sexta-feira, 15 de março de 2019

Você conhece sua história?


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A velocidade manipula notícias, destrocando verdades e  inventando fantasias. A confusão se globaliza. Já se espalha como uma brincadeira que assombra redes sociais. Faz parte do cotidiano. A política, então, se desmonta. Quem quer mesmo mudar, refazer a solidariedade, denunciar os  grupos mafiosos? Há suspeitas imensas e cinismo elaborados com sofisticação. A  quantidade de informações mostra a superficialidade. Ela atinge a reflexão, inquieta. E a sua vida, a suas memórias, as possibilidades de voo? Cada um dentro da sua história se esconde  de forma nada lúcida. O outro passa a ser o alvo.
Não custa ir adiante, voltar ao passado, se lembrar das conversas longas. Compare com a  rapidez do zap. Não há cuidado. Vale a propaganda, a exaltação ao charme, a dubiedade sempre presente. A história se mistura com a memória que interessa aos dominantes. Foca-se no comportamento  embriagado.  Retoma-se trivialidades. Você termina se desconhecendo, não entende certos isolamentos,se acha estranho. Não é à toa, portanto, que a sociedade se sinta no meio de tantas controvérsias. A  Venezuela é artigo do dia, a grana pública serve a minorias, a  China amplia seus poderes, as milícias ditam normas agressivas.
Você se  olha no espelho. Sente a pressa. Como imaginar o futuro ou ousar? A repetição consegue prevalecer, embora use cores plastificadas. A   chama do poder arde, as academias buscam decifrar desenganos, sem  observar que  as máscaras  garantem sucessos  surpreendentes. Não é que as utopias  se apagaram  de vez, que estamos num meio de niilismo absoluto. Existem sonhos, porém a coisificação elege o mercado, o outro é empurrado. Tornou-se comum o deboche. Não pense que as transformações técnicas garantem a superação dos impasses.
O tempo para contar sua história é curto. Você se perde nas mensagens fugazes e  posta  suas fotos para uma plateia. De repente, nem você sabe  se as  lembranças da infância  ajudam  a  construir seu afeto. O negócio puxa, artificializa.   Como  avaliar  seus alicerces? O salário é instável, o vizinho mal humorado.Tudo fica transtornado, num cotidiano que se firma nos desencontros sociais. A  sua história se perde. Seus esquecimentos se vestem de neuroses. As  terapias enchem as farmácias de clientes atordoados. Há quem nem se envolva com o mundo, cultive o descompromisso. Para quê?  A tempestade é parceira  do juízo final.
A astúcia de Ulisses - Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 13 de março de 2019

Como foi o ataque que matou estudantes e funcionários de escola na Grande SP


Policiais diante de escola em SuzanoDireito de imagemEPA
Image captionPoliciais diante de escola em Suzano; segundo autoridades, ataque foi feito durante o intervalo, quando os alunos se concentram fora das salas de aula
O texto foi atualizado às 15h07
Um ataque a tiros à escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13), deixou ao menos dez mortos e outras nove pessoas feridas.
Antes invadirem a escola, os dois jovens atiradores balearam Jorge Antonio Morais, dono de uma locadora de carros na região onde roubaram o veículo usado para chegar à escola. Essa primeira vítima passou por cirurgia na Santa Casa em Suzano, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Minutos depois do assalto, segundo a Polícia Militar de São Paulo, os jovens Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique Castro, 25, entraram pela porta da frente da escola onde ambos estudaram. Ali, mataram a tiros a coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo e a funcionária Eliana Regina de Oliveira Xavier.
O ataque foi feito durante o intervalo, quando os alunos se concentram fora das salas de aula. No horário do crime, só havia estudantes do ensino médio na escola.
Em seguida, a dupla se encaminhou até o pátio da Professor Raul Brasil, onde atiraram em cinco alunos. Na sequência, se dirigiram ao centro de línguas dentro da escola, mas estudantes conseguiram se trancar na sala com a professora.
Foi neste momento, segundo a polícia, que os dois atiradores se suicidaram em um dos corredores da escola.
Autoridades diante de escola em SuzanoDireito de imagemREUTERS
Image captionAutoridades diante de escola em Suzano
"É um atentado de alguém que não tem o domínio de suas próprias faculdades", afirmou Marcelo Vieira Salles, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Durante o ataque, uma câmera de segurança registrou alunos fugindo pela porta da frente e até pulando o muro.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o general João Camilo Pires de Campos, a força tática da polícia chegou à escola cerca de oito minutos depois do início do ataque.

