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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Lei Paulo Gustavo: Resultado Preliminar no Município do Bom Jardim Pernambuco




DIVULGAÇÃO DA LISTA DO RESULTADO PRELIMINAR DA LEI PAULO GUSTAVO - LPG
Os inscritos não habilitados de forma preliminar poderão reavaliar os seus respectivos processos de inscrição para correção ou complementação de documentação nos dias 14 e 15 de dezembro de 2023, das 08h às 14h, na sede da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura e Turismo, no Centro Educacional e Cultural Professora Marineide Braz, antigo cinema, localizado na Rua Dr. Osvaldo Lima, n° 40,
Centro, Bom Jardim - PE.
O resultado final será publicado no dia 18 de dezembro de 2023, nos veículos oficiais de comunicação da Prefeitura Municipal do Bom Jardim.






Fonte: https://www.facebook.com/bomjardim.pe.gov.br


Professor Edgar Bom Jardim - PE


terça-feira, 3 de outubro de 2023

Cepe leva lançamentos, bate-papos e oficinas à Bienal do Livro




Foto: Leopoldo Conrado Nunes

Foto: Leopoldo Conrado Nunes

José Teles e Roger de Renor particpam de lançamento de livro sobre Soparia

 

O icônico bar Soparia e o emblemático ator Pernalonga, que deixaram suas marcas na cena cultural pernambucana, foram traduzidos em títulos que a Cepe Editora apresentará na XIV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. Maior feira literária do Nordeste, a Bienal ocupará o pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda, de 6 a 15 de outubro. A Cepe fará cinco lançamentos no evento, além de promover bate-papos com escritores e oficinas do projeto de responsabilidade ambiental Galeria Reciclada. Também será parceira de uma iniciativa inovadora que estimulará as crianças a criarem suas próprias histórias com recurso de IA. Em seu estande (34), a editora levará mais de 300 títulos do seu catálogo.

A programação da Companhia Editora de Pernambuco começa no primeiro dia da Bienal, às 16h, com o lançamento de Soparia: De Boteco a Palco de Todos os Sons, do jornalista e crítico musical José Teles. “Todo mundo que fazia arte baixava lá”, recorda Teles. O bar funcionou no Pina, Zona Sul do Recife, de 1992 a 1999. No sábado (7), às 15h, a escritora paulista Fernanda Caleffi Barbetta apresenta 1+1=2 2-1=0, romance vencedor do 7º Prêmio Cepe Nacional de Literatura. A obra retrata com leveza e ironia temas pesados, como o abandono, que, para Fernanda Caleffi, “de uma maneira ou de outra, atinge a todos nós”. Hoje morando nos Estados Unidos, Fernanda Caleffi vem ao Brasil especialmente para a Bienal de Pernambuco.

Quinta-feira (12), às 19h, o poeta Philippe Wollney lança Aquele que tudo devora. “É minha resposta a questões como perseguições a religiões e violência contra a população negra”, diz ele. Às 19h da sexta (13), o jornalista Márcio Bastos participa de bate-papo e apresenta seu primeiro livro Pernalonga: Uma Sinfonia Inacabada. Ator do grupo de teatro Vivencial Diversiones, morto em 2000 e homenageado pela Cepe na Bienal, “Pernalonga é um tipo de personagem que se funde à identidade de uma cidade”, como define Márcio. Na Bienalzinha, espaço reservado para o público infantil, às 10h30 do sábado (7), Tia Lilih faz contação de história para apresentar o título Dez Baleias na Estação Esperando pelo Trem (Cesar Cardoso e ilustrações de Bruna Lubambo), vencedor do 4º Prêmio Cepe Nacional de Literatura, na categoria Infantil.

No domingo (15), dia que marca o centenário de nascimento do escritor Italo Calvino, o jornalista Mário Hélio Gomes de Lima, superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe, comanda a mesa Por que ler um clássico: por que ler Italo Calvino, que contará com a participação do presidente da Academia Pernambucana de Letras, Lourival Holanda, e das professoras Zuleide Duarte e Cristina Almeida. Um dos principais escritores do século 20, Italo Calvino é personagem central da edição de outubro do jornal literário Pernambuco.

