terça-feira, 7 de julho de 2020

'Reabrir agora é suicídio': os donos de bares e restaurantes que decidiram continuar fechados



Bar vazioDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionComo fez o Rio de Janeiro na semana passada, bares e restaurantes de São Paulo puderam reabrir as portas na segunda-feira

Um grupo de donos de bares e restaurantes de São Paulo decidiu manter as portas dos estabelecimentos fechadas mesmo com a autorização do governo do Estado para a reabertura. Entre os motivos alegados, estão a falta de segurança para funcionários e clientes, expectativa de baixo movimento e receio de falência.

A partir de segunda-feira (6/7), a gestão do governador João Doria (PSDB) passou a autorizar que estabelecimentos do setor voltem a funcionar depois de quase quatro meses de quarentena por causa da pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Para isso, os locais precisam seguir algumas regras, como horário fixo (das 11h às 17h), lotação de até 40% da capacidade, proibição de mesas nas calçadas e exigência de uso de termômetros e máscaras, além de distanciamento entre os clientes.

O governo classificou esse cenário — de flexibilização gradual da economia com restrições — de "amarelo". A condição "verde" traria "abertura parcial", e a "azul" seria o "normal controlado".

Segundo o Ministério da Saúde, o Estado de São Paulo tinha no domingo (5/7) cerca de 320 mil infectados por coronavírus, além de pouco mais de 16 mil mortes por covid-19.

"Achamos os protocolos (de reabertura) vagos e, em alguns casos, sem sentido. Por que abrir apenas para o horário do almoço e fechar à noite? Não há nenhuma pesquisa mostrando que o coronavírus se propaga mais à noite", diz Gabriel Pinheiro, dono da pizzaria Villa Roma, que tem duas unidades na capital: uma na região da avenida Paulista e outra no Tatuapé.

Segundo ele, a maior parte do faturamento do restaurante antes da pandemia vinha do período noturno, no jantar. O almoço, no entanto, reunia clientes que trabalham em prédios comerciais e de escritórios — hoje, em boa parte, fechados.

"Não faz sentido para nós abrir só de manhã se nossos clientes estão trabalhando em home office", explica. "Ninguém vai sair de casa para almoçar fora nesse momento. As pessoas estão cozinhando ou pedindo por delivery."

O empresário Gerson Higuchi, dono do restaurante Apple Wood, no bairro da Anália Franco, também tem a maior parte do seu faturamento à noite. "Quem vai vir almoçar se as pessoas não estão trabalhando nos escritórios?", questiona.

'Reabrir é suicídio'

Empresários ouvidos pela BBC News Brasil, que atendem hoje apenas por delivery, dizem temer que a reabertura dos restaurantes signifique um prejuízo financeiro ainda maior — e até a falência diante do aumento de gastos sem retorno no faturamento.

"Nós hoje operamos de maneira enxuta, com poucos funcionários. Suspendemos os contratos de 70% do nosso pessoal. Se reabrir, teria de trazê-los de volta sem perspectiva de que o faturamento iria aumentar novamente", explica Gabriel Pinheiro, da pizzaria Villa Roma.

Segundo o empresário, a atual operação por delivery rende apenas 20% da arrecadação do restaurante antes da pandemia, volume que não paga nem os custos fixos de suas duas unidades, como aluguel, salários e fornecedores. "Hoje temos um prejuízo semanal de R$ 10 mil em cada pizzaria", diz.

Já Gerson Higuchi, do Apple Wood, concorda que a reabertura do espaço criaria mais gastos sem garantia de retorno financeiro diante do movimento fraco.

"Teríamos que recontratar os funcionários, aumentar o estoque e outros gastos, além de reformular a operação sem garantia de que o movimento volte a crescer. Vi pesquisas mostrando que a grande maioria das pessoas não está disposta a sair de casa ainda", diz ele, que durante a pandemia demitiu 17 dos antigos 20 funcionários.

