sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Prefeitura de Bom Jardim promove desfile de novas ambulâncias



O prefeito João Lira (PSD) comemorou com fogos e desfile a chegada de duas novas ambulâncias adquiridas pelo município neste 31 de janeiro 2020.  O prefeito também vem construindo passagens molhadas em Lagoa de Cobra. Fez a inauguração da reforma do Pátio de Eventos João Salvino Barbosa e Praça de São Sebastião. Em Umari já está em fase conclusiva a reforma e ampliação da Escola Dr. Moacir Souto Maior e a construção da creche. Bizarra também terá um complexo educacional e artístico. Pindobinha terá a praça reconstruída. O prefeito passou o "trator".
Embora as obras venham acontecendo, o prefeito J. Lira, tem sido bastante criticado por muitos bonjardineses e por segmento da oposição que levanta dúvidas dos valores gasto com as obras anunciadas. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Brexit: Reino Unido oficialmente deixou a União Europeia — O que acontece agora?

A member of the public views Union Jack flags in Parliament Square, London, ahead of the UK leaving the EU at 23:00 on Friday, 31 JanuaryDireito de imagemPA MEDIA
Image captionBandeiras do Reino Unido foram colocadas no parlamento para marcar o dia do Brexit
É oficial — o chamado Brexit se concretizou e o Reino Unido deixou a União Europeia (UE).
Foi motivo de celebração para alguns, e de tristeza para outros. O país oficialmente abandonou sua participação na UE às 23h em Londres (20h em Brasília), que corresponde à meia-noite em Bruxelas, a capital da UE.
Uma projeção de um relógio em Downing Street (a sede do governo britânico) marcou a ocasião.
O primeiro ministro Boris Johnson soltou uma declaração e falou de um "começo de uma nova era" para o país e prometeu uma "verdadeira renovação nacional" depois de 47 anos como membros da União Europeia.
Com o divórcio selado, o primeiro capítulo do Brexit se encerra. Mas o próximo apenas começou — ainda há muitos acordos e negociações a serem feitas.


O que vai mudar?

No começo, não muita coisa.
Um período de transição de 11 meses começou e o Reino Unido vai, em geral, seguir as regras da União Europeia.
As grandes mudanças vão começar quando a transição terminar. Mas a UE é, a partir de agora, um clube com 27 membros, e não 28.
Em outras palavras, o Reino Unido continua por enquanto sendo um único mercado e mantendo as regras alfandegárias. Isso significa que as regras de comércio e livre circulação de bens e serviços continuam as mesmas durante o período de transição. A liberdade de movimentação para pessoas continua a mesma e a Suprema Corte da União Europeia ainda tem jurisdição sobre o país por enquanto.
Mas não vai mais haver representantes britânicos no Parlamento Europeu nem ministros britânicos nas reuniões da UE onde são tomadas as grandes decisões.
Boris Johnson speaking at a pro-Brexit rallyDireito de imagemPA MEDIA
Image captionBoris Johnson foi um dos maiores defensores do Brexit no referendo de 2016
A partir de agora, o Reino Unido tentará fechar um novo acordo econômico com a União Europeia e com outros países.
O presidente americano Donald Trump já acenou para a construção de um acordo de comércio "massivo" com o Reino Unido.
Cidadãos britânicos não são mais cidadãos europeus, mas ainda podem viajar livremente pelos países do bloco. O mesmo vale para os europeus no Reino Unido.
Mas depois do período de transição, que o Reino Unido diz que terminará em 31 de dezembro de 2020, as regras de imigração vão mudar para os cidadãos do Reino Unido e da UE.
Os 3,5 milhões de cidadãos da UE no Reino Unido terão até junho de 2021 para fazer um pedido de residência. Mas se não houver um acordo sobre isso entre o bloco e o Reino Unido, o prazo para ficarem no país é o fim deste ano.
Os 1,3 milhões de britânicos na UE terão que fazer um pedido de residência.
Depois da transição, o Reino Unido está planejando um sistema de imigração baseado em pontos, que vai afetar todo mundo, quer seja da UE ou não.

O que acontece agora?

O Reino Unido e a União Europeia vão usar os próximos 11 meses para negociar um novo tipo de relacionamento. Poucas pessoas do lado da UE acham que isso é tempo suficiente, incluindo a presidente da comissão da UE, Ursula von der Leyen.
A UE quer um acordo de livre comércio que estabelecer os termos para troca de mercadorias, padrões de contratação, regras ambientais e outras questões entre o bloco e o país.
Novos acordos de segurança, viagem e imigração precisam ser assinados.
Acordos de comércio costumam durar anos, então se os dois lados chegarem ao fim de 2020 sem um acordo, é possível que o Brexit seja um rompimento seco, sem termos para as relações comerciais. Se isso acontecer, o Reino Unido pode ter aumento nos preços dos alimentos e disrupção na distribuição de remédios e outros produtos.
O comércio seria feito de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, o que significa existência de taxas e importação e exportação.

Como o país chegou a essa situação?

