há dores  que se misturam com agressividades e desmontam qualquer possibilidade de imaginar a utopia. Jair solta o verbo. Não conhece regras ou quer ser chamado de louco? Ameaça sem cerimônia ,faz amizades estranhas, protege os filhos com manobras intensas, alicerça massacres.
Seria interessante reunir suas afirmações ou avaliar seu desejo de nutrir ódios. Dizem que representa as iluminações de um messias. Traz as vestes do contemporâneo na sua mediocridade maior. Não se trata de exigir inteligência. Nada exclama que não estimule a violência. O pior é que não se livra de deboches. Amassa o passado, destrói quem o critica, adora bajulações. Governa com ajudas, porém se torna  dono de um narcisismo desmesurado. Seu seguidores o convertem em mito.Os desamparos também atingem os debates políticos. Jair atrai quem se jugava fora da sociedade, reforça hegemonias que alimentam  profetas perigosos.
Ele não é único. Existiram guerras para derrubar fascismos, sem contudo apagar vestígios e anular ressentimentos. O retorno de preconceitos se amplia. Observe a chamada vitória de grupos de direita em nações europeias. Não se negue a olhar  o discurso de Trump e suas repercussões. A memória não é absoluta. Há quem eleja comportamentos nacionalistas radicais quando a economia abre as portas para exploração. O cinismo corrói. A pobreza se foi? O trabalho escraviza? Não se lance nas alucinações de que novo vence sempre o velho. Os tempos históricos se entrelaçam.
Não sei se a cultura dará respostas as incompletudes humanas. As turbulências se amarram em projetos que tramam mortes e buscam diminuir os pedidos das maiorias. Muitos se colocam no altar da verdade. Jair consolida-se espalhando convicções, escuta ecos e encontra quem ouça seus dizeres.Não está só, se aproxima de troca de favores que ignoram qualquer civilidade. Os rebeldes chegam e reclamam que os totalitarismos se refazem. Será que a virtualidade não torna as disputas num desenho retórico? Tudo isso engessa alegrias e forma neuroses gigantescas. A obscuridade apaga as luzes. Jair não se cansa. Imagina-se invulnerável.
De Paulo Rezende. A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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