quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Conflitos no Brasil:'Estamos todos aterrorizados', diz amiga de venezuelano linchado em Boa Vista

Venezuelana prepara comida para o filho na ruaDireito de imagemAFP
Image captionNo fim de semana, 4 ônibus enviados a Roraima por uma igreja evangélica de Caracas deixaram a cidade com mais de 200 venezuelanos
"Não quero mais arriscar a minha vida aqui", diz Valéria (nome fictício), que fugiu da crise na Venezuela há quatro meses para tentar recomeçar a vida no Brasil. "É lamentável. Mas prefiro voltar para os problemas de lá do que viver assustada e com medo de ser atacada aqui", afirma a venezuelana à BBC News Brasil, pedindo para não ser identificada.
Valéria decidiu deixar o Brasil após o linchamento, na quinta-feira passada, de seu amigo e conterrâneo José Antonio González, de 21 anos, em Boa Vista, capital de Roraima. Ele estava em um mercado e foi acusado de ter furtado itens das prateleiras, num episódio que resultou em uma dupla tragédia, com sua morte e a do brasileiro Manoel Siqueira de Sousa.
Sob gritos de "pega, ladrão!", o venezuelano saiu correndo e foi perseguido por um grupo de brasileiros. Manoel Siqueira de Sousa, que estava de bicicleta, conseguiu alcançá-lo e, segundo a Polícia Civil de Roraima, tentou imobilizar o venezuelano. González sacou uma faca e golpeou Manoel no pescoço, ferindo-o fatalmente.
Uma multidão revoltada espancou o venezuelano até a morte, e depois arrastou seu corpo até a frente do acampamento onde vivia - um conjunto de barracas precárias ao lado de um dos abrigos para venezuelanos em Boa Vista, o Jardim Floresta.
Fronteira do Brasil com a Venezuela em PacaraimaDireito de imagemJÚLIA CARNEIRO/ BBC NEWS BRASIL
Image captionMais de 75 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal em Roraima para regularizar sua situação migratória no Brasil desde 2015.
O episódio voltou a aumentar a tensão entre brasileiros e venezuelanos em Roraima, apenas três semanas após os ataques de moradores de Pacaraima a acampamentos formados pelos estrangeiros nas ruas da cidade, precipitado pelo assalto e espancamento de um comerciante por um grupo de imigrantes.
A cidade fronteiriça é porta de entrada para os migrantes que chegam ao Brasil por terra. De acordo com a Polícia Federal, de 2015 até agosto deste ano, mais de 75 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal em Roraima para regularizar sua situação migratória no Brasil, com pedidos de refúgio ou residência.

Segunda fuga

Assim como em Pacaraima, onde a violência levou mais de mil imigrantes a cruzarem a fronteira de volta para o país vizinho, o temor gerado pelo linchamento em Boa Vista levou novas levas de imigrantes a retornarem.
No fim de semana, quatro ônibus enviados a Roraima por uma igreja evangélica de Caracas deixaram a cidade com mais de 200 venezuelanos que viviam no entorno e dentro do abrigo Jardim Floresta, e deixaram o local em meio à tensão.
"As pessoas foram embora muito assustadas, chorando muito. Foram por medo. Não era o que queriam fazer. Era o que viram como alternativa", conta a Irmã Telma Lage, coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima (CMDH), que atende venezuelanos que chegam ao Estado desde 2015.
"Todo mundo ficou com o coração partido de vê-los sair", relata.
Fronteira do Brasil com a VenezuelaDireito de imagemJÚLIA CARNEIRO/ BBC NEWS BRASIL
Image captionGoverno enviou reforços da Força de Segurança Nacional para Roraima; tropas ficam ao menos até o fim de outubro
Após a violência em Pacaraima, o governo enviou reforços da Força Nacional para Roraima e publicou um decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) autorizando a atuação do Exército na segurança pública da fronteira e da capital. Nesta semana, novo decreto estendeu o prazo para permanência das tropas até dia 30 de outubro.
Enquanto isso, o governo de Nicolás Maduro vem fazendo pronunciamentos conclamando venezuelanos a retornarem ao país e afirmando que estão deixando a Venezuela para serem "humilhados".
De acordo com uma venezuelana recém-chegada ao Brasil, tem se disseminado entre os imigrantes em Roraima a informação de que o governo chavista está oferecendo incentivos. A BBC News Brasil não conseguiu contato com a Embaixada da Venezuela em Brasília nem com o Consulado em Boa Vista para confirmar a informação.