Armamento

De acordo com a Polícia Militar, os atiradores que atacaram na escola de Suzano utilizaram um revólver de calibre 38 de numeração raspada e tinham jet loaders. Os jet loaders são acessórios plásticos dotados de uma mola que auxiliam a recarregar o tambor de um revólver com muito mais rapidez do é feito manualmente - cápsula por cápsula.
Imagem aérea da escola Raul Brasil, em SuzanoDireito de imagemGOOGLE
Apesar de a venda de armas ter restrições no país, o acessório pode ser encontrado facilmente em lojas e até mesmo online em sites de vendas. Nos anúncios, as peças são oferecidas por cerca de R$ 40.
A escola foi esvaziada porque havia no local um artefato potencialmente explosivo, mas o material era falso, informou o governo.
Segundo o comandante-geral da polícia, os dois atiradores também portavam uma besta e um machado.
"Foi a nossa cena mais triste que já vi na minha vida", afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a jornalistas na região da escola.
Fachada da escola Raul BrasilDireito de imagemGOOGLE
Image captionAlunos fugiram do ataque pelo portão ou pulando o muro
O Censo Escolar de 2017 aponta que a escola tem mais de mil alunos, que cursam do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
O governador se dirigiu à cidade para acompanhar o atendimento aos feridos. 
Doria afirmou a jornalistas no local que ficou muito abalado com o que presencionou na escola. "Antes de tudo às vítimas, aos pais, aos familiares das crianças, dos funcionários e dos homicidas, a nossa solidariedade. Foi a nossa cena mais triste que já vi na minha vida."
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Armas servem para matar:Atiradores invadem escola e atiram contra alunos em Suzano.


Atirador invade escola e atira contra alunos em Suzano
Tiroteio ocorreu pouco depois das 9h10 dentro da Escola Estadual Raul Brasil Foto: Werther Santana/Estadão
SÃO PAULO - Ao menos oito pessoas morreram e outras  ficaram feridas durante tiroteio dentro da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, durante a manhã desta quarta-feira, 13.  
Segundo informações da Polícia Militar, dois adolescentes armados e encapuzados invadiram a escola e efetuaram os disparos. Até o momento a PM registrou a morte de cinco alunos e um funcionário em decorrência dos disparos.  Os criminosos  teriam cometido suicídio no local. 

O Governador João Doria assim que foi informado do ocorrido, cancelou toda sua agenda e se dirigiu ao local para acompanhar o trabalho de resgate e atendimento aos feridos. 
Com informações de estadao.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Caso Marielle Franco


A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou 117 fuzis incompletos, do tipo M-16, na casa de um amigo do policial militar Ronnie Lessa no Méier, na Zona Norte do Rio.
De acordo com investigações da DH e Ministério Público, Lessa foi responsável por atirar na vereadora Marielle Franco e no motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018.
As armas, todas novas, estavam desmontadas em caixas em um guarda-roupas - só faltavam os canos.

Polícia conclui contagem de armas atribuídas a Ronnie Lessa no Méier
Segundo o secretário de Polícia Civil, Marcos Vinícius Braga, esta é a maior apreensão de fuzis da história do Rio, superando inclusive a feita no aeroporto Internacional do Rio em 2017 - na ocasião, foram encontradas 60 armas vindas dos EUA dentro de aquecedores de piscinas. Em 2019, a PM apreendeu, de 1º de janeiro até esta segunda, 100 fuzis.
O dono da casa, Alexandre Mota de Souza, afirmou para os policiais que Ronnie, seu amigo de infância, entregou as caixas, e pediu para guardá-las e não abrí-las. Alexandre acabou preso, entretanto, sob a suspeita de tráfico de armas. A polícia chegou nele rastreando um barco que seria de Ronnie e estaria em seu nome.
"Alexandre é amigo do Lessa há anos e ele fez apenas um favor em colocar essas encomendas, porque ele não sabia do que se tratava, no seu apartamento. Ele ficou surpreso ao saber do conteúdo, mas ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável da vereadora", disse seu advogado.

