quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Brasileiros que 'adotaram' venezuelanos doando passagem, comida, emprego e até aluguel


Neste ano, Joyce Simões 'adotou' os venezuelanos Hector Antuare (à esq.), Teoscar Ramon Mata e Luis Nelson BaenaDireito de imagemGUI CHRIST
Image captionNeste ano, Joyce Simões 'adotou' os venezuelanos Hector Antuare (à esq.), Teoscar Ramon Mata e Luis Nelson Baena.
Para Hector Antuare, venezuelano de 45 anos, o município paulista de Indaiatuba não era sequer um ponto no mapa. "Nunca tinha ouvido falar", diz. Ele saiu de sua cidade, Anaco, no Estado de Anzoátegui, no final do ano passado. Com ajuda de uma brasileira, foi parar no interior paulista, hoje sua casa e sua esperança de tentar mudar o destino da família que deixou para trás.
Longe de ser um sonho, o Brasil era, para Antuare, uma aposta às escuras. A fome sentou em sua mesa na Venezuela e de repente ele se viu desesperado. "Eu tinha duas opções: Colômbia e Brasil. Mas li umas notícias ruins sobre a Colômbia". Pegou um ônibus para Pacaraima, Roraima, onde no fim de semana um grupo de brasileiros atacou um acampamento de imigrantes e refugiados venezuelanos, destruindo seus pertences e os expulsando da cidade.
Antuare teve mais sorte com os brasileiros do que os compatriotas alvos do ataque: conheceu Joyce, que acabou virando uma espécie de madrinha mais nova. Ela o levou para Indaiatuba, paga o aluguel da casinha onde ele vive e até lhe arrumou um emprego. Mecânico de perfuração de petróleo na Venezuela, hoje Antuare trabalha lavando pratos em um restaurante. Para ele, diante do que viveu recentemente, está ótimo.
E não foi apenas ele que Joyce ajudou. Antuare vive com outros três venezuelanos em uma casa de quatro cômodos. Todos são auxiliados por um grupo de moradoras de Indaiatuba - cidade de 235 mil habitantes a uma hora de São Paulo -, que se autointitula "Amigas do Bem" e se organiza por meio do aplicativo WhatsApp. Elas se sentiram sensibilizadas pelas histórias de venezuelanos que, desesperados com a crise econômica e política por qual passa o país, largaram tudo e viajaram ao Brasil.
"Nós queríamos ajudar, mas não sabíamos como. Tivemos uma oportunidade e falamos: 'vamos? Vamos", conta Joyce, sentada em meio a centenas de cabides de roupas do brechó que administra na cidade. Em parte, o dinheiro que banca os quatro venezuelanos de Indaiatuba sai do que é vendido nesta loja. Outra parcela vem de doações de amigos e membros do grupo de WhatsApp. "Conversamos com as pessoas da cidade, que nos ajudaram de várias formas. Um doou uma coisa, outra achou uma casa, outra arrumou um emprego. E assim vai", conta.
O venezuelano Hector Antuare, em um brechó em IndaiatubaDireito de imagemGUI CHRIST
Image captionO venezuelano Hector Antuare, que chegou ao Brasil no ano passado, em um brechó em Indaiatuba, interior de São Paulo
Quem a aproximou dos venezuelanos foi a ONG Fraternidade Sem Fronteiras, que administra um centro de acolhimento para 300 refugiados e imigrantes em Boa Vista, cidade brasileira mais afetada pela onda migratória causada pela crise na Venezuela. Em média, o Brasil recebe 500 venezuelanos por dia - no domingo, foram 800.
O caminho brasileiro começa em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Depois, chega a Boa Vista. Milhares de venezuelanos estão vivendo em abrigos ou acampamentos em ruas, praças e rodoviárias.
Em Boa Vista, com o número de imigrantes chegando a 10% da população, os serviços públicos estão sobrecarregados. Os postos de saúde acumulam filas enormes e as escolas estão lotadas. Há quase 2 mil venezuelanos morando na rua. A situação vem gerando estresse e conflitos violentos.
Em entrevista à BBC News Brasil, a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), afirmou que, se o governo federal não ajudar, a prefeitura "vai perder o controle da cidade."
Na segunda-feira, o governo de Roraima pediu ao Supremo Tribunal Federal o fechamento da fronteira com a Venezuela, o que acabou não acontecendo.

