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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

INIMIGOS DO BRASIL: Congresso impõe derrota a Lula e 'ressuscita' pontos polêmicos da lei do licenciamento ambiental dias após COP

Terreno aberto perto de floresta

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Parlamentares abriram caminho para a supressão de floresta nativa da Mata Atlântica, bioma que coincide com região densamente povoada do Brasil
  • Thais Carrança, Mariana Alvim e Leandro Prazeres
  • Role,Da BBC News Brasil em São Paulo e Brasília


Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira (27/11) parte dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei Geral do Licenciamento Ambiental, chamada por ambientalistas de "PL da Devastação".

Com a derrubada dos vetos pela Câmara e pelo Senado, voltam a valer algumas regras que haviam sido estabelecidas pelos parlamentares para o licenciamento ambiental e que Lula havia tentado tirar da legislação, sem sucesso.

Assim, a versão dos parlamentares entrará em vigor na forma de nova lei, numa derrota política para o governo.

Foi derrubado o veto de Lula a 52 pontos da lei, como o que amplia a possibilidade de licenciamento autodeclatório e que reduz a participação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em processos do tipo.

Produtores que estejam com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) pendente também foram liberados da necessidade de licenciamento.


A discussão e decisão sobre a Licença Ambiental Especial (LAE) ficará para depois, já que o tema é tratado por uma medida provisória (MP) ainda sob análise do Congresso.

A LAE é voltada para empreendimentos considerados estratégicos pelo governo.

A organização Observatório do Clima afirmou em nota que a votação desta quinta no Congresso "mata" o licenciamento ambiental no Brasi


"Na prática, os parlamentares reconstruíram o PL da Devastação, que enterra o licenciamento no país. É o pior retrocesso legislativo ambiental da história brasileira desde a aprovação da Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981", disse o observatório, afirmando que organizações ambientalistas vão recorrer à Justiça para tentar derrubar a nova lei.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia vetado 63 dos quase 400 artigos do projeto de lei que regulamenta o processo de licenciamento ambiental para empreendimentos no Brasil.

Lula vetou artigos como o que facilitava o desmatamento na Mata Atlântica e o que reduzia exigências para empreendimentos considerados de médio porte.

Os vetos foram anunciados no início de agosto por ministros, no último dia que o governo tinha para tomar essa decisão.

O projeto foi batizado como "PL da devastação" por ambientalistas, de um lado; do outro, defendido por segmentos como a bancada do agronegócio no Congresso como uma medida para "destravar" obras e empreendimentos econômicos.

Segundo representantes do Planalto, a estratégia adotada pelo governo foi a de vetar pontos considerados prejudiciais ao meio ambiente e propor, por meio de um novo projeto de lei ou de MP, alternativas ao texto aprovado pelo Legislativo, criticado por cientistas e ambientalistas.

Ambientalistas já criticavam a possibilidade de derrubada dos vetos mesmo antes dela se confirmar nesta quinta-feira.

"A derrubada dos vetos seria um ataque aos fundamentos da nossa política ambiental, conflitando com tudo o que o país defendeu na COP30. Colegiados como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o próprio papel regulamentar da União ficam esvaziados", afirmou Suely Araújo, do Observatório do Clima, antes da votação no Congresso, segundo a Agência Brasil.

Relembre os vetos de Lula e as mudanças decididas pelos parlamentares.

Lula gesticulando em palanque, com painel da COP30 atrás

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Derrota para o governo Lula ocorre poucos dias depois do fim da COP30

Licença simplificada para empreendimentos

O governo havia vetado um trecho do projeto aprovado pelo Congresso que determinava que empreendimentos de pequeno e médio potencial poluidor pudessem passar pelo Licenciamento por Adesão e Compromisso (LAC).

Com o veto, apenas os projetos com pequeno potencial poluidor poderiam ser submetidos a este tipo de licenciamento.

Mas os parlamentares voltaram a permitir que empreendimentos de médio porte façam o LAC.

Esta modalidade de licenciamento é mais simples pois não há necessidade de o responsável pelo empreendimento apresentar ou realizar estudos de impacto ambiental.

Para obter a licença, o responsável pelo empreendimento deverá apresentar apenas um Relatório de Caracterização do Empreendimento (RCE).

Autodeclaratório, esse documento deverá conter informações como a localização, dimensões e atividade que se pretende desenvolver.