Crianças – No Dia das Crianças (feriado nacional em homenagem à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida), a Cepe promove oficina do projeto de sustentabilidade ambiental Galeria Reciclada. Usando materiais como aparas de papel, a atividade ensinará a confeccionar peças artesanais. Também no estande, O Fabulista – projeto desenvolvido pela Pitang, empresa que integra o Porto Digital – promete ser uma atração à parte. Usando recurso de Inteligência Artificial, vai incentivar a garotada a criar histórias infantis.

O estande da Cepe leva o nome de Livraria Cepe Editora Roberto Franca Lira – Pernalonga e nele o público encontrará também vários espaços interativos, como o que remete o visitante ao bar Soparia, com direito a hits mais tocados e réplica do famoso sofá vermelho. A Bienal funcionará das 12h às 21h na abertura e das 10h às 21h nos demais dias.

 

Acompanhe a programação da Cepe na bienal:

 

Sexta-feira (6/10) – Auditório do Círculo das Ideias

16h às 16h45 – Lançamento do livro Soparia: De Boteco a Palco de Todos os Sons. Bate-papo com José Teles (autor) e o ativista cultural Roger de Renor. Mediação da editora-assistente do Suplemento Pernambuco e da Revista Continente Valentine Herold

Sábado (7/10) – Espaço Diálogos

15h às 15h45 – Lançamento de 1+1=2 2-1=0, título vencedor do 7º Prêmio Cepe Nacional de Literatura-2022, na categoria Romance. Bate-papo com Fernanda Caleffi (autora) e o escritor Bernardo Brayner, que integrou a comissão de pré-seleção do prêmio. Mediação da editora-assistente da Cepe, Gianni Gianni

Quinta-feira (12/10) -Estande Cepe Editora

15h às 17h – Oficina do projeto Galeria Reciclada da Cepe, com Júlio Gonçalves (coordenador) e Sandra Raposo

Quinta-feira (12/10) – Auditório do Círculo das Ideias

17h às 18h30 – Bate-papo Para escrever poesia em Pernambuco, com os/as poetas Philippe Wollney, Agnes Souza e Bione. Mediação das representantes do Conselho Editorial da Cepe Priscilla Campos e Julya Vasconcelos

Quinta-feira (12/10) – Estande Cepe Editora

19h às 20h – Lançamento e sessão de autógrafos do livro Aquele que tudo Devora, de Philippe Wollney.

Sexta-feira (13/10) – Auditório do Círculo das Ideias

19h às 20h – Lançamento do livro Pernalonga: Uma Sinfonia Inacabada. Bate-papo com Márcio Bastos (autor) e Rosângela França (irmã de Pernalonga). Mediação do jornalista e pesquisador teatral Leidson Ferraz

Domingo (15/10) – Espaço Diálogos

17h às 17h45 – Bate-papo Por que ler um clássico: por que ler Italo Calvino, com Mário Hélio (superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe), Lourival Holanda (presidente da APL) e Zuleide Duarte (professora da Universidade Estadual da Paraíba)

 

Palco Bienalzinha (Infantil)

 

Sábado (7/10)

10h30 às 11h30 – Lançamento de Dez Baleias na Estação Esperando pelo Trem, de Cesar Cardoso, com ilustrações de Bruna Lubambo (livro vencedor do 4° Prêmio Cepe Nacional de Literatura-2022, na categoria Infantil). Contação da história por Tia Lilih.

Quinta-feira (12/10)

10h30 às 11h30 – Contação da história do livro Bus, Simplesmente Diferente, de Jorge Quadrinhos, com ilustrações de Rafael Silva. Atividade com Tia Lilih.