Bar vazioDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionPara empresários paulistanos, reabertura pode causar ainda mais prejuízos financeiros

"Nós ainda não atingimos o pico da pandemia. Agora, no inverno, os casos podem aumentar e, possivelmente, o governo terá de fechar novamente o comércio. Entendo quem está desesperado, também estou. Mas preferi esperar do que reabrir agora e ter de fechar de novo daqui a 30 dias. Qualquer movimento que eu tome sem planejar muito bem pode ser fatal para minha empresa. Reabrir agora é suicídio, significa falência", explica.

Para Percival Maricato, presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), muitos estabelecimentos da cidade não têm capacidade financeira para reabrir nesta semana.

"Mesmo para reabrir, os proprietários precisam recontratar o pessoal e renovar estoque. Nem todo mundo consegue fazer isso hoje, então prefere ficar quietinho, fechado. Muita gente que reabrir terá mais prejuízo ainda", diz.

Segundo ele, a Abrasel tem negociado uma flexibilização ainda maior, com aumento do horário permitido até o período noturno e o fim da restrição do uso de mesas nas calçadas — algo bastante popular em São Paulo e que foi proibido pela nova norma do governo do Estado.

Para Renato Yada, dono do bar e restaurante de comida japonesa Izakayada, na região central de São Paulo, reabrir o local colocaria os clientes e funcionários em risco de infecção por coronavírus.

"Nosso espaço é pequeno, as pessoas ficam bem juntas. Pela norma de 40% da capacidade, poderíamos receber só seis pessoas durante seis horas. Não vale a pena colocar as pessoas em risco. Tenho familiares idosos, não posso levar a doença para casa", diz.

O Izakayada tem funcionado apenas por delivery — e o dono é quem faz as entregas, sem auxílio de profissionais de aplicativos. Para continuar funcionando, o bar demitiu quatro funcionários e hoje apenas os sócios trabalham na unidade.

"Nosso faturamento caiu 80%. Hoje não conseguimos nem pagar as contas, às vezes precisamos vender algumas coisas para compensar o prejuízo. Só estamos de pé porque somos pequenos e porque temos esperança de que em breve a situação vá melhorar", diz.

'Vitória mutilada'

Para o empresário Facundo Guerra, dono de bares e baladas como o Riviera e o Cine Joia, a reabertura do setor é uma "vitória mutilada". "Abrir agora significa expor meus funcionários, meus cliente e eu mesmo. Os números estão aí. Não achatamos a curva de infecções nem chegamos no pico da pandemia", diz.

"Os shoppings reabriram e continuam vazios. Já os bares são locais de celebração, e hoje não temos nada para celebrar. Entendo as pessoas que querem retomar os negócios, mas acho uma decisão equivocada. Não há garantia de que o investimento para a reabertura agora será recompensado", afirma.

A empresária Ana Massochi, dona do restaurante de comida argentina Martín Fierro, na Vila Madalena, conta que também preferiu continuar atendendo apenas por delivery para proteger seus funcionários.

Homem caminha de máscara diante de lojas fechadasDireito de imagemREUTERS
Image captionGoverno de São Paulo decidiu flexibilizar a abertura da economia depois de quase quatro meses de quarentena

"O momento é crítico, a curva de infecção não baixou. A maioria dos meus funcionários usa transporte público para vir trabalhar. Não posso e não vou expô-los ao coronavírus", diz.

Para ela, que suspendeu contratos e reduziu salários em 50%, também não há garantia de que todos os clientes vão sempre respeitar as normas, como uso de máscaras.

"Imagina uma pessoa que tomou duas caipirinhas e passa a não seguir as regras. Como meu garçom vai resolver essa situação? Chama a polícia? E se houver violência?", questiona.

A empresária afirma que o delivery cobre apenas 50% da operação do Martín Fierro. "Estamos há quatro meses com prejuízo. As contas continuam chegando… Tudo está funcionando, menos o crédito para o pequeno empresário. Não tivemos um tostão do governo", reclama.

Para Percival Maricato, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, o poder público também deveria olhar para o setor. "Tão importante quanto a reabertura do comércio seria fazer com que o crédito chegue na ponta. Muitos pequenos empresários estão frágeis financeiramente e não têm capacidade de reabrir", diz.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

MPF pede afastamento urgente de Ricardo Salles, "o rei da boiada" do Ministério do Meio Ambiente


Procuradores acusam ministro de improbidade administrativa

O Ministério Público Federal (MPF) pediu afastamento de Ricardo Salles da chefia do Ministério do Meio Ambiente, em representação divulgada nesta segunda-feira 6. O órgão acusa Salles de cometer improbidade administrativa, por “desestruturação dolosa das estruturas de proteção ao meio ambiente”.

