segunda-feira, 17 de julho de 2017

Após plebiscito informal da oposição contra o governo Maduro, o que muda na crise política na Venezuela?


AcadêmicosDireito de imagemREUTERS
Image captionReitores de universidades da Venezuela falam ao público após o plebiscito convocado pela oposição

Mais de sete milhões de pessoas aderiram neste domingo à consulta popular organizada pela oposição na Venezuela num sinal de contínuo desgaste do governo de Nicolás Maduro.
O plebiscito informal consultou a população, entre outras questões, sobre a iniciativa de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição venezuelana.
Ao todo, 98% rejeitaram a proposta do governo e apoiaram a antecipação de eleições diretas para presidente, que oficialmente está prevista para 2019. Apenas pouco mais de um terço dos eleitores registrados votaram na consulta.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica, que se intensificou com a queda do preço do petróleo, responsável por 95% das receitas de exportação do país e usado para financiar os programas sociais do governo.

Apoiadores de MaduroDireito de imagemFEDERICO PARRA/AFP/GETTY IMAGES
Image captionApoiadores de Nicolás Maduro aderem à simulação da votação da Constituinte, cuja eleição oficial está prevista para o dia 30

Corte de gastos e desabastecimento de alimentos e remédios têm levado Maduro a perder apoio, embora o país esteja polarizado entre oposição e seus partidários.
Segundo os organizadores do plebiscito, 6.492.381 pessoas votaram no país e outras 693.789 em centros de votação no exterior. Entretanto, a votação não tem peso legal.
Quase 15 milhões de pessoas votaram na Venezuela nas últimas eleições presidenciais, sendo que mais da metade apoiou Maduro.

PlebiscitoDireito de imagemREUTERS
Image captionPartidários da oposição se reúnem durante plesbiscito não oficial contra o governo Maduro
Línea

As três perguntas da consulta popular

  • Se rejeita e ignora a realização de uma Constituinte proposta sem a aprovação prévia do povo da Venezuela.
  • Se quer que a Força Nacional Boliavariana odedeça e defenda a Constituição de 1999 e respalde as decisões da Assembleia Nacional.
  • Se aprova a renovação dos poderes públicos, como a realização de eleições libres e a formação de um governo de união nacional.

Línea
CaprilesDireito de imagemEPA
Image captionLider da oposição Henrique Capriles exigiu ao governo que cancele a Assembleia Constituinte

Após a meta alcançada, a oposição garante que a pressão contra o governo entra agora numa nova etapa. "Com esta contundente manifestação pacífica, constitucional e democrática, o que Maduro deveria fazer é cancelar a Constituinte nas próximas horas", afirmou o líder da oposição, Henrique Capriles, no domingo.
Enquanto isso, as declarações do governo mostram que ele não reconhece a demonstração popular. O deputado governista Héctor Rodríguez classificou de "fracasso" o plebiscito. O ministro da Informação, Ernesto Villegas, a chamou de "pesquisa de opinião"; e o presidente Maduro, de "consulta interna".
Como as tentativas de negociações parecem pouco realistas, a oposição planeja ativar a chamada "hora zero", ou seja, a fase decisiva de protestos contra o governo Maduro. Ainda não está claro o que isso representa na prática e mais detalhes devem ser divulgados em anúncios nesta segunda-feira.
Nos últimos três meses, no entanto, quase cem pessoas morreram em protestos, que podem se tornar mais violentos a partir de agora.
A vítima mais recente morreu neste domingo: uma mulher foi atingida num local de votação supostamente por disparos de motociclistas que a oposição qualifica como "paramilitares do governo", embora a polícia não tenha confirmado a informação.