Sábado (14/10)

10h30 às 11h30 – Contação da história do livro A História de uma Boca, de Ana Valéria Fink , com ilustrações de Jarbas Domingos. Atividade com Tia Lilih.

Fonte: https://www.cultura.pe.gov.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

9º Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco






A terça-feira de Carnaval em Bom Jardim é dia  de celebração da Cultura Popular. 21 de fevereiro de 2023, na cidade onde nasceu Levino Ferreira, precisamente às 9:00 horas, no palco do pátio de eventos João Salvino Barbosa, a Ciranda Brasileira de João Limoeiro iniciava as apresentações do IX Encontro  de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco.

Uma celebração da Cultura Popular que concentra a participação de grupos culturais e brincantes anônimos de comunidades rurais, comunidades urbanas de municípios da região e  das classes melhor posicionadas em nossa sociedade. É um encontro de verdade, tendo em comum a paixão pelo carnaval, que ganham protagonismo levando alegria, arte e tradição para a população, mantendo viva a expressão cultural do nosso povo. 

O Evento é uma realização do Museu de Bom Jardim com patrocínio e apoio do Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Cultura de Pernambuco, FUNDARPE, Governo do Bom Jardim (Prefeitura),  apoio dos comerciantes locais, SINTEPE e grupos culturais. 

Festa, oportunidade para pessoas de todas as idades viverem uma experiência carnavalesca que olha para o futuro e tem raízes fortes na nossa história e tradição. É resistência, cultura de raiz, vivacidade.
Evento aberto ao público, gratuito, de classificação livre. A concentração foi iniciada às 8:00 horas em frente ao Museu de Bom Jardim, localizado na Rua Manoel Augusto Nº 90. O cortejo iniciado às 9:00 horas desfilou  pelas principais ruas da cidade e  encerrou sua apresentação no Pátio de Eventos no Carnaval Levino Ferreira, que neste ano teve como tema oficial "Bom Jardim no Estalar das Burrinhas de Bizarra". 

O Governo Municipal fez homenagens aos músicos e carnavalescos Cristóvão Pessoa, Ana Pessoa e família, Edjeferson Sedícias e família, Cláudio Barros e família, Laurivan Barros e família, Luciano Barros e família, Elizando Ferreira e família.

A celebração da Cultura Popular contou  com a presença da Ciranda Brasileira de João Limoeiro, Grupo de Burrinhas da Chã de Pindobinha, Grupo de Passistas Evolução ( Umari), Boi Rosa ( João Alfredo), Grupo Cultural Burrinhas do Torto, Grupo Cultural de Capoeira Camuá (Umari), Maracatu Cambinda Brasileira ( Nazaré da Mata), Grupo Cultural Caboclinhos da Baraúna, Bonecos Gigantes de Bom Jardim, Caboclinhos Asa Branca (João Alfredo), Burrinhas Arte e Cultura(Bizarra), Grupo de Catirina dos Freitas,  Grupo de Catirinas da Rua do Frade, Grupo Cultural Caboclinhos Pavão Dourado ( Chã do Arroz/ Espera), Maracatu Leão Charmoso (Lagoa do Carro), Maracatu Leão das Cordilheiras ( Aliança), Grupo Cultural Burrinhas de Lagoa Comprida, Grupo Cultural Burrinhas da Espera, Orquestra de Frevo Bonjardinense, Maracatu Leão de Ouro ( Nazaré da Mata), Catirinas de Umari, Maracatu Estrela Brilhante (Limoeiro), Boi La Ele, shows com Roberto Cruz, Dudu do Acordeon.