Em ação na Justiça, 12 procuradores da República pedem o afastamento em caráter de urgência. Além disso, a ação reivindica punições previstas na lei, como a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos, o pagamento de multa e a proibição de contratação com o poder público e de recebimento de benefícios e incentivos fiscais.

O pedido tramita na 8ª Vara da Justiça Federal. Em documento de 128 páginas, o MPF diz que a gestão de Salles percorre direção contrária à efetivação do projeto constitucional para o meio ambiente.

“Por meio de ações, omissões, práticas e discursos, o ministro do Meio Ambiente promove a desestruturação de políticas ambientais e o esvaziamento de preceitos legais, mediante o favorecimento de interesses que não possuem qualquer relação com a finalidade da pasta que ocupa”, escrevem.

Os procuradores sustentam que o comando de Salles age no sentido de “fragilizar a atuação estatal na proteção do meio ambiente” e que, analisados de forma contextualizada, os atos promovem a “fragilização do arcabouço normativo e institucional”.

“Os efeitos da fragilização da estrutura administrativa, por sua vez, são imediatos, como mostram os dados sobre o aumento do desmatamento e o avanço de atividades econômicas ilegais sobre áreas de floresta nativa, incluindo áreas especialmente protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação. A desregulamentação de medidas proibitivas, a desmobilização de servidores e o desmonte da fiscalização consistem em frentes permanentes de fragilização dos órgãos ambientais federais. Em muitos casos, os efeitos podem se tornar irreversíveis”, diz a ação.

Os procuradores elencam quatro frentes em que Salles teria praticado improbidade administrativa: desestruturação normativa, desestruturação dos órgãos de transparência e participação, desestruturação orçamentária e desestruturação fiscalizatória.

A ação lembra um dos episódios mais escandalosos da trajetória recente de Salles, quando incentivou o governo a aproveitar a pandemia para “ir passando a boiada” em medidas ambientais. A declaração ocorreu durante a reunião ministerial de 22 de abril, gravada em vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o MPF, o caso expõe, de forma clara, um verdadeiro “encadeamento premeditado” de atuar contrário à proteção ambiental.

“Se havia dúvidas quanto à sua configuração, a manifestação do requerido na reunião ministerial de 22 de abril de 2020 escancarou os propósitos de sua gestão e o desvio de finalidade nos atos praticados. Naquela ocasião, o ministro declarou que considerava a pandemia decorrente do novo coronavírus uma ‘oportunidade’ para modificar normas e adotar atos. Também sugeriu fazer uma ‘baciada’ de alterações e ‘passar a boiada'”, afirmam.

Em resposta, o Ministério do Meio Ambiente alegou que os argumentos dos procuradores não procedem.

“A ação de um grupo de procuradores traz posições com evidente viés político-ideológico em clara tentativa de interferir em políticas públicas do governo federal. As alegações são um apanhado de diversos outros processos já apreciados e negados pelo Poder Judiciário, uma vez que seus argumentos são improcedentes”, declarou a pasta.

Com informação de Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Cultura é tema de Live em Bom Jardim nesta segunda-feira, às 19:30 no Facebook




Nesta segunda feira, dia 06.07, às 19:30hs, na  Fanpage,  de Maciel Santos, via programa Dialogando para Construir abordará o tema, Cultura, a vivência de um povo.

Convidados: o Produtor Cultural Edgar S dos Santos, o Coreógrafo Wagner Lima e  o Assessor Parlamentar André Ricardo, para uma conversa sobre as formas de fortalecimento da cultura em nosso município.