Venezuelanos fugindo da crise

Na mesma casa em Indaiatuba, vive Luis Nelson Baena, de 42 anos. Natural de El Tigre, também no Estado de Anzoátegui, ele viajou ao Brasil em setembro do ano passado. Deixou em casa a mulher e quatro filhos. "O salário que eu ganhava não dava mais para comprar um saco de arroz. Começamos a passar fome", diz.
Vizinho de quarto de Baena, Antuare conta história parecida. De repente, seu salário no setor petrolífero, que bancava saúde e educação de seus três filhos, passou a não comprar nem a comida da semana. "A situação econômica ficou desesperadora. A gente não sabia o que fazer. O jeito de fortalecer a família foi sair", diz.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação na Venezuela pode chegar a 1.000.000% (um milhão por cento) em 2018. A alta constante e acelerada dos preços asfixia diariamente a população e dificulta a retomada do crescimento do país, que está submerso em uma profunda crise.
O venezuelano Luis Nelson Baena, em Indaiatuba (SP)Direito de imagemGUI CHRIST
Image captionO venezuelano Luis Nelson Baena deixou a família em El Tigre para tentar ganhar dinheiro no Brasil
No Brasil, Baena viveu nas ruas de Roraima por um mês. "Em Boa Vista, eu esperava dar 23h para pegar os restos de comida que uma padaria jogava fora. Vivi assim, amigo", conta, sentado na cozinha de sua casa em Indaiatuba. Depois, conseguiu um bico de carregador de caminhões e, no abrigo da Fraternidade Sem Fronteiras, arrumou uma passagem para São Paulo. Viveu alguns dias em um albergue em São Mateus, na zona leste paulistana.
Foi quando conheceu Joyce, que o levou para o interior, pagou seu aluguel e lhe arrumou um emprego noturno em um estacionamento. Hoje, Baena ganha R$ 1.500 por mês, a maior parte enviada à família na Venezuela. Ele não vê a mulher e seus quatro filhos há quase um ano.
A família se corresponde por meio de mensagens enviadas por Baena a uma vizinha da esposa. "Até comprei um celular para minha mulher. Ela usou por 20 dias, mas foi roubada. Nos falamos muito pouco", diz. "Meu sonho é trazê-los para o Brasil."
O mesmo sonho tem Teoscar Ramon Mata, de 29 anos, que deixou a mulher e três filhos pequenos em El Tigre. No dia da partida, ele pediu à esposa para não acompanhá-lo até a rodoviária. "Eu não queria viver aquela despedida. É um momento muito triste quando você deixa suas raízes para trás. Minha família estava passando fome e eu, de mãos atadas. Tive de fazer alguma coisa", diz.
Mata hoje mora em Indaiatuba. Atua como auxiliar de cozinha em um restaurante, trabalho arrumado por Joyce, a quem ele chama de mãe.

'Ajudar é uma questão de cidadania'

O médico venezuelano German (à esq.) foi ajudado financeiramente pelo engenheiro agrônomo Pedro Onofre, de BrasíliaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionO médico venezuelano German (à esq.) foi ajudado financeiramente pelo engenheiro agrônomo Pedro Onofre, de Brasília
O engenheiro agrônomo Pedro Onofre, de 46 anos, é outro brasileiro que resolveu ajudar imigrantes venezuelanos. Em maio, ele conheceu German, médico e ex-capitão do Exército do país. O ex-militar contou ter sofrido perseguição por participar da oposição ao governo de Nicolás Maduro.
Viveu por quase um ano em abrigos de Boa Vista e foi indicado ao engenheiro por um amigo.
Onofre emprestou uma casa para German viver por alguns meses, em Brasília. Depois, arrumou um emprego de auxiliar de logística para o imigrante em sua própria empresa. "Os imigrantes e refugiados chegam muito abalados por esse processo que é quase de expulsão do próprio país. Com o tempo, eles vão recuperando a autoestima", diz Simões.
O engenheiro ajudou o venezuelano a levar sete pessoas de sua família para Brasília - sua sogra também trabalha na empresa. "Ele tem ainda um filho pequeno que ficou na Venezuela, mas estamos tentando trazê-lo para o Brasil também", conta o engenheiro. "Eu o ajudo porque é uma questão de cidadania, um compromisso de humanidade."

