terça-feira, 18 de agosto de 2020

A carta da magia divina


Para quem acredita que Deus não era um arquiteto dominado pelo concreto vai uma mensagem. Deus era poeta, seguidor das palavras mágicas. O verbo venho antes de tudo. Traçava geometrias que deslumbravam Deus. O mundo criou-se na fala infinita do divino.Cada coisa no seu lugar e tempo voando como pássaro colorido. Muito encanto que parecia inabalável. Mal sabia Deus que demônios provocariam destruições. O mundo se agitava com as forças do mal e as palavras adoeciam. O descompasso vendia a desigualdade e o lixo.

O paraíso sentiu que as serpentes exibiam poderes exóticos. Adão e Eva se mostravam ingênuos, não aproveitaram as perfeições e mergulharam na incompletude.Pecaram. Desmancharam a uniformidade da criação. A culpa se expandiu com a história de seus descendentes. O mundo se transformou numa multiplicidade assustadora de estratégias e desenganos. Arcanjos buscaram impedir as ações diabólicas. O mal. porém, ambicionava espaços e armava escorregões para esvaziar a magia. A dúvida intimidava a Lucidez.

Assim, a história se construiu e as revoltas não fecharam a maldade. Os arcanjos se cansaram, não derrotaram as ousadias de quem seca as palavras e apaga a memória da fundação. O paraíso se desfez, Caim matou Abel e pandemias se apresentaram para perturbar as possibilidade de não magoar Deus. O mundo feito olhava o futuro, queria utopias e encontrava guerras. As palavras se fragilizavam nas traquinagens de poderes avassaladores. Deus se sentia solitário, temia que sua criação desmoronasse. Talvez, vivesse um conto de fadas e o mundo nada tivesse de eternidade.

Muitas religiões andaram cantando orações, mas se misturavam com as políticas dos que se ligavam no império. Por que a salvação não se sustentava?A violência não cedia lugar para a paz. Existiam harmonias passageiras e localizadas. A história se repete em tropeços e simula novidades Há quem desenhe sonhos. Nem tudo é tédio. O mundo é instável, não se encontra com o sossego. Por isso, muitos assumem a perplexidade.Registram desfazeres, não desfrutam da magia. Dizem que um juízo final ajustará o mundo. E Deus é julgado por filosofias e ateus anunciam a permanência de uma sinfonia inacabada. Triste história, com ritmos confusos.

Por Antônio Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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