Na partida de ontem, pelo Campeonato Paraibano, o goleiro Wagner Coradin, do Campinense, deu exemplo de inclusão ao se ajoelhar para conceder entrevista ao repórter Rogério Roque, da 'Rede Primeiro Minuto'. O goleiro tem 1,96m e o repórter 1,30m. A foto é de Alênio Junior e está correndo o mundo hoje! Publicação de Milton Neves.
Professor Edgar Bom Jardim - PE
Não estranhe sua perplexidade. O tempo veloz ensina pouco, cria dubiedades. As pessoas mudam, a política se estraga, a ingenuidade se fragiliza. É incomum um cotidiano sossegado. As tempestades se anunciam e as manhãs já se tornam nubladas. Muitas prisões, ataques ferozes, discursos vazios. Ficamos flutuando em expectativas medonhas e preventivas. Quem são os culpados? Incertezas são vendidas em manchetes dos jornais,Temer jura inocência, não cuidou de suas falcatruas de forma discreta. A lava-jato quer espaço. Estimula muitas intrigas. Temer sente-se maltratado. A novela é complexa.Lula amarga processos imensos, recebe solidariedade, mas a confusão continua e a corda bamba não se vai. Os choques queimam qualquer fio de esperança e o lixo monta sua paisagem.
A sociedade não toma rumos saudáveis e prefere viver carnavais de desmontagens. Não dá para confiar, nem produzir ídolos ou defender revolucionários puros. Os compromissos são suspeitos. Os juízes brigam, simulam ser vítimas, embora tenham sua grana garantida. Explodem com sentenças como hienas famintas Há muita simulação e a história se apresenta como um espetáculo de disputas. Pense que houve utopias, que se celebraram liberdades. Abram as portas dos quartos escuros, talvez as luzes ajudem a expulsar os desenganos. As brechas devem nos ajudar a sacudir fora as poeiras tóxicas. Por que se tornar escravo do fugaz?
Observar que a inquietude envolve,sempre,as conversas, traz incômodos e pesadelos. O mundo é um mercado e os ruídos anunciam preços exorbitantes.A busca é pela mínima dignidade como se houvesse uma falência geral de valores e as religiões declinassem apunhaladas por gurus assombrados. Portanto,as aflições perturbam as possibilidades de reinventar algumas coisa. Mas qual seria o exemplo? Existem uma rua sem esquinas, uma convivência sem mesquinhez, o sorriso solto, o deus de bom humor? Tudo isso provoca instabilidades e abraça com melancolias intermináveis os sentimentos mais cotidianos.
A vida não se constrói sem escolhas. Quem governa optou por empurrar os controles ou os fingimentos para aumentar a dominação.Possui adeptos e forma-se um batalhão de covardias que se balança no oportunismo. A história se lança para um futuro que pode morar em continuidades e servidões. Há movimentos de manutenção. A mesmice aprisionou a criatividade. Acompanha-se a mudança com a novidade mecânica, arrastando-se na imagem que o celular que o filho de Jair divulga. Portanto, a coisificação se espalha como repressora de qualquer ousadia. O desgaste não deixa de ocupar um lugar temeroso. As notícias escondem o cansaço, porém se aprimoram em desenhar o inútil e firmar medos.Não se mascare com uma identidade morta pela apatia.
Escolher o nome de uma criança pode ser um desafio para os pais. No caso dos chineses, o problema pode ser ainda maior se houver o desejo de dar um "nome inglês" a seu bebê – com ele, o nenê tem um problema de adaptação a menos caso viaje ou more no Ocidente. O que é um desafio para alguns pode ser a oportunidade para outros. Foi o que aconteceu com Beau Jessup. A britânica é a dona do Special Name, um site que ajuda chineses a "batizar" seus rebentos.
A inspiração para o negócio surgiu quando Beau tinha 15 anos e viajou para a China. Lá, Beau conheceu Wang, um amigo de seu pai, que lhe pediu ajuda para escolher o "nome inglês" do seu filho.