Para o Observatório do Clima, essa é uma das mudanças mais preocupantes a ser confirmada nesta quinta-feira.

"Com isso, cerca de 90% dos licenciamentos estaduais – que representam a imensa maioria dos licenciamentos do país – poderão ser feitos automaticamente, num apertar de botão. A medida contraria jurisprudência do STF, que já havia vetado autolicenciamento para projetos de médio porte", disse a organização.

Regionalização de critérios para o licenciamento

O governo também havia vetado um trecho do projeto que delegava aos Estados e municípios a possibilidade de estabelecer seus próprios tipos de LAC e critérios sobre potencial poluidor de um empreendimento.

"A proposição legislativa é inconstitucional, pois desconsidera a competência da União para definir regras gerais", dizia um trecho do veto publicado pelo governo em agosto.

Com a derrubada dos vetos pelos parlamentares, os governos locais voltam a ter maior autonomia.

O temor entre ambientalistas é que esta regionalização dos critérios possa reduzir os padrões e exigências ambientais feita por Estados ou municípios.

Mata Atlântica

O governo havia vetado o trecho da lei que retirava o regime de proteção especial previsto na Lei da Mata Atlântica nos casos de supressão da floresta nativa.

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do Brasil e se entende pela costa brasileira, uma região densamente povoada.

Antes das novas regras de licenciamento ambiental, cabia ao governo federal avaliar o status de conservação do bioma e sua capacidade para suportar eventuais supressões de vegetação nativa.

Com a derrubada do veto de Lula, a lei tira do governo federal essa atribuição.

Povos indígenas e quilombolas

Foto de indígenas sentados usando cocares vermelhos e pintura vermelha no corpo

Crédito,AFP via Getty Images

Legenda da foto,Novas regras de licenciamento ambiental reduzem participação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)

Os parlamentares reverteram o veto de Lula a um dos trechos mais polêmicos da lei que havia sido aprovado pelo Congresso Nacional: o que liberava o processo de licenciamento ambiental sem consulta à Funai e à Fundação Palmares em terras indígenas e quilombolas que ainda não foram homologadas (a última etapa do processo de demarcação desse tipo de território).

Pelas regras anteriores à nova lei, as duas entidades precisavam ser consultadas em processos de licenciamento com impacto direto ou indireto em terras indígenas ou quilombolas, mesmo que estas não tivessem sido homologadas.

Agora, com a decisão do Congresso, comunidades não homologadas não precisarão mais ser consultadas.

Ambientalistas afirmam que essa mudança prejudicará dezenas de povos indígenas e comunidades quilombolas, pois a maioria das terras em que há presença dessas populações ainda não foi homologada.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Michelle e Jair Renan visitam Bolsonaro em prisão na Polícia Federal



Bolsonaro preso na sede da PF


Bolsonaro
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (Foto: Divulgação)

Na terça-feira (25), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decidiu manter Bolsonaro na sede regional da PF. O magistrado oficializou a condenação definitiva do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão pela acusação de liderar uma trama golpista.

Bolsonaro ficará preso na PF na chamada sala de Estado-Maior, espaço onde ele não convive com outros detentos e no qual há maior conforto do que num presídio. A estrutura atual é um quarto de 12 m², com televisão, ar-condicionado, banheiro privado e uma escrivaninha.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar até o último sábado (22), quando foi levado para a sede regional da PF por ordem de Moraes.

A medida preventiva foi tomada sob o argumento de risco de fuga e não como parte da pena imposta a ele por tentativa de golpe de Estado, o que ocorrerá agora, após o trânsito em julgado da ação penal no Supremo sobre o caso.

Fonte: ICLNOTÍCIAS



Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Celular apreendido, pai preso e milhões na conta: Veja semana explosiva na CPMI do INSS. Assista o vídeo em Leia Mais


Operação investigação advogado
A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Sem Desconto, e acabou prendendo o ex-presidente do INSS (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante uma nova etapa da Operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias em descontos irregulares realizados em aposentadorias e pensões. O esquema, segundo as investigações, teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024



Fonte: Mídia Ninja  | ICLNotícia

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 13 de julho de 2025

Quando os os criminosos traidores da Pátria irão para cadeia.




https://www.youtube.com/watch?v=Rl7iKmeWkPM


Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 1 de junho de 2025

DESMASCARANDO: Primo do deputado Nicolas Ferreira preso com 30 Kg de maconha.