O jornalista Lauro Jardim revelou nesta manhã que o delegado Giniton Lages, responsável pela investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, será afastado do caso pela Polícia Civil; "Oficialmente, o motivo dado será que ele cumpriu sua missão", escreveu Jardim; Lages desagradou profundamente o bolsonarismo ao citar o presidente da República e sua família na entrevista coletiva sobre a prisão dos assassinos no final da manhã desta terça-feira.
Com g1.globo.com/ www.brasil247.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Governo escravista:'Quem ganha dois salários mínimos não precisa de assistência do Estado'

Rolim: alterações não geram ganho fiscal, mas mantêm coerência. Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press
Rolim: alterações não geram ganho fiscal, mas mantêm coerência. Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press
Nem todas as mudanças sugeridas na reforma da Previdência têm como objetivo principal diminuir o rombo nas contas públicas. Algumas medidas que afetam pessoas de baixa renda trazem poucos ganhos fiscais, mas foram incluídas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 para manter a “coerência” do projeto, dizem integrantes da equipe econômica.

Na lista, estão as alterações no salário-família e no auxílio-reclusão, que se destinam a famílias de segurados que recebem até R$ 1.364,43 por mês. Se a PEC for aprovada, menos pessoas terão acesso aos benefícios, porque esse corte cairá para um salário-mínimo (R$ 998).

No caso do salário-família, o valor que deixará de ser pago não contribui nem com 2% do R$ 1 trilhão de economia esperado com a reforma. Esse seria o ganho se o benefício fosse totalmente cortado, o que não é uma opção. Nessa situação, o governo economizaria R$ 20 bilhões em uma década, de acordo a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia.

“O impacto é, de fato, pequeno. Mas a ideia é manter a coerência”, afirmou ao Correio o secretário de Previdência, Leonardo Rolim. Ele não estimou quantas pessoas serão afetadas com a mudança, mas lembrou que o governo está “tirando de quem ganha mais”. O salário-família é pago a trabalhadores que tenham filhos de até 14 anos, ou sem limite de idade, caso os filhos sejam inválidos ou tenham deficiência grave. Hoje, quem recebe até R$ 907,78 tem direito ao acréscimo de R$ 46,54 por filho. O valor é de R$ 32,80 para quem tem salário entre R$ 907,78 e R$ 1.364,43.

O governo pretende excluir a segunda faixa e manter o valor da primeira para quem recebe até um salário mínimo (R$ 998). “Na nossa avaliação, quem ganha dois salários mínimos não precisa de assistência do Estado. É rico? Claro que não. Mas não precisa de assistência”, explicou Rolim. Mudanças no auxílio-reclusão rendem ainda menos economia. O gasto anual com o benefício, pago às famílias de presos que contribuíram para o INSS, é de R$ 600 milhões, em média. A economia máxima conseguida, se o governo cortasse o benefício de todas as 49 mil famílias que hoje recebem o auxílio, seria de R$ 6 bilhões em 10 anos (0,6% do total esperado com a reforma).

O auxílio é garantido por lei aos dependentes do trabalhador que tenha contribuído para a Previdência e esteja cumprindo pena. A Medida Provisória nº 871/2019 limitou o benefício, ao estipular carência de 24 contribuições e exigência de que o segurado esteja em regime fechado para que a família receba o benefício. A PEC reafirma essa exigência e limita o pagamento a famílias que tenham renda de até um salário mínimo. Hoje vale para as que recebem até R$ 1.364,43.

Alterações na aposentadoria rural devem render saldo positivo, mas têm como objetivo maior o combate às fraudes. O benefício continuará sendo subsidiado, mas a concessão será mais difícil. Será exigida idade mínima de 60 anos para homens e mulheres, além de 20 anos de contribuição.

Com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda, além da economia de R$ 28,7 bilhões em 10 anos, a ideia é diferenciar o benefício assistencial da aposentadoria por idade. Pelas regras atuais, idosos de 65 anos que contribuíram por 15 anos podem se aposentar por idade, com um salário mínimo. Os que não conseguiram completar esse tempo recorrem ao BPC, também aos 65 anos e com o mesmo valor, o que o governo considera injusto com os contribuintes.
Com informação do Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 11 de março de 2019

Quem se frustra na sociedade delirante?


