domingo, 14 de julho de 2013

Sindicalistas acordaram tarde para a realidade do Brasil

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Sindicalistas fracassam na tentativa de pegar carona nas mobilizações populares, provocam transtornos pelo País e se distanciam ainda mais da sociedade

Sérgio Pardellas - Com informação de istoé.
Num lance abertamente oportunista, nove centrais convocaram seus filiados para o Dia Nacional de Lutas, na quinta-feira 11, na tentativa de aproveitar o embalo das manifestações populares de junho. O resultado da mobilização não só se revelou pífio, como escancarou as diferenças com os protestos organizados pelas redes sociais que tomaram as principais avenidas do País no último mês. Enquanto a histórica marcha das ruas envolveu mais de dois milhões de brasileiros pela redução da tarifa do transporte público, combate à corrupção e melhoria nos serviços públicos, os sindicalistas com uma ultrapassada pauta trabalhista não conseguiram reunir 100 mil pessoas em todo o País. Em São Paulo, a manifestação atraiu apenas dez mil à avenida Paulista e ainda houve denúncias de que um grupo de pelo menos 100 manifestantes teria recebido entre R$ 50 e R$ 70 para participar do protesto. Em junho, 100 mil saíram às ruas apenas em um dia na capital paulista. No Rio, a manifestação reuniu cerca de cinco mil pessoas, contra 300 mil da passeata de junho
Apesar do fracasso da manifestação das centrais, o estrago para a população acabou sendo grande. Foi como se os sindicalistas estivessem imitando uma lógica terrorista, em que apenas um – no caso de um homem-bomba – ou muito poucos provocam transtornos incalculáveis. Foram registradas interdições em 66 trechos de rodovias federais de 18 Estados. A produção industrial e as vendas do varejo também foram afetadas. Houve paralisação dos serviços de transporte em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). 
Trabalhadores não conseguiram se deslocar, crianças não conseguiram ir às escolas em vários Estados. A produção foi paralisada em pelo menos quatro refinarias brasileiras e em oito unidades de montadoras. Os serviços de saúde também foram prejudicados. Só em Curitiba, cerca de 1,2 mil consultas foram canceladas e mais de 700 pedidos de exames tiveram de ser remarcados. O oportunismo sindical levou ao caos e, com uma pauta de reivindicações estabelecida de cima para baixo, só contribuiu para distanciar ainda mais os movimentos sindicais da sociedade. “A montanha pariu um rato”, avaliou o consultor político Gaudêncio Torquato, professor da USP. “Ao promover manifestações de estruturas verticais, as centrais tratam as pessoas como massa, não como protagonistas, e isso as afasta dos anseios populares”, afirma Marco Antônio Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP).
Por mais paradoxal que pareça, foi no governo de Lula, um ex-sindicalista, que os sindicatos começaram a perder a sintonia com a sociedade e, consequentemente, seu poder de mobilização. Agraciados com cargos no governo, CUT e Força Sindical, as maiores centrais do País, foram aos poucos perdendo interlocução e importância e deixando suas principais bandeiras de lado. Preferiram aproveitar a proximidade com o poder para se aparelhar e transformar um instrumento democrático em negócio. “O atrelamento dos movimentos de trabalhadores com o governo gerou uma desconfiança na população. Eles são vistos como órgãos cooptados”, avalia Torquato. Hoje, poucos negócios no Brasil são tão lucrativos quanto montar um sindicato. Principalmente a partir de 2008, quando foi aprovada a lei que reconheceu as centrais como integrantes do sistema sindical nacional. Atualmente, as centrais têm direito a 10% da arrecadação do imposto sindical, que corresponde a um dia de salário de todo empregado. Não é pouco dinheiro. Só em 2008, entrou no caixa de sindicatos, federações, confederações e centrais cerca de R$ 1 bilhão arrecadado com o imposto sindical recolhido de forma obrigatória dos trabalhadores. A distribuição da verba é proporcional ao número de sindicatos filiados a cada uma. Assim, a CUT, com o maior número de filiados, 2.169, recebe por ano cerca de R$ 45,7 milhões. A Força Sindical, segunda maior, com 1.680 filiados, fica com cerca de R$ 40 milhões.
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FIASCO