O encontro para ser realizado contou com o patrocínio cultural essencial do Governo de Pernambuco, Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (SECULT - PE) e FUNDARPE no valor de R$ 50.000 ( cinquenta mil reais) em atrações culturais aprovadas na Convocatória do Carnaval 2023. O Museu não recebe repasse em dinheiro direto do Estado. O Governo Municipal (Prefeitura) patrocinou a contratação do cantor Dudu do Acordeon, aproximadamente R$ 20.000,00( vinte mil reais), deu apoio  para alguns grupos de Burrinhas de Bizarra,  pagará o cachê da Orquestra de Frevo Bonjardinense, disponibilizou a estrutura do palco e som que é utilizada para todo os eventos do carnaval no pátio de eventos. A prefeitura não repassou nenhuma ajuda em dinheiro ao Museu de Bom Jardim. 

O Museu de Bom Jardim captou de patrocínios do comércio local, Sintepe, amigos e da  venda de camisas, o valor aproximado de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) que foram investidos em divulgação, material gráfico, ajuda de custo para uma equipe de 15 pessoas para auxiliar na produção do evento, contratações de bombeiros civil, locutores, carro de som, alimentação para  mais de 800 pessoas, despesas com duas viagens para Recife ( FUNDARPE/ SECULT-PE),  viagens para Surubim, Limoeiro, João Alfredo, Tracunhaém, compra de material gráfico, produção de vídeo, registro fotográfico, repasse para grupos culturais de Bom Jardim e de outras cidades, pagamento de cachê de brincantes, patrocínio de figurino, compra de tecido para doar, pagamento de aluguel de transporte  para contatos na zona rural do município e  postagem nos correios. 

O 9º Encontro  de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco é uma das manifestações da Cultura Popular do Estado que integra a Programação do Carnaval de Pernambuco, que gera ganhos sociais,  movimenta a economia ao criar oportunidades de empregos temporários, movimenta a pequena economia local e regional, produz ganhos em qualidade de vida,  lazer, cultura, turismo e educação. 

Foto divulgação: Ana Maria Cabral

Fonte: Museu de Bom Jardim.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Museu de Bom jardim comemora Dia do Frevo nas mídias sociais


O Frevo não convida, ARRASTA!


É de fazer chorar
quando o dia amanhece
e obriga o frevo acabar
ó quarta-feira ingrata
chega tão depressa
pra contrariar
quem é de fato
um bom pernambucano
espera um ano
e se mete na brincadeira
esquece tudo
quando cai no frevo
e no melhor da festa
chega a quarta-feira
Luiz Bandeira
VIVA O FREVO, A CULTURA POPULAR, VIVA PERNAMBUCO!

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Quem foi Jean-Michel Basquiat, o gênio que se tornou o artista negro mais valorizado do mundo



Jean Michel Basquiat em 1985

CRÉDITO,GETTY IMAGES

O ano era 1978. O pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol já era uma estrela consagrada quando se encontrou com o crítico de arte Henry Geldzahler em um restaurante no Soho, em Nova York (EUA).

Um jovem negro os reconhece do lado de fora e decide aproximar-se, mostrando cartões-postais desenhados por ele mesmo entre as mãos. Warhol, conhecido como o rei da arte pop, compra um dos cartões, enquanto o crítico afasta o adolescente, chamando-o de pirralho.

Aquele jovem ousado de 17 anos chamava-se Jean-Michel Basquiat.

Três anos depois daquele encontro, ele se tornaria uma figura importante da arte nova-iorquina. E, em menos de uma década, seria tão reconhecido internacionalmente quanto seu ídolo Warhol.


Hoje, mais de 30 anos depois da sua morte prematura em 1988, Basquiat é o artista negro mais bem cotado da história.

Com seus traços "primitivos", suas obras apresentam importantes sucessos históricos, frequentemente relacionados com a cultura urbana e a realidade da comunidade negra e latina. Elas são vendidas por milhões de dólares.

Sua obra Sem Título (1982), mostrando uma caveira colorida pintada com linhas grossas, foi leiloada pela casa Sotheby's em 2018, por US$ 110,5 milhões (cerca de R$ 575 milhões). Na época, foi o valor mais alto pago a um artista americano.