Planos frustrados de uma vida melhor

Valéria contesta a versão de que o amigo estivesse roubando e cobra evidências em vídeo. "Há venezuelanos que vieram roubar, mas ele não estava roubando", afirma. "Ele foi comprar pão, e ainda tentou mostrar o recibo quando começaram a acusá-lo."
"Não é justo. Viemos para cá atrás de uma vida melhor, para ajudar nossas famílias, e acabamos pagando pelos erros que alguns cometem", lamenta.
Segundo Valéria, José Antonio chegara ao Brasil havia oito meses buscando trabalho para enviar dinheiro para que a mãe, doente, pudesse comprar comida e medicamentos na Venezuela. Vinha fazendo serviços de jardinagem e morava na rua, no aglomerado de barracas formado no entorno do abrigo. Ela o descreve como um rapaz amigável, prestativo. "Sempre que lhe pediam ajuda ele atendia. Ele era um menino, não merecia essa morte."
Brasileiros protestam contra venezuelanosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionBrasileiros fizeram protestos e até queimaram objetos de venezuelanos contra a entrada deles no país
Ela própria chegou ao Brasil há quatro meses, pelo mesmo motivo que "todos os venezuelanos", segundo diz: fugir da situação de seu país, buscar uma melhor qualidade de vida para sua família e ganhar dinheiro para mandar para casa, ajudando os parentes que ficaram.
Segundo a agência da ONU para Migrações, 2,3 milhões de venezuelanos já deixaram o país, fugindo de uma inflação fora de controle e da falta de alimentos, remédios e produtos básicos.
Valéria vinha conseguindo reconstruir a vida aqui, ganhando diárias como faxineira e vivendo de aluguel com a filha e o marido. Chocada após a morte do amigo, está arrumando as malas para voltar. Já não tem coragem de mandar a filha para a escola, com medo de represálias, e está sempre na expectativa de poder ser "atacada e golpeada" apenas por ser venezuelana.
"Estamos todos aterrorizados de que aconteça algo", diz.

Comoção por brasileiro 'querido por todos'

A Polícia Civil de Roraima abriu dois inquéritos para apurar as circunstâncias de morte do brasileiro e do venezuelano. Em nota, transmite a versão da proprietária do mercado, que teria visto o venezuelano "pegando vários produtos das prateleiras e saindo sem pagar".
A polícia acrescenta que as investigações iniciais do episódio "revelam que são muito comuns furtos nos supermercados daquela região praticados por venezuelanos e que após a criação do abrigo naquela área dos crimes desta natureza aumentaram exponencialmente", sem, no entanto, amparar a informação em estatísticas.
Criança toma vacina ao cruzar a fronteira da Venezuela com o BrasilDireito de imagemAFP
Image captionNúmero de vagas em abrigos deve passar de 5 mil para 6.500
Manoel de Sousa, de 35 anos, conhecido como Manel ou Manelzinho, era o caçula de seis irmãos e ganhava a vida como pintor. Sua cunhada, a faxineira Ana Cristina Coelho de Freitas, de 44 anos, afirma que quando ele derrubou o venezuelano, caíram no chão os itens que ele teria roubado do mercado: uma sacola de pão e duas latas de leite condensado.
Ela diz que Manoel morava na mesma rua do mercado, em uma casa simples com quintal aberto e um banheiro do lado de fora, e costumava ajudar venezuelanos que viviam nos arredores. Deixava tomarem banho no banheiro externo, descansarem sob a sombra de sua mangueira e oferecia água gelada.
"Ele tinha pena, né? Ajudava eles demais e acabou sendo morto pelo venezuelano. Acabou indo embora. Tomamos um choque. Ele era querido pelo bairro todo", diz Cristina.
"E aí a população foi para cima e deu em cima do venezuelano. Eram mais de 20. O venezuelano não deveria ter matado o meu cunhado, nem ninguém deveria ter matado o venezuelano. Todos nós somos seres humanos", diz.
A família vai participar de uma manifestação convocada para o próximo domingo pedindo um fim à violência em Boa Vista.

