A ITA Transportes Aéreos, nova companhia aérea nacional que está sendo criada pelo grupo Itapemirim, vai iniciar suas operações em 2021 usando o Airbus 320. Segundo o CEO da empresa, Tiago Senna, a carta de intenção para o leasing das aeronaves (LOI) já foi assinada.
“Temos alguns aviões na Europa e um par de aviões na Índia. A Índia está fechada, está em lockdown, então estes estão complicados de buscar”, afirmou o CEO em entrevista ao canal ASA Aviation no YouTube. Já as aeronaves na Europa serão trazidas após estarem pintadas e terem sua configuração interior definida.
Os aviões serão pintados de amarelo, cor tradicional dos ônibus do grupo, com cauda preta e a logo do grupo. As bases de operação iniciais serão nos aeroportos de Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Brasília. Inicialmente a empresa focará em voos entre as capitais.
Segundo o executivo a escolha por aviões da Airbus, e não da Brasileira Embraer, foi feita devido a planos para expansão futura, bem como ganhos em eficiência operacional com a padronização da frota: "Toda empresa pensa em crescer e já foi demonstrado no mundo inteiro que frota única é rentável e muito mais fácil de lidar. Então, se estou trabalhando com uma frota única de Airbus e se começarmos a ter uma demanda maior de mercado que justifique um avião maior, consigo crescer na linha Airbus em número de assentos, o que não me acontece com a linha Embraer", disse.
A empresa espera contratar inicialmente 600 funcionários, entre eles 170 pilotos e 300 comissários. O domínio do idioma inglês será um requisito obrigatório para todas as vagas. O processo de seleção deve começar em breve, e será anunciado nas redes sociais da empresa.
O mercado de aviação no Brasil passa por um momento conturbado, com a falência da Avianca Brasil e a demissão de 2,7 mil funcionários da Latam, devido à crise no setor causado pela pandemia de Covid-19. Senna avalia que o momento hoje não é de competição acirrada, o que facilita a entrada de um novo competidor no mercado. “Todos estão tentando se segurar”, afirmou em declaração à Folha de São Paulo.
* Estudantes da Escola São Francisco participam da 1ª BJ Arte - Exposição Cultura Popular de Pernambuco, realizada em Julho de 2018.
O Museu de Bom Jardim é um patrimônio histórico e cultural da cidade reconhecida por terra da música. Localizado na rua Manoel Augusto, cento de Bom Jardim, o Museu é um espaço múltiplo, dedicado a valorização da história, ao estudo, protagonismo, preservação, contemplação, registro, exposição, promoção e difusão da cultura popular de Bom Jardim, Pernambuco.
Durante esta Semana Nacional do Patrimônio 2020, o Museu de Bom Jardim publicou vídeos divulgando artistas locais e acompanhou a 13ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco promovido pela Secult-PE e FUNDARPE . A coordenação do Museu também concedeu entrevista para o Programa Revista da Manhã da Rádio Jornal de Limoeiro.
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Conheça o vídeo Museu de Bom Jardim - Semana Nacional do Patrimônio. Acesse:https://www.youtube.com/watch?v=Zg2D8mLNRyYVídeo:Edgar S. Santos. Música: Aquarela de Bom Jardim - Joaquim Gonçalves. Compositor: Bráulio de Castro/Doddó Félix. Artes: Sandro Roberto. Criação/Idealização:Edgar Severino dos Santos.
O primeiro momento da live João Neto, mostrou famílias em suas casas aguardando o início da transmissão. Em seguida, Janjão mostrou empresas que supostamente participaram de processos de venda produtos para prefeitura destinada a venda de produtos uso durante a pandemia de coronavírus. Criticou a postura do prefeito e seus familiares. Criticou Lúcio Mário Cabral sobre possível vazamento de áudio sobre conversas telefônicas que aparentemente tinha sua voz.
Na sequência, João Neto, foi provocado à falar sobre a entrevista do ex-prefeito Miguel Barbosa concedida ao blogueiro Jota Santos, sobre aliança política. Janjão disparou:"Miguel, você quis dizer que é o candidato do amor, da paz, da união passando uma imagem de que Janjão é o candidato da raiva"... "Você já foi prefeito, tem apoio de deputado, tem governador, não queira plantar ideia na cabeça do povo"... "Respeite nosso povo, respeite seu povo" Se tiver de conversar venha conversar, venha para lutar, defender o povo". Janjão também convidou o presidente da Câmara Jotinha da Funerária e o Irmão da Pedra para futuras conversações... Será que há possibilidade de união? Querem será o vice de quem? Tudo pode acontecer!!!