O primo do deputado federal Nikolas Ferreira foi preso nesta sexta-feira (30) após ser flagrado com 30,2 kg de maconha no porta-malas do carro. Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes foi detido em flagrante na saída de Uberlândia, no triângulo mineiro.



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Deputada Bolsonarista Júlia Zanatta ( PL) quer proibir vacinação das pessoas no país




Dois projetos de lei foram apresentados pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) com a proposta de eliminar a obrigatoriedade da vacinação em todo o país, inclusive em situações de pandemia ou calamidade pública. As medidas também buscam estabelecer um direito à recusa de vacinas por qualquer cidadão, inclusive crianças.

O primeiro deles, o PL 2641/2025, estabelece que a aplicação de vacinas só poderá ocorrer mediante consentimento expresso, livre e esclarecido do indivíduo ou de seu responsável legal. O texto também proíbe que a vacinação seja exigida como condição para matrícula em instituições de ensino, acesso a serviços públicos, participação em concursos ou emissão de documentos como passaporte e carteira de motorista.

Além disso, o projeto inclui no Código Penal o crime de “coação vacinal”, com penas que variam de 2 a 4 anos de reclusão. A proposta considera coação não apenas ameaças explícitas, mas também medidas indiretas que restrinjam direitos ou acesso a serviços com base na condição vacinal. A pena é agravada caso o ato seja cometido por servidores públicos ou em ambientes como escolas e unidades de saúde.

vacinação

Já o PL 2643/2025 trata especificamente da vacinação infantil. A proposta permite que pais ou responsáveis deixem de vacinar crianças caso apresentem atestado médico que comprove contraindicação ao imunizante, desde que assinado por profissional com especialidade adequada ao quadro clínico.

Na justificativa, a deputada argumenta que submeter uma criança com contraindicação médica à vacinação representaria “violação ao direito individual à saúde”. Para ela, pais nessa condição deveriam ser protegidos legalmente, e não penalizados.

Vacinação infantil no Brasil

Os textos também mencionam decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reconhecem a obrigatoriedade da vacinação infantil, mas defendem que essas diretrizes sejam revistas à luz de novos princípios de autonomia familiar e liberdade individual.

As propostas ainda precisam passar pelas comissões temáticas da Câmara dos Deputados antes de serem votadas em plenário


Fonte: ICL NOTÍCIAS



Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Deputado Bolsonarista que expressou desejo de morte de Lula será investigado criminalmente

O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) pediu desculpas na quarta-feira (9) por ter declarado que desejava a morte do presidente Lula. O pedido de aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados. O bolsonarista havia afirmado querer a morte de Lula em sessão da Comissão de Segurança na terça-feira (8): “Eu quero mais é que ele morra mesmo.”

Na tarde de quarta-feira (9), Gilvan disse: “Eu aprendi com o meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros. Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Eu não desejo a morte de qualquer pessoa, mas continuo entendendo que Luiz Inácio Lula da Silva deveria estar preso, deveria pagar por tudo que ele fez de mal ao nosso país, mas reconheço que exagerei na minha fala. Peço desculpas.”

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público a abertura de uma investigação criminal na própria terça-feira (9).diante da gravidade da ameaça. Além de mencionar possível crime de incitação à violência, a AGU considera que as falas do deputado podem configurar ameaça e extrapolarem os limites da imunidade parlamentar.

Bolsonarista

Fala de deputado bolsonarista foi criticada pelo senador Flávio Bolsonaro (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

A declaração ofensiva da terça-feira (8) aconteceu durante discussão de um projeto de lei que propõe o desarmamento da segurança presidencial. Na ocasião, Gilvan declarou, por três vezes, que queria que Lula morresse. “Nem o diabo quer o Lula, é por isso que ele está vivendo aí, superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando o Brasil. E eu quero mais é que ele morra mesmo.”

Bolsonarista expressou desejo de morte de Lula

A Comissão de Segurança pública discutia o PL proposto por outro deputado bolsonarista e defensor de armas, Paulo Bilynskyj (PL-SP), cujo objetivo é desarmar a segurança pessoal do presidente da República por uma suposta “incoerência” pelo fato de Lula ser a favor do desarmamento. Gilvan é relator da proposta na Comissão de Segurança Pública, onde o texto foi aprovado.

