Tente esquecer um pouco a sua rixa com o PT. Esforce-se em relembrar que o ex-presidente Lula está preso há mais de ano, e que Dilma Rousseff já foi impichada há quase três. Ou seja, vamos focar em quem realmente nos interessa no momento: o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).
Em outubro de 2018, quando o Brasil foi às urnas elegê-lo, muitos de seus eleitores depositaram a confiança em Bolsonaro com a esperança de ver um país diferente, sem corrupção e rumo à ascensão econômica, como há alguns anos não acontecia.
O resultado tem sido bem diferente do que eles previam: economia ainda estagnada, com previsões do PIB caindo semanalmente, exaltações ao preconceito e à ignorância, discursos absurdos que não esperamos nem mesmo de um adolescente revoltado.
Além das tomadas de decisões mais do que equivocadas (como indicar o filho à embaixada dos EUA, deixar as leis de trânsito ainda mais maleáveis, e liberar centenas de agrotóxicos nocivos à saúde e ao meio ambiente, por exemplo), outra coisa que fere o povo brasileiro é a forma como o presidente se refere à história do país.
A exaltação à Ditadura, a exaltação à máxima anticristã de que “bandido bom é bandido morto”, e o desprezo a direitos de pessoas em situação de fragilidade social, como mulheres, negros e LGBTs, são só algumas das irracionalidades do presidente, tornando-o cada vez menos empático com a figura humana.
E a prova maior de que, se você ainda não se arrependeu de ter eleito Bolsonaro, você morreu como ser humano, é o seu último discurso.
Ofensa ao passado do Brasil
Na manhã desta segunda-feira, 29 de julho, Bolsonaro fez uma afirmação bastante triste ao presidente da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro. O pai do jurista desapareceu durante a ditadura.
Se isso não te faz repensar o que foi o regime militar no Brasil e ficar com um mínimo de repulsa do presidente, independentemente de sua posição política, você já morreu um pouco por dentro.
Seu senso de humanidade está para lá de distorcido e você se tornou tudo aquilo que sempre criticou: alguém que tem político de estimação.
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Professor Edgar Bom Jardim - PE
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