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A velocidade da comunicação atinge quem fica imaginando que o mundo está lúcido. Há muitos jogos e buscas de sensacionalismos. É difícil verificar quem se abraça com a verdade. As palavras mudam de sentido e a balança da justiça desconhece o equilíbrio. As  redes sociais deliram com a possibilidade da esculhambação. talvez, seja deselegante usar certos termos. Porém, existem regras ou o exibicionismo é uma epidemia? O carnaval traz novidades, rebeldias, ironias que circulam com rapidez. Nunca foi uma festa de comportamentos controlados. No entanto, soltaram-se todas as medidas e os choques se ampliam. A noite sente falta das estrelas.
Poucos analisam a sociedade com paciência. Mesmo no cotidiano do trabalho, há agressividades ou deboches contínuos. A tensão está nos mínimos detalhes. O clima de suspeição veste as pessoas. A lógica da competição não dá folga. O negócio derruba valores, desmonta solidariedades, justifica desmandos. O governo brasileiro virou perplexidade ou loucura? Quem não vê os absurdos que desfilam nos jornais? Sempre há delírios, porém as desconfianças acendem as luzes que revelam um conservadorismo cruel. Brinca-se de ser mal, com a ajuda das milícias. Cai a credibilidade da política e da representação institucional. Atolam-se os pés no pântano da dúvida.
Notam-se disputas por milhões para simular caminhos salvadores. O buraco cresce. O canto da renovação é pura farsa.Não mudou o desejo de sacudir a poeira, de rever o passado, lutar por práticas longe do mesquinho. Falo das artimanhas do Congresso Nacional. Moro se desgasta, procura alianças. afirma ambiguidades. Era a grande figura dos que se colocavam contra corrupção e se abusavam com  o passado petista. É claro que houve escorregões, obscuridades. No entanto, a história não é apenas espelho de messias ensandecido. Um dia, a casa treme, a lama se infiltra,o discurso se esvai com tolices imensas.
Negar que as melancolias assustem e tomem espaço, fugir da crítica é um suicídio. Ouvi pessoas defendendo as torturas, totalmente adoecidas, dói. A sensibilidade adormeceu, para muitos, e fundou-se um moralismo com modelo nas gracinhas de Trump. Não se sabe o tamanho das perdas quando o fanatismo se mistura com crenças e mercados nebulosos. Há inquietações. O futuro merece escutar profecias. Chegam pessimismos, criam-se autoritarismos, vendem-se honras, antes, indiscutíveis. A democracia agitou, atiçou utopias, prometeu ofuscar a desigualdade. O capitalismo não se foi, dita normas excludentes. A exploração não se apaga e tranca a porta da sala iluminada.
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 10 de março de 2019

Garota de 11 anos é professora da comunidade de Roda de Fogo, Recife.



Se depender de Steffany Rafaela da Silva, de apenas 11 anos, as crianças de seu bairro jamais ficarão sem estudar. Ela vive na comunidade Roda de Fogo, na zona oeste de Recife, onde entre becos estreitos, ruas com esgoto aparente e sem saneamento básico, ela dá um jeito de ensinar 14 crianças menores do que ela.
Cátia da Silva é sua vizinha e confirma sua vocação: “Ela é assim desde pequena. Ainda muito nova, antes mesmo de entrar na escola, já gostava de brincar de ensinar. Cresceu e não mudou. Todos os dias está aí, em pé ou sentada no chão. Procura um cantinho mais limpo e seco, onde não tenha esgoto escorrendo e, com a maior paciência vai ensinando inglês aos meninos, contando historinhas, ajudando nas tarefas. Só não tem aula se chover, porque eles não têm onde ficar”.
razoesparaacreditar.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 9 de março de 2019

O governo está "equilibrado", com duas únicas mulheres ocupando ministérios


O presidente Jair Bolsonaro (PSL) utilizou nesta sexta (8) discurso em evento do Dia Internacional da Mulher para minimizar a presença pequena de ministras na atual configuração da Esplanada dos Ministérios.
Cerimônia Alusiva ao Dia Internacional da Mulher
Cerimônia Alusiva ao Dia Internacional da MulherFoto: Alan Santos/PR
Em evento com funcionárias do Palácio do Planalto, ele disse que o primeiro escalão do governo está "equilibrado", uma vez as duas únicas mulheres equivalem a "dez homens". Ao todo, a equipe ministerial é formada por 22 pastas. As duas ministras são Damares Alves, da Mulher, e Tereza Cristina, da Agricultura.
"Pela primeira vez, o número de ministros e ministras está equilibrado. Nós temos 22 ministérios: 20 homens e 2 mulheres. Cada uma dessas mulheres que estão aqui equivale a dez homens. A garra dessas duas transmite energia para os demais", disse.