'Você não pode generalizar'

Teoscar Ramon Mata, imigrante venezuelano em Indaiatuba (SP)Direito de imagemGUI CHRIST
Image captionTeoscar Ramon Mata hoje trabalha em um restaurante em Indaiatuba, cidade do interior paulista
Os três venezuelanos que conversaram com a BBC News Brasil em Indaiatuba disseram que sempre tiveram boas relações com brasileiros. Os conflitos foram poucos.
Mata conta que há alguns meses, em Boa Vista, foi acusado de roubo quando comprava comida em uma mercearia. "A funcionária disse que eu estava roubando. Chamei o gerente e pedi para eles verem as câmeras de segurança. Depois eles viram que eu não tinha feito nada", diz.
O ataque de brasileiros a venezuelanos em Pacaraima, no último sábado, ocorreu depois que um comerciante local foi assaltado e ferido por imigrantes. "Se um venezuelano faz algo errado, você não pode generalizar e achar que todos os venezuelanos são ruins. É a mesma coisa com brasileiros: se um te trata mal ou te agride, eu não posso acreditar que todos são más pessoas", diz Mata.
Baena faz reflexão parecida. "É claro que há venezuelanos que chegaram no Brasil e fizeram coisas ruins. Mas não é por isso que todos vão ser agredidos. As pessoas vieram para o Brasil porque estavam desesperadas, passando necessidades", diz.
Sua "madrinha", Joyce critica a ação dos brasileiros em Pacaraima. "Olha, quando conheci os quatro que vieram para cá, eles estavam desesperados para conseguir um emprego. Eles precisam ajudar as famílias que ficaram lá. Se cada brasileiro, ao invés de só criticar, fizesse alguma coisa para ajudá-los, talvez a situação melhorasse bastante", diz.
O engenheiro Pedro Simões, que ajuda imigrantes em Brasília, critica o que chama de "sentimento de intolerância" de parte dos brasileiros. "Estive em Boa Vista na semana passada e percebi que a intolerância vem crescendo muito. Presenciei situações de agressão e xingamentos em lugares com situação precária. Tudo o que acontece de errado na região, as pessoas culpam os venezuelanos", diz.

'Caminhar com as próprias pernas'

A farmacêutica Ana Lúcia Guimarães (à esq.) o casal de venezuelanos Yovantza e Luis, e sua filhaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionA farmacêutica Ana Lúcia Guimarães (à esq.) pagou a passagem aérea para o casal de venezuelanos Yovantza e Luis, e sua filha; também cedeu área para a família viver
A farmacêutica Ana Lúcia Guimarães, de 49 anos, também bancou financeiramente uma família de venezuelanos fugidos da crise.
Ela conta que se sensibilizou pela situação ao ver reportagens sobre refugiados na Europa. "Eu fui tocada, sabe? Senti uma dor muito grande e me coloquei no lugar deles. Ter de abandonar sua casa, sua família, é algo muito difícil. Resolvi ajudar", diz.
Voluntária na Fraternidade Sem Fronteiras, Guimarães tinha um galpão vazio em Goiânia, cidade onde mora. Com ajuda de amigos, mobiliou o espaço para receber uma família de venezuelanos.
Ela conheceu Yovantza, de 26 anos, e Luis, 27, em uma visita aos abrigos de Boa Vista. O casal tem três filhos, mas apenas uma garota viajou com eles ao Brasil. A farmacêutica pagou a passagem aérea da família de Roraima para Goiás.
Depois, matriculou a menina em uma escola e conseguiu empregos para o casal. Yovantza trabalha de doméstica, e Luiz, de auxiliar de padeiro. "Eles estavam há dois anos desempregados, passando necessidades mesmo", conta Guimarães. O sonho do venezuelanos é trazer os dois filhos que ficaram com a avó materna.
A farmacêutica brasileira diz que vai ajudar outras famílias de imigrantes. "Só estou esperando Yovantza e Luis se estabilizarem em Goiânia e caminharem com as próprias pernas. Eles vão conseguir", diz.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

João Alfredo beneficia agricultores familiares



A Prefeitura de João Alfredo, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, realizou nesta quarta, 22, a entrega do kit produtivo, composto por forrageira e roçadeiras. Foram aproximadamente 100 agricultores contemplados. Eles são beneficiários do Programa Pernambuco mais Produtivo, e a ação fez parte da finalização da tecnologia cisterna calçadão. A execução do projeto foi feita pela Caritas Diocesana de Caruaru. Os equipamentos são essenciais para fortalecer a agricultura familiar do nosso município.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Quem esvazia quem nas sombras políticas?