O quadro 'Sem título' (1982)

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

O quadro 'Sem título' (1982) foi leiloado pela casa de leilões Sotheby's por US$ 110,5 milhões (cerca de R$ 575 milhões)


Basquiat nasceu em 22 de dezembro de 1960. Seu pai era haitiano-americano e sua mãe tinha ascendência porto-riquenha. Ele deixou de viver nas ruas para fazer sucesso sem nunca ter cursado formalmente uma escola de arte. Não chegou sequer a concluir o ensino médio.

Para alguns, como o diretor do Museu Pérez em Miami, nos Estados Unidos, Franklin Sirmans, que foi curador de diversas exibições sobre o artista, Basquiat é "um gênio do nosso tempo".

"Eu diria que é um dos artistas mais famosos do planeta. Suas pinturas não são apenas obras de arte únicas, mas têm também a capacidade de traduzir os problemas e preocupações da época em sentido contemporâneo, além de um sentido histórico muito profundo", afirmou Sirmans, que também é escritor, em entrevista à BBC News Mundo — o serviço de notícias em espanhol da BBC.

Basquiat foi irreverente, tanto no lado pessoal quanto no artístico, criando um estilo longe de qualquer paradigma, com enorme desejo de ser reconhecido. Ele admirava estrelas como Janis Joplin e Jimi Hendrix que, por coincidências da vida, morreram como ele aos 27 anos, por overdose de drogas.

Menino do Brooklyn

Jean-Michel Basquiat começou a desenhar nas folhas de papel que seu pai, Gerard, que era contador, trazia para casa do escritório.

Sua mãe também desenhava e o levava constantemente a ver exibições em lugares como o Museu de Arte Metropolitano de Nova York e o Museu do Brooklyn. Existe boa documentação que comprova que foi ela quem o inspirou a seguir a carreira artística.

Jean Michel-Basquiat

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Jean-Michel Basquiat morreu com apenas 27 anos em 1988, deixando um enorme acervo de obras que hoje são vendidas por milhões de dólares

Em 1969, por exemplo, Basquiat foi atropelado por um carro, sofrendo diversas fraturas. Quando ficou internado no hospital, sua mãe o presenteou com uma cópia do livro Anatomia de Gray, que se tornaria uma inspiração para seus desenhos anatômicos posteriores.

"Já declarei que minha mãe me deu todas as coisas primárias. A arte vem dela", disse o próprio artista sobre sua mãe, Matilde Andradas, em uma entrevista em 1986.

Mas, depois do divórcio dos pais e de várias mudanças, incluindo uma estada curta em Porto Rico, Basquiat tornou-se um jovem rebelde que fugia constantemente de casa.

Aos 17 anos, ele foi expulso por má conduta da escola alternativa City-As-School, de Nova York. Foi ali que ele conheceu o colega Al Díaz, com quem começou um projeto de grafite que chamaram de Same Old Shit ("Sempre a mesma porcaria", em tradução livre) — SAMO, na sigla em inglês.

SAMO era simplesmente conceitual. Os dois artistas escreviam poemas filosóficos nas paredes da cidade de Nova York.

"Ele não tinha uma galeria, de forma que fez do metrô e das paredes ao lado das galerias de arte do Soho e da baixa Manhattan sua própria galeria", comenta Sirmans.

O crescimento

A notoriedade de Basquiat no mundo artístico começou assim que o jornal The Village Voice escreveu sobre o trabalho SAMO em 1978, apenas um ano antes da morte do conceito.

'Cabra', obra de Basquiat

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'Cabra' é uma obra de Basquiat que, em 2017, valia de US$ 7 milhões a US$ 9 milhões (cerca de R$ 36,5 milhões a cerca de R$ 47 milhões)

Mas o pintor começou uma carreira solo deslumbrante, que teve origem quando foi convidado a participar do Time Square Show (1980), uma influente mostra coletiva curada e administrada pelos próprios artistas expositores, incluindo personalidades como Keith Haring e Jenny Holzer.