Tensão acirrada após mortes

Segundo a Irmã Telma Lage, os dias seguintes às duas mortes foram de muita tensão no acampamento em volta do abrigo Jardim Floresta, onde José Antonio vivia.
Na madrugada de sexta para sábado, venezuelanos relataram que o acampamento foi atacado, e Irmã Telma reforça a versão, afirmando que uma moto passou pelo local fazendo disparos contra as barracas. A tensão continuou a aumentar no sábado, com a comoção gerada pelo enterro de Manoel de Sousa. Após o cortejo, ela diz que um grupo de brasileiros fez um protesto em frente ao abrigo.
"Gritavam 'assassinos!' 'justiça!', dirigindo-se às pessoas no abrigo. É claro que a situação é muito crítica, muito delicada, mas como podem acusar ou pedir justiça àquelas pessoas? Não se pode condenar um povo todo por causa de uma pessoa", diz.
No fim de semana, ônibus enviados por igrejas da Venezuela chegaram à região do acampamento de madrugada e saíram levando cerca de cem pessoas, no sábado, e outras 104, no domingo. De acordo com o G1, os veículos teriam sido fretados pelo governo Maduro.
Famílias venezuelanas em PacaraimaDireito de imagemAFP
Image captionVenezuelanos relatam medo de ficar no Brasil e querem voltar para o país de origem
Ao ver os ônibus partindo, Irmã Telma diz que a sensação é de que o Brasil está falhando. "Quando não conseguimos garantir a segurança de pessoas que estão sob a nossa tutela, o Brasil está falhando", afirma.
Ela lembra que o Brasil não é o país que mais recebe venezuelanos, estando longe de países como Colômbia, Peru e Equador. "Não estamos fazendo o nosso dever de casa como país que acolhe", considera.
O cientista político Bruno Magalhães, pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, ressalta a importância de se filtrar os números e não confundir o fluxo de entrada no país com o número de pessoas que ficam.
A ONU estima que pelo menos 50 mil venezuelanos teriam se fixado no Brasil até abril deste ano, o que representa 2% do êxodo do país. Mais de 870 mil estariam na Colômbia, e cerca de 400 mil, no Peru.
Sobre os novos episódios de violência em Boa Vista, Magalhães destaca a reação desmedida dos moradores, que não apenas lincharam José Antonio González, como exibiram seu corpo diante do acampamento de venezuelanos, em sinal de ameaça.
"Por que está ficando tão habitual usar qualquer fagulha para invadir abrigos e expulsar pessoas?", questiona.
Para Magalhães, a situação pode estar relacionada a uma "xenofobia latente" - em que a população se sentiria autorizada a cometer violência contra imigrantes por causa de precedentes estabelecidos pelo Estado. Ele lembra a tentativa da Polícia Federal de deportar 450 venezuelanos do Brasil no fim de 2016, que acabou sendo impedida pela Justiça.
De janeiro a novembro daquele ano, entretanto, o órgão já deportara 445 venezuelanos "após cobrança da sociedade roraimense", como noticiou à época a DW Brasil. "Agora tivemos pessoas de Pacaraima expulsando venezuelanos. De onde tiraram esse exemplo?", pondera.

'Fila anda' com interiorização

Major Tássio de Oliveira, chefe da Comunicação da Operação Acolhida - ação conjunta do governo federal, ONGs e organizações internacionais - afirma que os episódios de violência causam preocupação. Mas diz que o trabalho da Força Tarefa Humanitária não pode ser pautado pelo clima de tensão.
Oliveira diz que duas linhas de ação prioritárias no momento convergem para reduzir a vulnerabilidade dos imigrantes que têm vivido nas ruas. A primeira é aumentar o número de vagas em abrigos, que de cerca de cinco mil deve passar a 6.500 com a construção de dois novos espaços; e a segunda é o foco na política de interiorização de venezuelanos para outras regiões do país.
A recente onda de violência em Pacaraima levou o governo a acelerar os planos. Até a semana passada, 1.507 venezuelanos foram transferidos para outros Estados. Nesta semana, outros 392 seguem em dois voos para cidades de Esteio e Canoas, no Rio Grande do Sul. À medida que esses imigrantes deixam os abrigos, as vagas são liberadas para outros vivendo nas ruas.
"Estamos trabalhando para dirimir os efeitos dessa crise humanitária, principalmente em Roraima, que é o Estado mais afetado. É claro que não vamos resolver os problemas em um passe de mágica, mas com planejamento e organização a situação está melhorando aos poucos. Estamos tirando as pessoas das ruas e obtendo resultados positivos com o processo de interiorização. Continuamos trabalhando", diz Oliveira.
Pablo Mattos, oficial de relações institucionais da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em Roraima, diz lamentar o episódio de violência e se solidarizar com as vítimas e seus familiares, mas afirma que por ora não haverá mudanças na estratégia de ajuda humanitária em Roraima.
"É difícil opinar porque cada pessoa tem sua razão específica para retornar ou não (para o seu país). Claro que sempre há coisas que podem ser melhoradas, mas a resposta brasileira tem sido um modelo de boa prática para a região, tanto na fronteira e no acolhimento quanto na interiorização", considera.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Orobó 90 anos: Zé Francisco da Silva, o melhor e maior Prefeito da história do município