Resultado de imagem para eleições 2018 pesquisa ibope

Temos uma campanha eleitoral seguindo e muitas conversas. As redes de televisão promovem debates com muita pompa. Pouco se aproveita politicamente. Resgata-se o que foi engraçado, as valentias de alguns, as chamadas bíblicas. Os evangélicos resolveram investir . O Jair, o Cabo. a Marina são figuras ativas. Possuem perfis desiguais. Marina se encontra abatida, mas não deixou de sacudir sua defesa das mulheres. Jair se encontra em estágio de mutação, diante das histerias do Cabo. Teremos um presidente abençoado pela força divina?  Será que há algum ateu na disputa? Acredito que muitas orações propõem o fim de tanto vazio. O Refrotil fortalece sua marca.
As aprendizagens estão sendo raras. Muita gente foge dos debates. Escondem-se no travesseiro e vão sonhar com as dívidas. Mas há quem se divirta. Comédia de sucessivas afirmações curtas e leves. A política se despede das famosas ideologias radicais? Estamos numa sociedade que elogia o consumo. Fala de produção, lança novidades tecnológicas, porém adora comprar, mostrar da marca da moda. Os candidatos se tornam decorativos, modelos. Comportamento premeditado, vozes treinadas, plano para o futuro. Haverá um juízo ético de alguma coisa?
As redes sociais desfilam comentários. Montam cenas, criticam, sem grande entusiasmo. Os carros de som percorrem as ruas. Música, ruídos, falta de equilíbrio. Na minha rua, há um comitê, colorido, cheio de jovens, com um som terrível. Parece ser de um proponente do PSB, defensor de Paulo. Segundo os entendidos possui , de novo, possibilidades de ser deputado federal. Vamos ver. É uma eleição que tem estranhos procedimentos e máscaras avulsas. Não faltam pedidos de aumento no judiciário, com discursos de Temer tentando livrar-se do pesadelo.
Muito delírio, numa sociedade que se massifica aceleradamente, caminhando na globalização, sem deixar as guerras nem a escravidão. Promete-se uma onda radical de privatização, com uma obscuridade avassaladora. Muitas tensões trazem pessimismos. As questões urgentes são desprezadas, porque o poder do negócio, as licitações, os privilégios da minoria prevalecem. Não adianta chorar. É preciso não chutar a memória. As informações garantem o controle da imprensa. Sinta-se desconfortável num país repleto de miséria e exploração. Não apague a luz, mas desconfie das sombras.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ampliação do cemitério de João Alfredo


O Governo Municipal iniciou os trabalhos  de ampliação do cemitério da cidade de João Alfredo. A gestora municipal afirma que é compromisso firmado com a população:"mais um pedido das famílias que estamos tirando do papel. Apesar dos poucos recursos financeiros para as demandas, as obras acontecem em nossa gestão. Com recursos próprios do município, começamos a execução do muro de proteção e perímetro do terreno, além do início do velório. Vamos trabalhar com empenho para entregar mais uma importante obra ao povo de João Alfredo," declarou Maria  Sebastiana.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Convite para feste de agradecimento ao Padre Jorge em Bom Jardim


CONVITE
Os que fazem a Paróquia de Sant’Ana de Bom Jardim – PE convidam toda a comunidade católica bonjardinense, para participar da Celebração Eucarística em ação de graças pelos seis anos de missão do Padre Jorge José de Sousa, como Vigário Paroquial, domingo, dia 26 de agosto de 2018, às 08:00h, na Igreja Matriz de Sant’Ana.
"Os desígnios de Deus não chegam até nós para serem desvendados, mas para serem aceitos, cumpridos e vividos com total dedicação e fidelidade. Obrigado, Padre Jorge Sousa, pela sua colaboração na condução do rebanho de Jesus Cristo, em Bom Jardim."
Contamos com a presença e participação de todos!
Fonte:Paróquia de Sant'Ana.Professor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Câmara na frente da pesquisa Ibope


Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (20) aponta os seguintes percentuais de intenção de voto para o governo de Pernambuco:
  • Paulo Câmara (PSB): 27%
  • Armando Monteiro (PTB): 21%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 3%
  • Julio Lossio (Rede): 3%
  • Maurício Rands (PROS): 2%
  • Simone Fontana (PSTU): 2%
  • Dani Portela (PSOL): 1%
  • Branco/nulo: 32%
  • Não sabe/não respondeu: 8%
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo "Jornal do Commercio". É o primeiro levantamento do Ibope realizado depois da oficialização das candidaturas na Justiça Eleitoral.

