Corpo foi recebido com aplausos na Câmara Municipal.
Enterro será no Memorial do Carmo, nesta quinta-feira (21).
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Reunidos em volta do caixão com o corpo de Emílio Santiago, amigos e parentes acompanharam uma oração feita pelo padre Marcos William Bernardes, durante o velório do cantor, na tarde desta quata-feira (20), na Câmara Municipal do Rio, no Centro.
Em seguida, todos juntos cantaram "Saigon", um dos sucessos do artista, e Ave Maria. Emílio morreu na manhã desta quarta, no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, após complicações de um acidente vascular cerebral (AVC).
O corpo do artista foi envolvido com bandeiras do Botafogo e do Centro Cultural Cartola, com as cores da Mangueira, em homemagem a duas paixões do artista. O enterro está marcado para as 11h desta quinta (21), no Memorial do Carmo, no Caju, na Região Portuária. Ele será enterrado ao lado do local onde sua mãe, Hercília, foi sepultada.
Uma das amigas mais emocionadas era a cantora Alcione, que já havia ido ao hospital quando soube da notícia e foi uma das primeira a chegar no velório. "Tem hora que eu me sinto viúva do Emílio. Ele era tudo para nós, era da familia. Perdemos a grande voz masculina."
A atriz Marília Pêra também elogiou o cantor: "Ele tinha uma voz belíssima, como diz Nana Caymmi. Era um homem delicado, elegante. Todos os espetáculos que fiz, o Emilio estava na plateia".
A atriz e radialista Daisy Lucidi chegou ao velório do cantor Emílio Santiago pouco depois de 12h acompanhada da radialista Wilma Guimarães. "Ele tinha uma das vozes mais maravilhosas do Brasil. Falou comigo no aniversário dele (em fevereiro) e pretendia gravar mais uma música do meu filho (Luiz Mendes Jr.), de quem já havia gravado algumas. Dessa vez, não deu tempo", lamentou.
Ligação de Dionne Warwick
O secretário do cantor, Soca, contou que recebeu "muitas ligações de apoio", uma delas teria sido dos Estados Unidos, da cantora Dione Warwick. "Trabalhávamos juntos nos shows, mas, fora dali, éramos grandes amigos, como irmãos", disse.
O secretário do cantor, Soca, contou que recebeu "muitas ligações de apoio", uma delas teria sido dos Estados Unidos, da cantora Dione Warwick. "Trabalhávamos juntos nos shows, mas, fora dali, éramos grandes amigos, como irmãos", disse.
Comoção no hospital
Alcione saiu por volta das 11h15 do hospital, onde o corpo do cantor aguardava a liberação para o velório.
Alcione saiu por volta das 11h15 do hospital, onde o corpo do cantor aguardava a liberação para o velório.
"Como é que o Brasil vai viver sem essa voz e como é que eu vou poder viver sem o meu amigo? E como é que eu vou poder viver sem o meu amigo? Sempre cantando juntos, desde a noite. Mas com certeza está com seu Luís e dona Hercília, que eram os pais dele que amavam muito ele, e junto com outros cantores fazendo uma festa para ele. A gente tem mais é que se conformar, e pedir a Deus que ele seja bem recebido pelos espíritos socorristas. Ele vai estar muito bem, nunca fez mal a ninguém, só cantou o amor e a beleza desse país. Agora vamos nos conformar e rezar para que fique tudo bem com ele", disse a cantora Alcione, muito abalada, ao deixar o hospital às 11h15.
Alcione ressaltou que Emílio era uma pessoa saudável e que o AVC pegou a todos de surpresa. "Isso foi uma coisa que doeu muito na gente. Quando a pessoa é muito doente, a gente espera uma coisa, mas ele não. Até o vi na Fátima Bernardes, e de repente, isso. Eu fiquei muito passada, já no dia do AVC, eu estava aqui no dia e vim para cá. Eu só consegui passar a mão no braço dele e dizer "estou aqui" e ele disse "que bom minha irmã". Essa foi a última vez que eu falei com ele", disse emocionada.
Segundo a assessora e amiga Eulália Figueiredo, o nome de Alcione foi um dos últimos que o artista conseguiu balbuciar no dia 7 deste mês, quando sofreu o AVC. Ainda de acordo com ela, a artista, que era amiga de Emílio há 40 anos, esteve no hospital neste dia.
Eulália informou ainda que os amigos tinham esperança na recuperação do cantor, que, no dia em que teve o AVC, foi encontrado pela funcionária em torno de 6h45, que tentou reanimá-lo e chamou o socorro. " A gente tinha esperança porque o quadro dele era estável. Ele não fumava, não bebia e era um homem forte", afirmou Eulália.
Vencedor de diversos festivais de música, Emílio iniciou a carreira na década de 70 e gravou grandes sucessos como "Saygon", "Lembra de mim" e "Verdade chinesa". O último disco do cantor foi "Só danço samba (ao vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD.
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