O Reino Unido se juntou à Comunidade Econômica Europeia em 1973 e tive um referendo apoiando essa decisão dois anos depois.
Conforme o bloco cresceu e se tornou o que é hoje a União Europeia, ele se tornou um bloco não apenas econômico, mas político.
Entre alguns políticos, cresceram as objeções à ideia de "união cada vez mais próxima com os povos da Europa", que foi acordada pela UE em 1992.
Mas deixar a UE se tornou uma possibilidade só quando o Partido Conservador decidiu fazer uma votação sobre o assunto. A saída ficou conhecida como Brexit.
Um referendo aconteceu em 23 de junho de 2016. O "deixar" ganhou por uma pequena margem, com 51,9% dos votos válidos contra 48,1% de pessoas votando "ficar".
But it was not until the Conservative Party decided to hold a new public vote that leaving the EU became a possibility. That became known as Brexit.
Se seguiram três anos de difíceis negociações sobre os termos do divórcio, com o governo britânico tendo dificuldade em concordar com o Parlamento sobre um acordo de saída.
Theresa May, pictured here with Donald Tusk former president of the European CouncilDireito de imagemPA MEDIA
Image captionTheresa May (à direita) não conseguiu fechar um acordo de saída
Houve várias trocas de primeiros-ministros até que Boris Johnson ganhou a eleição antecipada de dezembro de 2019, lhe dando os números no Parlamento para aprovar um acordo.

O que é o acordo de saída?

Os pontos principais discutem como o Reino Unido vai pagar a multa de 39 bilhões de libras por sair; torna inefetiva a lei que admitiu o país no bloco, substituindo-a pela lei sobre o período de transição e propõe um plano para garantir um acordo sem problemas entre a Irlanda, que continua sendo parte da UE, e a Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido.
O acordo também garante os direitos dos cidadãos da UE vivendo no Reino Unido, criando um comitê para monitorar seu tratamento.
De acordo com a legislação britânica sobre o acordo de saída, extender os 11 meses de transição é proibido.

A saída do Reino Unido da UE fará muita diferença para o bloco?

O Reino Unido era um dos mais importantes membros do bloco, e um dos principais contribuintes econômicos ao lado da Alemanha e da França. O país fazia uma contribuição anual de cerca de 7,8 bilhões de libras para a UE. Então quando o pagamento terminar, no final de 2020, haverá uma diminuição significativa nas finanças do nloco.
A forte contribuição do país às políticas de segurança e relações internacionais do bloco eram muito bem recebidas pelos outros países e com certeza farão falta.
Nenhum outro país do Reino Unido está planejando sua própria versão do Brexit — na verdade vários países tentam entrar.
Para o Reino Unido e a União Europeia, os próximos meses são centrais, mas as relações nunca mais serão as mesmas. "Qualquer que seja o acordo que estabeleçamos, o Brexit sempre será uma questão de redução de danos", disse Michel Barnier, o negociador-chefe do Brexit na União Europeia.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Manuscrito histórico sobre a origem da Tradicional Festa de São Sebastião, em Bom Jardim, por Américo Sedícias




São Sebastião

Bom Jardim, a partir de hoje, celebra a sua tradicional Festa de São Sebastião, comemorada anualmente pela Igreja Católica.


Foi o glorioso filho da cidade francesa de Narbona, martirizado em Roma, no ano de 288 da era cristã. É venerado na capela da Avenida Manoel Augusto, cujos primórdios desta homenagem datam de 1926, conforme os seguintes dados históricos: “O estio de 1925, trouxe para a população de Bom Jardim séria apreensão, em virtude dos casos de peste bubônica notificados pela saúde pública, em vários sítios do município, na sua parte Noroeste, com os limites de Orobó.”.

O espírito religioso do povo fazia-o invocar São Sebastião, considerado defensor dos cristãos, contra as epidemias. Uma capela tendo o santo como orago seria erigida se a moléstia não se propagasse à cidade. Era o conterrâneo e saudoso Napoleão Gonçalves Souto Maior, chefe de grande família e católico prático, que assim se manifestava, aliado à inesquecível e piedosa jovem Otília Engrácia de Oliveira, Filha de Maria, promotora do novenário com seus irmãos: Anísio Oliveira e José Wilson, ainda Celso Ferreira, Mariano Sabino, Abdias Cunha, Severo Farias, Joaquim Mendes, Josefa e Dina Borges, e tantos outros, pioneiros da festa ensaiada pela primeira vez a 02 de fevereiro de 1926.

Exerceram piedosa e inteligente influência, principalmente entre os seus coabitantes da cidade baixa. Houve certo desentendimento com a autoridade paroquial da época, até certa rivalidade entre os habitantes da cidade alta, não obstante foram aqueles cruzados heroicos os principais criadores das celebrações que até nossos dias continuam sob a gratidão de todo o povo da cidade e de todos os que chegam de fora, igualmente participantes dos mesmos anseios que abraçam toda a família cristã.

Segundo o manuscrito deixado por Otília Oliveira, sob a guarda do seu irmão Anísio Oliveira, ou de seu sobrinho Irineu Wilson, não foi celebrada Missa, que seria a primeira da festa, ansiosamente esperada por todos aqueles dedicados e piedosos conterrâneos, componentes da Comissão Organizadora, no entanto, realizou-se uma romaria sob cânticos sacros, até à Rua João Pessoa ou Manoel Augusto (Rua da Palha), onde ficara assinalado o lugar para a construção da capela prometida.

Mais propício foi o ano de 1927, quando houve autorização episcopal para celebrar a Missa festiva, o que não se deu em 1928, que ficou limitado ao novenário musicado e regido pelo saudoso musicista João Gercino (Janjão), nosso conterrâneo.

Em 1929, num altar erigido em frente à residência de Otília Oliveira (Tila), foi celebrada a Missa, pelo Padre Severino Mariano, atualmente Bispo da Diocese de Pesqueira.

Em 1930, ano em que recorda a segunda grande enchente do Rio Tracunhaém, fazendo ruir grande parte da Rua da Palha, já se construíra a capela de São Sebastião, havendo novenário e Missa cantada, porém na Matriz.

Em 1931, realizou-se a festa, se bem não haja menção no manuscrito de Tila Oliveira, que deixou de existir em 1933, legando a Bom Jardim, sua terra natal, o mais dignificante exemplo de católica praticante.

Convém recordar, que a imagem primeira da capela fora oferta do Sr. Artur Gonçalves Souto Maior, de saudosa memória, sendo batizada em 02 de fevereiro de 1933, ano em que foram juízes da festa o ilustre casal Severino Vieira de Miranda e sua consorte Ana Miranda.

Neste ano de 1964, os bonjardinenses assistem a 37ª comemoração festiva a São Sebastião, agora com a sua capela renovada, apresentando em toda sua contextura, não só a demonstração piedosa dos que contribuíram para o seu novo aspecto, mas, realçada pelos canteiros que a emolduram, tal qual o arrebol que se expande, iluminando as consciências e marcando ali o refúgio do bem e da verdade.

Forasteiros, amigos da cidade que vos saúda, sede bem-vindos. Estabelecei nestes dias o contato amigo com a gente da terra que há tantos anos vos acolhe com relativa hospitalidade.

Neste ambiente pródigo em relações que se alicerçam, se refazem e se renovam, sob os motivos da grande Festa, nestes últimos anos organizada sob a direção intelectual e material dos incansáveis Irineu Wilson, Milton Barros e seu irmão Rinaldo Barros, numa admirável atuação demonstrativa do querer bem a sua terra.

Encerrando este período, mencionamos o bonançoso adeus com que o passado prefeito Severino Ferreira dos Santos, coroou a sua administração embelezando a capela com a interessante pracinha que a defronta.

Américo Sedícias, Bom Jardim 1964.

Américo de Souza Sedícias, bonjardinense, filho de José Ferreira Sedícias e Lídia da Mota Silveira, nasceu no dia 30 de junho de 1894. Falecer no dia 05 de abril de 1968, aos 74 anos. Desde bem jovem, começou a trabalhar no DCT (Departamento de Correios e Telégrafos), exercendo sua função nas cidades pernambucanas de Custódia, Surubim, Vertentes e Bom Jardim. Começou como estafeta e, pelos seus próprios esforços, foi conquistando postos, até chegar à chefia da Agência Postal Telegráfica. Gostava de escrever sobre temas variados, sobretudo, de caráter regional, focalizando a terra e as necessidades do Nordeste, o trabalho e suas vinculações com a riqueza do campo. Gostava de literatura, crônicas ligeiras e dedicava-se à poesia lírica. Colaborava para o Jornal Diário de Pernambuco e a Revista Presente de Natal, além de atuar como redator do “22 de Setembro”, “Elo Bonjardinense” e o “Literário”. Participou de vários movimentos, que engrandeciam Bom Jardim. Ouvia mais e falava pouco. Tinha caráter ponderado, sensato e sincero. Autodidata, estudou até a 4ª série. De modéstia impar, se dedicava ao lar, ao trabalho e frequentava a igreja.

Produção: Pastoral da Comunicação / Colaboração: Célia Sedícias / Paróquia de Sant’Ana Bom Jardim – Pernambuco.
Por  Matriz de Sant'Ana

Programação completa da 94ª Festa do Glorioso Mártir São Sebastião

TEMA – “PÃO EM TODAS AS MESAS”

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, aproxima-se mais uma Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, que testemunhou sua fé dando sua vida e derramando seu sangue por causa da Verdade que salva e liberta: Jesus, Nosso Senhor.
Durante o novenário, que começa no dia 24 de janeiro e se encerra no dia 02 de fevereiro de 2020, vamos refletir sobre o seguinte tema: “Pão em todas as mesas”, que é o mesmo do 18º Congresso Eucarístico Nacional, que será realizado na Arquidiocese de Olinda e Recife - PE, de 12 a 15 e novembro deste ano. O Papa afirma: “A Eucaristia nos reconcilia e nos une, alimenta a vida comunitária, e gera gestos de generosidade, perdão, confiança e gratidão, significa ação de graças, nos educa à primazia do amor e a prática da justiça e da misericórdia”.
Todos estão convidados a participar ativamente desta grande festa religiosa. Venha participar com toda sua família. Sua presença nos alegra.

