quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Nova polêmica no STF em torno da prisão após segunda instância aumenta desgaste do Judiciário


Montagem mostra uma foto de Marco Aurélio e outra de Dias ToffoliDireito de imagemFABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Image captionSequência de decisões de Marco Aurélio e Dias Toffoli expõe fragilidades da alta corte
O novo embate de decisões entre os ministros do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio e Dias Toffoli (atual presidente da Corte) teve como saldo a manutenção da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva e outros mais de 150 mil presos - além de um aprofundamento do desgaste do Poder Judiciário
Logo após Marco Aurélio suspender com uma liminar a prisão de condenados em segunda instância antes do trânsito em julgado (encerramento de todos os recursos nas cortes superiores) horas antes do recesso do Judiciário, pedidos de intervenção no Supremo entraram nos temas mais comentados do Twitter.
Entre as hashtags mais usadas nas redes sociais na tarde de quarta-feira estavam #STFVergonhaNacional, #IntervençãoNoSTF e #UmCaboUmSoldado - essa última em referência à declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro) de que bastaria "um cabo e um soldado" para fechar a Corte. A fala gerou forte reação durante a eleição presidencial, inclusive do decano do Supremo, ministro Celso de Mello.
Já a hashtag #LulaLivre, comemorando a decisão de Marco Aurélio, liderava os trending topics (tópicos mais comentados) do Twitter.
O ex-presidente poderia ser beneficiado pela medida do ministro. Ele está preso há oito meses por ter sido condenado em segundo grau por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Na noite de ontem, contudo, Toffoli acatou recurso da Procuradoria Geral da República e derrubou a decisão de Marco Aurélio.
Juristas ouvidos pela BBC News Brasil se dividiram sobre a correção jurídica das decisões de Marco Aurélio e Dias Toffoli. Eles concordaram, porém, que desgaste gerado é negativo para a Corte.
A estátua que representa a Justiça, em frente ao prédio do STF, durante anoitecer em BrasíliaDireito de imagemGIL FERREIRA/SCO/STF
Image captionPara especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, sequência de decisões monocráticas na véspera do recesso do judiciário gera desgaste negativo para corte
A subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen, coordenadora da Câmara Criminal da Procuradoria-Geral da República (PGR), destacou que liminar de Marco Aurélio contrariava decisões prévias do plenário do Supremo autorizando a prisão após segunda instância desde 2016. Na sua leitura, esse tipo de iniciativa individual acaba colocando em descrédito a Corte e fragiliza a segurança jurídica do país.
"É uma Corte, eles têm que se comportar como um colegiado. O Tribunal é respeitado na medida em que observa as próprias decisões colegiadas. Quem perder, tem que respeitar, porque amanhã vai ser o contrário (quem perdeu em outra questão pode não respeitar também)", afirmou Frischeisen.

'Mais um capítulo na crise'