Lilian TintoriDireito de imagemEPA
Image captionLilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, vota em Caracas

"É de se esperar uma escalada de conflito político no nível mais alto dos últimos 18 anos: a hora zero", afirmou na televisão na noite deste domingo Edgard Gutiérrez, pesquisador e consultor político próximo à oposição.
"A hora zero não é fácil e poderia provocar a radicalização do lado oficial. Serão dias difíceis", acrescentou Gutiérrez, sem dar mais detalhes.
"A hora zero é a rua defendendo um mandato popular, defendendo a vontade soberana, que é do povo", disse o deputado Olivares, sem precisar qual é a diferença dos atuais protestos que ocorrem desde o final de março, depois que duas sentenças do Tribunal Supremo de Justiça retiraram os poderes da Assembleia Nacional, o parlamento, de maioria da oposição.

Em MaracaiboDireito de imagemEPA
Image captionPartidários da oposição contra o governo

Desde as últimas eleições presidenciais não há na Venezuela um processo eleitoral: o Comitê Nacional Eleitoral (CNE) suspendeu o referendo para revogar o mandato de Maduro no ano passado. As eleições regionais, que deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, foram suspensas até o próximo mês de dezembro.

Mais pressão

"Parte do que vem agora é aumentar a pressão nas ruas, além da institucional e internacional", afirmou Miguel Pizarro, um dos jovens líderes da oposição que vem ganhando popularidade.
A oposição enxerga na reforma da Constituinte uma estratégia de Maduro para aumentar seu poder, uma vez que ela poderia dissolver a atual composição da Assembleia Nacional, de maioria opositora, para colocar partidários do governo.
No mesmo dia, apoiadores do governo aderiram à simulação da votação da Constituinte, proposta pelo presidente Maduro, que deverá ser realizada oficialmente no dia 30 de julho.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 16 de julho de 2017

A revolução de Aquenáton, o faraó que acabou com 2 mil deuses e instaurou o monoteísmo no Egito




Aquenáton e sua mulher, NefertitiDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCasado com a famosa rainha Nefertiti, Aquenáton também era conhecido com Amenhotep IV

Desde o início de seu reinado, o faraó Aquenáton e sua mulher Nefertiti decidiram desafiar todo o sistema religioso do Antigo Egito. Dispostos a sacudir as bases de sua sociedade, eles criaram ideias que levariam o império à beira do abismo.
O casal começou a reinar durante os anos dourados da civilização egípcia, por volta de 1.353 a. C., quando o império era o mais rico e poderoso do mundo —as colheitas eram abundantes, a população, bem alimentada, os templos e palácios reais estavam cheios de tesouros e o exército obtia inúmeras vitórias contra todos os inimigos. Todos acreditavam que o sucesso vinha por conseguirem manter os deuses felizes.
Foi então que Aquenáton chegou ao trono com o ímpeto de modificar uma religião de 1,5 mil anos de idade.

Somente o sol

A ideia era revolucionária: pela primeira vez na história, um faraó queria substituir o panteão de deuses egípcios por uma única divindade — o deus Sol, ou Atón, o criador de todos.
A proposta era considerada uma heresia. Mas como o faraó era considerado um deus na terra, tinha poderes ilimitados para modificar o que quisesse. Ele decretou que os 2 mil deuses que eram adorados no Egito havia mais de um milênio estavam extintos. Suas aparências humanas e animalescas foram substituídas pela forma abstrata do Sol e de seus raios.



O sol no trono de Tutancâmon, que talvez tenha sido refeito para AquenatónDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO sol era o único deus necessário para nova religião

Para os poderosos sacerdores tradicionais, que haviam dedicado suas vidas inteiras aos deuses antigos, a mudança de doutrina era uma catástrofe. Eles praticamente haviam governado o Egito, agora eram dispensáveis — e formavam um grupo perigoso de inimigos para Aquenáton.
No quinto ano de seu reinado, o faraó decidiu que deixaria a cidade de Tebas e se instalaria ao norte do rio Nilo.



LúxorDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionLúxor, à beira do rio Nilo, foi construída sobre as ruínas de Tebas

Rumo ao futuro

Àquela altura, era evidente que Aquenáton queria romper com o passado. Ele deu a Nefertiti igualdade de poderes e o título de Grande Esposa Real. Juntos eles viajam 320 quilômetros e mandaram construir uma cidade no local onde hoje fica o município de Amarna.
Sobre uma rocha que ainda existe nas colinas da região, está escrita uma proclamação pública composta por Aquenáton que explica o motivo que o levou a escolher precisamente aquele lugar. Ele teria sido comandado pelo próprio deus Sol, que o mandava edificar ali.
A comunicação teria sido feita por meio de um sinal: a região é cercada de colinas, e em certas épocas do ano o Sol se põe entre elas, criando a forma do hieróglifo do horizonte. Aquenáton interpretou isso como um sinal.



Sol se pondo entre colinas e formando o símbolo do horizonte
Image captionSol se pondo entre colinas e formando o símbolo do horizonte

Horizonte de Atón

Millhares de pessoas de Tebas foram trazidas para construir, decorar e administrar a nova capital, que chegou a ter população de 50 mil pessoas.
A cidade tinha poços, árvores e jardins florescendo no meio do deserto. Casas, palácios e templos ao deus único foram criados em tempo recorde.
O local foi batizado de Ajetatón —horizonte de Aton— e se tornou o novo coração político e religioso do império, e o centro de um novo culto.
Não só a capital e a religião mudaram. A revolução iniciada pelo casal real trouxe outras novidades: nos costumes.



Retrato da família real
Image captionGravuras que retratam a vida íntima da família real eram uma novidade
Retrato da família realDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPela primeira vez a família real era retratada demonstrando afeto

Gravuras cheias de detalhes encontradas em Amarna mostram momentos íntimos da vida da família real, como Aquenáton e Nefertiti abraçando suas filhas. Até então, nenhuma família real egípcia havia sito retratada em demonstrações de carinho.
São obras espontâneas e cheias de vida se comparadas com a arte egípcia anterior, que tende a ser mais estática e monumental.
As estátuas do faraó que ainda existem possuem as mesmas qualidades. A sua postura, de pé, com os braços cruzados sustentando insígnias reais, é comum. Mas sua fisionomia é completamente diferente da dos soberanos que vieram antes e depois, que costumam ter semblantes fortes e viris.
Aquenáton, ao contrário, tem um rosto comprido, com um nariz grande que aponta para sua barba. Seus inusitados lábios carnudos, seus quadris largos e sua barriga um pouco proeminente remetem a uma sensualidade feminina.



Estátua de AkenatónDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNão restaram muitas estátuas do faraó

Oração ao ar livre

A arquitetura do período também demonstra um desejo de romper com o passado. Os templos tradicionalmente fechados se afunilavam, com o piso levemente levantado e o teto caído, e pouquíssima entrada de luz.
O culto ao Sol trouxe santuários ao ar livre, algo que nunca havia sido feito em grande escala.



Estátua de Aquenatón e NefertitiDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO casal real começou a acreditar que era divino

Em certo momento, os únicos fiéis autorizados a entrar nos templos eram o faraó e sua mulher. A partir de textos encontrados nos dias de hoje, os estudiosos teorizam que Aquenáton e Nefertiti passaram a acreditar que somente eles podiam se comunicar com Aton. O faraó seria filho de Deus e Nefertiti também seria divina - os súditos deveriam adorá-los.
Foi o ápice de sua revolução religiosa.

Queda

No entanto, as coisas começaram a desandar. Os súditos não haviam de fato abandonado a adoração aos outros deuses, então Aquenáton ordenou que todas as imagens dos deuses antigos fossem destruídas, especialmente as do deus maior do panteão, Amon-Rá.
Também mandou seus soldados apagarem a memória de todos os deuses em suas terras. No fim de seu reinado, sua revolução se enfraqueceu - como ele se recusava a sair da nova cidade, era visto como fraco e o império como vunerável a invasões.