Sobre a pesquisa

  • Margem de erro: 3 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Quem foi ouvido: 1.204 eleitores de todas as regiões do estado, com 16 anos ou mais
  • Quando a pesquisa foi feita: 17 a 19 de agosto
  • Registro no TRE: PE-00006/2018
  • Registro no TSE: BR‐09085/2018
  • O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro
  • 0% significa que o candidato não atingiu 1%. Traço significa que o candidato não foi citado por nenhum entrevistado

Espontânea

Na modalidade espontânea da pesquisa Ibope (em que o pesquisador somente pergunta ao eleitor em quem ele pretende votar, sem apresentar a relação de candidatos), o resultado foi o seguinte:
  • Paulo Câmara (PSB): 9%
  • Armando Monteiro (PTB): 5%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 0%
  • Julio Lossio (Rede): 0%
  • Maurício Rands (PROS): 0%
  • Dani Portela (PSOL): –
  • Simone Fontana (PSTU): –
  • Outros: 3%
  • Branco/nulo: 29%
  • Não sabe/não respondeu: 53%

Rejeição

O Ibope também mediu a taxa de rejeição (o eleitor deve dizer em qual dos candidatos não votaria de jeito nenhum). Nesse item, os entrevistados puderam escolher mais de um nome. Veja os índices:
  • Paulo Câmara (PSB): 43%
  • Armando Monteiro (PTB): 27%
  • Dani Portela (PSOL): 18%
  • Julio Lossio (Rede): 18%
  • Ana Patrícia Alves (PCO): 17%
  • Maurício Rands (PROS): 17%
  • Simone Fontana (PSTU): 17%
  • Poderia votar em todos: 3%
  • Não sabe/não respondeu: 20%
Fonte:G1.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 19 de agosto de 2018

O amor é líquido ou está desamparado?


Resultado de imagem para amor

São muitas as discussões sobre o sentido da vida. Difícil é fixá-lo e sentir as transparências, Será que temos um destino? Prefiro afirmar que temos história, não goste de fatalidades e cultivar tempos que aprisionam. Sei que a felicidade não é plena, talvez esteja num paraíso imaginado, porém é saudável não mergulharmos em ansiedades perenes. Tudo está sem rumo. isso não é escândalo. Buscam-se Messias, salvações, as farmácias estão cheias. Há dissonâncias criadoras de intrigas e de invejas. Se o mundo vele pela competição, estamos numa caça a uma solidariedade inexistente.
Não é sem razão que a sociedade adoece de forma avassaladora. A tarja preta tem um lugar especial. O amor é visto como algo que se perdeu ou que é parceiro de efêmero. Portanto, sobram vazios, faltam afetos. Se é o efêmero que domina, como aprofundar os sentimentos? A conversa é rápida, as redes sociais ditam as normas, as pessoas nutrem dores escondidas. Há uma falta de assunto, desde que não se façam negócios. A grana impera, os interesses interferem até em papos amistosos ou aparentemente amistosos.
Muita gente reclama. O olhar não é mais significativo? O que permanece é o medo e a solidão? Como se define a sexualidade? As dúvidas contaminam, porque a sensação de desemparo persiste. É visível a dificuldade de se tocar, a ampla violência que corrompe as relações. O mundo desconhece  o mundo e teorias se localizam nos debates acadêmicos, nem sempre decifram os desencontros da vida. Fala-se em educação à distância, em virtualidades, em palavras mesquinhas, em poemas oportunistas.
A sociedade , que não cura suas feridas, pode lamentar as crises contantes são ameaças. Se nada se consolida e as reflexões fogem , o amor fica confuso e se desfaz. Na sociedade da moda, tudo provoca equívocos. É preciso está atento, não temer as fragilidades, afinal as lacunas exigem ânimo para preenchê-las. Ter  tempos para contemplar, ampliar o encanto, não estimular o pragmatismo. O amor não é o fim da história, nem a porta aberta para salvação. Ela apenas avisa que outro divide, se aconchega, visita nosso corpo.
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Meio ambiente:Importância do Brasil na biodiversidade mundial é maior do que se pensava, dizem cientistas