Para a constitucionalista Eloisa Machado, professora da FGV Direito SP, a decisão de Marco Aurélio tem que ser vista dentro de um contexto de uma série de decisões controversas tomadas pela Corte por causa dos anseios gerados pela Operação Lava Jato.
Ela cita, por exemplo, a incoerência do plenário STF ao afastar o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha em 2016, mas no ano seguinte manter ativo o mandato do senador Aécio Neves, ambos investigados por corrupção.
No caso da autorização da prisão após segunda instância, lembra a professora, a questão virou uma grande briga no Supremo no início deste ano.
De um lado, ministros que ficaram derrotados em 2016, quando a Corte decidiu em placar apertado de 6 a 5 permitir o cumprimento da pena antes do esgotamento dos recursos, passaram a cobrar um novo julgamento da matéria depois que o ministro Gilmar Mendes anunciou ter mudado de posição.
De outro lado, ministros que votaram pela autorização da prisão antecipada ficaram contra um novo julgamento porque consideram que decisões do plenário não podem ser revistas em prazo tão curto.
Integrante desse grupo, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF até setembro passado, se recusou a pautar novamente a matéria. Já o novo presidente, Toffoli, não quis marcar julgamento polêmico durante as eleições e agendou o caso para abril de 2019.
As ações que tratam do tema, de relatoria de Marco Aurélio, terão que ser analisadas pelo plenário de novo porque o julgamento de 2016 teve caráter provisório. Ele justificou a liminar concedida ontem, no último dia de funcionamento da Corte antes do recesso que se estende até janeiro, devido à demora para que as ações voltassem ao plenário. Em entrevista à agência Reuters, ele acusou a ministra Cármen Lúcia (presidente da Corte até setembro) e Toffoli de manipularem a pauta de julgamento.
Carmen Lúcia olha para o lado durante evento, com olhar sérioDireito de imagemFERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Image captionCármen Lúcia e seu sucessor na presidência do STF, Dias Toffoli, adiaram pauta polêmica
"A crise já estava instalada no Supremo. Essa decisão é mais um capítulo nesse cenário de desgaste no qual o próprio Supremo se colocou ao responder de maneira excepcional, fora do direito, a vários assuntos da Lava Jato", acredita Machado.
Para a força-tarefa da Lava Jato, a possibilidade de prisão após segunda instância é importante para combater a impunidade e estimular criminosos a firmarem acordos de delação premiada. Já os que criticam o cumprimento antecipado da pena argumentam que a Constituição só permite que uma pessoa seja considerada culpada e presa após o esgotamento de todos os recursos jurídicos.
"Eu acho que a decisão de Marco Aurélio está constitucionalmente adequada no seu conteúdo", afirma a professor da FGV, que é contra a prisão após a condenação em segunda instância.
"Agora, que a forma (como ele tomou a decisão) revela essa disputa interna e uma estratégia de fazer isso na véspera do recesso, eu não tenho a menor dúvida", reconhece.

Impopularidade é problema?

Diante da avalanche de ataques ao Supremo nas redes sociais, o professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Rafael Mafei ressalta que os ministros da Corte não devem ter receio de tomar medidas impopulares, pois é papel do Supremo proteger princípios constitucionais e direitos de minorias, mesmo quando contrariem a maioria da população.
Ele observa, porém, que a forma como Marco Aurélio tomou a decisão de suspender a prisão após condenação em segunda instância fragiliza o STF e alimenta a perda de autoridade da Corte.
"A constante impressão que o Tribunal dá de que os seus ministros batem cabeça, que não respeitam as decisões (uns dos outros), é muito ruim", afirma.
Segundo ele, a Constituição não garante "poderes absurdos" aos ministros individualmente.
"A Constituição dá muito poder ao STF, mas ela fala de um órgão formado por onze pessoas que vão atuar em conjunto. É como se fosse uma junta médica operando. Vamos supor que cada médico que pega no bisturi desfaz o que o outro fez: o paciente vai morrer", critica.

Ministro pode derrubar decisão de ministro?

Sombra de pessoa limpando chão da varanda do prédio do STF durante o diaDireito de imagemU.DETTMAR/SCO/STF
Image captionDecisões individuais dos ministros fragilizam a segurança jurídica do país, apontam especialistas
Ao conceder a liminar no último dia de funcionamento da Justiça antes do recesso, Marco Aurélio criou um constrangimento para Toffoli. Isso porque o normal no STF é que ministros não podem derrubar individualmente decisões de seus colegas.
Na tarde de ontem, o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp disse à BBC News Brasil que seria "um desastre institucional" Toffoli derrubar a decisão de Marco Aurélio - o que acabou se confirmando à noite.
Já Eloisa Machado, da FGV, ressaltou que não há legalmente previsão de recurso contra liminar de ministro concedida em ação direta de constitucionalidade, caso da liminar de Marco Aurélio.
Toffoli, porém, decidiu derrubar a decisão por considerar que a decisão do colega teria sérias consequências. Ele ressaltou também que o julgamento definitivo da matéria já está pautado para abril.
"Tem-se, portanto, que a admissibilidade da contracautela pressupõe, entre outros aspectos legais, a demonstração de que o ato impugnado possa vir a causar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública", escreveu o presidente na decisão.
Para a subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen, Toffoli pôde derrubar a liminar de Marco Aurélio porque ela ia contar decisão prévia do plenário da Corte.
"Não é uma situação normal", resumiu.
Da BBC News Brasil em Brasília
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