Pe. Severino Fernandes de Moura - Pároco


HOMENAGEM DE HONRA

Sumo Pontífice Papa Francisco
Exmo. Revmo. Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo Diocesano
Exmo.  Revmo. Dom Frei Severino Batista de França – Bispo Emérito
Exmo.  Revmo. Dom Jorge Tobias de Freitas – Bispo Emérito
Revmo.  Pe. Severino Fernandes de Moura – Pároco
Revmo. Pe. Eduardo José da Silva – Vigário Paroquial

JUÍZES DA FESTA

Luiz Gustavo Cabral da Costa Batista, Joaquim Henrique de Lima Batista, José Bento de Lima Batista

JUÍZA DA BANDEIRA

Ana Paula Timóteo de Lima

JUIZ DO ANDOR DE SÃO CRISTOVÃO

José Isaac Barbosa da Silva

JUÍZES DO ALTAR DE SÃO SEBASTIÃO

Famílias Brito e Nascimento

JUÍZES DO ANDOR DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Lenice Pereira Salvador de Sousa, Edson Pereira Justino da Silva, Ednilson Pereira Justino da Silva, Edna Pereira Justino da Silva Arruda, Diogo Ferreira da Silva, Edinice Pereira Justino da Silva, Breno Gomes de Sousa, Brenda Evellyn Justino de Sousa, Erica Simone Justino da Silva, Luiz Monte da Silva, Erick Luiz da Silva, Vanessa Juniara de Sousa e Fábio Miguel da Silva

JUÍZES DO ANDOR DE SÃO SEBASTIÃO

José Hernandes Barbosa de Miranda Barros, Rita de Cássia Nascimento de Santana Barros e Mariana Santana de Miranda Barros

PROGRAMAÇÃO RELIGIOSA

Dia 24/01/2020 – Sexta-feira

05h30 – Alvorada festiva e repique de sinos
18h30 – Procissão da Bandeira, saindo da residência dos Juízes da Festa, na Vila Noelândia
19h30 – Início do Novenário e Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores das Ruas: Manoel Augusto, Israel Fonseca, Avenida José Moreira de Andrade, Dr. Osvaldo Lima, Tabelião Manoel Arnóbio Souto Maior e Derby
Responsável: Manuel Pereira
Tema: A Assembleia Eucarística, pão para todas as mesas

Dia 25/01/2020 – Sábado

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Comunidades Rurais: Açudes, Aroeiras I, Aroeiras II, Altos I, Altos II, Balança, Baraúna, Barroncos Mãe Rainha, Barroncos de Santa Luzia, Barroncos de São Lourenço, Bizarra, Bom Fim, Campestre, Camará de Baixo, Camará de Cima, Chã do Arroz, Correntes, Córrego do Feijão, Encruzilhada, Espera, Feijão I, Feijão II, Freitas, Gruta de Chuva, Independência, Jurema, Lagoa Comprida, Lagoa da Casa I, Lagoa da Casa II, Medo, Paquevira I, Paquevira II, Pedra Fina, Piabas, Pindoba, Pindobinha, Pitombeira, Quatis, Ribeiro Seco, Sapucaia, Torto I, Torto II, Várzea Alegre e Umari
Responsáveis: Catequistas e Evangelizadores
Tema: Evangelho Dominical
Gesto Concreto: Feijão e Fubá

Dia 26/01/2020 – Domingo

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores das Ruas: Nova Descoberta, José Bezerra, José Gomes Cabral, Dr. Carlos Santana
Responsáveis: Luzinete Leandro, Ítalo, Ana Lúcia e Graça Leal
Tema: Evangelho Dominical
Gesto Concreto: Arroz e Macarrão

Dia 27/01/2020 – Segunda-feira

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores das Ruas: Alto do Paraíso, José Ferreira Sedícias, Alto de São José, Manoel Maravilha e Dr. Paiva
Responsáveis: Miriam Ferreira, Lúcia Gomes e Gustavo Gomes
Tema: A Palavra de Deus, pão para todas as mesas
Gesto Concreto: Açúcar e Café

Dia 28/01/2020 – Terça-feira

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores das Ruas: Etelvino Souto Maior, Cel. Joaquim Gonçalves, Tabelião Manoel Arnóbio Souto Maior, Praça Barão de Lucena, Beneditinas da Virgem Maria, Jerônimo Heráclio, Bela, Dirceu Borges e Alto do Carmo
Responsáveis: Bernadete de Paula e Juliana Borges
Tema: O memorial do sacrifício de Cristo
Gesto Concreto: Bolacha e Leite em Pó

Dia 29/01/2020 – Quarta-feira

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Prefeitura Municipal do Bom Jardim e Secretarias
Responsáveis: Prefeito e Secretários
Tema: A Espiritualidade Eucarística: convite para cear com o Senhor
Gesto Concreto: Kitut e Pescada