Depois das declarações do deputado, até parlamentares de direita, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticaram as declarações de Gilvan. “Não é a postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil”, afirmou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Gilvan da Federal já havia se envolvido em outro caso de violência política e preconceito. Em março de 2025, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por violência política de gênero. O caso ocorreu em 2021, quando ele ainda era vereador e chamou a então vereadora Camila Valadão (PSOL-ES) de “satanista”, “assassina de bebês” e “assassina de crianças” durante uma sessão na Câmara Municipal de Vitória. 

Fonte: ICL Notícias

https://iclnoticias.com.br/deputado-bolsonarista-se-desculpa-por-lula/



Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de março de 2025

Filho de Bolsonaro decide se licenciar do mandato para ficar nos Estados Unidos após ato fracassado em defesa dos golpistas do 8 de janeiro

A grande imprensa anuncia que Eduardo Bolsonaro foge do Brasil com medo de ser preso. 




O ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), em Copacabana, no Rio de Janeiro, ficou muito aquém das expectativas. Segundo um levantamento do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), apenas 18,3 mil pessoas participaram da manifestação, número muito abaixo do um milhão de apoiadores esperado pelos organizadores.

A baixa adesão não passou despercebida pelo próprio Bolsonaro, que chegou a comparar o ato com mobilizações anteriores. “A gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui, no 7 de Setembro, tinha mais gente do que agora”, reconheceu o ex-presidente.

A análise do número de manifestantes foi feita com o uso de imagens aéreas captadas por drones e analisadas por um software de inteligência artificial, que identifica automaticamente os indivíduos na multidão. Segundo o relatório da USP, o sistema tem precisão de 72,9% e um erro médio de 12% para mais ou para menos na contagem de grandes públicos.

Foram registradas 66 fotos da manifestação ao longo do dia, com destaque para seis imagens tiradas às 12h, horário de maior concentração. As imagens cobriram toda a extensão da manifestação sem sobreposição, garantindo uma análise precisa. O banco de imagens utilizado na contagem foi disponibilizado para consulta pública.

A baixa adesão ao evento acontece em um momento crítico para Bolsonaro, que pode se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias. O ato tinha como objetivo pressionar o Congresso pela aprovação de um projeto de anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro, mas o número reduzido de manifestantes demonstra que a mobilização bolsonarista já não tem a mesma força de anos anteriores.

O fracasso do ato expõe o enfraquecimento do ex-presidente no cenário político e questiona sua capacidade de mobilizar grandes massas, especialmente diante de sua inelegibilidade até 2030 e do avanço das investigações sobre seu papel na tentativa de golpe.

Com informações de Brasil de Fato

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 12 de janeiro de 2025

Eles: os "grandes" empresários, banqueiros, capitalistas, políticos da extrema direita, alguns líderes das igrejas, alguns militares querem o fim do presidente Lula. PF investiga novo plano para matar Lula








- Foto: Ricardo Stuckert (PR)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Arraes




Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 14 de dezembro de 2024

Lula tem saúde melhorada e enterra urubus e extremistas que desejam sua morte

POVO BRASILEIRO FELIZ COM A RECUPERAÇÃO DA SAÚDE  DO PRESIDENTE LULA😀



O presidente Lula agradeceu aos milhões de brasileiros que rezam por sua vida e proteção divina: " Agradeço por cada oração e palavra de conforto que recebi nos últimos dias", disse o presidente do Brasil. Confira o vídeo abaixo.




Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Por que Brasília não tem prefeito?




Congresso Nacional

Crédito,Getty Images

  • Author,Giulia Granchi
  • Role,Da BBC News Brasil em Londres

Em outubro, 5.569 municípios brasileiros elegerão prefeitos e vereadores — mas Brasília e outras regiões administrativas do Distrito Federal, também chamadas "cidades-satélites", não estão nesta conta.

A área tem uma organização política distinta por que o Distrito Federal acumula características de município e Estado, e suas "cidades-satélites" não são tratadas como municípios.

"Quando Brasília foi inaugurada, em 1960, o modelo administrativo estabelecido se assemelhava um pouco mais a um Estado, englobando responsabilidades que, em outras regiões, seriam divididas entre prefeitos e governadores estaduais. Assim, o título de 'prefeito' foi substituído por 'governador'", explica o historiador Matheus Rosa, mestre pela UnB e pesquisador da história regional.