Tábuas de escrita do período
Image captionTábuas de argila encontradas em Amarna revelam a natureza do problema enfrentado pelo faraó

Tábuas de argila encontradas em Amarna mostram o estado em que se encontrava o império. Uma delas foi enviada pelo governante de um dos países vizinhos protegidos pelo faraó. Ele pedia que o Egito enviasse tropas para ajudá-lo a manter os hititas, inimigos do império, sob controle.
"Já pedi, mas não fui respondido. Não me enviaram a ajuda de que preciso", se queixava o governante. Aquenáton nunca enviou tropas e o Estado vizinho caiu nas mãos dos hititas — o exército estava tão ocupado em missões de perseguição religiosa que o Egito perdeu territórios, poder, posses e status no continente.

Muitas tragédias

Nas paredes do túmulo de Aquenáton está gravado o drama da família.



Escultura do rosto de AquenatónDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMortes na família enfraqueceram Aquenatón ainda mais

Apesar de estar muito danificada, é possível ver uma cena de luto. Umas das princesas morreu e seus pais aparecem chorando - algo sem precedentes, já que as famílias reais jamais demonstravam emoções em público.
Outras evidências indicam que Aquenáton perdeu mais de uma filha, provavelmente por causa da peste, que arrasava a região na época.
Epidemias do tipo podiam matar até 40% da população, e, como era faraó, Aquenáton era considerado pessoalmente responsável pela desgraça. Para os súditos, a catástrofe era resultado de uma ofensa feita aos antigos deuses.
No pico da crise, a rainha Nefertiti morreu e o soberano perdeu a mulher que o havia acompanhado desde o princípio.



Busto de NefertitiDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNefertiti era conhecida por sua beleza e por suas qualidades como governante

Paraíso perdido

O paraíso de Aquenáton estava à beira do colapso. O Egito estava perdendo sua riqueza e poder.
Treze anos depois da fundação de sua cidade, Aquenáton morrreu. Há quem acredite que ele tenha sido assassinado para que seu reinado terminasse.
A cidade foi abandonada e, mais tarde, sistematicamente destruída e apagada dos registros. Também foram esquecidos o culto à Atón e o próprio Aquenáton, que durante muito tempo só foi lembrado por ser, segundo indicam os registros, o pai do grande Tutancâmon, seu sucessor.



Máscara mortuária de TutankamónDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionTutancâmon é o mais famoso dos 170 faraós que se estima terem governado o Egito

Foi Tutancâmon quem resgatou os antigos deuses e restaurou o poder e a prosperidade do Egito. Os sacerdotes voltaram a ter seu antigo poder, e a vida voltou à normalidade.
Nenhum outro faraó egípcio voltou a tentar mudar a ordem estabelecida e desafiar a religião tradicional. Os que vieram após Aquenáton se esforçaram por destruir todos os registros de seu culto herege.
Suas estátuas foram derrubadas e as pedras dos templos usadas como material para a construção de novos prédios. As rochas esculpidas foram escondidas que ninguém voltasse a vê-las.
Isso acabou preservando-as para a posteridade: na década de 1920, elas começaram a reaparecer. Muito do que sabemos de Aquenáton e do culto a Atón vem delas.
Fonte:BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quais deputados federais de Pernambuco não serão comprados por Temer?


Charge de Jarbas. Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Junina Rosa Vermelha faz encerramento de suas apresentações deste ano

 Depois de muitos esforços, arte e alegria a quadrilha junina Rosa Vermelha fez sua apresentação final do ano 2017, nesta noite de sábado 15 de julho, no Alto São José. A comunidade teve uma bonita e muito animada.

Fotos: Eronildo Barbosa
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Noiva leva chuva de ovos e vais no casamento. Leia tudo. Assista ao vídeo.