Manifestantes se reúnem em frente ao Masp, na avenida
Paulista. A marcha mobilizou apenas dez mil pessoas
A partir da eleição da presidenta Dilma Rousseff, houve uma mudança na relação do governo com os dirigentes sindicais. A presidenta sempre deixou clara a opção por manter os níveis de emprego em vez de apostar na escala de ampliação da remuneração. Com isso, tirou a principal bandeira das centrais, a luta por postos de trabalho. Com inflação controlada e poder de compra em alta, entre 2011 e 2012, os trabalhadores não sentiram falta das entidades representativas. Dilma também demonstra pouca paciência em negociar com as centrais. Para fazer a interlocução com as entidades, escalou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Mesmo assim, a ordem é fazer poucas concessões. Hoje, a relação do governo com a CUT encontra-se estremecida. E com a Força Sindical, que bandeou-se para a oposição, é quase nula. Em reunião com Lula em seu instituto, em São Paulo, no último dia 19, os líderes das centrais desfiaram um rosário de reclamações alegando que o governo não lhes dá a atenção devida. As centrais alegam ainda que o ministro do Trabalho, Manoel Dias, indicado pelo antecessor, Carlos Lupi, está esvaziado e sem força. “O tema foi a falta de interlocução com o governo”, disse Valdir Vicente, diretor da Força Sindical.
 Em toda a história, só havia ocorrido três greves gerais no País. Em 1917, em meio à crise da Primeira Guerra, em março de 1989, contra o Plano Verão de Sarney, e, em 1991, durante o governo Collor. Com a chegada do PT ao poder, as centrais passaram a organizar o Dia Nacional de Lutas duas vezes por ano. Mas, desde então, nunca houve tentativa de parar o País, como na quinta-feira 11. A fracassada mobilização da semana passada, que só trouxe prejuízos com a paralisação de serviços essenciais à população, afasta o movimento sindical da sociedade e instiga discussões sobre o futuro do sindicalismo. Nos EUA, foram atitudes dessa natureza que levaram à desmoralização dos sindicatos. Hoje, naquele país, os acordos coletivos não são protegidos por lei. “Perdemos mais de 400 mil pessoas no movimento sindical e esse número continua em declínio”, disse a dirigente sindical Sandy Rusher, referindo-se à queda nas sindicalizações no país. O sindicalismo precisa se distanciar do poder e se oxigenar nas bases se não quiser perder sua representatividade. Definitivamente, não é agindo como nas esvaziadas manifestações da última semana que as centrais sindicais recuperarão suas vozes. Hoje, elas se mostram afônicas e desafinadas com o clamor das ruas.


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Lagoa Comprida sinaliza que não haverá racionamento em 2014 no Bom Jardim

Barragem de Palmeirinha (em Pedra Fina), está cheia é o que sinaliza várzea  de Lagoa Comprida.
                                               Foto:Karlynhus Oliveira - Facebook

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Fenearte chega ao fim neste domingo e Bom Jardim mais uma vez não valorizou seu potencial cultural

 Bom Jardim não valorizou sua diversidade e  potencial cultural na Fenearte.




Quem ainda não foi tem até este domingo para se perder (ou se achar) nos corredores da 14ª edição da Fenearte. Tem de tudo no pavilhão de feiras do Centro de Convenções. E eu não estou falando só dos produtos. Há histórias legais de sobra. Histórias como a das oito mulheres da Associação Artes Curado.

Elas produzem lixeira para carro, bolsas, porta pen drive, porta absorventes, máscara para dormir, carteira, porta bijuterias. A principal matéria-prima é o jeans, que as artesãs conseguem através de uma parceria com uma lanvaderia do bairro. Elas ficam com as sobras, os retalhos.


Valdete Nascimento, que apesar do sobrenome não é minha parente, preside a Associação Artes Curado e conta que as artesãs não têm salário fixo. O valor que vai para o bolso de cada uma depende das vendas do mês. Mas tudo é dividido igualmente. E 20% do apurado volta para a associação.