Ao entender o porquê deste pedido e um pouco mais da cultura chinesa, a jovem teve a ideia do negócio.
Essa procura acontece porque, muitas vezes, os nomes chineses são uma junção de dois ou três símbolos. Esse nome pode ser de difícil compreensão para ocidentais e pode causar dificuldade na hora de criar e-mails, fazer matrícula em faculdades e outras situações cotidiana.
O Special Name funciona, basicamente, com um algoritmo e um banco de dados. Depois de escolher o sexo da criança, o pai ou mãe seleciona cinco características que quer para o seu filho. Então, são selecionados três nomes que combinem com essa descrição. Segundo Beau, o processo demora 3 minutos.
Hoje com 19 anos e com um custo de R$ 3 por nome, ela já faturou R$ 1,5 milhão.
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, foi desautorizado a nomear integrantes da sua própria equipe. A ordem partiu do Palácio do Planalto, depois de o professor colombiano divulgar dois nomes para a secretaria executiva da pasta, em seguida vetados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Desgastado, Vélez tenta se manter no cargo, mas é intensa a movimentação para que um substituto seja encontrado. Enquanto avalia a situação, Bolsonaro decidiu assumir a condução para o desfecho da crise do MEC.
Um exemplo da falta de respaldo de Vélez foi a tentativa frustrada de nomear a pastora Iolene Lima como secretária executiva. Ela foi desconvidada para o posto ontem após sua indicação ter sido vinculada à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As duas frequentam a mesma igreja.
Antes da viagem para os Estados Unidos, Bolsonaro teve uma conversa dura com Vélez e informou que, por enquanto, ele permaneceria à frente da pasta. Desde que as primeiras polêmicas vieram à tona e que os sinais de enfraquecimento ficaram evidentes, militares iniciaram um movimento para tentar encontrar um substituto. Em outra frente, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também saiu em busca de um nome para ocupar o posto de Vélez.
No entanto, ao desembarcar dos EUA, na quarta-feira, Bolsonaro avisou que não tomará nenhuma medida de forma apressada. O presidente descartou uma estratégia proposta por Onyx, de pedir indicação ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O ministro da Casa Civil considerava que a estratégia seria importante para estreitar o apoio com senadores. Bolsonaro, no entanto, considera o momento ideal, para agradar, de uma vez só, às bancadas evangélica e católica, que já mostraram descontentamento com a falta de interlocução com o governo. Ele julgou ainda que a medida poderia fortalecer mais do que o necessário o presidente do Senado, o que tenta evitar.
Um dos nomes cotados para ocupar o posto de Vélez é o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Ele tem o apoio das bancadas católica e evangélica, o sinal verde de Davi Alcolumbre e a simpatia da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Relator do projeto Escola sem Partido, o senador se considera um bom nome para o posto, mas nega que esteja trabalhando pela indicação.
Stavros Xanthopoylos, consultor de educação de Bolsonaro no período da campanha, também voltou a ser cotado para substituir Vélez. Ele é tolerado pelo grupo de militares, conta com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, e já trabalha pela candidatura. Xanthopoyolos chegou a ter seu nome cogitado para ocupar o MEC na transição, mas foi descartado.
Na ala militar, a carta de opções é mais extensa. Entre os nomes, um dos mais cotados é Carlos Alberto Decotelli, presidente da Fundo Nacional Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Outros cotados são o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Camargo e o cientista político Antonio Flávio Testa, também da UnB e participante do grupo transição.
Estratégias
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, há duas estratégias em curso para tentar reduzir a crise no MEC e aplacar as disputas internas dentro da pasta. Além da possibilidade de se encontrar um sucessor para Vélez, há também a alternativa de manter o ministro no cargo e colocar um nome forte como número dois da pasta. Nesse caso, Vélez teria uma atuação mais limitada.