Os convidados são protegidos das ovadas por guarda chuvas

Nem tudo está perdido.
O casamento da deputada Maria Victoria Borghetti Barros, do PP do Paraná, com o advogado Diego da Silva Campos foi marcado por uma alvissareira onda de protestos com ovos e bebidas lançados sobre os convivas.
Centenas cercaram a Igreja do Rosário no Largo da Ordem, em Curitiba, na sexta, dia 14, proferindo palavras de ordem contra a ostentação.
A lista de presentes passou para a história. Ali estava a famosa garrafa térmica de 2 300 reais.
O Palácio Garibaldi, símbolo de Curitiba tombado pelo estado, ganhou uma estrutura transparente na frente de sua fachada para a cerimônia para mais de mil convidados.
Maria Victoria chegou acompanhada do pai, o ministro da saúde Ricardo Barros, por volta das 19 horas. A mãe, a vice-governadora Cida Borghetti, aguardava lá dentro.
Para perfazer o trajeto curto entre a igreja e o local da festança, os noivos entraram numa van e seguiram sob proteção policial. Não escaparam das ovadas.
Maria Victoria é mais um zero à esquerda que vive do dinheiro da família, ou seja, público. Ficou conhecida ao defender o pai no Facebook quando este pediu o corte de bilhões destinados ao Bolsa-Família.
“É triste ver o governo federal dando o peixe, ao invés de ensinar a pescar”, escreveu na época a filha, neta, irmã e sobrinha de políticos. Um triunfo da meritocracia.
Eles são donos de Maringá, terra de Sergio Moro. Maria Victoria precisa saber que é odiada pela população que finge representar. Odiada e desprezada.
“Qualquer governo que não seja originário do consentimento livre dos indivíduos faz destes escravos, ou seja, homens que não gozam do estatuto de livres e, através da rebelião, o povo pode destruir este governo, sem que isso constitua qualquer tipo de violação (será até de acordo com a vontade de Deus)”, disse o filósofo John Locke, a grande influência da Revolução Inglesa.
“Donde fica claro que o repúdio a um poder que a força e não o direito instalou sobre alguém, embora tenha o nome de rebelião, não constitui contudo ofensa a Deus, mas é o que Ele permite e aprova”.

Que essa linda revolta se espalhe e saiamos do século 18.
Abaixo, o relato do pintor Antonio Veronese no Facebook:
A revolta do ovo
Era para ser o casamento dos sonhos, aquele casamento arranjado da aristocracia, foram convidados ministros, deputados, os golpistas todos. Tava feita a campanha eleitoral!!
O casamento era muito mais do Ricardo Barros do que da filha. Demonstração de poder, no centro histórico, na Igreja do Rosário, a igreja dos negros de Curitiba, a festa no palácio Garibaldi, lugar em que anarquistas se reuniam no passado.
Uma grande tiração de onda com o povo e nada menos que demonstração de poder da abastada família de políticos golpistas paranaenses! Uma verdadeira humilhação para o povo que acaba de perder direitos trabalhistas, povo que acaba de ver um símbolo de trabalhadores, o operário que chegou lá ser condenado, sem provas enquanto os playboys cheios de provas continuam soltos e no poder.
A ostentação no reduto do povo, na rua, nos peti pavês em que a boêmia curitibana se encontra a noite, em que a periferia se reúne nos fins de semana para curtir, em que vivem muitos moradores de rua, um lugar do povo.
Se deram mal! Nunca na história desse país um casamento que tanto custou foi tão fracassado, nunca na história deste país golpistas levaram ovo, foram chamados de golpistas, ladrões e algozes do povo! Tomaram chumbo! Ovo e vaias, afrontaram o povo e não imaginavam que levariam um troco desses!
Convidados devidamente ovados, dali não sai paquera aristocrata e é até possível que tenham sido evitados alguns conchavos e outros contratos de casamento do mesmo modelo que este.
Aos que acham que casamento é muito pessoal e não se deve fazer isso respondo que casamento feito em local público com tamanha ostentação de gente corrupta e se propaga dentro da politica, ou seja, tem dinheiro nosso ali, casamento de gente que prejudica saúde do povo, tira farmácia popular e congela gastos da saúde, pior Ministro da saúde da história, é casamento que se tornou público!
Mandaram ao povo brioches, levaram do povo a revolta e muito ovo!