Todo ano é um sofrimento para Marcos Ferreira da Silva, artista  bonjardinense participar da Fenearte. Esse ano recebeu uma "ajudinha" da prefeitura. Segundo Marcos, até pouco não havia recebido o salário de dezembro 2012. Será que a situação é a mesma ?
José Arnóbio( bonjardinense), geralmente participa com esforços próprios.
José Edvaldo ( Mestre Zuza de Trancunhém), veterano no evento tem boa articulação com o Município e o Estado, ambos reconhecem o  potencial e  o valor cultural da  cidade.
Orobó, colhe os frutos plantados na gestão do prefeito Zé Francisco, que deu total apoio ao artistas locais, a fitoterapia, aos artesão e aos plantadores de muda. Hoje, o prefeito Chaparral, continua apoiando o artesanato local. A cidade se afirma culturalmente na Região. 


Imagens:professoredgar.com/diariodepernambuco/blogedinhosoares/bomjardimnoticias/mestrezuza
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Arte na cerâmica


Pamesa investe em máquina especial, faz parceria com o artista Romero Britto e exporta

A impressão dos desenhos só foi possível graças à tecnologia digital, usada atualmente em 100% dos produtos da companhia / Divulgação

A impressão dos desenhos só foi possível graças à tecnologia digital, usada atualmente em 100% dos produtos da companhia

Divulgação

Os desenhos do artista plástico pernambucano Romero Britto chegaram à cerâmica numa parceria que garante a exclusividade mundial na fabricação dessas peças à Pamesa do Brasil. A empresa fica instalada em Suape. São 15 peças para piso e parede que fazem parte de várias linhas, como a teen (adolescentes), kids (infantil), kitchen (cozinha), pop e algumas para serem usadas em piscinas. 
Para complementar esses motivos, a companhia desenvolveu uma linha formada por cores vivas (vermelho, azul, mostarda, verde lima e branco), além de pisos listrados e com bolinhas. “Adquirimos um novo equipamento que possibilita fazer peças que antes nunca tínhamos pensado”, explica o diretor da empresa, Marcus Ramos. O maquinário custou US$ 10 milhões (cerca de R$ 22 milhões)
O equipamento permite aplicar qualquer desenho, foto ou detalhes numa cerâmica, imitando, por exemplo, as nuances das cores de um mármore ou granito. A impressão é feita usando a tecnologia HD ( de alta definição). No show room da empresa, são colocadas várias peças de porcelanato no mostruário junto com uma de granito. Não é possível distinguir qual é a de pedra apenas pelo visual.
A ideia de fabricar peças com os desenhos de Romero Britto surgiu quando Marcus Ramos fez uma viagem a Miami, onde mora o artista. “Fiquei observando o grande movimento do escritório de Romero. Entrei, falei com o artista e propus uma linha com os desenhos dele, que é muito versátil. No começo, ele alegou que não sabia como aplicar o desenho na cerâmica”, lembra. O que possibilitou a impressão dos desenhos na cerâmica foi a tecnologia digital, usada atualmente em 100% dos produtos feitos pela companhia.
As peças com os desenhos de Britto chegaram ao mercado desde março último, utilizando técnicas diferentes, incluindo desenhos feitos para a cerâmica e recortes de quadros famosos do artista. Todo o processo de desenvolvimento contou com a participação do artista. “Estamos vendendo bem”, diz a responsável pelo show room da empresa, Luciana Maimone Ramos. A linha também está sendo exportada para os Estados Unidos, onde o artista construiu sua carreira. Além dos EUA, mais 14 países estão importando as peças. “Com esta linha, esperamos chegar a um total de 30 países até o final de agosto deste ano”, comenta o gerente geral de vendas da Pamesa do Brasil, Mariano Hajny.
Só a linha desenhada por Britto e os seus produtos complementares estão gerando um faturamento mensal de US$ 1,5 milhão por mês. “A expectativa é que esse valor dobre até o final do ano com o aumento das exportações”, comenta Hajny. Os outros produtos da Pamesa do Brasil são exportados para mais de 30 países, incluindo Estados Unidos, Argentina, Chile, México e Uruguai. “A Pamesa está investindo muito forte no conceito de cerâmica não como mero revestimento, mas como elemento decorativo. Nesse sentido, a parceria com Romero Britto tem sido fundamental para a implementação desta estratégia de posicionamento comercial”, resume Hajny. Isso significa que a empresa iniciou uma série de palestras e apresentações no Brasil para arquitetos, designers, lojistas e construtores na divulgação da linha concebida pelo pernambucano Romero Britto.
A Pamesa do Brasil surgiu de uma parceria entre a empresa espanhola Pamesa e a família do empresário Marcus Ramos para produzir porcelanato. Hoje, a empresa produz pelo menos seis linhas diferentes de cerâmica mais uma de revestimento vitrificado. Um dos seus produtos que mais tem aceitação é o porcelanato branco similar ao famoso mármore branco, muito usado na decoração.
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Marcha das Vadias em Curitiba