Janjão respondeu perguntas de moradores de Pindobinha, Umari, Bizarra, Lagoa da Casa... Criticou o suposto "projeto mirabolante" de Miguel Barbosa para Pedra do Navio. Criticou gestores passados não fizeram nada pelo principal ponto turístico do município. Na verdade, o ex-prefeito Miguel Barbosa deixou de implantar um moderno projeto para a Pedra do Navio. Perdeu uma grande oportunidade.
Conheça o Projeto do Complexo Turístico da Pedra do Navio que foi sugerido e não aconteceu na gestão do ex-prefeito Miguel Barbosa. O projeto idealizado pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes não foi levado em consideração pela Secretaria de Administração.
o pré candidato Janjão falou de seu plano para o turismo, propostas para educação, trabalho e emprego, prometeu uma revolução no ensino, novas escolas e melhoras na educação. Lembrou a recente conquista do pagamento do Precatório do Fundef e prometeu melhorias para os professores se governar o município nos próximos 4 anos...
O pré-candidato a prefeito Janjão e seus grupo divulgou durante toda semana o convite para a população assistir. Janjão tem feito severas críticas as gestão do prefeito João Lira. Confira o texto do convite:
"FIQUEM LIGADOS, NA SUPER LIVE COM JANJÃO!"
A nossa Live começa às 19:22h.
A transmissão da Live será feita através dos nossos canais - Facebook e no meu Instagram @joaodejanjao!
Avise a seu vizinho, convide seus parentes e amigos, chegou o grande dia de todos ouvir a verdade.
Sintam-se todos convidados a assistirem e ouvir as nossas propostas, e tudo que vem acontecendo no meio político em nossa cidade e nos bastidores etc", publicou João Neto Janjão no seu Facebook.
O mestre de mamulengo, José Lopes da Silva Filho, 70 anos, conhecido como Zé Lopes, foi encontrado morto nesta sexta-ta feira 21/08/2020.
Reconhecido como um dos mestres mais representativos da tradição do mamulengo e um dos mais antigos em atuação, Zé Lopes foi agraciado pelo Iphan com o Prêmio Teatro de Bonecos Popular do Nordeste – Mamulengo, Cassimiro Coco, Babau e João Redondo e, recentemente, com o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia. Em 2017 entrou para o rol do grupo que fazem parte do patrimônio vivo do estado.
NOTA DE PESAR
A Secult-PE e a Fundarpe lamentam a perda de um dos grandes nomes da Cultura Popular e um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco: nos deixou nesta sexta-feira (21) o mestre Zé Lopes, referência nacional na arte do mamulengo.
José Lopes da Silva Filho nasceu no dia 21 de outubro de 1950 e foi um dos responsáveis pela criação da Associação de Mamulengueiros de Glória do Goitá, o mestre Zé Lopes levou a cultura popular pernambucana do teatro de bonecos em oficinas e apresentações pelo Brasil e no exterior.
Zé Lopes tinha 69 anos e morava em Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ele deixa esposa, filhos e netos, a quem deixamos nossas condolências nesse momento tão triste.
Foto: Arquivo Museu de Bom Jardim.
Com informações de Giro Mata Norte /Portal Cultura PE
O governo federal impediu que a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) prestasse assistência para prevenir e detectar casos suspeitos de Covid-19 em sete aldeias da tribo indígena Terena, no Mato Grosso do Sul.
A organização apresentou um plano de trabalho para atuar em comunidades indígenas da região de Aquidauana e Anastácio, em Mato Grosso do Sul, com atendimento a cerca de 5 mil pessoas.
O Ministério da Saúde, no entanto, autorizou a ação apenas na aldeia de Aldeinha, não listada pela entidade, com cerca de 400 indígenas, informou a organização na última quinta-feira 20.
De acordo com os indígenas, o veto partiu da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), vinculada ao Ministério da Saúde, que é presidida por Robson Santos da Silva, um coronel da reserva do Exército. Pela legislação brasileira, ações de saúde em terras indígenas precisam ser autorizadas pela União.
Em suas redes sociais, a coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sonia Guajajara, afirmou que 93% das mortes de índios provocadas pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul se concentram na etnia Terena.
Em menos de um mês, o aumento de mortes foi de 580%, segundo Guajajara. “A proibição da Sesai sobre o trabalho da MSF pode agravar os casos de contaminação na região”, declarou.