E como capital federal, diz Rosa, a ideia era que Brasília pudesse funcionar de maneira independente e imparcial, sem o impacto de disputas regionais


Mas, ainda que haja semelhanças com administrações estaduais, o Distrito Federal tem características únicas que, há décadas, resultam na falta de eleições municipais

Para entender as divisões políticas diferentes do resto do Brasil, é preciso olhar para trás, na década de 1950, quando a discussão de transferir a capital federal para o interior do Brasil, que remonta ao início do século 19, começou a ser retomada.

O que é um Distrito Federal - e por que não pode ser considerado um Estado

Diferentemente dos Estados, o Distrito Federal possui uma estrutura administrativa singular, com maior centralização de algumas funções no governo federal.


Embora o DF tenha um governador e uma câmara legislativa própria, algumas funções, como segurança pública e assuntos judiciais, são geridas ou supervisionadas pelo governo federal.

Aspectos como tributação e regulação do transporte coletivo entre municípios e Estados vizinhos, por exemplo, que normalmente seriam responsabilidade do governo estadual, no DF ficam a cargo da União.

A ideia de um Distrito Federal no Brasil vem desde o Império, quando, em 1834, foi criado o "município neutro".

O objetivo era separar a administração do Rio de Janeiro, então capital do Império, para garantir uma gestão especial por ser sede do governo.

"Já havia, então, essa ideia de que a capital do país deveria ter uma administração local com status diferenciado das demais Províncias ou regiões do Brasil", diz Rosa.

Na prática, explica o historiador, o município neutro funcionava como um município comum, com sua Câmara Municipal e prerrogativas.

"Porém, alguns serviços essenciais, como polícia e corpo de bombeiros, eram controlados diretamente pelo governo central. Com a Proclamação da República, esse conceito evoluiu para o Distrito Federal, nome que refletia a influência do modelo republicano americano, especialmente na questão federativa."

O Centro-Oeste como escolha do DF

Rio de Janeiro foi a capital do Brasil entre 1793 e 1960. Durante os 167 anos como sede, a ideia de transferir o poder nacional para o centro do Brasil era comum a vários goverantes.

De acordo com o historiador Matheus Rosa, não existe um único motivo para essa transferência — ela foi impulsionada por diferentes razões em épocas distintas.

"Um dos principais fatores sempre foi a questão da segurança nacional. O Rio de Janeiro, sendo uma cidade litorânea, era considerada vulnerável tanto a invasões estrangeiras quanto a revoltas internas, devido à crescente urbanização e nova visão do local como uma 'cidade de proletários' ao longo do século 19 e início do século 20."

O professor Antônio Carpintero, do Departamento de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo da UnB, descreve o primeiro estudo da área que viria a se tornar o Distrito Federal.

"O governo de Floriano Peixoto nomeou uma comissão, chamada Comissão Cruls, em 1890, que fez um relatório detalhado sobre a região. O relatório localizou um retângulo no Planalto Central para a criação do Distrito Federal. Mas o assunto ficou em suspenso. Floriano Peixoto deixou o relatório pronto para Prudente de Morais, que acabou arquivando o projeto."

O plano sofreu mudanças e atualizações nos governos seguintes, até que ganhou mais tração a partir do governo de Getúlio Vargas e, especialmente, do de Juscelino Kubitschek, o presidente que de fato efetivou a transferência da capital do Rio para a recém construída Brasília.

"Quando lançou sua candidatura, Kubitschek conciliou as diferentes leituras do projeto e deu prioridade à mudança da capital, apesar da oposição de alguns setores políticos que queriam que continuasse no Rio", lembra Carpintero.

A mudança passou a ser vista como uma forma de descentralizar a população, que estava majoritariamente concentrada no litoral, e ocupar o interior, especialmente o Centro-Oeste.

"O processo de integração nacional também envolvia a ocupação de terras que, embora consideradas 'desocupadas', já eram habitadas por povos indígenas e populações tradicionais", diz Matheus Rosa.

"Assim, Brasília simbolizava não só a expansão econômica para o interior, impulsionada pelo agronegócio, como também a criação de uma rede de infraestrutura que incluía rodovias, ferrovias e aeroportos, promovendo a integração do território e a expansão do mercado interno."