Marcha foi realizada entre a manhã e a tarde de sábado (13), em Curitiba. 
Protesto foi pacífico e terminou na Boca Maldita, no Centro.

Com informações do G1

Manifestantes marcharam com faixas e cartazes pelas principais ruas de Curitba (Foto: Fernanda Fraga /ÓTV)Manifestantes marcharam com faixas e cartazes pelas principais ruas de Curitba (Foto: Fernanda Fraga /ÓTV)
  A terceira edição da Marcha das Vadias, entre a manhã e tarde de sábado (13), em Curitiba, reuniu mais  de três mil pessoas conforme confirmado presença através das redes sociais. Os manifestantes se encontraram na Praça 19 de Dezembro e marcharam pelas principais ruas da cidade pelo fim da violência contra as mulheres e pela igualdade de gênero. Os dados da PM foram divulgados na manhã deste domingo (14).
Algumas mulheres não se intimidaram com o ar gelado de 15ºC que fez na capital e tiraram as blusas para reivindicar contra o machismo e outras formas de opressão. Ainda segundo a PM, o protesto, que terminou na Boca Maldita, foi pacífico.
Na segunda edição do evento, em 2012, o número de participantes foi semelhante, entre mil e 1,5 mil pessoas.
A Marcha das Vadias surgiu no Canadá, em 2011. Após uma onda de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, um policial, convidado para orientar sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se vestissem como vadias”.
Essa fala gerou indignação e diversos protestos que culminaram na primeira Marcha das Vadias. O movimento, que se espalhou pelo mundo, questiona a cultura de responsabilizar as mulheres em casos de agressão sexual.
Esta foi a terceira edição da marcha em Curitiba  (Foto: Adriana Justi / G1)Esta foi a terceira edição da marcha em Curitiba (Foto: Adriana Justi / G1
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sábado, 13 de julho de 2013

Snowden pedirá asilo político à Rússia para viajar à América Latina




AFP - Agence France-Presse


 (Snowden participa de uma reunião com ativistas dos direitos humanos, entre eles Sarah Harrison, do WikiLeaks (e), no aeroporto Sheremetyevo. Foto: Tanya Lokshina/ AFP Photo )
O ex-consultor americano da inteligência Edward Snowden declarou nesta sexta-feira a advogados e defensores dos direitos humanos que pedirá asilo político à Rússia, a fim de poder viajar "legalmente" para a América Latina.

 Procurado pelos Estados Unidos pelo vazamento de informações sobre o programa americano de espionagem de comunicações, Snowden afirmou que "não lamenta" nada que tenha feito e pediu asilo político à Rússia, para que sua viagem seja feita de forma legal à América Latina, em um comunicado publicado após ter se reunido com treze personalidades russas, incluindo dois advogados e representantes da Anistia Internacional e da ONG Human Rights Watch, na zona de trânsito do aeroporto de Moscou-Cheremetievo.

O americano ainda agradeceu o apoio de Bolívia, Equador e Nicarágua.

A representante de uma ONG russa que participou do encontro declarou que a embaixada americana havia pedido que ela transmitisse uma mensagem ao acusado.