Dia 30/01/2020 – Quinta-feira

08h00 às 15h00 – Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Capela de São Sebastião
19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores dos Bairros: Itagiba, Cohab e Loteamento Bom Fim
Responsáveis: Lenice Pereira, Zita de Paula, Lúcia, Flora e Lourdes
Tema: A dimensão social e profética da ceia e Jesus
Gesto Concreto: Óleo e Vinagre

Dia 31/01/2020 – Sexta-feira

19h00 – Novena
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Moradores do Bairro Noelândia
Responsáveis: Josefa Mariza, Juçara Mota e Socorro Farias
Tema: A Eucaristia e Maria: o Magnificat o “Pão em todas as mesas”
Gesto Concreto: Margarina e Doce

01/02/2020 – Sábado
“Noite dos Motoristas”

18h30 – Procissão conduzindo a Imagem de São Cristóvão, saindo da Encruzilhada, rumo à Capela de São Sebastião
19h00 – Novena, Acolhida e Bênção dos Condutores de Veículos
19h30 – Celebração da Eucaristia
Noiteiros: Motoristas, Mototaxistas, Ciclistas
Tema: Evangelho Dominical
Gesto Concreto: Materiais de Higiene Pessoal

02/02/2020 – Domingo / DIA DA FESTA

05h30 – Alvorada e repique de sinos
09h00 – Missa Solene
15h30 – Celebração da Santa Missa, presidida pelo Exmo. Revmo. Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo Diocesano
16h30 – Procissão conduzindo as Imagens de São Sebastião e Nossa Senhora da Saúde, percorrendo as principais ruas da cidade, seguida de sermão de encerramento

03/02/2020 – Segunda-feira

19h00 – Recitação do Santo Terço
19h30 – Celebração da Eucaristia, Bênção de São Brás e Entrega da Bandeira aos Juízes do ano 2021
Gesto Concreto: Itens para Bebê

Comissão Organizadora

Pe. Severino Fernandes de Moura, Pe. Eduardo José da Silva, Izabel Paulino, Josina Maria, Laurinete Alves, Lenice Pereira, Bruno Araújo, Neves Canto, Gleyson Barbosa, Gustavo Gomes, Cristina Arruda, Anthony Queiroz, Mariza Barbosa e Assis Rodrigues

Apoio: Pastorais, Grupos, Movimentos e todo Povo de Deus

Agradecimentos: Participantes, Juízes da Festa, Patrocinadores, Pregadores, Ministérios, Prefeitura Municipal, Polícia Militar e Civil, Café Santa Clara, PASCOM, Rádio Cult FM, Blogs, Sites e Hildelbrando.com

Patrocínio: Café Santa Clara e Produtos Frisco, Comércio Local

Convide sua família, seus amigos e venha participar conosco!
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Carnaval de Bom Jardim

Prefeitura de Bom Jardim convoca representantes de blocos e eventos carnavalescos para reunião nesta quarta-feira, dia 29/01/2020, às 19, no Centro Cultural Professora Marineide Braz. O encontro objetiva pensar, organizar o carnaval, ouvir demandas sobre a programação. A prefeitura vai expor suas metas para folia ndeste ano.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da população mais pobre

Foto da favela de Santa Marta no Rio de Janeiro.
Foto da favela de Santa Marta no Rio de Janeiro.APU GOMES (AFP)

Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim) são as seis pessoas mais ricas do Brasil. Eles concentram, juntos, a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país, ou seja, a metade da população brasileira (207,7 milhões). Estes seis bilionários, se gastassem um milhão de reais por dia, juntos, levariam 36 anos para esgotar o equivalente ao seu patrimônio. Foi o que revelou um estudo sobre desigualdade social realizado pela Oxfam.

O levantamento também revelou que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95% da população. Além disso, mostra que os super ricos (0,1% da população brasileira hoje) ganham em um mês o mesmo que uma pessoa que recebe um salário mínimo (937 reais) - cerca de 23% da população brasileira - ganharia trabalhando por 19 anos seguidos. Os dados também apontaram para a desigualdade de gênero e raça: mantida a tendência dos últimos 20 anos, mulheres ganharão o mesmo salário que homens em 2047, enquanto negros terão equiparação de renda com brancos somente em 2089.
Segundo Katia Maia, diretora executiva da Oxfam e coordenadora da pesquisa, o Brasil chegou a avançar rumo à correção da desigualdade nos últimos anos, por meio de programas sociais como o Bolsa Família, mas ainda está muito distante de ser um país que enfrenta a desigualdade como prioridade. Além disso, de acordo com ela, somente aumentar a inclusão dos mais pobres não resolve o problema. "Na base da pirâmide houve inclusão nos últimos anos, mas a questão é o topo", diz. "Ampliar a base é importante, mas existe um limite. E se você não redistribui o que tem no topo, chega um momento em que não tem como ampliar a base", explica.

América Latina

Neste ano, o Brasil despencou 19 posições no ranking de desigualdade social da ONU, figurando entre os 10 mais desiguais do mundo. Na América Latina, só fica atrás da Colômbia e de Honduras. Para alcançar o nível de desigualdade da Argentina, por exemplo, o Brasil levaria 31 anos. Onze anos para alcançar o México, 35 o Uruguai e três o Chile.
Mas para isso, Katia Maia propõe mudanças como uma reforma tributária. "França e Espanha, por exemplo, têm mais impostos do que o Brasil. Mas a nossa tributação está focada nos mais pobres e na classe média", explica ela. "Precisamos de uma tributação justa. Rever nosso imposto de renda, acabar com os paraísos fiscais e cobrar tributo sobre dividendos". Outra coisa importante, segundo Katia Maia, é aproximar a população destes temas. "Reforma tributária é um tema tão distante e tecnocrata, que as pessoas se espantam com o assunto", diz. "A população sabe que paga muitos impostos, mas é importante que a sociedade esteja encaixada neste debate para começar a pressionar o Governo pela reforma".
A aprovação da PEC do teto de gastos, de acordo com Katia Maia, é outro ponto importante. Para ela, é uma medida que deveria ser revertida, caso o país realmente deseje avançar na redução da desigualdade. "É uma medida equivocada", diz. "Se você congela o gasto social, você limita o avanço que o Brasil poderia fazer nesta área". Para ela, mais do que controlar a quantidade do gasto, é preciso controlar o equilíbrio orçamentário e saber executar o gasto.
Além das questões econômicas, o cenário político também é importante neste contexto. "Estamos atravessando um momento de riscos e retrocessos", diz Katia Maia. "Os níveis de desigualdade no Brasil são inaceitáveis, mas, mais do que isso, é possível de ser mudado".
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

São Paulo:As chocantes histórias dos 'latões', veículos onde presos defecam, sangram e morrem



Caminhão
Image captionPresos ficam até 17 horas sem água e comida dentro de caminhão com problemas de exaustão durante transferências
Vinte homens sem camisa se apertam em bancos de metal no espaço de menos de 10 m², úmido e quase sem ar. Em pleno verão paulista, quando as temperaturas costumam passar dos 30ºC, o cheiro de suor se mistura ao cheiro azedo de vômito.
Sentindo um forte mal estar e prestes a desmaiar, o grupo começa a chutar as paredes do "latão" — como é chamado o veículo que faz o transporte de presos no Estado de São Paulo — num pedido desesperado de socorro. Eles também balançam a cabine para chamar a atenção dos agentes que os transportam ou algum pedestre, e fazer o veículo parar. Um esforço em vão.
A dupla proteção da cabine onde os presos ficam, aliada ao barulho da sirene ligada (quase ensurdecedor) durante todo o trajeto, abafa o som e impede que os agentes ouçam os chamados. Na tentativa desesperada de abrir a porta do veículo, um deles dilacera seus dedos até que os ossos fiquem visíveis.
Ao chegar ao destino — depois de cerca de 10 horas de viagem, os agentes encontram o veículo com manchas de sangue e o homem morto. Outros sete detentos transportados foram internados com inanição.
Esse caso ocorreu em 2003. Mesmo depois de condenado e com mandado de prisão expedido contra si, o motorista, apontado como responsável pela morte e pelas internações, trabalhou por mais 13 anos na Secretaria da Administração Penitenciária. De acordo com a pasta, "em março de 2016, o ex-servidor abandonou o trabalho e perdeu o cargo em novembro do mesmo ano".

A reportagem da BBC News Brasil ouviu relatos de funcionários do sistema penitenciário paulista, entre agentes prisionais, médicos e até diretores de presídios sobre as condições em que os presos são transportados entre as unidades do Estado até hoje. Eles relataram situações de tortura e violação dos direitos humanos contra presidiários ocorridas ao longo de décadas de experiência.
E não são apenas os presos que são afetados pelo uso indevido dos "latões", onde detentos são transportados em viagens que duram até 17 horas.