A integração também envolvia a criação de uma infraestrutura robusta, que incluía energia, transportes — como rodovias, ferrovias e aeroportos —, facilitando a integração do território e a expansão do mercado interno.

"A expansão do mercado interno era vista como uma forma de superar a condição de exportador de matérias-primas e transformar o Brasil em uma nação industrializada, moderna, segundo a visão do século 20 sobre o que seria uma nação desenvolvida. Isso incluía explorar as riquezas minerais e agrícolas do interior e ampliar o consumo dessas regiões."

Nos anos 1930 e 1940, durante a expansão demográfica e econômica, foram pensadas várias soluções e tamanhos diferentes para o Distrito Federal.

O formato atual, de 5.760 km² e dividido entre regiões administrativas — e não municípios —, foi concebido em 1955 por meio de uma comissão militar, que se encarregou de localizar a cidade de Brasília dentro do Distrito Federal e definir seus limites geográficos.

"No contexto brasileiro, o distrito é a menor circunscrição territorial autônoma, com uma relativa autonomia, mas com tamanho menor do que vários municípios brasileiros. Sua criação visou evitar que um Estado tivesse precedência sobre os outros, garantindo que a capital fosse neutra e independente", descreve Antônio Carpintero, do Departamento de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo da UnB.

Para comparação, vale ressaltar que a área do Estado de São Paulo é 43 vezes maior do que a área do Distrito Federal. o Rio de Janeiro tem área 7 vezes maior do que a do DF e por sua vez o Estado de MInas Gerais é 100 vezes maior.

O território do DF chega ainda a ser menor que mais de 150 municípios do país.

A área, significativamente menor do que outras unidades federativas, também contribui para uma governança mais centralizada.

Parte de Brasília vista de cima

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Brasília se tornou oficialmente a capital federal em 1960

A prefeitura que durou 9 anos

Embora não exista mais atualmente, Brasília teve uma prefeitura entre 1960, ano de sua criação, e 1969.

Conforme explica o historiador Matheus Rosa, o termo "prefeitura do Distrito Federal" já era usado no Rio de Janeiro quando era a capital, e foi transferido para Brasília.

"A administração do Distrito Federal, após a transferência, foi inicialmente regida por uma lei de 1960, semelhante ao que se tinha até então, ou seja, um prefeito nomeado pelo presidente da República e uma Câmara de vereadores funcionando à parte."

Em 1969, durante a ditadura militar, uma emenda à Constituição de 1967 extinguiu a figura do prefeito. A partir dali, o comando mudou.

"O que aconteceu em 1969 foi a mudança do nome de 'prefeito' para 'governador', sem alterar muito na prática", diz o historiador. Essa situação se mantém até hoje.

Uma possível razão para essa mudança, segundo Rosa, seria uma equiparação entre o Distrito Federal, no Planalto Central, e o Estado da Guanabara, criado em 1960, quando o Rio de Janeiro perdeu o status de capital federal.

"O Estado da Guanabara era uma situação especial, pois era um Estado formado por um único município, com o governador acumulando funções de prefeito. A emenda constitucional que instituiu o 'governador' do Distrito Federal também consolidou esse acúmulo de funções na Guanabara."

Em 1975, quinze anos depois, a Guanabara se fundiu com o Estado do Rio de Janeiro.

Outra hipótese, explica Rosa, é que essa mudança buscava conferir mais prestígio político à figura do governante de Brasília, já que, na época, muitos dos ministérios e órgãos do governo federal ainda operavam no Rio de Janeiro.

"A partir do governo Médici, em 1969, houve uma determinação maior para transferir essas estruturas para Brasília. Assim, a mudança de prefeito para governador pode ter sido uma tentativa de conferir a Brasília um status maior."

Ainda que hoje a prefeitura não exista mais, os cidadãos do DF ainda podem ser convocados para serem mesários, já que existe a necessidade de voto para pessoas que residem na área, mas estão registradas em outros locais.

"Também vale dizer que parte dos residentes de Brasília estão de olho nas eleições dos municípios de Goiás, já que a proximidade geográfica faz com que muitos utilizem serviços ou frequentem locais dessas cidades", aponta o historiador


Professor Edgar Bom Jardim - PE