A violência é histórica e expande-se


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Muitos mitos retratam violências fundantes. Nem sempre, significam uma renovação para derrubar preconceitos ou refazer práticas sociais generosas. A sociedade sonha com paraísos, mas convive com artimanhas imperiosas. Há fomes frequentes, desde os tempos mais remotos. Grupos disputam espaços como quadrilhas. Não há inocências angelicais predominando a história. Muitas religiões defendem vinganças, acumulam patrimônios, afirmam um amor que não praticam. Portanto, os instrumentos da violência não são os mesmos, se transformam e se sofisticam. Não estamos na época de Mussolini, nem da Inquisição medieval.
Não adianta querer esconder as lutas sociais ou mesmo o lado obscuro de nós mesmos. Há revolução que busca derrubar desigualdades e que, depois, optam pela censura e pela opressão. Os sentidos se multiplicam e dependem das ações humanas. Platão ressaltava uma inteligência que difere das reflexões de Adorno ou dos egocentrismos de Pinochet. A violência também forma valores, institui verdades ameaçadoras. Ela fere com seu autoritarismo. A história segue interpretações que não se consolidam. Há quem julgue visando perpetuar privilégios e outros busquem desmembrar injustiças.
A tecnologia atiçou estratégias de dominação. Trouxe animações nas ciências, mas ajudou a construir bombas, reproduzir lugares sombrios, testemunhar poderes mesquinhos. Observe o que você pode fazer usando um simples celular. Quantos boatos estão contidos nas armações políticas ensaiadas? A violência tem sutilezas, se expande articulando-se com ilusões. Não esqueça os disfarces, as falas de generais do serviço secretos, os pregadores do messianismo marcado pelas travessuras das ambições. Quem não se lembrar das guerras mais recentes e das ameaças da energia nuclear? O discurso do inevitável é feroz e intimida.
Com tanta solidão, a história caminha para os excessos depressivos e ansiedades agressivas. O mundo da droga sintética amplia lucros, promete remediar desencontros. Porém, as notícias se espalham denunciando assassinatos e os refugiando procuram auxílio. Há perplexidades imensas e sentimentos destroçados. Os significados se esvaziam, a competição se acelera o afetos se coisificam. Nota-se uma perturbação profunda. Não se trata apenas de disputas por cargos e ou mansões. Há desesperos atormentadores. A violência acende a destruição de corpos, alucinações, pulsões de  morte. Cria-se uma insegurança que se mistura com a apatia. Tudo tem um preço e uma manipulação.
A astucia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

As festas : inquietações, dúvidas, desfazeres


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A sociedade não dispensa rituais. Alguns expressam tradições e provocam nostalgias. A vida precisa de novidades, não pode cair em armadilhas sombrias e definitivas, No tempo das tecnologias sofisticados, as festas também se apresentam e firmam rituais. O consumo comanda as alegrias mesmo que sejam passageiras. Há confraternizações que lembram momentos de afetos. Os restaurantes se enchem, as fábricas de chocolates se expandem, porém continuam os mendigos nas ruas, lembrando que estão marginalizados. O Natal impulsiona o movimento, diverte, anuncia jogos secretos, desenha risos ensaiados.
Nunca houve uma sociedade sem rituais. Fazem parte da cultura. Como deixar de periodizar a vida? Como negar o heterogêneo? As divindades gregas curtiam brincadeiras e aventuras. Hoje, se celebram missas, os perdões se exaltam e as lojas buscam lucros. Portanto, tudo seria maravilhoso para animar os amores e quebrar as melancolias. Porém, há desconfianças, ressacas, manipulações. Não sejamos absolutos. A sociedade é histórica, possui limites e cansaços. A questão maior é que alguns não aceitam os limites e se joga em eternidades.
Vivemos cercados de ilusões. Já diziam os nazistas que uma mentira muitas vezes repetida se torna uma verdade. Os totalitarismos usaram propagandas para manter suas forças. Isso não se foi. O esquema de imagens sedutoras ganha espaço na imprensa e agita saudades, ambições, delírios. Não fugimos do reino das ambiguidades. As drogas não são meros instrumentos de fuga. Elas compõem os rituais. Observe como o consumo se multiplica e faz a grana se alargar pelo mundo. As elites não se ausentam e se comportam como senhores do mundo. Cria-se uma ecologia especial.
Muitos se queixam das reflexões pessimistas. Não se trata disso. Não custa lembrar que o azul não é azul como se imagina. A desconfiança se veste de muitas cores e o afeto nem sempre é notado quando se fala nas explorações. A sociedade se balança, não é estática. Convive com permanências, sem deixar de lado sua vontade de cantar e celebrar as formas mais astuciosas de festejos. A história segue. O carnaval inquieta, o dia dos namorados toma conta das fossas e das casas comerciais, a criança recebe presentes descartáveis Lá se vai o desejo de inventar o mundo e salvar pecados assustadores. Quem se engana no meios de tantas assombrações festivas?
Por Paulo Rezende. A astúcia de Ulisses.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Inscrições abertas para o VI Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco


A comissão de organização do Projeto VI Encontro de Burrinhas,Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco está inscrevendo, por meio do Cadastro de Inscrição, artistas e  grupos culturais para participarem do  VI Encontro de Burrinhas,Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco, que será realizado no dia 3 de março de 2019.
A ideia da organização do evento é favorecer o acesso às inscrições, a visibilidade do projeto e garantir a participação de mais grupos culturais e artistas . Durante o período de 17 a 26 de dezembro 2018, você pode se inscrever pelo  site culturapopularpe.com.br/
* Confira o Calendário:
1-  Inscrições: 17 a 26 de dezembro

2- Seminário Regional de Cultura (Previa Carnavalesca) data 27 e 28 de janeiro 2019: Entrega de documentos, combinação de valores da apresentação, forma de pagamento, parceiros,  informação sobre o formato do  VI Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco, organização da Carta da Cultura (documento para ser entregue as autoridades, apresentações culturais, contribuições, outros assuntos da Plenária).
3- Divulgação dos participantes selecionados: 26 a 28 de fevereiro de 2019
4- Apresentação no cortejo e palco no dia 05/03/2019. Local: Bom Jardim. Inicio: 08:00 h, Termino: 13:00 h
Contato para informações: (81) 9.9937-7488 / (81) 9.9829-2215

Para obter mais informações e preencher  o CADASTRO Acesse AQUI e participe!
Acesse https://culturapopularpe.com.br/cadastro-de-inscricoes-carnaval/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Três novas unidades do Compaz serão construídas no Recife


Assinatura do convênio para construção de três novas unidades do Compaz
Assinatura do convênio para construção de três novas unidades do CompazFoto: Andréa Rego Barros/Divulgação
Um convênio de cerca de R$ 18 milhões para construção de três novas unidades do Centro Comunitário da Paz (Compaz) no Recife foi assinado na manhã desta segunda-feira (17) pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PPS) no Palácio Campo das Princesas, com a presença do governador Paulo Câmara. Os novos centros serão construídos nos bairros do Pina, Ibura e Várzea e vão somar aos dois já existentes, o Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, e o Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro. 

Os Centro Comunitários da Paz (Compaz) foram concebidos sob a ideia de difundir a Cultura de Paz, garantir inclusão social e o fortalecimento comunitário. Baseado na experiência colombiana das Bibliotecas Parques e também de outras fontes de espaços de cidadania. Conhecidos como "Fábricas de Cidadania", os equipamentos se destacam tanto pela qualidade da estrutura, quanto pela quantidade dos serviços e atendimentos oferecidos. Os Compaz fazem parte da Secretaria de Segurança Urbana da Prefeitura do Recife. Hoje, os dois Compaz abertos no Recife tem cerca de 30 mil pessoas cadastradas e fazem cerca de 80 mil atendimentos por mês.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Cultura:Livraria Jaqueira abrirá loja no espaço da antiga Cultura


Livraria Cultura encerrou as atividades em julho de 2018. Foto: Nando Chiappetta/DP
Livraria Cultura encerrou as atividades em julho de 2018. Foto: Nando Chiappetta/DP

A marca Livraria Jaqueira, que atualmente comanda duas lojas na Zona Norte do Recife, vai inaugurar um novo empreendimento no espaço que costumava abrigar a Livraria Cultura do Paço Alfândega, Bairro do Recife. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (17) pelos futuros gestores do local: Antônio Fernandes Neto e Maria Peixoto - diretor financeiro e diretora comercial da Livraria Jaqueira, respectivamente. A previsão de inauguração é para março de 2019. 

