Reflexões sobre festas e uso do dinheiro público
Foto: Alfredo Neto.
Confie em quem alerta e gera crítica construtiva. De quem balança a cabeça e diz que está tudo certo, desconfie.
Ontem, na abertura da tradicional Festa de São Sebastião de Limoeiro, um misto de tristeza, lamentação e reflexão. A atração foi o homenageado: Ciço Gato. Sempre escuto as pessoas cobrarem valorização e oportunidade para os artistas da terra. Mas você prestigia? O povo de Limoeiro dá valor? O dito popular diz que “Santo de casa não faz milagre”. Seria isso, então?
Estive lá, na Rua da Matriz. Contei nos dedos a quantidade de presentes. A imagem fala por si. Para não ser injusto, registro, apenas, pela parte da equipe da prefeitura de Limoeiro, que não é pequena, a presença do secretário de Cultura e Juventude Radameis Moura. A equipe que organiza a festa não apareceu? No mínimo, curioso! Bom, cada qual deve ter o seu motivo.
Não tinha água mineral no palco para o cantor, convidados e músicos. Isso mesmo: faltou até H2O. O dono do som, Jaime Salvador, colocou a mão no bolso e comprou um garrafão para amenizar a sede. Quero acreditar que o gestor da cidade não tem conhecimento disso. Repito: quero não acreditar.
Isso me reporta as atrações nacionais que tocam na cidade: tapete vermelho, camarim climatizado, sofá confortável, comida e bebida de sobra, seguranças tapando a passagem até do vento e por aí vai. Poxa, gente. Tão simples. Nossos conterrâneos merecem, no mínimo, um lugar para sentar e um copo d’água.
A festa precisa ser repensada? Talvez. Precisa de um planejamento maior? Acredito que sim. Alguém da organização precisa ter coragem em dizer que o artista da terra não consegue reunir público para esse tipo de festa? Algo a se pensar. E alguém teria que falar: então, aqui postei.