Militares e o grupo político não descartam a possibilidade de que o segundo modelo prevaleça. Nesse sentido, iniciaram conversas para encontrar um nome em comum. Trabalham, ainda, para a possibilidade de políticos encaminharem o nome do ministro, enquanto militares, o do secretário executivo.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, reconheceu ontem que o MEC precisa de um "freio de arrumação". "O presidente já conversou com o ministro e vai ser organizado isso nos próximos dias", disse.
"Antigamente, nos viam como deuses, hoje nos veem como um nada." É assim que a médica cubana Yulia Molina Hernandez resume a reviravolta que viveu no Brasil, onde chegou há cinco anos como parte do Mais Médicos, programa lançado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT) com o objetivo de ampliar o acesso à saúde básica em áreas carentes e remotas do país.
Em novembro passado, Cuba anunciou sua retirada do programa devido a críticas feitas pelo novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Suas declarações colocaram em questão a formação dos profissionais cubanos e os termos do acordo entre os países mesmo antes da sua vitória, quando ainda era candidato.
A decisão deixou mais de 8 mil médicos cubanos diante do dilema de voltar à ilha ou ficar no Brasil - e, neste caso, ser considerado desertor pelo governo de seu país.
Mais de 2,5 mil optaram por permanecer aqui e, agora, dizem estar em uma situação precária: não podem praticar medicina nem conseguem outro tipo de emprego.
A médica Surizaday Fernández também não quis retornar a Cuba. "Já vinha pensando há muito tempo em romper com Cuba. Não sou uma desertora, porque nunca me interessei em ser militar e nunca fui", conta ela à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
"Você se cansa de ser explorada: você perde anos de vida, perde tempo com a família, perde muitas coisas."
Apesar disso, Fernandez, de 31 anos, ficou estupefata ao saber que Cuba estava se retirando do Mais Médicos. "Quando Bolsonaro venceu, eu sabia que Cuba ia nos levar de volta, mas não imaginei que seria assim."
Fernández vivia então em Cunha Porã, um pequeno município de Santa Catarina. Ela já se mudou em busca de um novo emprego. Era o começo de uma odisseia, semelhante à de muitos dos seus colegas.
'Todas as portas se fecham para nós', diz médica cubana
Após o anúncio da retirada de Cuba do programa, Bolsonaro disse que os médicos cubanos que desejassem permanecer no país receberiam asilo e poderiam trabalhar se revalidassem seus diplomas. No entanto, a realidade está sendo muito mais complicada, como relata o médico Joan Rodríguez.
"Cheguei ao Brasil em junho de 2017 e estava trabalhando normalmente até o cancelamento da parceria. Aguentei dois meses com o que tinha economizado."
No final de dezembro, o governo brasileiro criou um edital para cobrir as 8,5 mil vagas que o governo cubano havia deixado em aberto.
"Nós, cubanos, pudemos nos inscrever. Mas, na véspera, nosso direito de candidatura foi eliminado e nos disseram para ir à Polícia Federal em cada Estado para pedir refúgio", diz o médico.
Ele conta ter seguido as instruções e, uma vez com o pedido de refúgio em mãos, procurado o Ministério do Trabalho para pedir uma carteira de trabalho. Mas o documento não teve muita serventia até agora.
"Quando percebem que somos cubanos e que fomos do Mais Médicos, todas as portas se fecham para nós", lamenta.
"Muitas pessoas, quando descobrem nossa profissão, nos dizem que não podem nos contratar, porque os empregos não estariam à altura de um médico. Éramos médicos, sim, mas hoje não somos nada. Somos como qualquer um que precisa de um trabalho para sobreviver."
A BBC News Mundo entrou em contato com o Ministério da Saúde para pedir esclarecimentos, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.
Yulia Molina, de 34 anos, esbarrou nos mesmos obstáculos. Ela saiu do Mais Médicos dois anos antes de Cuba se retirar do programa, porque estava grávida e corria o risco de dar à luz prematuramente. Cuba exigiu que ela voltasse mesmo neste estado delicado.