A nova loja vai comportar o mesmo espaço da Cultura (térreo e primeiro andar), com estoque expressivo de livros, cafeteria, auditório, espaço infantil e um departamento para gráfica rápida. A intenção é tornar o local um verdadeiro “ponto de encontro” na capital pernambucana, com realização de eventos para aumentar o fluxo de pessoas, atraindo novos clientes e mais turistas.

O empreedimento ainda terá algumas novidades inéditas na cidade, a exemplo do Espaço Disney, com produtos oficiais (adultos e infantis) da empresa norte-americana. Outra observação é que o local não irá vender CDs e DVDs - produtos que perderam espaço para os serviços de streaming, prejudicando megastores em todo o mundo. 

Como é habitual da marca, a decoração do ambiente vai simular um jardim, com direito a uma jaqueira gigante. O investimento é de R$ 5 milhões, com financiamento pelo Banco do Nordeste.
Confira as imagens da livraria no projeto em 3D:





Fonte:Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 15 de dezembro de 2018

João Alfredo:Forró do Bucho Chei


Para comemorar o nascimento de Luiz Gonzaga e o Dia Nacional do Forró, artistas de João Alfredo e Bom Jardim, participaram de uma roda de sanfona nesta sexta (14), no centro da “cidade feliz”.
O Forró do Bucho Chei, contou com a participação de Nelson do Acordeon, Itamar da Costa (Forró Sem Pantim), Antonio Carneiro, Nelson Araújo (Nelson da Sanfona), Mário Claudino (Cultura Nordestina), Willian Neto, Fonseca Júnior, Boi Vei (Zabumbeiro), Juninho, Rodrigo (Zabumbeiro). A festa foi organizado pela Casa de Taipa Produções e o Ponto Chic Bar. O público participante fez doação de alimentos em prol de famílias sertanejas.
Resumo: Público animado, forró reverenciando, artistas homenageados, um mói de sanfoneiro arretado e um zabumbeiro espetaquento.
 Matéria: Edgar Santos
Fotografia: Cultura Popular PE/ Rodrigo Sedicias
ttps://culturapopularpe.com.br/forro-do-bucho-chei/?fbclid=IwAR0ekx70qaS8ynTEivxjEtufZQjJL-C_s2X8mqUennTjmmX83CHz2DR2wTQ
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Coaf:Funcionários de Flávio Bolsonaro repassaram até 99% dos salários




Uma análise na movimentação financeira de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, mostra indícios de que pelo menos uma funcionária pode ter depositado em sua conta o equivalente a quase tudo que recebeu na Casa no período agora sob investigação. Foi esse o caso de Nathalia Melo de Queiroz, filha do ex-servidor que, no período investigado, repassou a ele R$ 97.641,20, hipotético crédito mensal médio de R$ 7.510,86.

A quantia equivale a 99% do pagamento líquido da Alerj a Nathalia em janeiro de 2016, segundo a folha salarial do Legislativo fluminense. Como não há dados sobre a movimentação financeira total de Nathalia, não é possível dizer com certeza que o dinheiro teve como origem exclusivamente os pagamentos da Alerj.

Os cálculos são por aproximação. Para fazê-los, o jornal O Estado de S. Paulo usou o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Operação Furna da Onça e consultou a folha salarial da Casa. 

O órgão federal mostrou que no período investigado Nathalia transferiu os R$ 97.641,20 para a conta do assessor de Flávio. A cifra foi dividida pelos treze meses investigados para obter a média mensal, que foi comparada com três valores. Um foi o pagamento líquido recebido em janeiro de 2016 por Nathalia na Alerj: R$ 7.586,31. No confronto com o bruto, R$ 9.835,45, chegou-se a um repasse de 77,14%. Cotejada com a renda usada pelo Coaf, R$ 10.502,00, o percentual foi de 72,23%.

A renda considerada pelo Coaf, possivelmente, incorpora valores que não constam da folha de janeiro da Alerj ou rendimentos obtidos por Nathalia de outras fontes. Todos as cifras, porém, mostram percentuais altos de repasse.