Maria Victoria chega a seu casamento cercada de seguranças
Fonte: diariodocentrodomundo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A alfabetização da vida real: quando um aluno recua e outro avança


Olá, alfabetizadores!
Em abril, eu comecei a contar a vocês, em outro post no Blog, a trajetória de aprendizagem de dois alunos da minha turma de Alfabetização desse ano: o menino agitado e a menina que ainda não acreditava que podia aprender.
Mais um bimestre se passou. Quantas coisas aconteceram em minha sala de aula nesse período! Foram muitas atividades para dar continuidade ao processo de alfabetização de meus alunos. Eles até escreveram livros de lengalenga e outro com historias acumulativas, mas isso é assunto para outro post!
Em relação ao desenvolvimento dos meus dois alunos, trago algumas boas notícias, e outras nem tanto.
1. O menino agitado
Ele estava mais calmo, vinha participando das atividades com vontade de aprender e avançava em sua aprendizagem. De repente mudou seu comportamento, devido a fatores externos e que vão além do meu entendimento. Acabou voltando à etapa inicial!
O pequeno anda arredio e novamente agitado, o que atrapalha o desenvolvimento de sua aprendizagem, que agora vai acontecendo de forma mais lenta e difícil.  Porém, como eu havia dito em abril, a atenção especial a ele deve perdurar por todo o ano. Isso me deixa um pouco frustrada e cansada, afinal, é preciso que todos avancem e aprendam. Mas não desisto!
Mesmo não sendo fácil, me esforço sempre para tentar entendê-lo, com muito diálogo e paciência e sempre oferecendo propostas de atividades para alfabetizá-lo. Quando não dou conta, peço auxílio à minha coordenadora, ou à diretora, alguma colega professora ou mais alguém da equipe escolar. Todos também conversam muito com ele, e com a família também.
Muitas vezes, em nossas turmas, temos alunos assim, com altos e baixos, tanto em relação a seu emocional, quanto a sua aprendizagem. Apesar de ser uma situação desgastante, é muito bom saber que não estou só, e que faço parte de uma equipe unida e que se apóia. Temos consciência que esse aluno é de todos nós.
2. A menina que achava que não podia aprender
Já a minha aluna que estava na hipótese pré-silábica e que acreditava que não podia aprender avançou muito em seu processo de alfabetização. Mas também não foi fácil: foram vários dias de choro, chamadas de atenção, orientações para que participasse das atividades, muita conversa e muitas atividades de leitura e escrita.
Com base nos primeiros avanços em sua aprendizagem, nas primeiras palavras lidas e escritas, ela tornou-se mais confiante. O choro foi dando espaço para risadinhas e uma alegria sem fim! Segundo ela mesma disse: "Quero aprender bastante, cada vez mais para deixar a minha mãe feliz e orgulhosa, para escrever cartinhas, para ler tudo!".
Para ela, além das atividades do dia a dia em sala de aula, preparei um plano de alfabetização com variadas atividades de leitura e escrita, especialmente voltado para atender suas necessidades de aprendizagem.
Entre as várias atividades, destaco uma permanente que desenvolvi com ela e outros alunos que precisavam de uma atenção mais individualizada: diariamente, havia leitura e escrita de listas de nomes, a partir dos temas estudados em sala: lista de compras da família, de roupas para o frio, de verduras e legumes para sopas e saladas, de animais, etc).
O ponto forte da atividade é o uso das letras móveis. Antes de registrar nos cadernos, os alunos construíam suas escritas com o auxílio das letras móveis. As crianças adoram escrever com esse material, para eles é uma divertida brincadeira!
Atividade: leitura e escrita de listas com as letras móveis
A primeira escrita feita pelos alunos com as letras é o nome completo de todos. Ela fica fixa na carteira de cada um, e serve como uma das referências para as escritas das listas, além dos nomes dos alunos da turma. No uso das letras móveis, as crianças percebem melhor o formato e as diferenças entre as letras. Isso facilita a identificação para a escrita e dá mais autonomia aos pequenos.
Depois que eles escrevem suas listas, sento com cada um para fazer as intervenções pedagógicas, questionando-os sobre a construção de suas escritas. É nesse momento também que eles, ao lerem as próprias palavras escritas, conseguem perceber com mais facilidade as letras que faltam, que não são necessárias ou que precisam ser trocadas.
Proponho também, em alguns momentos, as escritas em duplas produtivas de alunos com hipóteses próximas. Em outros momentos, dou aos alunos as letras certas para escrita de uma determinada palavra, quando dito palavras que devem fazer parte da lista. Essa variação na atividade faz com que o aluno reflita, confronte suas hipóteses e consequentemente avance.
Essa atividade diária contribuiu significativamente para a aprendizagem de minha aluna, que passou da hipótese pré-silábica para a alfabética. Mas ainda há muito caminho a percorrer para a alfabetização! Espero que o próximo capitulo desse meu diário tenha ainda mais boas notícias!
E você, querido professor alfabetizador, tem alunos com os meus na sua turma? O que você anda fazendo para que todos avancem na alfabetização? Compartilhe conosco, aqui nos comentários!
Um grande abraço, até a própria segunda-feira e boas férias para quem conseguiu dar a merecida parada!
Mara Mansani - Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Não se engane com o capitalismo