Tatiana Lochkina, da Human Rights Watch (HRW), declarou ter recebido um telefonema, em nome do embaixador Michael McFaul, pedindo-lhe que dissesse a Snowden que ele não é um defensor dos direitos humanos.

"A posição das autoridades americanas é de que ele não é um defensor dos direitos humanos. Ele violou a lei e é por isso que deve se apresentar à Justiça", indicou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reagiu ao pedido de asilo de Snowden, declarando que as condições definidas na semana passada pelo presidente Vladimir Putin para a sua permanência no país continuam as mesmas.

"Snowden pode, teoricamente, permanecer na Rússia se, em primeiro lugar, renunciar totalmente às atividades que prejudicam nossos parceiros americanos e, em segundo lugar, se ele mesmo quiser isso", declarou à agência Interfax, ressaltando que até o momento nenhum pedido formal foi recebido.

O advogado russo Guenri Reznik, que participou da reunião, declarou à AFP que "Edward Snowden havia se comprometido a não prejudicar mais os Estados Unidos" para permanecer na Rússia.

Na semana passada, Snowden, que trabalhava para uma empresa que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional (NSA), apresentou uma solicitação de asilo político a mais de 20 países, incluindo a Rússia.

A Venezuela ofereceu asilo a Snowden, assim como Nicarágua e Bolívia.

O americano está bloqueado no aeroporto de Moscou desde 23 de junho, quando chegou proveniente de Hong Kong.

Em uma mensagem, na qual convocou a reunião desta sexta-feira, Snowden denunciou as pressões exercidas pelos Estados Unidos que o impediram de encontrar asilo.

"Testemunhamos nestas últimas semanas uma campanha ilegal de ameaças por parte de membros do governo dos Estados Unidos para me negar o direito de asilo previsto pelo artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos", escreveu Snowden às personalidades convidadas para a reunião.

"A magnitude das ameaças é inédita: nunca antes na história dos Estados Unidos conspiraram para forçar a aterrissagem de um avião presidencial para procurar um refugiado político", ressaltou Edward Snowden, em referência ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, forçado a uma parada em Viena, no seu regresso de Moscou na semana passada.

Vários países europeus, incluindo a França, fecharam seu espaço aéreo acreditando que Edward Snowden estivesse a bordo.

A razão pela qual Edward Snowden não embarcou no voo Moscou-Havana ainda é desconhecida, mas os questionamentos levaram o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a declarar no final de junho que "não enviaria aviões" para capturar o fugitivo.
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Uma guerra particular