11 de setembro é a Data Magna do Município de Orobó-PE, distante 110 Km da capital de Pernambuco. Nesta cidade nasceu José Francisco da Silva, agricultor, professor da Escola Radiofônica, sindicalista, Ministro do Superior Tribunal do Trabalho em Brasília, presidente do Círculo dos Trabalhadores Cristãos, Presidente da CONSEF, Assessor do Governador Miguel Arraes, Diretor do Hospital de Orobó,  sem dúvidas o prefeito mais atuante da história de Orobó.

Homem simples, honesto, político amigo do povo, grande gestor público. Na sua administração realizou grandes obras: Construiu 110 salas de aulas, construiu o Ginásio Leonardo Pimentel, Escola Paulo Freire, deu apoio aos estudantes universitários, realizou grandes capacitações permanentes durante todo ano letivo em parceria com universidades e outras instituições, desenvolveu método de pesquisa envolvendo educação e comunidades, desenvolveu método para aferir os níveis do ensino e da aprendizagem no município, deu apoio as fruticultores, implantou agroindústria, deu apoio ao pequeno produtor, impulsionou a produção no campo.

Zé Francisco também impulsionou vendas no comércio local fazendo compras da prefeitura  em Orobó, desenvolveu a geração de novas oportunidades de trabalho, pagou sempre em dia aos funcionários públicos, deu apoio aos transportes comunitários das comunidades, reduziu consideravelmente a mortalidade infantil, conseguiu doar dezenas de aparelhos auditivos, construiu milhares de metros de calçamentos em Orobó, Matinadas, Serra de Capoeira, Umburetama, ladeira da subida do Campestre, Chã do Rocha, Feira Nova, fez saneamento básico em toda cidade acabando com a peste das muriçocas existente, melhorou estradas, deu apoio aos torneios comunitários, criou grupo de idosos, Fez o encontrão da juventude, Encontrão das comunidades, feira de saúde, fez reforma em diversos postos de saúde nas comunidades rurais, implantou dessalinizadores, fez a Vila Mariápolis, fez o matadouro, melhorou o sistema de abastecimento de água integrando ao sistema de Pedra Fina, Criou a Casa do Artesanato, impulsionou o grupo de mulheres do frivolité, fez a reforma do posto de saúde da cidade, trouxe diversos programas de mutirões para tirar documentos de RG, Profissional, fazer exames médicos, desenvolveu as festas do São João nas comunidades, fez o portal da entrada da cidade atendendo ao pedido da comunidade, melhorou o acesso ao publico dos serviços de assistência social, deu apoio aos programas e parcerias com o Banco do Nordeste, ajudou na reforma e construção de casas populares na zona rural para dezenas de famílias carentes. Orobó viveu um tempo de paz, respeito e cidadania. Ao terminar o tempo de sua gestão, deixou a prefeitura com salários dos funcionários em dia, sem débitos com fornecedores e com dinheiro nos cofres públicos municipais. 

José Francisco da Silva continua plantando cidadania em Orobó. Um exemplo de vida pública. 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Nova Pesquisa confirma Paulo Câmara na frente, diz Folha de PE


governador Paulo Câmara (PSB) cresceu cinco pontos percentuais e aparece isolado na liderança, na segunda pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto de Pesquisas SociaisPolíticas e Econômicas (IPESPE), em parceria com a Folha de Pernambuco. Na disputa pelo Governo do EstadoPaulo aparece com 35%, seguido do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que oscilou um ponto percentual dentro da margem de erro, chegando a 25%. O levantamento foi feito entre os dias 6 e 8 de setembro.

A pesquisa ouviu 800 entrevistados, usando uma metodologia face a face, e contempla critérios de sexo, idade, instrução, renda e pela condição do município. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,45%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números de protocolo BR-05453/2018 e PE-05575/2018.
primeira pesquisa realizada pela parceria IPESPE/Folha ocorreu entre os dias 11 e 13 de agosto, servindo como base comparativa para o levantamento atual. O número de indecisos aumentou de 8% para 11%, enquanto o número de Brancos e Nulos caiu, de 27% para 23%.

O candidato do Pros, o ex-deputado federal Maurício Rands oscilou negativamente dentro da margem de erro e aparece com 2%. O ex-prefeito de Petrolina, Julio Lossio (Rede), também oscilou negativamente, surgindo com 2% das intenções de voto no estudo mais recente. A candidata do Psol, Dani Portela, registrou apenas 1%. Já Ana Patrícia Alves (PCO), que não apareceu na primeira escuta, obteve 1% das menções.

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Pesquisa Ipespe/FolhaPE indica corrida apertada para Senado
O detalhamento desta pesquisa o leitor poderá conferir na edição, desta quarta-feira (12), na Folha de Pernambuco. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Voluntários transformam suas residências em Casas de Marina


Cerca de 1,9 mil residências brasileiras já se transformaram em Casas de Marina desde a última semana, quando a mobilização de 2018 foi iniciada. Até o fim de setembro, a expectativa é de que esse número chegue a cinco mil unidades. Impulsionada pela REDE Sustentabilidade, a iniciativa estimula o protagonismo dos cidadãos na política, por meio de encontros e debates feitos em comitês voluntários durante a campanha à Presidência de Marina Silva.
O coordenador de Ação Institucional e Políticas Públicas da REDE, Lucas Brandão, explica que as Casas de Marina levam as discussões sobre o processo eleitoral aos lugares que a política nacional não costuma alcançar. “O objetivo é levar a campanha para dentro da vida real das pessoas, sendo mais conectada com o cotidiano dos cidadãos e fazendo com que elas se sintam parte dessa jornada. Quem aceita fazer a Casa de Marina assume mesmo um compromisso com o Brasil. Essa pessoa se torna anfitriã e é ela que vai receber e recepcionar eleitores que, por ventura, estejam indecisos ou que queiram conhecer mais sobre a Marina”, afirma.
A adesão à iniciativa é feita a partir de um cadastro simples na página http://bit.ly/CasasDeMarina ou pelo telefone 0800 722 2215, para quem não possuir acesso à internet. Brandão explica que a interação com a comunidade é realizada, por exemplo, com a promoção de rodas de conversas, caminhadas ou bicicletadas, que envolvem a presença de familiares, amigos e vizinhos, mas a dinâmica dos encontros pode variar conforme a imaginação do anfitrião. Além de promover o debate, os responsáveis pelas Casas também distribuem o material de campanha da Marina, como santinhos, adesivos menores e adesivos para carro.
Reconhecer uma das casas participantes da mobilização é fácil. A residência é identificada com a placa “Aqui é uma Casa de Marina”. A iniciativa surgiu dos próprios apoiadores da candidata, no ano de 2010, conforme ressalta o responsável pelas Casas, Rafael Santos. Já na primeira edição, a ação mobilizou 2,2 mil residências. Em 2014, o número subiu para 2,4 mil.
“As Casas têm como característica um ambiente acolhedor. Já tivemos relatos de casas que colocavam no telão o debate eleitoral e seguiam conversando sobre as pautas do País, por exemplo. Nesse projeto, temos a casa da pessoa aberta para as causas que a Marina defende, e essas ações geram engajamento das pessoas porque fomentam o protagonismo do bairro, da realidade das pessoas”, pondera Santos.
Novidade
Nestas eleições, a iniciativa terá uma gincana para fomentar a construção de uma rede de Casas de Marina pelo País. Na novidade, os municípios que conseguirem instituir até oito Casas de Marina serão considerados “Ecobairros”. As cidades que alcançarem o número de 14 Casas serão nomeadas como “Ecovilas”. Já as que tiverem 18 ou mais, serão classificadas como “Comunidades de Casas de Marina”. A cada nível conquistado, um prêmio surpresa será concedido ao município. O reconhecimento poderá incluir, por exemplo, a oportunidade de fazer uma pergunta exclusiva para a Marina.
Outros países
Os apoiadores que estiverem no exterior também serão incluídos na brincadeira. Nesse caso, se a mobilização reunir cinco Casas de Marina no mesmo país, será considerada um “Consulado de Marina”. Quando o número chegar a dez, a mobilização será elevada a uma “Embaixada de Marina”. Até o momento, já existem Casas de Marina em Hong Kong (China), Barcelona (Espanha), Buenos Aires (Argentina) e em Nova York e Chicago (Estados Unidos).
Fonte:Rede Sustentabilidade.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Educação:Mais da metade dos brasileiros não tem diploma do ensino médio, aponta OCDE


sala de aula vaziaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNa comparação com o Brasil, Chile, Argentina e Colômbia têm mais adultos na faixa de 25 a 64 anos com diploma do ensino médio
O Brasil é um dos países com o maior número de pessoas sem diploma do ensino médio: mais da metade dos adultos (52%) com idade entre 25 e 64 anos não atingiram esse nível de formação, segundo o estudo Um Olhar sobre a Educação, divulgado nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A organização, com sede em Paris, destaca que o menor nível de escolaridade tende a ser associado com a maior desigualdade de renda.
No caso do Brasil, o país registra o segundo maior nível de desigualdade de renda entre os 46 países do estudo, ficando atrás apenas da Costa Rica.
O índice de pessoas que não cursaram o ensino médio no Brasil representa mais do que o dobro da média da OCDE. Na Costa Rica e no México, o percentual é ainda maior que o do Brasil: 60% e 62%, respectivamente, os mais elevados do estudo.
Outros países latinoamericanos, contudo, têm melhor desempenho que o Brasil. Na Argentina, 39% dos adultos na faixa de 25 a 64 anos não concluíram o ensino médio, no Chile, o percentual é de 35% e, na Colômbia, de 46%.
O estudo abrange as 36 economias da OCDE, a maioria desenvolvidas, e dez países parceiros da organização, como África do Sul, Argentina, China, Colômbia, Índia, Rússia e Brasil.
Primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2017Direito de imagemMARIANA LEAL/MEC
Image captionMais da metade dos adultos (52%) com idade entre 25 e 64 anos não concluíram o ensino médio
"Na maioria dos países da OCDE, a ampla maioria dos jovens adultos, com idade entre 25 e 34, tem pelo menos a qualificação do ensino médio. Em poucas décadas, o ensino médio passou de um veículo de ascensão social ao mínimo exigido para a vida em uma sociedade moderna", afirma o relatório.
Segundo a organização, os que deixam a escola antes de completar o ensino médio enfrentam não apenas dificuldades no mercado de trabalho, com menores salários, mas também têm competências cognitivas - memória, habilidades motoras, atenção, entre outras - bem inferiores aos das pessoas que possuem essa formação.
A organização também ressalta o número relativamente baixo de alunos com mais de 14 anos de idade inscritos em instituições de ensino no Brasil.
Apenas 69% daqueles entre 15 e 19 anos e somente 29% dos jovens de 20 a 24 anos estão matriculados, de acordo com a OCDE. A média nos países da organização é, respectivamente, de 85% e 42%.
Segundo dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2017Direito de imagemLUIS FORTES/MEC
Image captionOCDE afirma que os que deixam a escola antes de completar o ensino médio enfrentam dificuldades no mercado de trabalho

Desigualdades regionais

O Brasil enfrenta ainda "desigualdades regionais significativas" em relação ao ensino superior, diz o relatório.
No Distrito Federal, 33% dos jovens adultos chegam à universidade. No Maranhão, o Estado com o menor PIB per capita, esse número é de apenas 8%.
Essa disparidade regional entre alunos que conseguem atingir o ensino superior no Brasil "é, de longe, a maior na comparação com toda a OCDE e países parceiros", incluindo grandes países como os Estados Unidos e a Rússia, que também possuem várias áreas de diferentes tamanhos e populações.
"Assegurar que as pessoas tenham oportunidade de atingir níveis adequados de educação é um desafio crítico. O acesso ao ensino superior vem crescendo no Brasil, mas ainda é uma das taxas mais baixas entre a OCDE e países parceiros, e está abaixo de todos os outros países da América Latina com dados disponíveis", ressalta o estudo, citando a Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.
crianças na ocupação Prestes Maia, antiga fábriga textil, com mochilas escolaresDireito de imagemREUTERS
Image captionApesar do Brasil investir uma fatia importante de seu PIB na educação, os gastos por aluno no Brasil, em especial com os do ensino básico, são baixos
No Brasil, 17% dos jovens adultos com idade entre 24 e 34 anos atingem o ensino superior. Em 2007, o índice era de 10%. Apesar da melhora, o desempenho ainda está cerca de 27 pontos percentuais abaixo da média da OCDE.
"Para melhorar a transição entre o ensino e o mercado de trabalho, independentemente do cenário econômico, os sistemas de educação têm de se assegurar que as pessoas tenham as competências exigidas na vida profissional", diz a organização.
Segundo a OCDE, apesar do Brasil investir uma fatia importante de seu PIB na Educação, os gastos por aluno, sobretudo no ensino básico, são baixos.
O Brasil destina cerca de 5% do PIB à rubrica (dados de 2015), acima da média de 4,5% do PIB dos países da OCDE, diz o relatório.
diplomaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNo Maranhão, apenas 8% dos jovens adultos chegam à universidade
O governo brasileiro gasta, porém, cerca de US$ 3,8 mil por estudante no ensino fundamental e médio, menos da metade dos países da OCDE.
A despesa com os estudantes de instituições públicas de ensino superior, no entanto, é quatro vezes maior, US$ 14, 3 mil, pouco abaixo da média da OCDE, que é de US$ 15,7 mil.
A diferença de gastos por estudante entre o ensino superior e o básico no Brasil é o maior entre todos os países da OCDE e economias parceiras analisadas no estudo da organização.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Quem aposta na política?

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Se o escândalo ganha espaço no mundo, a história se torna parceira do inesperado. As instituições criam regras, mostra que existem limites. No entanto, há agonias marcantes. O movimento não dispensa as transgressões. A cultura busca equilíbrios. Eles são passageiros. Como fica o medo do inesperado? Vivemos a política numa sociedade que fermenta disputas. Ela não se livra da violência, tolera preconceitos e gosta de consumir. Portanto, cultiva novidades, ganha o território da superficialidade, brinca de sacudir a responsabilidade no lixo.
A política se envolveu com corrupções imensas. Prisões, julgamentos, acusações , surpresas. Muita irritação, divisões e falta de projetos. Não conseguimos visualizar diálogos, soluções, encontros. A tensão está presente em tudo. Tentaram matar Bolosonaro que havia, antes, falado de armas e torturas. O perfil do possível assassino é incrível. Parece que tudo acontece sob o efeito de um feitiço. Não esqueçamos que a violência não está . apenas, na política. Ela apodrece possibilidades e ameaça esperanças, invade moradias e planejamentos.
A sociedade consumista atiça performances. A sua mídia é extravagante,Tudo se transfere para uma competição sofisticada. As obscuridades arruínam reflexões. Como debater ideias, traçar planos, mover sentimentos? Ganham o interesse e a grana. Quem está a serviço de quem? Muitos desacreditam que haja saídas. Preferem carregar no pessimismo. Muitos desempregado ouvem o desespero tumultuar sua loucura. Portanto, as inimizades prosperam junto com as hipocrisias. O retorno é a suspeita. A mesquinharia empurra para desconfiança. A imagem é a sedução.
As eleições estão aprofundando uma dissonância que se espalha pela história. As ideias fascistas se consolidam em determinados grupos. A inquietude se firma e a insegurança se amplia. Não é à toa que as eleições se tornem um cenário de fantasmas e assombrações. Os acontecimentos agudizam os destroçamentos da reconstrução. O Brasil é sufocado por autoritarismos. Seu ídolo ,Vargas, fundou o Estado Novo. A censura não se foi e sinais evidentes de escravidões não abandonaram as relações de trabalho. Como respirar a dignidade poluída cotidianamente? Mais além do atentado, há tiros no ar, raivas reprimidas, curvas traiçoeiras.
A astúcia de Ulisses

Professor Edgar Bom Jardim - PE