Em 1981, ele já tinha exposições individuais e suas obras eram vendidas por milhares de dólares. Com 24 anos de idade, as obras de Basquiat ocupavam espaços no Museu Whitney da Arte Americana, no Museu de Arte Moderna e eram adquiridas por importantes colecionadores. Eles também viajavam para diversos lugares, desde a Costa do Marfim até a Alemanha.

"Acredito que seu trabalho seja tão popular em todo o mundo porque ele fala para diferentes classes e grupos demográficos", destaca Sirmans. "Sua vida fala para pessoas diferentes, de uma forma que a vida de outros artistas, sejam quais forem seus níveis de vendas nos leilões, não alcança. Eles não são tão interessantes como seres humanos."

Sua arte inclui centenas de pinturas, grafismos e intervenções de objetos. Ela é salpicada de elementos urbanos e carregada de símbolos repetidos, como caveiras ou coroas, que recebem inúmeros significados dos historiadores e hoje fazem parte da cultura popular.

Quadro 'Sem título' (1984)

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O quadro 'Sem título' (1984) inclui uma coroa, que era um dos símbolos mais repetidos por Jean-Michel Basquiat em suas obras

As criações de Basquiat aparecem em trabalhos de outros artistas, camisetas, objetos diversos e até filmes. E também são mencionados em músicas de artistas contemporâneos, como as músicas BBC e That's My Bitch, dos rappers americanos Jay-Z e Kanye West, respectivamente.

A relação com Warhol e o custo da fama

As reportagens da época sobre Basquiat não só descrevem seu enorme talento e as vultosas vendas das suas criações, mas também que o jovem artista frequentava as festas e coquetéis mais exclusivos de Nova York, relacionando-se com figuras importantes.

Ele foi colega de Madonna em 1982, por exemplo, quando a cantora ainda começava sua carreira colossal.

Basquiat também conheceu e tornou-se amigo íntimo daquele homem que conheceu com 17 anos de idade - Andy Warhol. Ambos se admiravam e influenciaram o trabalho um do outro. Em 1985, eles inauguraram uma importante mostra conjunta, que marcou a volta de Warhol à pintura, depois de anos experimentando outros meios.

Basquiat, Andy Warhol e Tina Chow

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Na Nova York dos anos 1980, os artistas plásticos eram assediados pela imprensa como estrelas do rock. Basquiat e Warhol eram parte deste seleto grupo que era presença constante em festas e coquetéis. Na foto, eles aparecem com a modelo Tina Chow

"Jean-Michel me fez pintar diferente, isso é algo bom", escreveu Warhol no seu diário, em 1984. Mas a colaboração recebeu fortes críticas negativas na imprensa, o que afetou sua relação e fez com que eles se afastassem.

Uma nota do jornal The New York Times em 1988 destacou que Warhol, autor das pinturas das Sopas Cambpell's, foi uma das pessoas que mais advertiram Basquiat sobre seu excessivo uso de drogas, uma problemática que marcou sua carreira.

A mesma nota descreveu Basquiat como um prodígio, mas também como alguém que agia constantemente de forma "errática", distraído pelo peso da fama.

O certo é que ele também enfrentou o complexo mundo da arte da sua época, no qual era uma das poucas pessoas negras que haviam atingido nível tão alto de sucesso. Há quem afirme que os distribuidores de arte ofereciam drogas em troca de suas pinturas e uma reportagem chegou a chamá-lo de "mascote" de Andy Warhol.

A obra 'Africanos de Hollywood', de 1983

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Jean-Michel Basquiat criou a obra 'Africanos de Hollywood' em 1983

"Era um gênio precoce, que fazia obras para um mundo que não necessariamente o entendia", afirma Sirmans.

No dia 12 de agosto de 1988, depois de tentar reabilitar-se várias vezes de sua dependência, Basquiat foi encontrado morto na Great Jones Street n° 54, em Nova York. Tinha apenas 27 anos de idade. Morria o artista, nascia a lenda.


Professor Edgar Bom Jardim - PE