quarta-feira, 13 de março de 2019

Como foi o ataque que matou estudantes e funcionários de escola na Grande SP


Policiais diante de escola em SuzanoDireito de imagemEPA
Image captionPoliciais diante de escola em Suzano; segundo autoridades, ataque foi feito durante o intervalo, quando os alunos se concentram fora das salas de aula
O texto foi atualizado às 15h07
Um ataque a tiros à escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13), deixou ao menos dez mortos e outras nove pessoas feridas.
Antes invadirem a escola, os dois jovens atiradores balearam Jorge Antonio Morais, dono de uma locadora de carros na região onde roubaram o veículo usado para chegar à escola. Essa primeira vítima passou por cirurgia na Santa Casa em Suzano, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Minutos depois do assalto, segundo a Polícia Militar de São Paulo, os jovens Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique Castro, 25, entraram pela porta da frente da escola onde ambos estudaram. Ali, mataram a tiros a coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo e a funcionária Eliana Regina de Oliveira Xavier.
O ataque foi feito durante o intervalo, quando os alunos se concentram fora das salas de aula. No horário do crime, só havia estudantes do ensino médio na escola.
Em seguida, a dupla se encaminhou até o pátio da Professor Raul Brasil, onde atiraram em cinco alunos. Na sequência, se dirigiram ao centro de línguas dentro da escola, mas estudantes conseguiram se trancar na sala com a professora.
Foi neste momento, segundo a polícia, que os dois atiradores se suicidaram em um dos corredores da escola.
Autoridades diante de escola em SuzanoDireito de imagemREUTERS
Image captionAutoridades diante de escola em Suzano
"É um atentado de alguém que não tem o domínio de suas próprias faculdades", afirmou Marcelo Vieira Salles, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Durante o ataque, uma câmera de segurança registrou alunos fugindo pela porta da frente e até pulando o muro.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o general João Camilo Pires de Campos, a força tática da polícia chegou à escola cerca de oito minutos depois do início do ataque.

Armamento

De acordo com a Polícia Militar, os atiradores que atacaram na escola de Suzano utilizaram um revólver de calibre 38 de numeração raspada e tinham jet loaders. Os jet loaders são acessórios plásticos dotados de uma mola que auxiliam a recarregar o tambor de um revólver com muito mais rapidez do é feito manualmente - cápsula por cápsula.
Imagem aérea da escola Raul Brasil, em SuzanoDireito de imagemGOOGLE
Apesar de a venda de armas ter restrições no país, o acessório pode ser encontrado facilmente em lojas e até mesmo online em sites de vendas. Nos anúncios, as peças são oferecidas por cerca de R$ 40.
A escola foi esvaziada porque havia no local um artefato potencialmente explosivo, mas o material era falso, informou o governo.
Segundo o comandante-geral da polícia, os dois atiradores também portavam uma besta e um machado.
"Foi a nossa cena mais triste que já vi na minha vida", afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a jornalistas na região da escola.
Fachada da escola Raul BrasilDireito de imagemGOOGLE
Image captionAlunos fugiram do ataque pelo portão ou pulando o muro
O Censo Escolar de 2017 aponta que a escola tem mais de mil alunos, que cursam do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
O governador se dirigiu à cidade para acompanhar o atendimento aos feridos. 
Doria afirmou a jornalistas no local que ficou muito abalado com o que presencionou na escola. "Antes de tudo às vítimas, aos pais, aos familiares das crianças, dos funcionários e dos homicidas, a nossa solidariedade. Foi a nossa cena mais triste que já vi na minha vida."
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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