"Como não queria voltar para não arriscar minha vida ou a de meu filho, eles me classificaram como desertora. Eles me deram um ultimato: 'Ou sai ou fica'. Eu fiquei", lembra.
A médica mora no Nordeste e diz que, na região, as coisas são muito mais caras. "Algo que você compra no sul do país por um preço, aqui, eles vendem pelo dobro."
Ela conta estar há dois anos desempregada. "Só quero trabalhar", lamenta. "Criam obstáculos, sem qualquer justificativa. Há uma xenofobia como com qualquer estrangeiro, não só com os cubanos. Antigamente, nos viam como deuses, hoje nos veem como um nada."
Ainda assim, Molina diz ter sorte, já que pelo menos o marido tem um emprego. Ela conhece pessoas em situação mais complicada.
"Sei de gente que vive em uma casa com outras 15 pessoas para conseguir pagar o aluguel, alimentando-se da forma menos saudável possível. São colegas que estão desesperados. Muitos pensam em sair em caravanas."
Sem oportunidades no Brasil, cubanos querem ir para os EUA
Os médicos cubanos com quem a BBC News Mundo conversou dizem que a opção de revalidar o diploma é praticamente inatingível. O principal problema, dizem, é que o governo cubano retém a documentação e, sem isso, o trâmite não anda.
Retornar a Cuba está fora de cogitação para eles. Considerados desertores, estes médicos não podem voltar à ilha por oito anos. Mesmo se o governo cubano abrisse exceções e permitisse seu regresso, os médicos dizem temer o tratamento que receberiam.
Assim, Yulia Molina, Joan Rodríguez, Surizaday Fernández e a maioria de seus colegas no Brasil estão de olho nos Estados Unidos.
"Nosso futuro é muito incerto. Percebemos que não podemos ficar aqui. No início de janeiro, o senador republicano Marco Rubio apresentou a proposta de reabrir um programa nos Estados Unidos que Obama havia fechado em janeiro de 2017", conta Rodríguez.
O programa a que ele se refere é o Autorizações para Profissionais Médicos Cubanos (CMPP, na sigla em inglês). Lançado em 2006, permitia que médicos cubanos em outros países (ou seja, que não estavam em Cuba ou nos Estados Unidos) solicitassem em uma embaixada ou consulado americano permissão para entrar no país.
Em 12 de janeiro de 2017, Estados Unidos e Cuba assinaram um acordo para normalizar suas políticas de imigração e, com isso, o CMPP foi encerrado.
Molina tem a mesma esperança de Rodriguez. "A única alternativa real seria a reabertura deste programa. Estamos lutando por isso hoje", diz.
Por sua vez, Fernandez deixa claro que não vai ficar de braços cruzados. "Quando optei por não voltar a Cuba, presumi que talvez não praticaria medicina por muito tempo, talvez nunca mais", afirma.
"Espero que o CMPP reabra e eu tenha a oportunidade de, mais tarde, ter uma outra formação. Nos Estados Unidos, eles têm programas de estudos, mais oportunidades de emprego, de uma vida normal e digna."
"Estudei por seis anos, o que exigiu muito sacrifício e esforço de mim e da minha família e de ninguém mais. Por isso, não admito que uma pessoa venha me tratar como se fosse lixo. Trabalho com qualquer coisa, seja o que for, desde que seja respeitado."
BRASÍLIA - A proposta de reforma da Previdência apresentada nesta quarta-feira, 20, ao Congresso prevê o pagamento de um benefício de R$ 400 a partir dos 60 anos para idosos que comprovarem situação de “miserabilidade”. Caso a pessoa consiga se aposentar aos 65 anos, ela deixa de receber o benefício. Mas se continuar dependente dessa assistência, o valor será elevado a um salário mínimo aos 70 anos. Para pessoas com deficiência, o valor ainda é de um salário mínimo.