A socióloga Vera Malaguti Batista alerta para o risco da expansão do "Estado policial" e da gestão militar da vida dos pobres
Os espetáculos de truculência e despreparo das polícias estaduais na repressão às manifestações, somados à barbárie cotidiana nas favelas e periferias das grandes cidades, fizeram ressurgir a bandeira da desmilitarização das polícias. Uma proposta muito distante da realidade, lamenta a socióloga Vera Malaguti Batista, secretária-geral do Instituto Carioca de Criminologia e professora da Universidade Cândido Mendes. Antes disso, sugere a especialista, é preciso interromper é a expansão do chama de “Estado de polícia”. “Precisamos parar de acreditar que vamos resolver os problemas do Brasil com mais polícia e repressão”, diz Batista, organizadora do livro Paz Armada, Criminologia de Cordel, lançado em 2012 pela Editora Revan. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
CartaCapital: Como a senhora avalia o comportamento das polícias durante os protestos do último mês?Vera Malaguti Batista: A polícia se comportou como costuma se comportar. Só que dessa vez o alvo da truculência era diferente, o público era outro. Os manifestantes eram, em sua maioria, jovens de classe média e brancos. Cada vez que um ônibus é incendiado na favela, o episódio é tratado pela mídia como um ato de vandalismo ou terrorismo. Mas por trás daquele veículo em chamas, quase sempre há um episódio anterior de violência policial, um assassinato. Trata-se de uma forma de protesto desesperada. A classe média se deparou nas ruas com uma forma de atuação policial normalmente dirigida aos pobres, aos moradores de bairros periféricos. Não há nada de novo.
CC: O que explica essa cultura da truculência?
VMB: O coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, comandante da PM do Rio de Janeiro nos dois governos de Leonel Brizola e assassinado em 1999, dizia que o trabalho policial no Brasil ficava entre o saber jurídico e o saber bélico. Este último está subordinado à lógica das Forças Armadas, na qual o objetivo de uma ação é sempre conter ou eliminar um inimigo. Mas as técnicas e os métodos de policiamento deveriam ter um corpo teórico à parte, o mais afastado possível do paradigma bélico. Não estamos em guerra tampouco enfrentando inimigos nas ruas. A questão central é: a quem a polícia deve servir? Nos Estados Unidos, Itália, França, Alemanha, Cuba, as técnicas e métodos da polícia compõem um corpo teórico bastante distinto da teoria bélica. Há manuais internacionais de controle de distúrbios, discussões sobre o uso legítimo e o uso excessivo da força, padrões de abordagem.
CC: E no Brasil?VMB: Aqui, a lógica é outra: ocupação do território inimigo. Na medida em que a criminalidade foi caminhando para o centro da política e a mídia começou a criar certa histeria nacional, as pessoas passaram a aceitar como normais e depois a aplaudir ações de guerra. Os mesmos cidadãos que criticavam a violência da ditadura passaram a justificar certos abusos da polícia no regime democrático. A ordem é partir para cima de qualquer forma. Se o policial matar, não tem galho. Registra o homicídio como auto de resistência. Ao mesmo tempo, de forma maluca, há uma expansão do número de policiais. Outro dia vi o governador do Rio, Sergio Cabral, todo orgulhoso dizendo que ele colocou nas ruas 6 mil novos policiais por ano, enquanto no passado não passavam de 500 por ano. Eu considero isso uma notícia apavorante. É o que eu chamo, no meu livro, de Estado de polícia. Mas a classe média ainda não se deu conta disso.
CC: Em recentes protestos na periferia de São Paulo e no Complexo da Maré, no Rio, alguns cartazes alertavam: “A polícia que reprime na avenida é a mesma que mata na favela”.VMB: Tome o exemplo do massacre na Maré. A ação de meia dúzia de pequenos traficantes e a morte de um sargento do Bope, a tropa de elite da polícia fluminense, deu uma espécie de carta de carta branca para a polícia promover uma chacina na favela. Isto, sim, foi uma verdadeira ação terrorista. Revela um despreparo total, uma tropa enlouquecida, disposta a tudo. E a mídia incentiva este tipo de postura. Cria slogans como “combate ao crime”, “guerra às drogas”, “batalha contra o crack”. Hoje, São Paulo tem um efetivo de 100 mil policiais. O Rio tem mais de 60 mil. Todos os anos, os diferentes governos jogam nas ruas milhares de trabalhadores armados com pouca ou nenhuma formação. E há uma enorme plateia aplaudindo essa política, demandando mais truculência. Um dos grandes equívocos dos governos do PT foi ter permitido, e até incentivado, a expansão do Estado de polícia. Como diz o historiador Joel Rufino dos Santos, o que precisamos ser: guardiões da ordem ou dos direitos humanos?