Peixes em coral em Laje de Santos, São PauloDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionRecifes de coral cobrem apenas 0,1% dos oceanos, mas são responsáveis pela sobrevivência de mais de 200 milhões de pessoas
Quase um quarto de todos os peixes de água doce do mundo - mais precisamente 23% - estão nos rios brasileiros. Assim como 16% das aves do planeta, 12% dos mamíferos e 15% de todas as espécies de animais e plantas.
Esses números estão sendo compilados pela primeira vez por cientistasbrasileiros após a publicação do estudo O futuro dos ecossistemas tropicais hiperdiversos, divulgado no final de julho na revista Nature.
"Já imaginávamos que o Brasil tinha essa quantidade de espécies, mas os números exatos estavam espalhados em bases de dados muito diferentes pelo mundo. É uma combinação de dados única", disse à BBC News Brasil a bióloga Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, que participou do estudo e lidera os esforços para compilar os dados brasileiros.
"A condição do Brasil é muito única, mas, nas discussões políticas, o papel que o país tem na biodiversidade mundial é pouco considerável. Precisamos de um conjunto de políticas muito mais fortes e atuantes para lidar com essa biodiversidade."
O estudo, realizado por um grupo de 17 cientistas, incluindo quatro brasileiros, é a maior revisão de dados sobre a biodiversidade nos trópicos, segundo o biólogo marinho, zoólogo e botânico britânico Jos Barlow, da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, que liderou a pesquisa.
"Sempre soubemos que a região era importante. Mas encontramos números surpreendentes. Mostramos, por exemplo, que 91% de todos os pássaros do mundo passam ao menos parte de suas vidas nos trópicos. Isso é incrível", disse à BBC News Brasil.
"Eu também fiquei impressionado com o fato de o Brasil ser responsável por um quarto dos peixes de água doce. Geralmente, esses ecossistemas são ignorados."
Floresta amazônicaDireito de imagemADAM RONAN
Image captionOs ecossistemas tropicais – florestas, savanas, rios e lagos e recifes de coral – concentram mais de três quartos das espécies do planeta

Perda acelerada de espécies tropicais

No estudo, a equipe internacional de cientistas alerta para o fato de que a falta de ações de conservação e monitoramento dos ecossistemas tropicais pode causar, em breve, uma perda sem precedentes de espécies - muitas das quais sequer são conhecidas.
Os ecossistemas tropicais - florestas, savanas, lagos e rios e recifes de coral - cobrem 40% do planeta, mas abrigam mais de três quartos (78%) de todas as espécies.
Além disso, desses ecossistemas dependem as vidas de centenas de milhares de pessoas. Os recifes de coral, por exemplo, são responsáveis pela subsistência e pela proteção de mais de 200 milhões, apesar de só cobrirem 0,1% dos oceanos.
Em todos esses locais, dizem os pesquisadores, a flora e a fauna sofrem a "ameaça dupla" das atividades humanas, como o desmatamento e a pesca predatória em excesso, e de ondas cada vez mais frequentes de calor, causadas pela mudança climática.
"A maior parte dos cientistas foca em apenas um bioma. Mas nós mostramos que todos os ecossistemas tropicais estão sofrendo dos mesmos problemas", diz Barlow.
Sapo amarelo brasileiroDireito de imagemALEXANDER LEES
Image captionEspécies nos trópicos podem ser perdidas em breve por causa da atividade humana e do aquecimento global, mas são menos 'lembradas' do que as de regiões polares, segundo pesquisadores
"Quando falamos em mudança climática, falamos muito do seu impacto nas regiões polares, mas isso está devastando os trópicos. E o mundo parece ter dado um passo atrás no que se refere ao compromisso com ações relacionadas ao meio ambiente."
Para Joice Ferreira, da Embrapa, também é preciso considerar que a maior parte dos países tropicais são regiões mais pobres, com menor capacidade de pesquisa.
"Nossa região alimenta todas as outras do mundo com recursos naturais, mas a maior parte das pesquisas sobre os trópicos é liderada por países desenvolvidos", afirma.
"Isso nos coloca numa situação de vulnerabilidade, porque temos uma capacidade menor de resposta às mudanças climáticas. Estamos colocando em risco um número muito grande de espécies."