O campo da polêmica não deve ser esquecido. Muitos vivem distraidamente. São amigos da culpa, não se sentem responsáveis por nada. A infantilização não é rara. A sociedade atravessa por abismos e está sem conhecer o caminho mais favorável. Critica-se a corrupção, as besteiras de Temer, as injúrias de Trump. Mas o buraco está mais embaixo. O capitalismo se expande apesar das perturbações. Não sobrevive sem a exploração. Observe as reformas propostas pelo governo. Na reunião das potências, houve protestos. Não adianta ficar na fofoca , no exibicionismo, gritando por socorro. Há buscas de identidades que necessitam de luta e esclarecimento. Cuidado com as manipulações!
A desigualdade não se vai. As minorias, que comandam ,querem acumular e possuem assessores com argumentos poderosos. O mercado está aberto para delações, jogos no câmbio, intrigas partidárias. Tudo isso gera grana, bilhões, propinas. No Brasil, a concentração de riqueza é agressiva. No entanto, o discurso do progresso perdura e a canalhice brilha. É preciso esclarecer a razão de tantas diferenças, as ingenuidades disfarçadas. Alguém ganha. Não se trata, apenas, de ideias. Os interesses predominam, apagam reações, inventam propagandas, congelam inquietações.
O medo do socialismo é evidente. Há o fantasma de Stálin, as lembranças do fascismo., a guerra surda O socialismo não é a celebração do autoritarismo. Sua existência não admite concentração de riqueza. Para que ele funcione a democracia é fundamental. Não uma democracia de eleições combinadas. Sem a divisão do poder, da riqueza, a descentralização não temos o socialismo. Há toda um debate que amedronta, sacraliza a propriedade privada. Ficamos na superfície com a classe média se lamentando de ameaças, querendo manter seus privilégios. Se há excesso para uns, a maioria sufoca-se no cotidiano. A sociabilidade se retrai, o egocentrismo consulta Narciso.
As lembranças históricas merecem cuidados. As perguntas não podem ser escondidas. O que é mesmo o fascismo de Mussolini? Por que tanta opressão no capitalismo? O que as grandes corporações desejam? A logica de comportamento também influencia. Muito individualismo, arrogância, falta de solidariedade. Será que tudo  é manobra do acaso. Temer é uma peça. A engrenagem é bem montada. Se o capitalismo se mantém, não como desmontar as diferenças sociais. As lamúrias tomarão o lugar das rebeldias e as imagens continuarão iludindo. O medo estará desenhado nos nossos espelhos. As intrigas surgem nos grupos que parecem defender mudanças. As infantilizações perniciosas e lideranças embriagadas com o autoritarismo existem mesmo entre os ditos rebeldes.
Professor Edgar Bom Jardim - PE