Você é nosso convidado, participe conosco, vamos dialogar e propor alternativas para o fortalecimento de nossa cultura.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 4 de julho de 2020

Catedral reabre com Jesus negro em pintura de última ceia no Reino Unido


Quadro A Última Ceia, da artista Lorna May WadsworthDireito de imagemLORNA MAY WADSWORTH
Image captionApoiadora do movimento Black Lives Matter em St Albans diz que o quadro da catedral causou uma conversa sobre o tema na comunidade

Uma pintura da Santa Ceia mostrando um Jesus negro foi instalada em uma catedral no Reino Unido, em um movimento que ativistas descreveram como uma "declaração ousada". O quadro, da artista Lorna May Wadsworth, foi colocado no Altar dos Perseguidos na ala norte da Catedral católica de St Albans, cidade a cerca de 35 km de Londres.

A igreja afirmou que tomou tal atitude em "apoio ao movimento Black Lives Matters" (vidas negras importam, em tradução livre), que registrou manifestações com cerca de 1000 pessoas na cidade. O trabalho original, pintado em 2010, já havia sido alvo de um tiro quando foi exibido em uma igreja de Gloucestershire.

Um apoiador do movimento na cidade disse que o uso do quadro pela catedral causou uma conversa mais ampla entre a comunidade.

A artista usou um modelo jamaicano de base para sua interpretação da obra do século XV de Leonardo da Vinci, e disse que ela queria "fazer as pessoas questionarem o mito ocidental de que Jesus Cristo tinha cabelo claro e olhos azuis".

A Last SupperDireito de imagemLORNA MAY WADSWORTH
Image captionO reverendo Jeffrey John, decano da catedral, disse: "Nossa fé ensina que somos todos feitos igualmente à imagem de Deus, e que Deus é um Deus de Justiça".

Responsáveis pela catedral informaram que a pintura de 2,6 metros de altura foi parte de uma instalação para marcar a reabertura da igreja, e convidar as pessoas a "olhar com olhos renovados para algo que você pensa que já conhece".

Em uma nota oficial, a catedral informou: "Nós apoiamos o movimento Black Lives Matter como aliados em prol da mudança, construindo uma comunidade forte e justa onde a dignidade de todos os seres humanos é honrada e celebrada, onde as vozes pretas são ouvidas, e onde vidas negras importam".

Um porta-voz acrescentou que era o "sentimento [do movimento] que nós apoiamos, e que não apoiamos de maneira acrítica nenhuma organização política".

The Last Supper by Leonardo da VinciDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPintura de Da Vinci mostra a cena da Última Ceia conforme narrada no Evangelho de João

O grupo do BLM para St Albans, que não é afiliado ao movimento nacional e é um grupo criado separadamente para a resposta da cidade ao movimento, disse que a pintura não tem objetivo de ser um retrato preciso da aparência de Jesus, mas de "promover uma conversa sobre como a história é frequentemente embranquecida".

Shelley Hayles, representante do grupo, afirmou: "Grande parte da nossa sociedade não tem problema em aceitar um retrato impreciso do Jesus 'branco', mas são rápidos a questionar o Jesus 'preto' e esse é só mais um exemplo do racismo sistêmico no Reino Unido", diz.

"A declaração corajosa da Catedral de St Albans trouxe uma conversa para a comunidade que seria pouco provável antes do Black Lives Matter ganhar espaço".

A instalação causou debate na página da catedral no Facebook, com uma postagem dizendo: "Por que precisamos transformar tudo em uma questão de cor? Se Jesus foi de Jesusalém teria provavelmente sido mais escuro, mas ele nos ensinou a amar a todos, essa é a minha crença".

Outros tinham opinião diferente: "Eu acho que é uma iniciativa muito bem-vinda. Obrigada por isso, é necessário".

BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Covid-19 mata 64.365 brasileiros




O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 37.923 novos casos do novo coronavírus e 1.111 mortes pela Covid-19. 
O país soma um total de 1.578.376 casos registrados, 64.365 mortes e 876.359 recuperados. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Renato Feder: cotado para ministro da Educação já propôs privatizar todas as escolas e universidades


Renatoo FederDireito de imagemAGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS PARANÁ
Image captionNa secretaria do Paraná, Feder tem investido em programa de aulas não presenciais durante a pandemia

Principal nome cotado atualmente pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o novo ministro da Educação, o empresário Renato Feder, paulista de Mogi das Cruzes, ocupa desde janeiro de 2019 o cargo de secretário de Educação do Paraná, a convite do governador Ratinho Junior (PSD).

Mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo currículo informado no site do governo do Paraná, Feder fez carreira no setor de tecnologia.

Destacou-se como executivo depois de assumir, nos anos 2000, a sociedade na Multilaser, à época uma pequena empresa de reciclagem de cartuchos para impressoras herdada pelo amigo de infância de Feder, Alexandre Ostrowiecki.

Sob o comando dos dois, de acordo com reportagem publicada em março de 2018 pela revista IstoÉ Dinheiro, a companhia tornou-se uma bilionária da tecnologia, com faturamento superior a R$ 2 bilhões e escritório na Brigadeiro Faria Lima. Antes, Feder havia passado pela construtora Promon e pela consultoria de crédito Serasa.

Foi também em parceria autoral com Ostrowiecki que Feder publicou, em 2007, o livro Carregando o Elefante - Como Livrar-se do Peso que Impede os Brasileiros de Decolar, em que os dois autores defendem um plano detalhado de "desconstrução do Estado", que definem como um processo profundo de eliminação do Estado "em todas as atividades que hoje ele faz mas que poderiam ser repassadas à iniciativa privada, como a educação", mantendo o princípio de governo pequeno.

O livro defende que a iniciativa privada é "intrinsecamente mais eficiente na gestão de qualquer coisa".

Renato FederDireito de imagemGOVERNO DO ESTADO DO PARANA
Image captionLivro de coautoria de Feder defende legalização das drogas e redução das Forças Armadas

Ao assumir o cargo no Paraná, Feder trouxe consigo para o primeiro escalão da Secretaria nomes que vieram da iniciativa privada, especialmente da área de tecnologia, voltados a acelerar a transformação digital na educação pública, de acordo com o site da Secretaria do Estado.

O governo do Paraná também informa que ele foi professor da Educação de Jovens e Adultos, lecionou matemática por dez anos, além de ter sido diretor de escola por oito anos. Também foi assessor voluntário da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

"Assim como é melhor que uma empresa privada frite hambúrgueres do que o governo, o mesmo ocorre no caso de uma escola", afirma o livro de Feder e Ostrowieck.

No caso da proteção às pessoas contra a miséria absoluta, por exemplo, o livro defende que o ideal é passar o máximo dessa tarefa para organizações não governamentais e "deixar para o governo apenas casos emergenciais".

Na saúde, o livro também defende privatizar todos hospitais e postos de saúde, cabendo à assistência social pagar planos de famílias que comprovarem incapacidade de fazê-lo.

Para a Previdência, a proposta é "abolir completamente a previdência, tanto do setor público quanto do setor privado. Cada pessoa decide se quer ou não realizar plano privado de previdência social".

Cita como exemplo positivo o Chile, apontado como "nação com uma série de características semelhantes com as do Brasil e que está rapidamente se livrando do status de país pobre".

Educação privada e mais ricos nas melhores escolas

No capítulo do livro sobre Educação, Feder cita problemas atuais, como o mau desempenho dos alunos brasileiros em português e matemática e a ineficiência dos gastos, e questiona: "É o Estado a entidade certa para operar dezenas de milhares de escolas? Será que o controle público é a melhor forma de gerir um colégio, escolher material didático, pagar professores e cuidar da manutenção? No caso da maioria das nações do planeta, a resposta ainda é sim, apesar de que esse quadro pode estar mudando".

"Em quase todos os países", prossegue o texto, "o governo opera um sistema público e gratuito de educação. No entanto, uma série de casos de sucesso inquestionável está mudando a visão dos especialistas a respeito da melhor estrutura educacional e apontando as vantagens dos sistemas de vouchers", afirma, referindo-se ao sistema em que "o Estado paga, os pais escolhem, as escolas competem, o nível de ensino sobe e todos saem ganhando".

O texto, no entanto, pondera que os vouchers são controversos e malvistos pelo "establishment do ensino", porque, de modo geral, "contorna o poder dos sindicatos dos professores".

Entre as propostas para a educação apresentadas no livro estão "privatizar todas as escolas e universidades públicas, implantando o sistema de vouchers. Para cada aluno matriculado o governo paga uma bolsa diretamente à escola. Cada escola pode optar se receberá apenas a verba do governo ou se cobrará uma taxa extra", resume.

Presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Educação Carlos Alberto DecotelliDireito de imagemPALÁCIO DO PLANALTO
Image captionO economista Carlos Alberto Decotelli perdeu o cargo após seu currículo ter sido questionado

"À primeira vista, a questão do preço pode parecer um pouco cruel, uma vez que, na prática, deixará as famílias mais carentes de fora das melhores escolas. No entanto, não podemos nos esquecer que isso já ocorre hoje em dia, com o agravante de que as escolas de base hoje são de péssima qualidade". O foco da proposta, defende, é permitir que "todos tenham acesso a escolas de nível pelo menos aceitável".

A proposta dos vouchers também tem a simpatia do ministro da Economia, Paulo Guedes. No Chile, onde o programa de vouchers foi implementado nacionalmente durante os anos 80, a principal crítica é de que o modelo aumentou a desigualdade.

No modelo de governo mínimo previsto no livro, o papel do Ministério da Educação, pasta que agora Feder poderá passar a comandar, seria chefiar o programa nacional de vouchers e o sistema de testes e ranqueamento das escolas e universidades.

É responsável por garantir que toda família tenha um voucher adequado e que as crianças estejam na escola. Cuida também de tornar pública e transparente a qualidade dos cursos no Brasil.

O livro também defende bandeiras que conflitam com a agenda do presidente Jair Bolsonaro, como a legalização das drogas ("legalizar todas as drogas hoje proibidas, desde que consumidas em locais pré-determinados e que seja proibido fazer propaganda") e reduzir fortemente as Forças Armadas.

Jair Bolsonaro usando máscaraDireito de imagemREUTERS
Image captionBolsonaro escolheu Decotelli para a Educação após a saída de Abraham Weintraub; Feder é atual favorito

Apoio a Doria barrou nomeação mais cedo

Em publicação no dia 25 de junho, o Blog do Camarotti, do portal G1, afirmou que a indicação do secretário estadual da Educação no Paraná para o Ministério da Educação não foi adiante mais cedo em razão da relação próxima que ele teve com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Por isso, Bolsonaro acabou anunciando Carlos Alberto Decotelli como novo ministro da Educação, decisão que teve o aval da ala militar do governo. Ele pediu demissão após revelações de que havia incluído uma série de informações falsas no currículo.

Com a queda de Decotelli, o nome de Feder voltou a ganhar força.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sepultamento de Dona Neném, mãe de Laurivan será nesta sexta-feira, às 16 horas


Faleceu aos 68 anos de idade a Senhora Isveline Gomes Barbosa,(Dona. Neném),  casada com o Senhor Lula da carreta, com quem teve quatro filhos e é   avó de 5 netos. Dona Neném, era uma pessoa muito querida por todos os moradores do bairro Noelândia. Mulher íntegra, sensível e vibrante. Seu corpo está sendo velado em sua residência na Vila Noelândia. O sepultamento acontecerá às 16 horas desta sexta-feira, dia 03 de julho de 2020. 
A família enluta agradece desde já,  a solidariedade e o comparecimento de amigos e familiares

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 2 de julho de 2020

A sociedade e as desconexões


Lembro-me quando adolescente de profecias maravilhosas. Afirmavam que a tecnologia mudaria radicalmente o mundo.Teríamos dias de descanso, sem preocupações com o trabalho e as guerras seriam inibidas pelas amizades internacionais. Mas não me esqueço que havia ditaduras militares e desigualdades sociais permanentes.Portanto, a desconfiança me invadia. Já avistava ambiguidades e ambições que consolidavam o capitalismo. Gostaria que as harmonias acontecessem, porém como firmar futuros?

Hoje, escuto ruídos constantes. As insatisfações são grandes e não se espera sossegos. Mascara-se o rosto com cores escuras. Parece que a ficção mais tenebrosa quer sacudir o cotidiano. Muitos desencontros, mente-se com fôlego, formam-se milícias. Há quem defenda armas e critique generosidades. Há governos genocidas e retornos aos fascismos com trevas violentas. Não sei se cabem sonhos, embora não se possa jogar a sociedade nos abismos medonhos. Somos seres cercados por instabilidades e relações tensas. Tudo embaralhado e os medos atiçam insônias e exclamações.

A memória não deixa que o passado se apague. Ela seleciona e inquieta. As épocas históricas se entrelaçam, não há como fixar fantasias progressivas e esperar a animação de máquinas companheiras. Os objetos são inventados para suprir lacunas, trazem imagens inesperadas e podem esvaziar sentimentos, Se o tempo se lança e desafia, a história celebra possibilidade de dias homogêneos e desejos que se completam.Se tempo se desfia, o desconhecido incomoda e a vida se esconde na intriga justificada.

Não adianta ter uma escrita sintonizada. Ela deve seguir curvas. O homogêneo significa fraternidade e não a morte das diferenças. Não há medidas determinadas. Por isso que surgem desertos, mares com ilhas estranhas, narrativas soltas. Pense nas viagens de Ulisses, pense numa embarcação sem cais iluminado, pense na nostalgia. A literatura se encerraria sem a despedida. Ela existe , porque as desconexões são fortes. Como não citar as tatuagens invisíveis e estimular a construção de outras estradas sem as travessuras dos poetas?

A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tecnologia e transporte: novo trem-bala do Japão


N700S pode chegar a até 360 km/h, tem mais conforto e baterias internas de íons de lítio, permitindo que se mova sozinho até um local seguro caso um terremoto interrompa o fornecimento de energia

A companhia ferroviária Central Japan Railway Company (JR Central) colocou em operação nesta quarta-feira (1) uma nova geração do "trem-bala" japonês, o Shinkansen. O modelo N700S (S de "Supremo", como frisa a empresa) circula entre Tóquio e Osaka na linha Tokaido Shinkansen e traz mais velocidade, segurança e conforto para os passageiros.

O início da operação foi originalmente programado para coincidir com a realização dos jogos olímpicos de Tóquio (Tokyo 2020), que aconteceriam entre 24 de julho e 9 de agosto deste ano, antes de serem adiados para 2021 devido à pandemia de Covid-19.

A data tem significado simbólico: foi há pouco mais de 56 anos, em 1º de abril de 1964, que o primeiro trem-bala japonês, também na linha Tokaido Shinkansen, foi inaugurado. A linha foi uma das obras de infraestrutura feitas pelo governo japonês para a realização dos jogos olímpicos de 1964, também sediados em Tóquio.

Em testes o N700S atingiu uma velocidade máxima de 360 km/h, 28 km/h mais rápido que a velocidade máxima do modelo da geração anterior, o N700A. Entretanto, sua velocidade em operação regular é "limitada" a 285 km/h, suficiente para cobrir os 514 km entre as duas cidades em 2 horas e 22 minutos no serviço expresso (chamado Nozomi), com menos paradas no caminho.

Internamente os vagões têm um novo sistema de iluminação, projetado para maior conforto, poltronas que se reclinam mais, cada uma com uma tomada dedicada e bagageiros superiores que são iluminados nas paradas, para que os passageiros não esqueçam sua bagagem. A viagem é mais suave e silenciosa, graças a um sistema de suspensão ativa que absorve as vibrações do trem.

Também há melhorias de segurança, como um novo sistema de controle e freio automáticos que permite ao trem parar mais rapidamente em caso de emergência. O número de câmeras dentro de cada vagão aumentou de duas para seis.

Além disso, há um sistema de "auto-propulsão" com baterias de íons de lítio sob o piso dos vagões. Com isso, o trem pode continuar se movendo, em baixa velocidade, até um local seguro caso um terremoto interrompa o fornecimento de energia, feito por linhas de alta tensão sobre os trilhos.

Segundo a JR Central, os componentes agora ocupam menos espaço sob o piso dos vagões, o que permite montar trens com configurações mais flexíveis, de 4 a 16 carros. Isso também reduz o consumo de energia e o tempo de produção de novos trens.

Fonte: CNN Travel /olhardigital.com.br


Professor Edgar Bom Jardim - PE