Dificuldade para catalogar dados no Brasil

Segundo Barlow, um dos principais problemas das regiões tropicais é a falta de investimento na coleta e na catalogação de espécies. Ou seja, sequer sabemos tudo o que está em perigo com o aumento das temperaturas globais.
Atualmente, cerca de 20 mil novas espécies são descobertas no mundo a cada ano. Mas, nesse ritmo, os pesquisadores estimam que seriam necessários pelo menos 300 anos para catalogar toda a biodiversidade do planeta.
Coruja-buraqueiraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO Brasil tem 16% das aves de todo o planeta; 91% das aves do mundo passa ao menos parte da vida nos trópicos
"Descrever novas espécies tem que ser um trabalho colaborativo global, com pesquisadores tendo acessos a recursos e espécimes em muitos museus e coleções. Mas tudo isso é dificultado pela burocracia excessiva - algo que o Brasil conhece muito bem", diz o britânico.
Ferreira diz que ainda falta no Brasil um programa "abrangente e integrado de avaliação da biodiversidade". A maior parte das pesquisas, ela afirma, são feitas em locais de fácil acesso - como a beira dos rios e as margens de estradas - e na região Sudeste, onde se concentra a maior parte dos pesquisadores.
"Tentamos aos trancos e barrancos cumprir as metas internacionais, mas é tudo muito grosseiro e genérico. Num país muito menor como o Reino Unido, se conhece a fauna e a flora de cada quilômetro do país", compara.
"Precisamos fazer programas de monitoramento amplo em todos os biomas brasileiros e programas de conservação nos outros biomas, além da Amazônia. Mas o que vemos é justamente o contrário disso, um corte massivo de financiamento para ciência e tecnologia, especialmente nos recursos humanos."
Em 2014, o governo brasileiro criou o Sistema de Informação Sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), uma espécie de atlas das espécies do país, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). A iniciativa, no entanto, avança a passos lentos na tarefa de catalogar apenas o que já se sabe sobre a fauna e a flora nativas.
"Nunca chegamos numa amostragem de toda a biodiversidade espacial. O território brasileiro é grande demais, nunca tivemos investimento com regularidade suficiente e os programas de pesquisa nunca se preocuparam em traçar uma estratégia que abrangesse o território todo", disse à BBC News Brasil a bióloga Andrea Nunes, coordenadora de biomas do MCTIC e diretora geral do SiBBr.
Onça brasileiraDireito de imagemLEONARDO MERÇON | GETTY IMAGES
Image captionSistema de catalogação da biodiversidade brasileira tem cerca de 15 milhões de registros, mas falta financiamento e cultura de compartilhamento de dados, diz bióloga
O principal obstáculo encontrado pelo sistema é justamente a dificuldade de convencer os pesquisadores a registrarem, uma por uma, todas as espécies que já pesquisaram.
"O Brasil não tem cultura de compartilhamento de dados. Esse problema começa pela própria academia, que usa dados de biodiversidade para a publicação de teses de mestrado, doutorado, e quase joga esses dados fora. Muitos pesquisadores acham que faz parte desse trabalho deles compartilhar esses dados primários", afirma a diretora.
"Além disso, o MCTIC apoiava as instituições de pesquisa pagando bolsistas para estruturar os dados e alimentar o sistema. Há cerca de um ano e meio, não podemos mais oferecer essa ajuda."
Nunes estima que, atualmente, o SiBBr tenha cerca de 15 milhões de espécies em sua base de dados. Mas só nas seis principais coleções do Brasil - ou seja, nas instituições como a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Museu de Zoologia de São Paulo - pode haver até 40 milhões de registros.
"Imagine que essas coleções ainda não foram completamente catalogadas no nosso sistema, e que o Brasil tem mais de 300 coleções do tipo. Ninguém sabe o número total de registros de espécies que temos. Até porque pode haver muita coisa duplicada", diz.

Professor Edgar Bom Jardim - PE