CC: Ter mais policiais nas ruas é um problema?VMB: Sem preparo, sim. É preciso pagar melhores salários, melhorar a formação dos policiais. Aquele homem fardado, no meio de uma multidão enfurecida, adestrado para a guerra e sem saber como lidar com civis, também vive um grande dilema.
CC: É o caso de levantar a bandeira da desmilitarização da polícia, como alguns manifestantes têm sugerido?VMB: Estamos tão distantes disso... A primeira coisa que precisamos interromper é a expansão do Estado de polícia. Parar de acreditar que vamos resolver os problemas do Brasil com mais polícia e repressão. Esse é o consenso da sociedade hoje. Precisamos de muitas prisões, penas mais duras para os criminosos. Em algum momento essa política de encarceramento em massa vai ruir, não tem como se sustentar. Antes de colocar mais policiais nas ruas, é preciso repensar o que queremos. Viver num Estado de polícia ou num Estado de direito? São coisas antagônicas. Como ressalta o jurista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni, ‘o estado de direito é concebido como o que submete todos os habitantes à lei e opõe-se ao estado de polícia, onde todos estão subordinados ao poder daqueles que mandam’. Hoje, não tenho dúvidas de que vivemos neste segundo cenário.
CC: A senhora é uma crítica ferrenha das Unidades de Polícia Pacificadora no Rio, que contam com ampla aprovação da população, segundo pesquisas. O que há de errado no modelo?VMB: É um projeto de alta concentração de forças militarizadas em áreas pobres. Se fosse um programa para a segurança pública do Rio de Janeiro, ele não poderia ser direcionado só para as favelas. A UPP é uma gestão policial da vida dos pobres. Transforma a polícia como principal política pública, acima de todas as outras. Não vejo dessa forma. As pessoas se sentem seguras quando têm transporte, alimentação, limpeza urbana. Além disso, esse modelo de controle territorial está inserido num paradigma bélico. Segurança pública não é guerra tampouco disputa territorial. A UPP parece uma invenção de Sergio Cabral ou do seu Secretário de Segurança Pública, mas o modelo foi testado em outros lugares do mundo e fracassou. O projeto foi vendido aqui como panaceia, uma espécie emplastro Brás Cubas, destinado a curar todos os males da humanidade, nos delírios do célebre personagem de Machado de Assis.
CC: Onde mais esse modelo foi adotado?VMB: Em Medellín, os pesquisadores do Observatorio de Seguridad Humana têm uma série de estudos e estatísticas que revelam os equívocos desse modelo de ocupação militarizada em áreas pobres da Colômbia. O geógrafo Milton Santos ressalta que a aposta na “recuperação de territórios” remete ao conceito bélico norte-americano e israelense de ocupação de territórios estrangeiros. Sim, porque os governos dos Estados Unidos e de Israel não têm coragem de impor esse mesmo modelo dentro de casa, para a sua própria população.
CC: Vende-se a ideia de que a UPP é um modelo de policiamento comunitário.VMB: UPP não é policiamento comunitário, é uma tomada de território por forças militarizadas. Algo muito semelhante ao que ocorre na Palestina, no Iraque, no Afeganistão. O coronel Nazareth Cerqueira foi um dos primeiros a implantar o policiamento comunitário na América Latina nos anos 1980. O projeto tinha no horizonte a ideia de o policial estar próximo, mas não metendo o pé na porta. O oficial deveria ser acessível, próximo para atender às demandas da população. Mas nunca para impor sua disciplina, o protagonista era a população.
CC: O que é a vida em uma favela “pacificada”?VMB: O tipo de atuação policial que se faz nas favelas ocupadas pela polícia no Rio só poderia ser feita na zona sul da cidade caso o governo decretasse “estado de sítio”. Há toques de recolher, abordagens ostensivas, invasão de domicílios sem mandado judicial, a proibição de tudo. Os moradores do morro do Cantagalo costumam reclamar que os bares de Ipanema ficam abertos a noite toda, mas as biroscas da favela têm horário para fechar. Para fazer uma festa em casa, o morador de lá tem de pedir autorização. Se fosse uma experiência de policiamento comunitário, como cinicamente costumam dizer, as intervenções deveriam ocorrer em todo o bairro de Copacabana, não apenas nas favelas dali.
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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Liszt Rangel faz palestra em Bom Jardim