O secretário de Previdência, Leonardo Rolim, afirmou que haverá exigências adicionais para comprovar a condição de “miserabilidade” que dará o direito de receber o benefício assistencial. Hoje ele é pago a idosos e pessoas com deficiência que tenham renda familiar per capita de um quarto do salário mínimo. Agora, será exigida uma condição adicional: não ter patrimônio superior a R$ 98 mil (equivalente ao valor da faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida).
Atualmente, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) não é menor que um salário mínimo (atualmente, R$ 998). Rolim ressaltou que não há desvinculação do salário mínimo e que há antecipação do início do recebimento do benefício para 60 anos. “Isso dá uma proteção maior, mas diferencia benefício contributivo do não contributivo”, afirmou.
Os valores definidos no texto entregue ao Congresso são diferentes dos propostos pela equipe econômica, na minuta da reforma antecipada pelo Estadão/Broadcast. O valor era de R$ 500 aos 55 anos e aumentaria para R$ 750 aos 65 anos. Haveria ainda um benefício extra para pessoas acima de 70 anos e que tenham contribuído por ao menos dez anos ao INSS. Esse período é insuficiente para pedir aposentadoria, mas vai garantir um adicional de R$ 150.
Segundo o secretário, o valor fixo abaixo do salário mínimo está ligado à lógica de praticamente todos os benefícios de assistência. O Bolsa Família, por exemplo, paga até R$ 372. “Apenas o piso do benefício previdenciário é que é indexado ao salário mínimo. Nenhum outro é indexado”, afirmou.
Rolim também explicou que o abono salarial passará a ser pago apenas a quem recebe um salário mínimo. “O trabalhador de mais baixa renda que depende de força física tem dificuldades, ele não consegue se aposentar, nem receber o benefício mínimo. A ideia é criar progressividade.
Nova Previdência
Regras da proposta de reforma que foi enviada ao Congresso
Reforma da Previdência 2019 AO VIVO
Acompanhe aquioutras informações sobre a entrega da proposta no Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro.
Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes e Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) participará nesta sexta-feira, em sua viagem oficial ao Chile, de um encontro de cúpula com outros chefes de Estado sul-americanos para debater a criação de um novo fórum de desenvolvimento para o continente, o Prosul.
O organismo foi idealizado pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, para substituir a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), criada em 2008, em um momento em que os países da região eram governados em sua maioria por presidentes de esquerda.
De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, o objetivo é criar "um novo marco para a América do Sul para melhorar a coordenação e a integração regional, livre de ideologias, aberto a todos e 100% comprometido com a democracia e os direitos humanos".
Saiba mais a seguir sobre os presidentes que participarão do encontro com Bolsonaro.
Sebastián Piñera (Chile)
O empresário assumiu pela segunda vez a presidência do Chile em março do ano passado. A legislação chilena impede a reeleição, mas permite que ex-governantes disputem novamente o cargo após outra pessoa ocupá-lo.
Em seu mandato de estreia (2010-2014), foi o primeiro presidente de direita do país desde 1958. Em seu retorno à Presidência, passou a ser o único político com este perfil a governar o país em dois momentos.
O bilionário lidera a coalização de centro-direita Vamos Chile e conta com um amplo apoio do empresariado. Ele sucedeu a ex-presidente Michele Bachelet com a promessa de aquecer a economia chilena, reduzir o tamanho do Estado, atrair investimentos internacionais e melhorar as áreas de segurança pública, saúde, educação e transporte.
Sob seu comando, o país teve o melhor desempenho econômico em cinco anos, com um crescimento de 4% no ano passado, impulsionado principalmente por bons resultados dos setores de mineração, serviços e comércio, de acordo com o Banco Central do país. Este índice foi bem superior ao crescimento de 1,3% registrado em 2017.
Mestre e doutor em Economia pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Piñera já foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) e nos bancos Talca e Citicorp-Chile.
Aos 69 anos, é uma das pessoas mais ricas do Chile, com uma fortuna estimada pela revista Forbes em US$ 2,8 bilhões (R$ 10,7 bilhões). A maior parte do patrimônio foi conquistado à frente da empresa Bancard, que introduziu o uso de cartões de crédito no Chile.
Ele também investiu na principal companhia aérea chilena, a Lan, no clube de futebol Colo Colo e comprou a emissora Chilevisión. Ao assumir a Presidência pela primeira vez, ele se desfez desses negócios por causa de conflitos de interesse apontados por seus opositores.
O presidente chileno começou na política em 1990, ao ser eleito senador, cargo que ocupou por oito anos. Sua candidatura presidencial foi aventada dois anos depois, mas os planos foram frustrados pela eclosão de um escândalo. Escutas telefônicas revelaram que ele articulava para ser favorecido em um debate. Piñera chegou a disputar a Presidência em 2005, mas foi derrotado por Bachelet.
Mauricio Macri (Argentina)
Aos 60 anos, o presidente argentino é o primeiro governante do país após a redemocratização a não fazer parte das duas legendas mais tradicionais - o Partido Justicialista, representante do peronismo, e a União Cívica Radical.
Filho de um dos empresários mais ricos da Argentina, Macri fez carreira no setor privado e, entre 1995 e 2007, foi presidente do Boca Juniors - neste período, a equipe de futebol conquistou 17 títulos.
Ele entrou para a política em 2003, ao criar a aliança política Frente Compromisso para a Mudança, que depois seria reconhecida legalmente como partido político e se fundiria ao Recriar para o Crescimento para formar o partido Proposta Republicana.
Em 2003, Macri foi derrotado na disputa pela Prefeitura de Buenos Aires. Dois anos depois, foi eleito deputado federal. Em 2007, concorreu novamente à Prefeitura da capital, com sucesso, e foi reeleito em 2011.
Ele disputou a eleição presidencial em 2015 contra Daniel Scioli, candidato apoiado pela peronista Cristina Kirchner, e venceu com 51% dos votos. Sua vitória marcou o fim de um período de 12 anos do kirchnerismo, iniciado por Néstor Kirchner, que governou entre 2003 e 2007 e morreu em 2010, e concluído por sua viúva, Cristina, presidente de 2007 a 2015.
Macri assumiu com a promessa de resolver dois graves problemas do país - alta inflação e déficit fiscal - por meio de um modelo econômico liberal. Cortou salários públicos, baixou impostos para exportações e aumentou tarifas de serviços subsidiados, entre outras medidas.
No entanto, a Argentina segue em crise. No ano passado, a economia se retraiu cerca de 2,5%. O peso argentino perdeu 50% de seu valor ante o dólar no último ano, e espera-se que a depreciação acelere ainda mais a inflação, que já superou os 30%.
Em outubro passado, Macri fechou com o Fundo Monetário Internacional um pacote de ajuda de US$ 56,3 bilhões (R$ 215,6 bilhões) para tentar estabilizar a economia argentina.
Será neste contexto que serão realizadas as eleições presidenciais argentinas em agosto deste ano, quando Macri pode vir a ser candidato à reeleição.
Mario Abdo Benítez (Paraguai)
Manter o modelo econômico liberal que, há mais de uma década, produz um crescimento constante do PIB, redução do déficit fiscal e câmbio estável, foi um dos compromissos do presidente paraguaio ao assumir em agosto do ano passado.
Entre as metas, estavam impostos baixos e isenções para estimular investimento estrangeiro e a produção agrícola, um dos principais motores econômicos do Paraguai, além do combate à pobreza. Apesar do bom momento econômico, este problema ainda afeta 26% da população.
Sua vitória significou a manutenção no poder do partido de direita Colorado, que domina a política do país há décadas. O presidente é um representante da ala mais conservadora da legenda.