Diante à negativa inicial, a MSF apresentou uma nova proposta de trabalho para atuar em apoio aos indígenas. A organização afirma que incluiu a aldeia de Aldeinha, conforme autorização do Ministério, e incluiu mais três, além das sete anteriores, totalizando onze aldeias, e ampliando a capacidade de atendimento para cerca de 6 mil pessoas.
“A nova proposta prevê a realização de ações coordenadas com o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) de MS, contemplando visitas a comunidades com profissionais de saúde, com foco na prevenção e detecção de casos suspeitos de Covid-19, encaminhamento dos doentes para tratamento e apoio em saúde mental para comunidades e trabalhadores de saúde locais”, afirma a organização em nota publicada em seu site oficial.
“A proposta de MSF é atuar de forma flexível e coordenada com as autoridades locais. Vale também assinalar que a organização tem plena consciência da necessidade de evitar a expansão do contágio em territórios indígenas. MSF possui rigorosos protocolos de prevenção e controle de infecções que vem aplicando com êxito durante seu trabalho de combate à COVID-19 em todo o mundo”, acrescentou a MSF.
Ao portal UOL, o assessor jurídico da APIB, Eloy Terena, disse que o pedido de ajuda partiu dos próprios caciques porque “a Sesai não está tendo condições de atender a demanda”.
Com o impasse, os profissionais de saúde de MSF estão parados na região, aguardando uma solução.
A MSF faz um apelo em sua nota. “Esperamos que as autoridades ouçam os pedidos das comunidades atingidas e autorizem imediatamente o ingresso de nossas equipes nos territórios. Nossa experiência com a doença nos impele a pedir urgência na emissão da autorização e superação de obstáculos administrativos para que mais vidas possam ser salvas”.
Segundo a prefeitura de Aquidauana, são 648 casos de infecção pelo novo coronavírus nas comunidades indígenas, com 18 óbitos. Mesma quantidade entre moradores não índios.
"Aqui está nossa base de sustentação na Câmara," diz o prefeito e pré-candidato João Lira(PSD) ao publicar foto de perfil com pré-candidatos a vereador em sua rede social (Facebook). Quem pensa que João Lira dorme ou está morto está engando. Lira mostra que não está sozinho na sua maior luta política.
O prefeito recebe muitos ataques e críticas por possíveis erros que cometeu na atual gestão, no entanto, confia na sua maneira de administrar, confia nas suas obras de infraestrutura realizadas em diversas comunidades do município para superar adversidades postas no jogo político das eleições.
Atualmente, o prefeito tem minoria na Câmara de vereadores, por isso, organizou um time para capturar voto e lhe garantir tranquilidade em um possível futuro mandato de prefeito.
Será que tendo uma nova oportunidade de governar Bom Jardim, estaria disposto para o fazer diferente, ouvirá às pessoas como fez no seu primeiro ano de administração, em seu primeiro mandato? Qual o real significado da mensagem "Juntos podemos fazer mais".
Surpresas são constantes no território das relações humanas. Mas a agressividade choca e vem muitas vezes encobertas de hipocrisias. Não dá para esquecer que ela se repete. Para que afirmar que o progresso acontece? Por que se usar a religião para se mostrar generosidade? O cotidiano não cessa de ser cena de comportamentos obscuros. A sociedade ainda acolhe preconceitos de forma fanático. Deixa de lado a fraternidade e atiça a violência, inunda a ingenuidade com sagacidades desalmadas.
Tudo isso é comum.Enche o noticiário, descreve maldades, transformam as possibilidade de renovar o mundo. A pedofilia persiste, se infiltra nas famílias. Recebe perdões de vozes oficiais, ganham apoios de políticos, multiplica um cinismo venenoso. As crianças ser festivas, abraçadas nas brincadeiras. Terminam sendo vítimas de adultos contaminados pelas pulsões de morte. Há uma plateia que segura a aceitação de crueldades e fabrica ferocidades de hienas.
A história numa luta de valores. Julga uma criança assassina depois de tantas maldades? Fazer coro na porta de hospital? Representar religiões dominadas por lideranças perturbados? Acontecimentos que inquietam e minam valores de dignidade. Não faltam escândalos. Parece esquisito, mas dor toca e assinala as ambiguidades tão permanentes. Qual é estrada vazia de armadilhas, sem pedras pontiagudas? O sonho é um engano? A queda é um acidente? A vida corre com desencontros assustadores, Oprime-se e nem se olha no espelho.