No discurso, o presidente ignorou os altos índices de violência contra a mulher e a desigualdade salarial entre os dois gêneros. Hoje, mulheres em cargos de chefia chegam a ganhar um terço do vencimento pago a homens, como mostrou pesquisa do IBGE.

Na homenagem, Bolsonaro fez referência à passagem bíblica que diz que a mulher nasceu da costela do homem. Ele destacou ainda o papel da mulher na harmonia familiar. Para ele, a família é a "cela da sociedade" e, quando unida, "edifica uma nação". "Não existe um homem que possa fazer uma política séria se não tiver junto de si uma mulher com os mesmos princípios."
Em um contraponto ao presidente, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também discursou na solenidade e citou as diferenças salariais e a violência contra a mulher. "Os homens e mulheres são iguais em direito e em obrigações, o que é previsto na Constituição Federal", disse. "São necessárias políticas que habilitem as mulheres a obterem melhores empregos e rendas."

Em uma breve fala, a ministra Damares Alves cometeu uma gafe. Ela comemorou por ser a primeira vez que o país tem um Ministério da Mulher. "É o primeiro Dia da Mulher do novo Brasil", disse. "E a primeira vez no Brasil que nós temos um ministério da Mulher", acrescentou. Em 2015, contudo, a então presidente Dilma (PT) criou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

Damares também defendeu no evento que o governo adote ações nas escolas para ensinar meninos a levarem flores e abrirem a porta do carro para as mulheres. "Enquanto nossos meninos acharem que menino é igual à menina, como pregou-se no passado algumas ideologias, já que a menina é igual, ela aguenta apanhar", afirmou.

Mais tarde, após críticas a suas falas, Damares disse no Twitter saber que medidas como essas não resolvem o problema. "É claro esse ato isolado não resolve o problema e tampouco é isso que proponho. Mas ensinar o respeito desde que todos são bem pequenos é fundamental. Precisamos resgatar valores que são caros à família", escreveu.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O mundo do exílio e da folia



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A festa é sempre uma pausa Pode aliviar lembranças pesadas e sacudir o coração para visitar a alegria. A celebração da multidão em busca do paraíso causa arrepios. Tudo passa rápido, mas a embriaguez não escapa da ressaca e  a  rebeldia surge com humor inusitado. O mundo gira, o salário chora, mas não há como se desfazer das máscaras. Não é difícil desenhar um sorriso sem negar que outros dias travarão sonhos. A complexidade da vida cabe nas latitudes do corpo. É uma travessia que segue pelas estradas. Não a imagine sem curvas. Assim a festa aparece porém seus arranhões escondem certas marcas inesquecíveis. Não é ingênua, se escancara.
Não adianta simular. As multidões se soltam, esquecem que na esquina há fantasmas. Enquanto o ritmo balança, a solidão não se congela. É preciso que as ilusões se misturem e que o exílio seja metáfora colorida. Deixe os enganos desabrocharem, pois as verdades fecham caminhos e apagam futuros. As festas não se vão para que o cansaço não se torne absoluto. O desemparo persiste no meio do som, mas traz alguma traço de algo que voa e desaparece. Portanto, as estranhezas são íntimas, o outro merece cuidado, embora os inimigos surjam no final de sonho que se abala com os ataques dos desprezos. Sobram questões mesmo no meio da folia.
Muitos se aproveitam das festas para fugir do poder. Agarram-se nos camarotes para ver a massa no seu delírio fugaz. A  cultura é produção de significados. Se as ruas se enchem de suor e cerveja, há quem prefira sabores estrangeiros e  se agradem com espaços escuros. Uns se arriscam, outros querem proteção. Tudo é uma aventura com limites acrobáticos. Não faltam surpresas, as brincadeiras disfarçam violências e os preconceitos e as ironias se  mostram nas nas cores. Tudo tem um preço. É a celebração da desigualdade com vestimentas de delírios. Luxo e lixo sem fronteiras e com acasos.
Se o ponto final anuncia que o  desmantelo é o mesmo e o desamor não se foi do mundo, não precisa bordar um pano como se arquiteta um labirinto. Impaciente-se, mas não se anule.Os seres humanos não conseguem segurar as utopias e trazê-las para o mundo cotidiano. Na sociedade do consumo, o efêmero possui moradia fixa. Não se desespere. A festa está envolvida por calendários. Não vai para o inferno, apenas tira férias e espalha epidemias. Os refúgios suavizam as saudades. Um dia, seu exílio adormece. Quem canta seus males espanta sem observar o eterno retorno que cerca a história.
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Corrupção!? Bolsonaro resiste a exonerar ministro do Turismo


Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

As denúncias envolvendo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, iniciaram uma queda de braço no governo. De um lado, o presidente Jair Bolsonaro, que resiste a afastá-lo, e, de outro, auxiliares diretos, incluindo os militares, que desde a época da transição não defendiam o nome de Álvaro Antônio para o cargo. O pente-fino dos militares identificou que o ministro poderia dar dor de cabeça para o presidente antes mesmo de ele ser nomeado, mas a escolha atendeu a apelo do PSL, sigla do presidente.

A Polícia Federal e o Ministério Público investigam a suspeita de uso de candidaturas laranjas em Minas Gerais. Em depoimento, pelo menos uma delas relatou que recebeu do então candidato a deputado federal um pedido para que devolvesse parte dos valores recebidos do fundo eleitoral. Outras quatro mulheres também procuraram os investigadores pedindo para prestar depoimento nesse mesmo sentido.

Interlocutores diretos do presidente se preocupam com um desgaste prolongado com o surgimento de mais denúncias contra o ministro. Ao ser questionado ontem por jornalistas sobre se o caso não estaria gerando constrangimentos ao governo, Bolsonaro respondeu: "Deixa as investigações continuarem". Em seguida, o presidente encerrou a rápida coletiva de imprensa, concedida após cerimônia na qual seis embaixadores entregaram as credenciais ao Planalto.

No fim da tarde, o porta-voz do governo, Otávio do Rêgo Barros, também ao ser questionado pela imprensa, repetiu o chefe. "Ficou claro que o presidente aguarda o desenrolar dos fatos na Justiça", disse. O porta-voz informou ainda que Bolsonaro e Álvaro Antonio não conversaram ontem sobre o assunto. "Hoje (ontem) pela manhã comentamos (o episódio) e ele não tinha contato estabelecido face to face."

A entrada de Álvaro Antônio no governo foi considerada uma cartada do PSL, que colocou seu nome "goela abaixo" do presidente e dos militares. Na ocasião, o empresário Gilson Machado estava cotado para assumir a pasta, por ser, segundo auxiliares do Planalto, um nome técnico que ajudaria o setor, principalmente no Nordeste. Seu nome era dado como certo, mas Bolsonaro acabou escolhendo Álvaro. Na época, o escolhido disse que sua nomeação não contemplava nenhum partido ou Estado, mas que havia sido indicado pela Frente Parlamentar em Defesa do Turismo, da qual faz parte. 

Investigação

A suspeita de uso de candidaturas laranjas pelo PSL, em que Álvaro Antonio aparece como figura central, é alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, que estão na fase de coleta de depoimentos.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, já afirmou que, caso fique comprovado que o ministro cometeu irregularidades, ele será demitido. O titular do Turismo nega as acusações. Ele afirma que as candidatas "mentem" quando dizem que ele ou sua assessoria propuseram durante a campanha que elas devolvessem dinheiro do fundo eleitoral. 

A lei eleitoral obriga os partidos a destinarem um porcentual dos recursos para as candidatas. O objetivo é aumentar a participação delas na política. Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018 os partidos deveriam repassar pelo menos 30% dos recursos para as candidaturas femininas. As apurações da Polícia Federal estão concentradas em Pernambuco e em Minas Gerais, onde a Justiça Eleitoral autorizou as investigações.
Com informação de Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE