sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Cidadania:Campanha destaca realizações de protagonistas negros em resposta ao racismo do apresentador William Waack, da Globo

Nina Simone, Hattie McDaniel, Carolina de Jesus e Ray Charles, com Waack ao centro: coisa de preto. Foto: Montagem/DP
Nina Simone, Hattie McDaniel, Carolina de Jesus e Ray Charles, com Waack ao centro: coisa de preto. Foto: Montagem/DP

[FOTO2] O comentário deduzido da manifestação do apresentador William Waack, da Globo, em vídeo vazado nesta quarta-feira na internet, se tornou mote de uma campanha de empoderamento negro na internet. "É preto, coisa de preto" virou expressão usada nas redes sociais para enaltecer pessoas negras cujas trajetórias de vida se tornaram símbolos locais ou mundiais da luta contra a  discriminação racial. A frase precede descrições biográficas de personagens marcantes nos esportes, nas artes, nas ciências sociais, na medicina e em outros campos relevantes da sociedade para contrapor a pseudo superioridade branca concebida pelo preconceito.

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A mobilização virtual é uma resposta ao apresentador do Jornal da Globo, afastado depois do episódio tornado público. Waack havia se irritado  com uma buzina insistente do lado de fora do estúdio montado em frente à Casa Branca durante uma transmissão da cobertura das eleições norte-americanas do ano passado, quando deixou escapar "É preto, coisa de preto". A referência racista custou ao âncora o afastamento do telejornal por tempo indeterminado e infindáveis xingamentos nas redes sociais.

Na corrente online, internautas citam, por exemplo, a escritor brasileira Carolina de Jesus, ícone da voz negra na literatura, com projeção internacional. Astros do futebol, como Pelé e Michael Jordan, são descritos como expoentes do esporte, ao lado de criadoras de conteúdo como a norte-americana Shonda Rhimes, mente por trás de séries de sucesso na televisão mundial, como Grey's anatomy. A música aparece contemplada, entre outros nomes, pelo pianista Ray Charles, talento incontestável à frente do teclado, assim como a atriz Hattie McDaniel, a primeira negra a vencer o Oscar e discriminada até na festa.

A sucessão de nomes e rostos famosos e anônimos - há descrições de pessoas desconhecidas, cujas façanhas foram ter ascendido na vida ou mesmo conquistado espaço em um mundo marcado pela discriminação - oferece, no mínimo, duas conclusões. A primeira é a mais óbvia: há um mundo negro tão talentoso, brilhante e merecedor de loas sociais quanto o dos brancos - e é vital fazer ecoar a voz de Martin Luther King sobre o sonho de vê-los unidos. A segunda é necessária: a exposição pública precisa ser feita permanentemente para impedir manifestações de preconceito como a do apresentador da Globo. É um dever de brancos, de pretos, de todos.

Confira algumas publicações:
Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a ganhar o Oscar. McDaniel recebeu o Oscar (E o Vento Levou…) em um hotel que sequer permitia a entrada de negros. Filha de escravos, sentou-se no fundo do salão, separada de todos.


Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a ganhar o Oscar. McDaniel recebeu o Oscar (E o Vento Levou…) em um hotel que sequer permitia a entrada de negros. Filha de escravos, sentou-se no fundo do salão, separada de todos.


Um dos maiores rappers do Brasil, @MVBill também é um grande ator, escritor e ativista social. Teremos o orgulho de recebê-lo no palco do Madrugada no Centro dia 18.11 em homenagem ao Dia da Consciência Negra! 


Ser considerado o maior poeta simbolista nacional e um dos mais importantes para o simbolismo - além de combater a escravidão e o preconceito racial - só poderia ser coisa de preto.
Cruz e Souza (1861 - 1898) 


Barack Hussein Obama II é um advogado e político norte-americano que serviu como o 44.º presidente dos Estados Unidos de 2009 a 2017, sendo o primeiro afro-americano a ocupar o cargo. 



Nina Simone foi pianista, cantora, compositora e ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos.
É bastante conhecida nos meios musicais do jazz e trabalhou com diversos estilos musicais, como música clássica, blues, folk, R&B, gospel e pop


 Ray Charles - Pianista norte-americano, pioneiro e cantor de música soul, blues, jazz , além de um inovador intérprete de R&B.Foi eleito pela Rolling Stone o 2º maior cantor de todos os tempos e 10º maior artista da música de todos os tempos.


mulher negra mãe solteira roteirista cineasta vencedora do globo de ouro e dona da produtora shondaland um dos maiores impérios da televisão com uma das séries mais populares do mundo shonda rhimes é uma titã e esse trecho do seu ted dispensa qualquer apresentação 



Carolina Maria de Jesus. Foi uma escritora Brasileira que publicou, entre outros títulos, seu livro: "Quarto de despejo: diário de uma favelada", 1960, em que ficou conhecida internacionalmente. 
Com DP.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Meio Ambiente:Tubarão 'pré-histórico' com 300 dentes capturado por acidente



Tubarão-enguia capturado
Image captionDentes do tubarão-enguia chamam atenção (Crédito: Marian Torres)

Quando os biólogos marinhos se depararam com ele na rede de pesca, viram de cara que não se tratava de um animal comum.
Não se parecia com nada que haviam visto antes. Tinha uma cabeça redonda e uma longa fileira de 300 dentes finos e afiados, típicos de um predador.
Em pouco tempo, constataram que estavam diante do Chlamydoselachus anguineus, chamado popularmente de tubarão-enguia, uma espécie pré-histórica pouco conhecida.
O animal foi capturado, em agosto, próximo a Algarve, no sul de Portugal.

'Fóssil vivo'

Embora seja considerado um "fóssil vivo", o tubarão-enguia é uma espécie que se encontra bem distribuída geograficamente. Está presente de Angola ao Chile, da Guiana à Nova Zelândia, da Espanha ao Japão.
Mas pouco se sabe sobre seus hábitos e o tamanho da sua população. Eles costumam viver a muitos metros de profundidade, o que torna difícil encontrá-los e monitorá-los.

Tubarão-enguia capturado
Image captionDiferentemente da maioria dos tubarões, esta espécie tem uma cabeça redonda, e não achatada (Crédito: Marian Torres)

No caso do tubarão capturado em Portugal, o animal foi apanhado por uma rede lançada a 700 metros de profundidade.
Mas o que o torna tão especial?

Sobrevivente

"Esse tubarão pertence à única espécie sobrevivente de uma família de tubarões em que todos os outros foram extintos", disse à BBC Margarida Castro, professora e pesquisadora do Centro de Ciências Marinhas da Universidade de Algarve.
"Alguns acreditam que essa espécie remonta ao período Jurássico tardio. Pode ser um pouco mais recente, mas, de qualquer jeito, estamos falando de dezenas de milhares de anos. Por isso, é muito antigo em termos evolutivos. Está na Terra certamente antes do homem", acrescenta.
Castro faz parte do projeto MINOUW, uma iniciativa para minimizar o desperdício de animais que são descartados nos navios de pesca europeus, o que explica a presença de pesquisadores em um barco de pesca comercial.

Predador

Embora a maioria dos tubarões tenha uma cabeça chata, e a do tubarão-enguia seja redonda, as barbatanas e toda parte inferior do corpo não deixam dúvidas de que se trata de um tubarão, e não de uma espécie de enguia.
Mas, segundo a pesquisadora, o que é realmente único neste animal são os dentes.

Tubarão-enguia capturado
Image captionAs barbatanas e a parte inferior do corpo permitem identificar que se trata de um tubarão (Crédito: Marian Torres)

"Ele tem uma grande fileira de dentes perpendiculares à mandíbula. São muito afiados, finos e apontam para dentro. Isso permite a ele pegar presas grandes e não deixá-las escapar, os dentes as impedem de sair", explica Castro.
"Claramente se trata de um predador muito agressivo", completa.
A espécie capturada em Portugal era um macho adulto de 1,5 metro de comprimento. Quando o animal foi retirado do mar, já estava morto.
"A partir dessa profundidade, a maioria dos peixes chega morta. A rede sobe muito rápido, e eles não sobrevivem à súbita mudança de pressão", esclarece.

Risco de extinção?

A escassez de informação sobre a espécie dificulta saber, inclusive, se ela corre risco de extinção.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês) classifica o tubarão-enguia como uma espécie "quase ameaçada", devido ao receio de que a expansão da pesca em águas profundas aumente os casos de captura acidental.
Para Castro, no entanto, ainda é muito difícil responder se é realmente uma espécie ameaçada.
"Não sabemos qual é a proporção de captura. Se a taxa de pesca é proporcional ao quão rara é sua presença no oceano, então estamos diante de uma espécie ameaçada de extinção, mas não temos essa informação neste momento", aponta.
Com BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

"Pode um demagogo como Jair Bolsonaro se tornar o próximo presidente?", questiona o semanário



O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), potencial candidato a presidente nas eleições de 2018, ganhou as páginas da revista britânica The Economist que chega às bancas e aos assinantes neste fim de semana. Para a publicação, no entanto, ele não é um "Messias", como sugere o segundo sobrenome dele, mas, sim, um "menino muito travesso". "Pode um demagogo como Jair Bolsonaro se tornar o próximo presidente?", questiona o semanário, que traz uma foto do parlamentar com um grande sorriso.

A área de chegadas do Aeroporto Internacional de Belém (PA) foi escolhida pela reportagem para dar o clima de emoção de centenas de apoiadores, que aguardavam Bolsonaro monitorados por policiais. Alguns carregavam bandeiras com o slogan já escolhido para a campanha: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

Outros usavam camisetas do filme "O Poderoso Chefão", com o rosto dele no lugar do de Marlon Brando. "Quando o candidato, finalmente, emerge pelas portas deslizantes, a multidão avança, esforçando-se para vê-lo. Enquanto os guarda-costas o escoram, a multidão persegue Bolsonaro como se ele fosse um herói de volta à casa", ilustra.

A visita a Belém é um ato precoce na campanha de Bolsonaro para conquistar as eleições presidenciais em outubro de 2018, de acordo com a The Economist. Assim a revista o descreve: um nacionalista religioso, ex-capitão do Exército, anti-homossexual favorável às armas e apologista de ditadores que torturaram e mataram brasileiros entre 1964 e 1985.

Bolsonaro, cita a revista, ataca a elite política exposta na Operação Lava Jato, e a mensagem ressoa. Se as eleições fossem realizadas hoje, um oitavo dos brasileiros votaria no deputado do PSC do Rio, segundo o Ibope. Com isso, ficaria em segundo lugar, atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem o apoio de um terço do eleitorado.

Bolsonaro e Lula se enfrentariam num segundo turno. O apelo do deputado do PSC, no entanto, pode desaparecer à medida que a economia se recupera de uma recessão e os eleitores prestam mais atenção às eleições. "Mas seu posto de segundo lugar diz muito sobre o clima turbulento entre os brasileiros", avalia o veículo britânico. Uma escolha entre Bolsonaro e o ex-presidente, que foi condenado por um tribunal de primeira instância por corrupção, "seria realmente sombria". Lula recorre.

Trump brasileiro

Bolsonaro espera ser um Donald Trump brasileiro. Sua retórica é ainda mais indecorosa, de acordo com a revista. Em 2016, ele dedicou o voto de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff ao "torturador-chefe" da ditadura, Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Em 2014, disse a uma congressista que não a estupraria: "Você não merece". Para o semanário, Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias, fala pouco sobre o que faria como presidente, além de restaurar o direito e a ordem. Recentemente, admitiu em uma entrevista ter um "entendimento superficial" de economia.

O potencial candidato possui algumas opiniões convencionais, como a de realizar uma reforma gradual da cara Previdência Social brasileira. Outras, são menos convencionais, como liberar leis de controle de armas e restringir o investimento chinês no Brasil. A The Economist conta que a opinião pública se tornou mais militante e que a influência do conservadorismo tem mostrado crescimento.

Em setembro, exemplifica, o Banco Santander encerrou abruptamente uma exposição de arte em Porto Alegre, no sul do País, que incluía uma pintura que mostrava que alguém fazendo sexo com um animal. "Ativistas disseram que a instituição promoveu blasfêmia e bestialidade."

Cerca de mil pessoas se juntaram a uma "marcha cristã para o Brasil" em 16 de outubro, em São Paulo. Alguns empunhavam bandeiras que exigiam que os militares assumissem o País. Bolsonaro, que foi batizado no rio Jordão no ano passado, atrairá o apoio dos evangélicos. Eles constituem o quinto da população, de acordo com o recenseamento realizado em 2010 - três décadas antes, eram um em cada 15.

A raiva com a economia, o crime e a corrupção aumentarão o apoio a Bolsonaro, prevê a publicação. Apesar de uma recente recuperação do crescimento econômico, a taxa de desemprego ainda está alta, em 12,4%, e a pobreza está aumentando. A taxa de homicídio está subindo. Michel Temer, o atual presidente, sobrevive no cargo apenas porque o Congresso rejeitou duas vezes os recursos dos promotores para julgamento por corrupção. Sua aprovação é de 3%. Apenas 13% dos brasileiros pensam que a democracia funciona bem; um terço queria outro golpe. Quase 60% deseja um presidente de fora de um dos três maiores partidos.

Preço pago

Bolsonaro tem uma carreira de 26 anos no Congresso e é agora membro do Partido Social Cristão, que tem apenas 11 dos 513 assentos na Câmara dos Deputados. Ele paga um preço: o dinheiro público para campanhas e horários na televisão e no rádio é distribuído de acordo com a participação dos partidos no Congresso.

"Mas o dinheiro tornou-se menos importante, uma vez que as reformas recentes limitaram as despesas de campanha e proibiram as doações corporativas", comenta a reportagem. O potencial candidato se orgulha de gastar apenas R$ 1 milhão em sua campanha (em 2014, Dilma gastou 300 vezes mais).

Ele está apostando nas mídias sociais: tem 4,8 milhões de seguidores no Facebook, mais do que qualquer outro político brasileiro, e publica vários vídeos por dia, muitos dos quais são vistos por mais de 1 milhão de pessoas. Sua campanha está bem organizada, na avaliação da The Economist. Em Belém, ele contratou mulheres para lidar com qualquer manifestante feminina que pudesse aparecer; enviar homens para enfrentá-las poderia produzir uma cobertura de imprensa negativa.

"Bolsonaro é o único candidato honesto que temos", explica Bárbara Lima, uma voluntária de 27 anos. "Não há provas de que ele é racista ou homofóbico." Os mais antigos lembram a ditadura militar com carinho. "Minha infância foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Eu tinha liberdade, segurança e saúde", lembra Tom Meneses. "Então, os socialistas chegaram ao poder". Apesar da fúria e nostalgia, as probabilidades vão contra Bolsonaro se tornar presidente. Um terço dos brasileiros se nega a votar nele no primeiro turno.

À medida que a economia melhora, menos podem apostar em uma presidência radical, considera a revista. O sistema eleitoral de duas rodadas torna difícil para os extremistas ganharem; em uma segunda volta, a maioria moderada se desvia para o concorrente mais convencional.
Fonte:DP.

Professor Edgar Bom Jardim - PE