Denunciar sempre, retirar as tiranias dos mascarados. A história busca se redimir, no entanto a passado que voltam e celebram violências. O historiador se perde com as perplexidades. As regras se misturam, o tempo se desencontram com as esperanças. Sente abalos, durezas, coletivos miliciano. Nada compactuar com justificadas simuladas em nome de autoridade divinas. As religiões envolvem-se com misérias que ferem o encanto e destroem o corpo humano. A arquitetam templos com escorpiões espertos.
"Em política tudo pode acontecer, inclusive nada". Miguel foi indagado se há possibilidade de união com Janjão. Afirmou que pessoas ligada aos dois grupos políticos dialogaram sobre realizar pesquisa onde se definiria quem seria o vice-prefeito numa eventual chapa. Quem teria credibilidade para fazer estas pesquisas? Quem pagaria? Quem aceitaria o resultado?
A entrevista está sendo concedida ao blogueiro Jota Santos no Facebook neste momento. Miguel Barbosa disse que o maior problema de Bom Jardim é o gestor atual que não cuida das pessoas, que não gera emprego para juventude e outras coisas...
Um representante de vendas de 53 anos da rede de hipermercados Carrefour morreu, na última sexta-feira 14, enquanto trabalhava em uma unidade do grupo no Recife (PE). O caso ganhou repercussão nas redes sociais na última terça-feira 18 quando uma foto do ocorrido foi divulgada.
O corpo foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas e tapumes improvisados enquanto o estabelecimento seguiu em funcionamento, segundo o G1.
Trabalhadores e clientes que estavam no local disseram ao portal que o corpo de Moisés Santos ficou no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML).
Empresa diz que vai mudar protocolo
O Carrefour publicou três notas nas redes sociais. Na primeira delas, a empresa lamentou o que aconteceu na loja e disse que a equipe de prevenção e riscos acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), assim que o prestador de serviços começou a passar mal.
A empresa também afirmou que segue “prestando toda assistência necessária para a família, neste momento tão difícil”.
Em outro comunicado, a rede informou que mudou os protocolos para casos como esses.
“Mudamos os protocolos para que as lojas sejam fechadas em casos de fatalidades como essa. Seguimos à disposição para apoiar a família do Sr. Moisés”.
A Polícia Civil informou que vai checar se foi aberto inquérito sobre o caso.
Revolta
Nas redes sociais, o Carrefour foi alvo de críticas. O assunto foi um dos mais comentados no Twitter. Veja algumas reações.
Direito de imagemLABECO/UFPAImage captionPartículas de plástico encontradas em peixes que vivem em nascentes e riachos amazônicos
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) encontrou, em média, seis pedaços de plástico dentro do corpo de 98% dos peixes coletados por um grupo de pesquisadores em nascentes e riachos da Amazônia.
Pesquisadores afirmam que a ingestão de plástico pode provocar mortandade desses peixes ou afetar a reprodução deles e levar ao desequilíbrio da cadeia alimentar; ou mesmo que esse material sintético pode, em última análise, parar no corpo humano.
Esse tipo de poluição dá sinais de estar espalhado por toda a bacia amazônica. Em janeiro de 2019, um grupo de pesquisadores liderados pelo ictiólogo Marcelo Andrade, também ligado à UFPA, identificou pela primeira vez a presença de plástico em peixes amazônicos. Na ocasião, eles encontraram partículas no trato gastrointestinal de quase 25% dos peixes coletados no rio Xingu, incluindo a piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri).
Um estudo publicado na revista Nature Communications em junho de 2017 estima que sejam despejadas no oceano 39 mil toneladas de plástico por ano via rio Amazonas — que passa por Peru, Equador, Colômbia e Brasil.
Desequilíbrio ecológico
Estudos anteriores já haviam investigado esse tipo de poluição em peixes que vivem em outros locais do curso da água, como rios e oceanos, e são consumidos pelo homem.
A diferença desse trabalho, feito por um grupo de pesquisadores de peixe de água doce e publicado em julho na revista científica Environmental Pollution, é apontar a extensão dos danos ao sistema respiratório dos animais e que esse problema ambiental atinge com mais intensidade nascentes de rios e riachos, onde os peixes têm, em média, 10 cm na fase adulta, não costumam ser consumidos pelo homem e enfrentam riscos maiores de desequilíbrio ecológico.
Foram analisadas 14 espécies de peixe coletadas em 12 locais na bacia do rio Guamá, no município paraense de Barcarena, e na bacia do Acará-Capim, nos municípios de Ipixuna do Pará, Concórdia do Pará e Tomé Açu.
Essas duas regiões ribeirinhas não têm tratamento de esgoto e utilizam essas nascentes e riachos tanto como espaço de lazer quanto para descartar dejetos.
Nesses lugares, esses peixes menores têm papel fundamental no equilíbrio ecológico da região. Eles podem ser predadores responsáveis, por exemplo, pelo controle de insetos ou servir de alimento para sapos.
“Sem a presença no futuro de uma dessas espécies que consomem larvas de insetos, por exemplo, poderia haver a explosão de uma população de mosquitos e o espalhamento desenfreado de doenças”, explica a pesquisadora Danielle Ribeiro-Brasil, uma das autoras do artigo e integrante do grupo de pesquisa da UFPA, em entrevista à BBC News Brasil.
Direito de imagemLABECO/UFPAImage caption'Crenicichla regani', conhecido também como Jacundá ou Joaninha, continha mais plástico em seu corpo que outras espécies
Um dos animais estudados é o Crenicichla regani, conhecido também como jacundá ou joaninha. Os peixes dessa espécies são predadores que se alimentam de pequenos crustáceos e larvas de insetos e podem demonstrar um comportamento agressivo. Com boa visão noturna, muitas vezes se alimentam no escuro e às vezes nem são percebidos pelas pessoas no ambiente, já que não costumam passar de 8 cm de comprimento na fase adulta.
Essa espécie, analisada no estudo da UFPA, continha mais plástico em suas brânquias e em seu trato gastrointestinal que as outras.
Segundo ela, os próximos estudos vão analisar o impacto dessa poluição para a perda de espécies ou diminuição dessas comunidades. Deve-se analisar também a origem dessas partículas, mas a principal hipótese é que esses pedaços achados em riachos e nascentes amazônicas tenham saído de roupas sintéticas. Do total, 93% das partículas encontradas nos animais são fibras.
Em geral, essas partículas são originárias de fontes diversas, como roupas, pneus, tintas e escovas de dente. Calcula-se que entre 2% e 5% de todo o plástico produzido por ano acabe descartado nos mares, mas não se sabe direito qual é a dimensão real do problema.
Um estudo do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, divulgado nesta semana, estima que a quantidade de plástico boiando no oceano Atlântico seja capaz de encher mais de mil navios-cargueiros, somando 21 milhões de toneladas (uma quantidade dez vezes maior do que se pensava).
À medida que esses materiais vão se deteriorando, acabam sendo consumidos por animais marinhos, entrando na cadeia alimentar — um caminho que, em última instância, traz o plástico para o organismo humano.
Ainda não há informações conclusivas sobre o impacto desse tipo de poluição na saúde das pessoas, mas já se sabe o que a presença de plástico dentro do corpo pode causar aos peixes.
Essas partículas podem atacar dois pontos centrais dos peixes em riachos: as brânquias e o trato digestivo. No primeiro, o plástico interfere na aptidão física do animal, afetando sua energia para a captura de alimentos e para a reprodução. No segundo, essas partículas podem dar uma falsa sensação de saciedade ao peixe ou mesmo feri-lo até a morte.
Segundo o estudo, os peixes que vivem nesses riachos analisados consomem proporcionalmente mais plástico do que os encontrados em rios.
Direito de imagemLABECO/UFPAImage captionPesquisadores analisaram peixes em 12 locais nas bacias do rio Guamá e do Acará-Capim, no Pará
“Não é todo peixe que ingere o plástico. Isso está relacionado também ao comportamento dele no ambiente. Se é carnívoro, por exemplo, faz uma busca ativa por alimentos e pode confundir o pedaço de plástico com algo que possa comer”, afirma Ribeiro-Brasil.
Outros estudos apontam que esses plásticos são ingeridos por algumas espécies não apenas porque se parecem com comida mas também porque cheiram a comida.
Segundo cientistas do Instituto Real Holandês de Pesquisas Marítimas, essas partículas de plástico no oceano são rapidamente colonizadas por uma fina camada de micróbios, normalmente chamada de "plastisfério", que libera substâncias químicas que fazem o plástico ter cheiro e gosto de alimento para alguns animais marinhos.
Para o grupo de pesquisadores da UFPA, as ações para evitar o aumento da contaminação por plástico da bacia Amazônica demandam o envolvimento da população local, iniciativas de educação ambiental de manejo dos resíduos sólidos e o engajamento de instituições públicas e privadas, entre outros pontos.
Eles defendem, por exemplo, medidas de incentivo para a redução do consumo de plásticos de uso único, como cotonetes e canudos, e de regulação para garantir a preservação desses ecossistemas atingidos pela poluição.