Benítez, de 47 anos, é filho de um ex-secretário de Alfredo Stroessner, que comandou o regime militar do país entre 1954 e 1989. O presidente foi alvo de críticas por defender o governo do ditador paraguaio.
Recentemente, ele tentou se distanciar do passado político de sua família ao pedir para ser chamado por seu apelido, Marito, em vez de seu primeiro nome, herdado do pai.
Abdo formou-se em marketing nos Estados Unidos e, ao voltar ao Paraguai, entrou para as Forças Armadas como paraquedista. Começou na política em 2005 ao se filiar ao Partido Colorado. No mesmo ano, tornou-se seu vice-presidente.
Em 2013, assumiu o posto de senador - dois anos depois, foi eleito presidente da Casa - e permaneceu no cargo até março de 2018.
Na Presidência, se mantém fiel ao perfil conservador da maioria da população e promete seguir "princípios bíblicos", promover uma defesa da família e ser contrário a qualquer tentativa de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o aborto.
Martín Vizcarra (Peru)
O presidente peruano chegou ao cargo em março do ano passado, após a renúncia do então presidente Pedro Pablo Kuczynski em meio a um escândalo de corrupção e às vésperas do Congresso do país votar um segundo pedido de impeachment - o primeiro havia sido rejeitado pelos parlamentares.
Filiado ao partido Peruanos pela Mudança, de centro-direita, ele foi eleito vice-presidente em 2016 e atuou durante o governo de Kuczynski como ministro de Transportes e Comunicação e embaixador do Peru no Canadá, de onde retornou para assumir a Presidência.
O engenheiro de 56 anos havia trabalhado durante a maior parte de sua carreira no setor de construção civil, como empresário e servidor público. Entre 2011 e 2014, foi governador do departamento de Moquegua, cargo conquistado na segunda tentativa.
Uma vez à frente do governo, Vizcarra disse que suas prioridades seriam o combate à corrupção, melhorias na educação e a busca pela estabilidade institucional e governabilidade do país. Tem como desafio lidar com um Congresso controlado pela oposição.
Apesar de pressões para que convocasse novas eleições, Vizcarra disse que pretende ir até o fim do mandato, em 2021. Ele não poderá tentar a reeleição, possibilidade não prevista pela lei.
Iván Duque Márquez (Colômbia)
O presidente colombiano é afilhado político do ex-presidente Álvaro Uribe e um dos principais expoentes da direita no país.
O advogado de 42 anos elegeu-se como candidato do partido Centro Democrático, liderado por Uribe, com a promessa de rever o acordo de paz assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016.
Mestre em direito internacional e gestão de políticas públicas, ele atuou como consultor e, depois, conselheiro do ministério de Finanças e Crédito Público durante o governo de Andrés Pastrana (1998-2002). Entre 2001 e 2013, trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Também já foi senador, entre 2014 e 2018. Em junho do ano passado, derrotou o candidato de esquerda Gustavo Petro ao obter 54% dos votos no segundo turno das eleições presidenciais.
Lenín Moreno (Equador)
O presidente equatoriano chegou ao cargo com o apoio do então presidente Rafael Correa, ao derrotar no segundo turno das eleições o conservador Guillermo Lasso.
Formado em gestão pública, o político de 66 anos foi vice-presidente de Correa de 2007 a 2013, mas optou por não compor a chapa para a reeleição naquele ano.
É o atual presidente do Aliança País, o mesmo do ex-presidente. No entanto, desde que assumiu, em maio de 2017, Moreno distanciou-se de Correa. De aliados, passaram a ser adversários políticos.
Em uma das principais medidas contra o legado de seu antecessor, ele fez um referendo que, entre outros sete temas em debate, levou ao fim da reeleição indefinida no país, que havia sido instituída em 2015.
Ao contrário de Correa, Moreno fez críticas ao presidente Nicolás Maduro da Venezuela e buscou reaproximar o Equador dos Estados Unidos.