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Semana da Ciência na EREM Justulino F. Gomes foi um sucesso









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Do Papa para Cabral: ‘Gosto mais de ônibus, porque vejo a rua’


Papa Francisco, antes de se tornar pontífice, no metrô da Argentina. Foto: EFE
No clima da Jornada Mundial da Juventude, que acontece no Rio entre os dias 23 e 28 de julho, será lançado, na semana que vem, um livro com citações do Papa Francisco (Papa Francisco em suas Próprias Palavras, Editora Record, 19,90 reais). Conhecido como o ‘Papa da humildade’, algumas das citações são o que se poderia chamar de inspiradoras– especialmente para algumas figuras que dominam o cenário político brasileiro.
Diz Francisco, sobre o transporte público: “Uso o metrô quase sempre pela rapidez, mas gosto mais de ônibus, porque vejo a rua”. (Papa Francisco, 2013)
veja.com
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Adutora rompe e Recife fica sem água até quarta

Outras 33 localidades da capital e Jaboatão terão abastecimento suspenso. Todo o município de Camaragibe também foi afetado pelo problema.


Oitenta e duas localidades do Recife terão rodízio de água até as 18h da próxima quarta-feira (17) devido ao rompimento de uma adutora do Sistema Tapacurá na madrugada desta sexta (12). Segundo calendário divulgado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) na tarde de hoje, outras 33 localidades da capital e de Jaboatão dos Guararapes, além do município de Camaragibe, na Região Metropolitana, terão o abastecimento suspenso no mesmo período.

Quarenta profissionais foram deslocados para fazer o conserto da tubulação de concreto, que tem 1.600 milímetros de diâmetro. O rompimento ocorreu em um trecho do cano,  na Estrada do Encanamento, bairro da Muribara, em São Lourenço da Mata, Grande Recife.
De acordo com a Compesa, serão necessárias 72 horas para os reparos, mais 24 horas para concluir o processo de endurecimento do concreto e outras 24 horas para o enchimento da adutora, dos reservatórios e execução de manobras na rede de distribuição para as residências.

Atualmente, o Sistema Tapacurá é responsável pelo abastecimento de 25% da Região Metropolitana do Recife, com uma produção de 3.400 litros de água por segundo. Dúvidas e informações sobre o calendário provisório de abastecimento da Compesa podem ser esclarecidas pelo telefone 0800-081-0195.

Confira o calendário provisório de abastecimento:
>>Recife

Localidades que terão água das 20h desta sexta (12) às 8h do sábado (13) e no domingo (14) e na terça (16), das 12h às 8h do dia seguinte:

Aflitos
Afogados
Água Fria
Arruda
Bairro do Recife
Beberibe
Boa Vista
Bomba do Hemetério
Bongi
Cabanga
Cajueiro
Campina do Barreto
Campo Grande
Coelhos
Coque
Derby
Encruzilhada
Espinheiro
Fundão
Graças
Hipódromo
Ilha do Leite
Ilha do Retiro
Ilha Joana Bezerra
Imbiribeira
Ipsep
Lagoa do Araçá
Madalena
Mustardinha
Paissandu
Ponto de Parada
Porto da Madeira
Prado
Santo Amaro
Santo Antônio
São José
Sítio Grande
Soledade
Tacaruna
Torreão
Localidades que terão água no sábado (13), na segunda (15) e na quarta (17), das 12h às 8h do dia seguinte:

Alto do Mandu
Alto Santa Isabel
Areias
Barro
Boa Viagem
Bomba Grande
Brasília Teimosa
Brasilit
Caçote
Casa Amarela
Casa Forte
Caxangá
Cidade Universitária
Codeiro
Detran
Engenho do Meio
Estância
Iputinga
Jaqueira
Jardim Petrópolis
Jardim São Paulo
Jiquiá
Lot. Nova Morada
Lot. Nova Caxangá
Mangabeira
Mangueira
Monsenhor Fabrício
Monteiro
Parnamirim
Pina
Poço da Panela
Prado
Roda de Fogo
Rosarinho
San martin
Santana
Setúbal
Tamarineira
Torre
Torrões
Várzea
Zumbi
>>Localidades do Recife e de Jaboatão que ficarão sem água no período:
Totó
Mundo Novo
Vista Alegre
Alto Bela Vista
Bonsucesso
Alto da Santa
Sancho
Curado 1
Curado 2
Curado 3
Curado 4
Curado 5
Tejipió
São Gonçalo
Malvinas
Padre Roma
Alto do Vento
Cascata
Socorro
Centro de Jaboatão
Engenho velho
Rocha Negra
Vila Piedade
Alto Jd Quitandinha
Conjunto Multi Fabril
Sucupira
Santo Aleixo
Alto do Raposo
Alto da Fábrica
Jardim Floriano
Alto Santa Rosa
Pacheco
Cavaleiro – área de morros

>>Todo os bairros de Camaragibe também ficam sem receber águ
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