Carne na lata

Durante a greve dos caminhoneiros, em 2018, todos os veículos de carga eram orientados de maneira ostensiva pelos grevistas a estacionarem no acostamento das principais rodovias do país.
A orientação da Secretaria da Segurança Pública na época foi de que veículos carregados com materiais perecíveis, medicamentos ou em situações de emergência fossem escoltados por um carro da Polícia Militar para evitar problemas em casos emergenciais.
No entanto, a ordem foi ignorada pelos gestores da penitenciária Joaquim Fonseca Lopes, em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo. Eles ordenaram que os funcionários usassem um dos "latões" que carregam presos para transportar 3,5 toneladas de carne trazidas da Penitenciária Feminina do Butantã, na zona oeste. Um trajeto de cerca de 56 km, feito de carro em aproximadamente 1h30.
Interior de veículo usado para transportar presos em SP
Image captionEm 2003, um homem morreu e outros sete foram internados por inanição em processo de transferência entre presídios em SP
"A maioria desses caminhões é completamente insalubre. Dá enjoo só de entrar. Apenas alguns ônibus mais modernos têm ar-condicionado. Todos os outros têm um sistema de exaustão muito pequeno e pouco potente, o que deixa o ambiente constantemente úmido e abafado. Uma condição ideal para a propagação de doenças. Aí você transporta pessoas com tuberculose, diarreia e pneumonia num cubículo durante quase um dia inteiro e no outro dia carrega carne", afirmou um dos agentes.
A carga, transportada num veículo sem refrigeração, foi usada para alimentar não só os detentos, mas também todos funcionários da unidade. Inconformado com a situação, um servidor denunciou o caso à Corregedoria. Dois dias depois, ele foi afastado do cargo e transferido de unidade. Nenhum dos denunciados foi punido.
Em depoimento, o servidor, que pediu para não ser identificado, contou que o diretor-geral disse a ele na época "que o coordenador havia autorizado o transporte, mesmo diante do risco de contaminação", e por isso ele cumpriu a ordem.
Agora, o homem que fez a denúncia trabalha a 59 km de casa e passa até oito horas no transporte público durante o trajeto de ida e volta. Ele pediu transferência para um presídio mais próximo de sua casa, alegando precisar cuidar da filha menor de idade, sob custódia dele. A solicitação foi negada.
Durante o depoimento à Corregedoria, ele ainda fez um desabafo contra a punição que recebeu. "No caso, o denunciante pagou pela denúncia e os citados nada sofreram", afirmou.
"Existe muito corporativismo. Você faz uma denúncia na Corregedoria e quando chega na unidade todos já estão sabendo. Os diretores são escolhidos pelo coordenador e secretário, então são pessoas próximas. Não existe um critério técnico. É impossível fazer uma denúncia e não sofrer represálias", afirmou em entrevista à BBC News Brasil.
Mãos algemadas em presídioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm 2018, diretor autorizou que 3,5 toneladas de carne fossem transportadas em caminhões usados para levar presos
Por meio de nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que "não houve prejuízo à qualidade da carne, ao erário nem aos presos custodiados" e que "o transporte da carne ocorreu de forma rápida e dentro de normas padrões de armazenamento".
A pasta disse ainda que um servidor conferiu a qualidade do alimento assim que ele chegou na unidade, e que o funcionário que fez a denúncia "não sofreu qualquer tipo de represália e foi transferido de unidade por questões administrativas".
A SAP disse ainda que o motorista condenado pela morte e internações por inanição no caso de 2003, "não faz mais parte do quadro de servidores". E que em março de 2016 ele "abandonou o trabalho e perdeu o cargo em novembro do mesmo ano". Por último, a pasta disse que o servidor nunca foi diretor e não foi promovido pelo Estado.
No entanto, uma publicação do Diário Oficial do Estado de São Paulo do dia 30 de dezembro de 2015 aponta que ele foi promovido a diretor no dia 24 de março de 2015 e ficou no cargo até dia 10 de novembro do mesmo ano — pouco mais de sete meses.

Linhão da morte

Sempre que os presos são transferidos, precisam passar por diversos procedimentos de segurança na saída e durante a chegada em cada unidade.
Em São Paulo, a maior rota de transferência é chamada de "linhão". Esse "bonde" (transporte entre unidades) sai no início da manhã do Centro de Detenção Provisória do Belém, na zona leste de São Paulo, e vai deixando os presos em diversas unidades. Muitas vezes, o destino final são unidades no extremo leste do Estado, como Presidente Venceslau (a 600 km do ponto inicial).
Os servidores dizem que os processos burocráticos e de segurança exigidos pelas unidades são desgastantes.
Sentados lado a lado num banco de aço e sem cinto de segurança, os presos balançam por horas dentro do "latão" enquanto seguram uma barra de ferro que fica na frente deles — a única defesa em caso de uma freada brusca ou uma batida. Alguns não suportam o enjoo no cubículo. Passam mal, urinam, defecam, vomitam e desmaiam com frequência.
"Às vezes o linhão fica três horas com os presos embarcados depois da revista para sair aguardando liberação. Já teve dia em que os presos embarcaram 7h e só chegaram meia-noite na unidade", afirma um servidor, sob a condição de anonimato.
Viaturas compradas pelo Estado em fevereiro de 2018Direito de imagemREPRODUÇÃO/ GOVERNO DE SÃO PAULO
Image captionEm 2018, governo gastou R$ 35,6 milhões para comprar 202 carros para todo o Estado, mas não diz qual o tamanho total da frota
Ele conta que o período do trajeto depende de qual veículo levará os presos e, ainda mais importante, quem será o responsável pelo bonde. O servidor diz que quase nunca há comida ou água durante o transporte. Alguns agentes não param o veículo nem para que os presos usem o banheiro.
Um dos agentes ouvidos pela reportagem, que se considera "um dos mais humanos no sistema", defende os companheiros nesse tipo de situação.
"Muitas vezes você não consegue abrir a porta quando vai parar para abastecer, por exemplo, porque são 20 homens e vocês estão em dois ou três. O funcionário tem muito medo de uma fuga, então prefere não correr esse risco", afirmou à reportagem.
Os agentes contam que quando há homens o suficiente na escolta, eles costumam parar o "latão" que os presos usem o banheiro. Nos ônibus mais novos, há vaso sanitário e água disponível.
Questionada, a Secretaria da Administração Penitenciária diz que os carros de transporte de presos são equipados com banheiros, exaustor para refrigeração e demais equipamentos estabelecidos na legislação que disciplina a questão.
"As saídas ocorrem no período da manhã e os presos tomam café da manhã e recebem garrafas de água para consumo durante o percurso. São realizadas paradas durante o trajeto, previamente determinadas pela escolta", diz a nota.
A SAP não informa, porém, o número total da frota ou quantos são os veículos mais novos.
Gilson Pimentel Barreto, presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e demais Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista, diz que a falta de estrutura obriga os servidores a "evitar certos serviços".
"Algumas vezes, o funcionário evita até parar no posto para tomar uma água porque pode sofrer uma tentativa de resgate (dos presos) no meio do caminho. Não é função do agente fazer esse trabalho externo. Ele faz para ter um bom andamento. Só nas viagens mais longas há apoio da PM. É uma situação bem difícil", afirma.
O sindicalista diz, por outro lado, que a orientação da secretaria é dar comida para que os presos façam refeições durante as transferências.
Ainda de acordo com ele, os presídios passaram a evitar fazer o "linhão" no caminhão, veículo que possui a pior estrutura para o transporte de presos.
"Se a gente dirigindo um carro com ar-condicionado durante uma viagem dessas já sofre, imagine ficar preso numa caçamba passando calor", afirmou.

Areia, mudança e escambo

Além de irregularidades e das condições precárias em que os presos são transportados nesses veículos, agentes do sistema penitenciário ouvidos pela reportagem disseram que os caminhões também são usados para atender a interesses pessoais de diretores.
Eles contam que o caminhão para transportar presos já foi usado diversas vezes para fazer mudanças particulares, carregar mercadorias para abastecer uma loja do diretor de uma das unidades e até levar areia para a casa em reforma do chefe de uma unidade no interior do Estado. Tudo bancado com dinheiro público.
Em 2015, a licitação para o fornecimento de refeições para os presídios do Estado de São Paulo foi suspensa após uma reportagem da Folha de S.Paulo revelar que o chefe do sistema penitenciário paulista acumulou um patrimônio incompatível com o salário. Depois disso, a gestão das marmitas passou a ser feita de maneira autônoma pela administração de cada presídio.
Cerca com arame farpadoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionUnidades trocam material entre si quando há sobra de produtos comprados
As unidades passaram a comprar os produtos necessários para cozinhar e distribuir as refeições. Quando sobrava algum produto, era feita uma troca com outra unidade.
Um dos agentes conta que as trocas continuam até hoje em parte dos presídios. Por exemplo, quando um diretor tem material de construção sobrando na unidade dele, pode trocar por sacos de arroz, salsicha ou legumes.
O veículo mais usado para esse transporte, dizem os funcionários, é o mesmo caminhão usado para carregar os presos. Mas também há relatos de que ambulâncias fizeram viagens desse tipo.
"Eles (agentes) só forravam o chão com uma lona e colocavam as carnes em cima. E o que deveria ser mantido resfriado era transportado em altas temperaturas por horas. Tudo errado. Já vi muitas vezes usarem carros de passeio para essa atividade também", afirmou o agente, que também disse ter dirigido um caminhão diversas vezes mesmo sem a habilitação exigida.

Manutenção precária

Médicos responsáveis pelo atendimento de detentos que passaram mal durante viagens entre unidades relatam que a maior parte dos desmaios ocorre por falta de ar. Assim como os agentes, eles dizem que quase nenhum veículo tem ar-condicionado e que frequentemente os ventiladores de exaustão dos caminhões estão quebrados.
"A manutenção é ruim porque muitas vezes é feita pelos próprios agentes e presos de confiança. O transporte precarizado é apenas um reflexo da precarização do sistema em geral. Hoje, apenas os carros usados na escolta são novos", afirmou um diretor.
Por outro lado, o gestor de outra unidade disse que a manutenção feita por presos se tornou algo menos comum após a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ordenar que isso fosse proibido.

Questão religiosa

Após presenciar diversas situações de fome e sede extremas, um dos diretores ouvidos pela reportagem disse que tenta tratar os presos da maneira mais humana possível.
Compartimento entre a parte externa e a 'cela' onde os presos ficam durante o transporte
Image captionCompartimento entre a parte externa e a 'cela' onde os presos ficam durante o transporte
"Eu lavo algumas garrafas pet como se fossem para mim. Entrego uma com água e outra vazia para eles fazerem xixi no trajeto. Também dou um papel higiênico, um saco plástico para ele (o preso) se aliviar do jeito que der por ali mesmo. Mas já vi unidades receberem presos todos sujos de cocô e vomitados por não terem o mínimo", afirmou.
Ele diz que não faz isso por medo ou por acordos, mas por se colocar no lugar no preso e por suas crenças espirituais.
"Faço isso mais pela questão religiosa do que profissional, confesso. Eu acredito que devo fazer algo pelo próximo, me coloco no lugar dele. É o mínimo que deveria ser feito, mas quase ninguém se dispõe", afirmou.
Ele conta ainda que costuma pedir alimentos, "nem que seja um pão velho", nas unidades onde são deixados os primeiros presos e entregar para os que ainda continuam o trajeto.
"É fazer algo pela vida do cara. É ser humano."
Professor Edgar Bom Jardim - PE