Nathalia trabalhou na Alerj de setembro de 2007 a dezembro de 2016. Depois foi trabalhar como assessora no gabinete parlamentar do hoje presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na Câmara dos Deputados. Foi exonerada em 15 de outubro, mesmo dia em que seu pai foi desligado do gabinete de Flávio. Oficialmente o motivo foi a aposentadoria de Queiroz como PM. Reportagem publicada ontem pela Folha de S. Paulo mostrou que Nathalia, enquanto era funcionária, trabalhava como personal trainer no Rio.

O deputado tem se defendido, afirmando não ter cometido nenhuma irregularidade. O presidente eleito já disse que caberá a Queiroz explicar sua movimentação financeira - de mais de R$ 1,2 milhão no período.

Outros

Outra servidora que repassou a Queiroz grande parte do que recebeu foi Márcia Oliveira de Aguiar, mulher do ex-assessor. Os valores somam R$ 52.124,00 - uma média (total dividido por treze meses) de R$ 4.009,23. Isso não quer dizer que tenham sido feitos rigorosamente repasses mensais - o documento do Coaf não traz esse detalhe -, mas permite afirmar que Márcia transferiu porcentuais que equivalem de 31% a 46% do que recebeu por mês no período. 

Outra servidora, Luiza Souza Paes, fez transferências equivalentes a percentuais que variam de 24,8% a 33,5% do salário no período. Sua renda, segundo o Coaf, era de R$ 3.479 mensais e a transferência média era de R$ 863,53. Já Jorge Luís de Souza, que tinha salário bruto de R$ 5.486,76, fez depósito mensal médio de R$ 1.573,46 - percentuais respectivos de 7,69%, 28,67% e 32,46%. 

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que 57% dos depósitos feitos na conta de Fabrício Queiroz investigada pelo Coaf ocorreram no dia do pagamento dos salários na Alerj no período, ou até três dias úteis depois. 

A reportagem não conseguiu falar com Queiroz nem com os demais servidores para que comentassem as cifras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo./ DP

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Reconhecimento:Alceu Valença, um dos nossos maiores patrimônios culturais


Milhões de discos vendidos, prêmios importantes, um filme no currículo, inúmeras músicas de sucesso e público que atravessa gerações. Foto: Shilton Araújo / Esp. DP (Shilton Araújo / Esp. DP)
Milhões de discos vendidos, prêmios importantes, um filme no currículo, inúmeras músicas de sucesso e público que atravessa gerações. Foto: Shilton Araújo / Esp. DP






















No auge dos seus 72 anos, o múltiplo artista pernambucano Alceu Valença fez mais de 80 shows só neste ano e, ao longo da carreira, vendeu milhões de discos, ganhou prêmios importantes, dirigiu e lançou o filme A luneta do tempo - obra da qual ele se orgulha muito -, acumula inúmeras músicas de sucesso e seu público alcança diferentes gerações. Toda essa honrosa bagagem justifica a escolha do público em nomear Alceu como o vencedor da categoria Música, do Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco, promovido pelo Diario de Pernambuco. “É uma honra e um prazer. Pernambuco está na essência da minha arte. Praticamente toda a minha obra gira em torno de temas que aprendi desde menino em Pernambuco. Minha poética e musicalidade estão diretamente ligadas a essas influências. É como sempre digo: me sinto como um espelho do meu povo. Eu me reconheço nele, ele se reconhece em mim”, poetiza.
Na infância, não havia radiola na casa onde ele morava com seus pais Décio e Adelma, em São Bento do Una, no Agreste pernambucano. O motivo era o medo que o pai tinha de que o pequeno Alceu se tornasse boêmio e, por isso, não incentivava a sua veia artística. Essa condição da época fez com que o músico escutasse poucas músicas até os dias de hoje. “A música que conheço, eu aprendi com os vaqueiros, os trios de forró, as duplas de violeiros e emboladores. Uma vez, no início da minha carreira, perguntei ao Hermeto Pascoal o que ele costumava escutar. Sabe o que ele respondeu? Nada. Para não me influenciar”, diz, aos risos. 

Foi apenas em 1969 que Alceu Valença, o então jovem de 23 anos, descobriu que tinha talento para a música, durante um curso de férias para o qual foi selecionado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Depois das aulas, ele levava seu violão para a praça e cantava xotes, baiões e martelos agalopados. “Os hippies e hare krishnas adoravam e dançavam em torno de mim”, recorda. Essas despretensiosas apresentações despertaram a curiosidade de um jornal de Massachusetts, que perguntou o que ele cantava. “Protest songs”, respondeu. Esse mesmo jornal definiu o pernambucano como o “Bob Dylan brasileiro”, quando ele nunca havia escutado uma música sequer do cantor e compositor norte-americano.

Nos Estados Unidos, onde descobriu seu talento, ele já foi chamado de Bob Dylan brasileiro. Hesíodo Goes / Esp. DP
Nos Estados Unidos, onde descobriu seu talento, ele já foi chamado de Bob Dylan brasileiro. Hesíodo Goes / Esp. DP
De volta ao Brasil, Alceu classificou uma música no Festival Internacional da Canção (FIC), e foi ali que ele começou a se sentir profissional. Dois anos depois, gravou o primeiro disco, Quadrafônico, em dupla com Geraldo Azevedo. “Eram poucas as horas de estúdio e gravávamos de madrugada, escondidos. Foi utilizado o sistema quadrafônico, uma novidade para a época”, relata. No início da carreira, as metáforas usadas em suas letras eram um método para driblar os censores. Em Quadrafônico, por exemplo, havia uma música chamada Talismã, com uma letra que dizia: “Joana, me dê um talismã / viajar”. A princípio, a letra não apresentava uma mensagem explícita, mas a censura alegou que “Joana é marijuana e viajar é uma referência a isso”. Por este motivo, a letra teve de ser modificada para “Diana, a caçadora”. “Troquei Joana por Diana e saí de lá com a música liberada”, relembra. 

EXTERIOR
Os Estados Unidos não foram o único país do exterior em que Alceu fez morada. Ele também residiu durante um ano - e depois voltou diversas vezes - na França, lugar pelo qual nutre um carinho especial. Durante as idas a Paris, o músico compôs aquele que seria o seu primeiro grande sucesso, Coração bobo. “Escrevi em uma noite em que eu tive muita saudade de casa. Eu me sentia em uma espécie de autoexílio. E essa música acabou abrindo o caminho para que eu me tornasse um artista realmente popular”, avalia. Alceu afirma que tem a expertise de compor uma música com facilidade e agilidade. Ele tem canções que falam de amor, de lembranças, de lugares. Outras que falam do Brasil, com mais ou menos esperança, dependendo da fase que o país esteja passando. “Muitas coisas me inspiram. Como diria o filósofo Ortega y Gasset: ‘Eu sou eu e as minhas circunstâncias’. Minha música reflete isso”, diz. 

Advocacia

Embora seu grande talento seja na música, Alceu vem de uma família de advogados. Seu pai foi procurador do estado e o incentivou a ingressar na profissão. “Eu fiz o curso completo na Faculdade de Direito do Recife, cheguei a estagiar em um escritório de advocacia, mas desisti porque achei que o réu tinha razão na primeira causa que apareceu”, diverte-se. “O Direito me ensinou a ver sempre os dois lados, a ter uma noção mais completa do que seja cidadania. E a Filosofia, minha disciplina favorita na faculdade, me ensinou a questionar sempre”, conclui. O artista também trabalhou como jornalista na sucursal do Jornal do Brasil e nas revistas da Editora Bloch. 

Projetos

Atualmente, o Maluco Beleza se prepara para o show que fará no Recife Antigo, durante o Réveillon Parador, no último dia do ano. Em janeiro, ele viaja de férias para Portugal e, no carnaval, volta à capital pernambucana para se apresentar na festa momesca, como faz quase todos os anos. Em 2019, a casa que o artista possui em Olinda será reformada e aberta ao público com exposição de fotos, discografias e figurinos de Alceu, nos quatros domingos de fevereiro que antecedem a festividade do carnaval. “A casa vai abrigar diversas atividades culturais. Será um lugar dedicado não só a mim, mas à cultura pernambucana e nordestina”, adianta. Já durante os quatros dias de carnaval, o espaço vai se transformar em camarote e casa de apoio para os foliões.
 De Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE