domingo, 28 de outubro de 2018

Bolsonaro presidente: A surpreendente trajetória de político do baixo clero ao Palácio do Planalto


Jair BolsonaroDireito de imagemREUTERS
Image captionBolsonaro venceu Fernando Haddad na disputa do segundo turno
Após uma campanha marcada por um alto nível de tensão, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito neste domingo o novo presidente da República. Com 92,08% das urnas apurados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato atingiu 55,63% dos votos válidos e está matematicamente eleito. O adversário, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), está com 44,37%.
Deputado Federal há 28 anos, Bolsonaro sempre foi do chamado "baixo clero" do Congresso Nacional - não tinha papel de liderança nos partidos políticos a que pertenceu, nunca assumiu cargos no governo federal ou posições de destaque na Câmara dos Deputados.
Mas se tornou nacionalmente conhecido ao longo dos anos por declarações polêmicas, principalmente sobre a comunidade LGBT e a ditadura militar. Até o início campanha, analistas políticos afirmavam que a candidatura do deputado federal poderia se "desidratar", já que ele teria direito a apenas 8 segundos diários de propaganda eleitoral na TV.
No entanto, o capitão reformado cresceu de forma continuada nas pesquisas, se consolidando no primeiro lugar já no primeiro turno. A BBC News Brasil reuniu os principais fatos na trajetória do candidato do PSL rumo ao resultado da eleição deste domingo.

Entre 2015 e 2016 - 'Vou ser candidato a presidente gostem ou não gostem'

Bolsonaro fala publicamente na possibilidade de ser candidato à Presidência da República há cerca de três anos. Em abril de 2015, ele se desfiliou do PP já com a intenção de seguir o "sonho" de ser presidente.
"Foi um pedido verbal, mas oficial. A gente começa aí um processo de separação, que espero que seja amigável. Tenho um sonho para 2018 de disputar o cargo de senador ou presidente da República. No partido onde estou, dificilmente serei candidato sequer para o Senado. O que sinto é que eles querem uma opção diferente para 2018", afirmou, na ocasião.
BolsonaroDireito de imagemMAURO PIMENTEL/AFP
Image captionBolsonaro cresceu fortemente em intenção de voto na semana que antecedeu à eleição
Em novembro de 2016, ele reforçou que disputaria a eleição presidencial "quer gostem ou não", ao prestar depoimento na condição de testemunha num processo aberto pelo Conselho de Ética da Câmara para apurar se Jean Wyllys (PSOL-RJ) quebrou o decoro parlamentar ao cuspir em Bolsonaro em 2015.
Na época, o ex-capitão do Exército estava filiado ao Partido Social Cristão (PSC) - sigla conhecida por reunir líderes evangélicos -, e havia divergências dentro do partido sobre uma eventual candidatura dele.
"Há dois anos me preparo para que o partido, se assim entender, (permita minha candidatura) de acordo com minha aceitação popular. Eu estarei pronto para enfrentar uma campanha presidencial, o que não é fácil", disse.

Agosto de 2017- Primeiras pesquisas mostravam Bolsonaro atrás de Lula

Em agosto do ano passado, quando as primeiras pesquisas de intenção de voto começaram a ser divulgadas, Bolsonaro já aparecia em posição competitiva. Na ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda era tido como o candidato do PT - ele ainda não havia sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância, o que acabou ocorrendo em janeiro de 2018.
Uma pesquisa do Datafolha divulgada no dia 30 de agosto de 2017 pelo jornal "Folha de S.Paulo" mostrava Lula em primeiro lugar com 36% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 16%, e por Marina Silva (Rede), com 14%.

Março de 2018 - Filiação ao PSL e lançamento da pré-candidatura

Após divergências com o PSC e sem ver espaço para ser candidato por esse partido, Bolsonaro migrou para o Partido Social Liberal (PSL) em 7 de março deste ano.
Ele aproveitou a ocasião para lançar a pré-candidatura à Presidência com um discurso focado em defender a revisão da Lei do Desarmamento. O evento contou com gritos de "mito, mito, mito", orações e Hino Nacional.

Abril de 2018 - Prisão de Lula e tomada da dianteira nas pesquisas por Bolsonaro

LulaDireito de imagemMIGUEL SCHINCARIOL/AFP
Image captionLula foi preso em abril, mas, mesmo assim, o PT registrou a candidatura do ex-presidente no TSE
Em abril, Lula foi preso, três dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negar habeas corpus da defesa que pedia que ele não pudesse ser detido até uma condenação definitiva - o chamado trânsito em julgado. Apesar da prisão, o PT decidiu insistir na candidatura de Lula até o prazo final dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a substituição do nome.
Bolsonaro passou à dianteira nas pesquisas de intenção de voto nos cenários em que Fernando Haddad aparecia como substituto do ex-presidente na chapa do PT. Pesquisa Ibope divulgada em 20 de junho mostrava o candidato do PSL com 17% das intenções de voto, seguido por Marina Silva (13%), Ciro (8%) e Alckmin (6%). Haddad, até então vice na chapa de Lula, aparecia só com 2%.

14 de agosto de 2018 - Bolsonaro registra a candidatura

Em 14 de agosto, Bolsonaro registrou a sua candidatura no TSE e declarou um patrimônio de R$ 2,3 milhões (todos os candidatos precisam declarar patrimônio à Justiça Eleitoral).
No dia seguinte, o PT registrou a candidatura de Lula, embora o petista estivesse preso e impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.

6 de setembro - Bolsonaro leva facada em comício em Juiz de Fora (MG)

Um dos episódios mais marcantes de toda a campanha ocorreria no dia 6 de setembro na cidade mineira de Juiz de Fora. Bolsonaro estava nos ombros de apoiadores, durante um comício, quando levou uma facada na barriga.
Bolsonaro após ataque
Image captionBolsonaro sofreu ataque a faca e ficou afastado da campanha
O autor do atentado, Adelio Bispo de Oliveira, 40, foi preso. Bolsonaro chegou a perder 40% do sangue do corpo - cerca de 2,5 litros - e passou por duas cirurgias.
Com o episódio, ele se afastou das campanhas nas ruas mas, ao mesmo tempo, ganhou ampla visibilidade na mídia, inclusive no horário nobre de televisão.
Os adversários dele, por sua vez, decidiram mudar a estratégia de campanha, moderando o tom das críticas ao candidato do PSL nas duas primeiras semanas que se seguiram ao atentado. A lógica era a de que poderia não pegar bem fazer ataques pesados a alguém hospitalizado.

10 de setembro - Substituição de Lula por Haddad como candidato do PT

Após Lula ser barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, o PT decidiu substituir a candidatura do ex-presidente pelo vice na chapa, Fernando Haddad. Nos dias que se seguiram, começou a ficar mais evidente que a reta final da campanha poderia se centralizar numa disputa entre Bolsonaro e o ex-prefeito de São Paulo.
HaddadDireito de imagemFLAVIO FLORIDO/AFP
Image captionHaddad passou a crescer nas pesquisas e assumiu o segundo lugar nas pesquisas de opinião, atrás de Bolsonaro
O candidato do PSL passou a apresentar um crescimento constante nas pesquisas, se consolidando no primeiro lugar em intenções de voto. Haddad também cresceu fortemente, se beneficiando da transferência de votos de Lula e passando a figurar em segundo lugar. Mas os dois também carregavam altas taxas de rejeição - acima de 40%.
A campanha eleitoral assumiu, então, o seu maior grau de polarização, com a possibilidade de uma disputa entre anti-petistas e anti-Bolsonaro num segundo turno.

30 de setembro - Mulheres vão às ruas em campanha #EleNão

Uma semana antes do primeiro turno da eleição, milhões de mulheres tomaram as ruas de 114 cidades do Brasil para protestar contra Bolsonaro, como parte do movimento #EleNão, que se espalhou nas redes sociais.
Manifestação contra BolsonaroDireito de imagemSERGIO LIMA/AFP
Image captionO candidato do PSL alcançou, ao longo da campanha, patamar de 50% de rejeição entre as eleitoras
Conhecido por declarações machistas, como quando disse, em 2016, que não empregaria uma mulher com o mesmo salário que um homem, o candidato do PSL alcançou, ao longo da campanha, patamar de 50% de rejeição entre as eleitoras.
Em reação ao #EleNão, mulheres apoiadoras de Bolsonaro organizaram atos em 16 cidades.

5 de outubro - Bolsonaro 'boicota' debate da TV Globo dando entrevista para a Record

Desde que levou a facada, Bolsonaro precisou passar semanas internado e deixou de participar de debates televisivos.
Para especialistas, o fato de não ter precisado enfrentar perguntas difíceis, no embate ao vivo com os demais candidatos, pode ter beneficiado o candidato do PSL, que passou a se dedicar à divulgação de vídeos nas redes sociais.
No último debate televisivo, marcado para ocorrer dois dias antes do primeiro turno, Bolsonaro já havia sido liberado do hospital e se recuperava em casa. Mas afirmou que não participaria "por recomendação médica".
Candidatos no debate da TV GloboDireito de imagemDANIEL RAMALHO/AFP
Image captionNo mesmo dia e hora do debate da TV Globo, a TV Record exibiu entrevista exclusiva com Bolsonaro
No entanto, no mesmo dia e horário do debate, quando todos os outros candidatos se dedicavam a responder às perguntas uns dos outros, a TV Record exibiu uma entrevista exclusiva com Bolsonaro, gravada na casa no deputado do PSL.
Nos 30 minutos de vídeo, o candidato atacou seus adversários, especialmente Haddad, a quem chamou de "fantoche de Lula", além de criticar a condução das investigações sobre o atentado que sofreu e dizer que não tem responsabilidade sobre a divulgação de fake news por seus apoiadores.

6 de outubro - A última pesquisa e a chance de vitória em primeiro turno

Na semana que antecedeu o primeiro turno das votações, Bolsonaro cresceu fortemente nas pesquisas a ponto de alcançar 40% dos votos válidos, seguido por Haddad, com 25%, e Ciro, com 15%.
A alta gerou, nas redes sociais, um movimento em prol de "voto útil" do eleitor "antipetista" por uma vitória de Bolsonaro no primeiro turno.

7 de outubro - Bolsonaro vota no Rio de Janeiro

BolsonaroDireito de imagemMAURO PIMENTEL/AFP
Image captionBolsonaro votou em colégio militar, no Rio de Janeiro. Ao sair da seção eleitoral disse: 'Acaba hoje'.
Bolsonaro votou às 8:55, na Escola Municipal Rosa da Fonseca, dentro da Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Ao ser perguntado por jornalistas sobre sua expectativa, ele afirmou: "Acaba hoje".
À noite, foi anunciado o resultado do primeiro turno: Bolsonaro recebeu 46,03% dos votos e Haddad, 29,28%. Em transmissão ao vivo para o Facebook, o candidato do PSL comemorou o resultado, mas colocou em dúvida as urnas eletrônicas.
"Vamos junto ao TSE exigir soluções para isso que aconteceu agora, e não foi pouca coisa, foi muita coisa. Tenha certeza: se esses problemas não tivessem ocorrido, e tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente da República decidido hoje."
9 de outubro em diante - Denúncias de agressões no segundo turno
Logo depois do primeiro turno, começaram a proliferar relatos de agressões relacionadas ao discurso eleitoral. Um dos casos mais dramáticos foi registrado em Salvador: o assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, de 63 anos. Ele foi morto a facadas após uma discussão política algumas horas depois da eleição de domingo.
Testemunhas disseram que o desentendimento começou quando o capoeirista revelou apoio ao candidato do PT. O agressor, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, teria defendido Bolsonaro.
O período eleitoral também foi marcado por casos de agressões a jornalistas. Foram 137 em 2018, segundo estimativas da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) - sendo 75 ataques digitais e 62 físicos, e a maioria deles ligados à cobertura eleitoral.
Moa do KatendêDireito de imagemBRUNO FIGUEIREDO/ÁREA DE SERVIÇO
Image captionMestre de capoeira, compositor e dançarino baiano Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, de 63 anos, foi morto a facadas
Ao ser questionado sobre atos de violência nas ruas, Bolsonaro disse que não tem controle sobre seus apoiadores. "O cara lá que tem uma camisa minha e comete um excesso, o que é que eu tenho a ver com isso?", questionou.
"Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões e milhões de pessoas que me apoiam."
No dia 12 de outubro, ele foi mais enfático em condenar as agressões. "Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar", afirmou, em sua conta no Twitter.
10 de outubro - Bolsonaro anuncia que não vai participar de debates
Dois dias após o primeiro turno da eleição, Bolsonaro afirmou que não participaria do debate organizado por Folha de S.Paulo, UOL e SBT, marcado para o dia 17 de outubro. Na época, ele alegou que a equipe médica recomendou "mais alguns dias de repouso".
Pouco mais de uma semana depois, o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, declarou que Bolsonaro não participaria de nenhum debate televisivo com Haddad no segundo turno e nem viajaria para atos de campanha.
Fernando HaddadDireito de imagemFERNANDO BIZERRA/EPA
Image captionHaddad explorou ausência de Bolsonaro nos debates durante a campanha do segundo turno
A justificativa dada foi o desconforto causado pela bolsa de colostomia presa ao seu corpo desde que levou a facada, além de questões de segurança. Em entrevista à TV Globo, Bolsonaro afirmou considerar os debates algo "secundário".
"Eu poderia me submeter a uma aventura, mas poderia ter uma consequência péssima para minha saúde. Levando-se em conta a restrição, a minha saúde e a gravidade do que ocorreu, a tendência é eu não participar de debates. Não posso abusar nesse momento. Questão de debate é secundário. Da minha parte, até gostaria porque não teria dificuldade de debater com preposto com um poste do Lula."
18 de outubro - Reportagem diz que empresas pagavam por disparos contra o PT no WhatsApp
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada no dia 18 de outubro afirmou que empresas que apoiam Bolsonaro estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.
Bolsonaro se pronunciou dizendo que "não tem nada a ver com isso". E passou a criticar fortemente a Folha de S.Paulo, inclusive prometendo cortar, quando eleito, publicidade do governo federal no jornal. "A Folha de S.Paulo é a maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo", disse, em transmissão ao vivo.
A pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a Polícia Federal abriu uma investigação sobre a compra de pacotes de disparos no WhatsApp.
20 de outubro - Filho de Bolsonaro fala em 'fechar o STF'
Eduardo BolsonaroDireito de imagemNELSON ALMEIDA/AFP
Image captionEm víde gravado em julho, mas divulgado em outubro, Eduardo Bolsonaro diz que não seria difícil fechar o Supremo
Um dos acontecimentos que mais geraram repercussão durante a campanha do segundo turno foi a divulgação de imagens em que Eduardo Bolsonaro, 34 anos, um dos filhos do candidato à Presidência, afirma que bastariam um "cabo e um soldado" para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeo gravado em julho, disponível na internet, Eduardo, que foi reeleito deputado federal, aparece numa sala de aula de um cursinho para interessados em ingressar na Polícia Federal, em Cascavel (PR).
Ele é perguntado por um aluno sobre o que poderia ser feito caso o STF impugnasse a candidatura ou diplomação do pai dele por fraude eleitoral. Eduardo respondeu, em tom de ameaça, que o tribunal "terá que pagar para ver o que acontece" e argumentou que dificilmente haveria reação popular se um ministro do Supremo fosse preso.
A declaração gerou forte reação entre ministros da Corte. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, afirmou que "atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia", enquanto Celso de Mello - decano do Supremo - disse que a fala foi "inconsequente e golpista".
Jair Bolsonaro primeiro afirmou que "qualquer um que fale em fechar o Supremo precisa se consultar com um psiquiatra". Posteriormente, ele disse: "Eu já adverti o garoto, o meu filho, a responsabilidade é dele. Ele já se desculpou".
21 de outubro - Bolsonaro fala em 'faxina' e promete 'banir marginais vermelhos'
Em vídeo ao vivo transmitido durante um comício na Avenina Paulista, em São Paulo, Bolsonaro proferiu um dos discursos mais agressivos da campanha. "A faxina agora será muito mais ampla. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", afirmou o capitão reformado.
Ele também ameaçou prender o senador Lindbergh Farias e o próprio Haddad, e afirmou que Lula irá "apodrecer na cadeia".
"Seu Lula da Silva, se você estava esperando Haddad vencer para assinar o decreto de indulto, eu vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia. Brevemente você terá Lindbergh Farias para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Não será para visitá-lo não, será para ficar alguns anos ao seu lado", disse. "Será uma limpeza nunca vista na história", completou.
27 de outubro - Última pesquisa Datafolha aponta vitória de Bolsonaro
No sábado, foi divulgada a última pesquisa de intenção de voto do Datafolha dessas eleições. Bolsonaro aparecia com 55% das intenções de votos válidos, uma vantagem de dez pontos percentuais em relação a Haddad (45%).
Ao longo das semanas que antecederam a eleição, a vantagem de Bolsonaro sobre Haddad, que chegou a ser de 18 pontos percentuais, diminuiu. Mas não o suficiente para que o petista chegasse perto de efetivamente ameaçar a liderança do candidato do PSL.
28 de outubro - Bolsonaro vota no Rio de Janeiro
BolsonaroDireito de imagemANTONIO LACERDA/EPA
Image captionBolsonaro votou no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo
Com esquema reforçado de segurança e vestindo um colete a prova de balas, Bolsonaro votou às 9h17, acompanhado da esposa, na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio.
"Pelo que eu vi nas ruas nos últimos meses, é vitória", disse ele, ao ser questionado sobre a expectativa para o resultado.
Fonte: BBC Brasil
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bolsonaro eleito Presidente do Brasil

Jair Bolsonaro (PSL) é eleito
Jair Bolsonaro (PSL) é eleitoFoto: Arte: Folha de Pernambuco

Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República. O resultado foi confirmado às 19h deste domingo (28). A apuração ainda não foi finalizada, mas aponta para 55,7% de votos para Bolsonaro contra 44,3% para Fernando Haddad (PT).

Jair Bolsonaro (PSL), capitão do Exército na reserva, 63 anos, deputado desde 1991, conseguiu capitalizar a decepção e a raiva de uma população abalada por anos de recessão e estagnação, assim como cansada com os escândalos de corrupção. Bolsonaro é um grande defensor da ditadura (1964-85) e admirador declarado de um dos principais torturadores do regime

Fernando Haddad (PT), professor e ex-prefeito de São Paulo, 55 anos, foi designado candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) em substituição a seu líder histórico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que cumpre desde abril uma pena de 12 anos prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Com informações de Folha de Pernambuco/ TSE
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Saiba quem são os governadores eleitos no 2º turno



Homem votaDireito de imagemREUTERS

As eleições para governador estão sendo decididas no segundo turno em 13 Estados e no Distrito Federal – entre eles, os três maiores colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) libera os resultados da apuração em tempo real.
Até agora, apenas o Distrito Federal teve a votação definida.

Distrito Federal

A partir de 1º de janeiro, o Distrito Federal será governado por Ibaneis Rocha, do MDB.
Ele venceu a disputa no segundo turno com 70,20% dos votos válidos - 88% das urnas já foram apuradas. Rodrigo Rollemberg (PSB) ficou com 29,80%.

Mato Grosso do Sul

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi reeleito com 52,35% dos votos válidos.
Juiz Odilon (PDT) teve 47,65% dos votos. Segundo o TSE, 98,12% das urnas foram apuradas.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) venceu com 71,40% dos votos válidos - 83,32% das urnas foram apuradas. O tucano Antonio Anastasia ficou em segundo, com 28,42%.
Zema será o primeiro governador do Partido Novo, que participa de sua primeira eleição geral. 

Pará

Helder Barbalho (MDB) teve 55,24% dos votos válidos e foi eleito governador do Estado – 93,50% das urnas foram apuradas. Márcio Miranda (DEM) teve 44,76% dos votos.

Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro será governado pelo ex-juiz Wilson Witzel, do PSC. Ele teve 59,66% dos votos válidos. O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) ficou com 40,34% – 96% das urnas foram apuradas.

Rio Grande do Norte

A petista Fátima Bezerra venceu no Rio Grande do Norte. Ela teve 57,46% dos votos válidos, contra Carlos Eduardo (PDT), que teve 42,54%. Segundo o TSE, 91% das urnas foram apuradas.

Rio Grande do Sul

O tucano Eduardo Leite foi eleito no Estado com 53,40% dos votos válidos - 97,17 % das urnas já foram apuradas. José Ivo Sartori (MDB) teve 46,6% dos votos.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, o candidato do PSL, Comandante Moisés, venceu Gelson Merísio (PSD). Moisés teve 71,31% dos votos válidos. Marísio registrou 28,69% – 94,14% dos votos foram apurados.

Sergipe

Com 85,6 % das urnas apuradas, o pleito já está decidido no Estado.
Belivaldo Chagas (PSD) foi reeleito governador com 64,36 % dos votos válidos. Ele concorria contra Valadares Filho (PSB).

Fonte:BBC
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sábado, 27 de outubro de 2018

HADDAD EMPATA, TEM 50% E DISPUTA SERÁ VOTO A VOTO


Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27 aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), apontando para uma virada real neste domingo 28, data da votação do segundo turno.
Nos votos totais, as intenções de voto são de exatamente a 43% a 43%. Ninguém/Brancos/Nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%.
Nos votos válidos, os percentuais são de exatamente 50% a 50%.
Os votos espontâneos para presidente, quando os eleitores citam o nome do candidato espontaneamente, são de 51% a 49% para Bolsonaro.
Esta pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa Vox 247 foi a segunda encomendada pela Editora 247 ao instituto Vox Populi financiada totalmente por eleitores, membros da comunidade 247, assinantes solidários ou não do portal e da TV 247. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse, ainda aberta.
A pesquisa Vox 247 do dia 6 de outubro, véspera da votação do primeiro turno, foi a que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2018, em comparação às dos outros dois institutos de pesquisa mais tradicionais do país, o Ibope e o Datafolha.
www.brasil247.com
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Reta final:Haddad recebe apoio de milhões de brasileiros e de Joaquim Barbosa


"Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad", postou Joaquim Barbosa, que foi presidente do Supremo Tribunal Federal. Jair Bolsonaro vem sendo apontado pela imprensa global como uma ameaça ao Brasil e ao mundo.
Abaixo, tweet de Joaquim Barbosa e reportagem da Reuters sobre a sucessão:
Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.
(Reuters) - O presidenciável do PT, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), estimula pessoas violentas a saírem do armário.
“Ele estimula as milícias, os capangas, as pessoas violentas a saírem do armário, ele é a expressão da violência”, disse Haddad durante coletiva de imprensa em João Pessoa, na Paraíba.
“É muito comum na história dos povos que um covarde seja o agente da violência social. Em geral, são pequenos homens que estimulam a violência, até em função dos seus problemas psicológicos”, continuou.
“Por isso que os pequenos homens com problemas psicológicos são tratados respeitosamente, mas não chegam ao poder, porque são perigosos no poder. Não são perigosos fora do poder”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo.
Segundo o petista, Jair Bolsonaro não tem um projeto, mas sim uma “retórica da violência”.
“A gente sabe como essa retórica da violência começa, mas a gente não sabe até onde vai. Nós precisamos cortar esse mal pela raiz”, afirmou o candidato.
Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial marcado para domingo.
MAIS ACERTOS DO QUE ERROS
Ao defender o projeto que representa, Haddad voltou a reconhecer que o PT cometeu erros, embora tenha feito mais acertos.
“Eu represento um projeto que tem muito mais acertos do que erros. Mudou a vida de metade da população brasileira. E os erros eu estou aqui assumindo e disposto a corrigir”, disse.
O candidato também se mostrou otimista nesta reta final antes da eleição de domingo e disse acreditar que uma virada irá acontecer, acrescentando que “segunda-feira já começamos a trabalhar na equipe de governo”.
O petista também voltou a comentar que espera um apoio do pedetista Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno da disputa presidencial e cujo partido decidiu dar “apoio crítico” à candidatura do PT.

“Acredito que, chegando no Ceará, ele (Ciro) vai fazer um gesto importante pelo Brasil. Não é por mim, é pelo Brasil... Ele sabe o que está em jogo, ele sabe o que está em risco”, disse Haddad.
Com informações de brasil247.com
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Mundo:Eleição de Bolsonaro seria uma “tragédia”, diz The Economist


São Paulo – “Os brasileiros estão diante de uma escolha terrível”: é assim que começa o editorial da edição da revista britânica The Economist publicada nesta quinta-feira (25).
De um lado, Fernando Haddad (PT) concorrendo por um partido responsável por uma “depressão econômica auto-infligida” e por encorajar propinas em escala “sem precedentes e em parte para prolongar seu controle do poder”.
Do outro, Jair Bolsonaro (PSL), um “populista com instintos autoritários” cuja provável vitória é classificada como uma “tragédia” cuja raiz por ser vista na decepção com o resto da classe política.
A revista aponta que quase todos os partidos tomaram parte em corrupção e tem sua parcela de culpa pelo crime e pela estagnação econômica, que por sua vez estão relacionados a um Estado ao mesmo tempo grande e fraco demais na provisão de serviços.
Agora, surge um novo desafio: “garantir que um presidente com impulsos autocráticos não subverta a democracia brasileira”, classificada como “relativamente jovem mas não fraca”, diante das demonstrações de independência do Congresso, do Judiciário e da imprensa nos últimos anos.
A recomendação da Economist é que eventuais esforços de Bolsonaro para melhorar a economia tenham ajuda do campo político pois nem “nem todas as ideias de Bolsonaro são ruins”, citando a sugestão de uma reforma da Previdência como exemplo.
Em outras questões, a revista sugere resistência – seja das polícias militares dos estados, em relação à promessa de dar carta branca para policiais matarem suspeitos, seja do Congresso, em relação à ideia de permitir um maior desmatamento da floresta amazônica, por exemplo.
De qualquer forma, a Economist conclui que Bolsonaro já prejudicou a nossa “cultura democrática” e que apesar de “provavelmente” não ter intenção de ser um ditador, terá de ser contido:
“No seu desespero, os brasileiros estão prestes a rejeitar um partido desacreditado em favor de um aventureiro político com ideias repelentes. Isso tem pouca chance de dar certo. Congressistas, juízes, jornalistas e servidores públicos terão que trabalhar duro para conter o dano”.

Liberalismo

O texto lembra que o liberalismo é pouco enraizado na América Latina, em parte pela herança escravagista e em parte pela influência do positivismo de Auguste Comte, eternizada na mensagem “ordem e progresso” da bandeira brasileira.
Na ilustração da matéria, Bolsonaro puxa o lema em detrimento das palavras “liberdade e igualdade”. A revista lembra que sua conversão ao liberalismo é muito recente e ironiza o “power point que passa como seu programa de governo”.
São lembradas as experiências do Chile com Augusto Pinochet e do Peru com Alberto Fujimori em que combinações de autoritarismo na política e liberalismo na economia deram frutos, mas com um alto custo humano e consequências nefastas no longo prazo.
“Separar a liberdade econômica da política pode parecer um atalho para o desenvolvimento. Mas na América Latina ele raramente é: a demanda por governo forte compete com um anseio persistente por liberdade”, conclui o texto.
exame.abril.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Delegada Gleide Ângelo com Haddad #ÉoMundoTodoComHaddad

Eleitores de todas regiões do Brasil mudam de opinião. O voto para Bolsonaro vai declinando. Cresce a possibilidade de Fernando Haddad ser eleito. O fenômeno foi verificado nas últimas pesquisas realizada pelo Datafolha.

A delegada Gleide Ângelo, eleita com a maior votação da história política para  deputada estadual por Pernambuco, confirma mais uma vez todo seu apoio ao candidato petista Haddad.

"O fenômeno da virada está acontecendo", reafirma Haddad em eventos políticos no nordeste.

Foto:Divulgação do Facebook de Ana Karyne Rodrigues.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bolsonaro não é a solução, diz EL PAÍS


Neste domingo se realiza no Brasil o segundo turno das eleições presidenciaisnas quais o ultradireitista Jair Bolsonaro parte como claro favorito. Com uma vitória retumbante no primeiro turno, com 46% dos votos, Bolsonaro superou em 17 pontos seu principal rival, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, e tudo parece indicar que o maior país da América Latina poderá converter em presidente um candidato que não hesita em mostrar um claro desprezo pelas regras do jogo democrático. Aquele que pode se tornar o trigésimo oitavo presidente do Brasil colocou seus concidadãos diante de uma decisão radical: manter o sistema democrático ou inclinar-se de facto por uma alternativa autoritária. Esta é, na realidade, a característica fundamental da eleição, uma convocação para a qual não cabem posições intermediárias frente ao risco de ter início um retrocesso democrático. A separação de poderes e os direitos e liberdades dos cidadãos são componentes imprescindíveis da democracia e do Estado de Direito, e é paradoxal que o voto possa colocá-los em risco com a opção por um programa político como o apresentado por Bolsonaro.

Ao longo do último mês, esse ex-militar nostálgico da ditadura se dedicou a demonizar perigosamente seus adversários políticos, tachando-os de "criminosos vermelhos", prometendo que "vão ser varridos do país" e os ameaçando com a "prisão e o exílio". Bolsonaro não hesitou em promover um discurso de ódio contra as mulheres e as minorias, que constituem metade da população, reabrindo uma brecha de corte racial em um país com uma das taxas mais elevadas de violência na região, um problema que ele quer combater com mais violência: "Se um ladrão tem uma arma, nós temos que ter um fuzil", disse ele em um de seus discursos de campanha. Tudo isso faz do candidato um perigo real de consequências incalculáveis para a região. A eleição de um candidato que expressa abertamente seu desprezo pelos padrões mínimos de qualidade democrática compromete seriamente o presente e o futuro de uma das economias emergentes mais importantes do planeta e de um país que parecia destinado a desempenhar um papel de protagonista no século XXI .
É compreensível que uma parte do povo brasileiro queira mostrar que está farta da corrupção, e que os cidadãos sintam e expressem legítima ansiedade depois de sofrer uma crise econômica dilacerante que o PT administrou mal, incrementando de novo os índices de desigualdade. Mas Bolsonaro não é a solução. Se a corrupção, a deterioração institucional e uma classe média empobrecida representam os problemas estruturais que o gigante latino-americano atravessa, a concentração de poder nas mãos de um militar autoritário em um país já enfraquecido institucionalmente só ajudaria a precipitar a saída do Brasil dos esquemas democráticos para transformá-lo, provavelmente, em uma ditadura eleitoral. O impulso legítimo de purgar um sistema e punir suas elites extrativistas não pode resultar na escolha de um candidato que põe em causa a própria sobrevivência da democracia.

EL PAÍS
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PGR acionará STF contra excessos de ações policiais em universidadesBrasil

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, anunciou nesta sexta-feira (26) que ajuizará no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) para assegurar o restabelecimento da normalidade em ambiente universitário, diante da onda de ações policiais em universidades em todo o Brasil sob o pretexto de coibir supostas infrações eleitorais. Como este site mostrou ontem (25), associações de professores denunciaram excessos da Polícia Federal e ameaça à liberdade de expressão e manifestação nas instituições de ensino superior.
A reclamação de professores e alunos é que juízes eleitorais têm interpretado faixas contra o fascismo, por exemplo, como ação eleitoral para beneficiar determinada candidatura. Segundo Raquel Dogde, há indícios de ofensa à liberdade de expressão, à liberdade de reunião e à autonomia universitária, e a ADPF visa a "vigência plena da Constituição no país".
Raquel Dodge disse ter reunido "informações sobre atos que estão coibindo a liberdade de manifestação e de reunião no âmbito de algumas universidades brasileiras", de forma a fundamentar a formalização da ADPF no Supremo. "Por verificar no curso de várias medidas noticiadas pela imprensa que houve e há indícios claros de ofensa à liberdade de expressão, de reunião, da liberdade de cátedra, da autonomia universitária, da discussão no ambiente universitário a respeito de medidas relacionadas às eleições que estou requerendo ao STF providência no sentido de assegurar a vigência plena da Constituição no país e, sobretudo, nesse momento de eleições no Brasil", destacou a procuradora-geral.
Em um dos casos que se tornaram emblemáticos do problema nos últimos dias, uma bandeira com os dizeres "Direito UFF AntiFascista" perdurada na histórica fachada da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), foi alvo da Justiça Eleitoral no estado sem fazer qualquer menção a partidos ou candidatos. Mesmo assim, a juíza Maria Aparecida da Costa Barros, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), deu prazo para a retirada da bandeira. Do contrário, o diretor da Faculdade de Direito da UFF, Wilson Madeira Filho, deveria ser preso.
Em seu perfil no Facebook, ele comentou o assunto por volta das 23h desta quinta-feira (25). "Decisão judicial do TRE nesta data (25/10) entendeu ser a bandeira e os eventos promovidos na Faculdade de Direito sob a expressão Anti-Fascismo alusivas enquanto campanha negativa ao presidenciável Jair Bolsonaro. Nesse sentido, determinei a retirada da bandeira e a ausência de novas manifestações", comunicou o diretor da UFF.
Mais cedo, diante dos relatos originados de diversos pontos do país, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), divulgou nota pública para criticar a postura dos juízes eleitorais. "É lamentável que, em uma disputa tão marcada pela violência física e simbólica, pelo engano e pela falsificação de fatos, o ataque do sistema de justiça se dirija exatamente para o campo das ideias", concluiu o documento.
congressoemfoco.uol.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PARCIAL:TRE passa vergonha com postura ditatorial


O TRE notificou o Bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Limacedo, proibindo-o de falar da situação política que o país vive em suas homilias. Edir Macedo usa a TV Record para fazer campanha de Bolsonaro. A  censura também ocorreu em diversas universidades. 

Pernambuco 247 - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco proibiu o bispo dom Limacêdo Antônio da Silva, da arquidiocese de Olinda e Recife, de se manifestar sobre política durante missas que celebrar. 
Enquanto isso, o bispo Edir Macedo utiliza uma concessão pública do alcance da TV Record em claro benefício da candidatura de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL) com o consentimento da Justiça Eleitoral. 
O jornalista Luis Costa Pinto criticou a decisão. "Um escândalo e uma violência. Dom Limacêdo, bispo-auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, foi notificado por 3 proto-fascistas de toga, juízes da propaganda eleitoral do TRE pernambucano, a se eximir de falar de política em suas homilias.  No último domingo Dom Limacêdo falou sobre Democracia e violência. Exaltou a Democracia e condenou a violência e o fascismo", disse Costa Pinto. 
"A síndrome da pequena autoridade, o arrivismo que acomete e encoraja os guardas da esquina nos regimes fascistas ditatoriais, espalha-se como peste negra pelos juizecos de 1a instância.  Querem impedir a primavera de 28 de outubro de florir nas urnas de domingo", acrescentou o jornalista em seu Facebook. 
Com informações de Brasil 247.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Você se veste de ódio e aceita a tortura?


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Tudo está vestido de grande instabilidade. Há pessoas que se perderam e destilam perversidades, como se fossem pérolas políticas. É incrível . A complicação se avoluma. “Cristãos” defendem a violência gratuita e o crime hediondo da tortura. Não sei se há uma embriaguez maldita. Sinto-me triste, quando a sensibilidade se esfarrapa e tumultua. Alguém me disse que estamos vivendo o culto ao ódio. Isso é grave. De onde vem tudo isso? Será que o PT provoca toda essa movimentação? Jesus Cristo pregou amor e por que não ir para campanha com outras proposições? Há transtornos que não ocupam apenas os que mais sofrem economicamente. Há quem desfrute de privilégios com impulsos defensores de ditaduras. Muita gente enrustida causa medo, promove desgovernos subjetivos.
Vestir-se de ódio traz ruínas. Ficar no presente, culpando os outros é mesmo uma fraqueza imensa. Não interessa qual seja o partido. A política existe para atiçar o diálogo. É claro que há discórdias. Não podemos navegar na homogeneidade. Os mares são bravios e as diferenças não se foram. Deixar os exageros rolar não merece justificativa. Isso está infiltrado. Como ficará a cultura depois de tantas raivas soltas? O mundo se cerca de regras, mas também não abandona a reprodução danosa de desfazeres. Portanto, o suspense é perigoso, nos consideramos exilados na nossa própria terra. O aprofundamento da ambiguidade produz pesadelos, destrói sonhos e cordialidades.
Albert Camus não era  religioso. Morreu cedo. Escreveu livros que mostravam o absurdo da vida humana, mas nunca esteve ausente da solidariedade. Não desandou, não fez dos limites um argumento para manter preconceitos. As ideias fascistas ganham corpo, elas que desprezam o próprio corpo. Na minha análise, o capitalismo acelera o individualismo. Exalta o consumo. Redesenha o narcisismo. Tudo se agudiza com a crise que ele passa. Aparecem figuras como Trump. a mídia seleciona suas notícias visando denegrir e vender. Usa a roupa do cinismo. Há quem deseje que o verde-amarelo seja sagrado. Joga a crítica no lixo e grita contra o comunismo. O pior: nunca leu nada sobre o tema. Busca algo que aqueça sua melancolia e consiga atravessar a religião e morder a política.
A história não é uma construção divina. Ela está ligada aos nossos atos. Deus é uma questão polêmica. Quem o aceita deveria seguir os seus ensinamentos. A turbulência, contudo, mistura os princípios e a covardia é amiga do conforto. Parece que a ordem é não permitir a socialização da produção, fertilizar a desigualdade e admirar as psicopatias. Eliminar o outro está viajando pela cabeça das pessoas? O sufoco nos provoca e a loucura virou uma epidemia? O medo cresce e moradias da contradição invadem cada um. Será a celebração universal do fake? O discurso de uns recorda uma bala mortal. Há um genocídio disfarçado que agrada uma maioria alucinada. Lamento, pois há uma sombra de suicídio que vigia o fazer político.  Um dedo em riste que aponta para um lugar desconhecido. O que deve ser respeitado? A suavidade de copos de cervejas ou o afeto que articula a convivência?
Por Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE