- Difusão do cristianismo para outras civilizações;
- Expansão territorial e fundação de colônias;
- Estabelecer rotas comerciais marítimas;
- Encontrar fontes de recursos naturais, principalmente ouro e prata;
- Lucrar com o comércio de escravos (século XVI em diante).
Principais Características
Novos tipos de embarcações e a invenção de instrumentos usados nas grandes navegações permitiram aos europeus iniciar a exploração dos oceanos. Estas iniciativas se tornaram grandes negócios, financiados por burgueses, banqueiros e pelos Estados.
As rotas comerciais mais lucrativas da Europa eram as que levavam à Índia e ao extremo oriente. Elas eram dominadas por mercadores da península itálica. Por esse motivo, a maioria dos Estados procurava formas de contornar aquele monopólio.
Os dois grandes objetivos que caracterizaram as Grandes Navegações foram:
- Descobrir novas rotas comerciais para a Índia e extremo oriente;
- Descobrir outras terras e fontes de riquezas no além-mar.
Grandes Navegações Portuguesas
Durante o período das grandes navegações, Portugal se destacou por possuir uma das maiores e mais bem equipadas frotas da Europa. A caravela portuguesa, característica marcante do país durante o período, era uma embarcação frágil mas bastante versátil e fácil de se construir.
Posteriormente, a caravela foi substituída por outros tipos mais resistentes de embarcações. Ao longo do século XV, toda a costa africana foi descoberta. Em 1498, Vasco da Gama chegou à Índia, contornando o continente africano.
O pioneirismo português ocorreu principalmente por conta da capacidade técnica e científica, que depois resultou na descoberta do Brasil em 1500. Outros fatores responsáveis pelo destaque de Portugal nas Grandes Navegações foram:
- Tradição marítima pela localização geográfica do país;
- Ter sido um dos primeiros Estados a se consolidar na Europa;
- Apoio da Igreja Católica, com o objetivo de espalhar o cristianismo.
- Monarquia sólida;
- Território unido;
- Investimento em tecnologia náutica;
- Desejo de expandir o comércio;
- Investimentos estrangeiros;
Graças a esse pioneirismo, Portugal foi o primeiro país a fazer grandes descobertas pelo mundo. Por exemplo:
- 1415: Ceuta, no norte da África;
- 1418: chegaram à Ilha da Madeira;
- 1427: chegaram aos Açores;
- 1434: atravessaram o Cabo Bojador;
- 1488: atravessaram o Cabo da Boa Esperança;
- 1499: descobrimento de uma nova rota para a Índia;
- 1500: chegaram ao Brasil.
Grandes Navegações Espanholas
A Espanha iniciou as explorações no final do século XV, e uma das suas primeiras expedições foi justamente a de Cristóvão Colombo. Daquele momento em diante, seus esforços se concentraram na exploração das rotas do novo mundo, cujos grandes marcos foram:
- 1492 – Chegada de Colombo ao Novo Mundo (imaginando se tratar da Índia);
- 1504 – Expedição de Américo Vespúcio, indicando que a descoberta de Colombo era um novo continente;
- 1513 – Expedição de Nunes Balboa, atravessando o novo continente e descobrindo o oceano pacífico, confirmando que se tratava de um novo continente;
- 1522 – Fernão de Magalhães faz a primeira viagem ao redor do mundo.
Principais consequências
As Grandes Navegações provocaram uma série de mudanças em muitas sociedades ao redor do mundo, com o estabelecimento do contato europeu. Entre as principais consequências das Grandes Navegações estão:
- Descoberta da América e início do sistema colonial;
- Expansão do comércio de escravos africanos (esse tipo de comércio já existia entre o povo africano);
- Criação de novas rotas comerciais;
- Expansão política e militar das nações europeias.
Principais etapas
- 1415 – Marco inicial da navegação pela costa africana, com a tomada de Ceuta (Marrocos), pelos portugueses;
- 1487 – Bartolomeu Dias contorna o continente africano pela primeira vez;
- 1492 – Colombo chega ao Caribe, depois confirmado como sendo a América;
- 1498 – Vasco da Gama chega à Índia;
- 1519 a 1522 – Fernão de Magalhães faz a primeira navegação ao redor do mundo;
- Décadas de 1540 a 1560 – Novas rotas comerciais com a chegada ao Japão;
- Décadas de 1600 a 1640 – Descoberta da Oceania pelos holandeses. *Por Beduka
As Grandes Navegações iniciaram-se no século XV e estenderam-se ao longo do século seguinte, com progressiva exploração do oceano. Essas navegações marítimas só foram possíveis porque, no século XV, havia um acúmulo de conhecimento náutico e novas tecnologias haviam aprimorado o ofício da navegação.
Portugal é considerado o país pioneiro nessa exploração do oceano Atlântico por uma série de fatores que envolvem economia, política, geografia e até mesmo a própria sociedade portuguesa. Isso possibilitou que Portugal explorasse o Atlântico, descobrindo novas rotas e estabelecendo novas relações comerciais.
Primeiramente, Portugal tinha estabilidade política desde o final do século XIV. Isso foi resultado da Revolução de Avis, um conflito que aconteceu entre 1383 e 1385 e que foi responsável pela ascensão da dinastia de Avis ao trono português. Esse acontecimento conseguiu estabilizar a política portuguesa, permitindo que o país incentivasse o seu desenvolvimento econômico.
Outro fator importante era que Portugal tinha seu território já consolidado, isto é, não estava em litígios territoriais, como era o caso da Espanha, que, ainda no século XV, travava conflitos com os mouros no sul da Península Ibérica. A consolidação do território português remonta ao século XIII, quando os mouros foram derrotados na região do Algarve.
Economicamente, Portugal era um importante centro que recebia comerciantes de diversas partes da Europa. A cidade de Lisboa, inclusive, era o grande centro de comércio de Portugal, principalmente porque comerciantes genoveses tinham investido para que o comércio lisboeta se desenvolvesse. Com as explorações, a economia portuguesa buscava obter, principalmente, especiarias e ouro.
Na questão geográfica, podemos mencionar que todo o litoral português era voltado para o oceano Atlântico e a posição geográfica do país colocava-o próximo de correntes marítimas importantes, tornando a navegação mais fácil. Por fim, na questão social, a exploração atlântica era incentivada por todo o país e era entendida como oportunidade de prosperar financeiramente por diferentes camadas daquela sociedade.
Navegações portuguesas
Considera-se que o as grandes navegações portuguesas foram iniciadas em 1415, quando os portugueses, durante o reinado de d. João I, conquistaram Ceuta, no norte do continente africano. A conquista de Ceuta era parte dos interesses portugueses, que queriam alcançar o ouro árabe e também manter contato com o reino mítico de Preste João, a fim de guerrear contra os muçulmanos.
Depois de Ceuta, uma série de outras expedições oceânicas foram realizadas, e a prioridade portuguesa foi a de explorar a costa do continente africano. Isso porque os portugueses desejavam encontrar, por meio da costa africana, uma rota que os permitisse alcançar as Índias. Esse desejo foi reforçado em 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos otomanos e o acesso às especiarias ficou limitado.
As especiarias eram mercadorias importantes na Europa porque ajudavam na conservação dos alimentos e melhoravam o gosto, sobretudo, das carnes. Também eram utilizadas na elaboração de cosméticos e na produção de medicamentos e eram uma mercadoria de altíssima lucratividade.
Durante as expedições que exploravam a costa africana, os portugueses chegaram a locais onde nunca haviam estado. Em 1420, chegaram a Madeira; em 1427, a Açores; em 1460, às ilhas de Cabo Verde; e, em 1471, chegaram a São Tomé. No entanto, não apenas de “descobertas” de locais foram feitas as Grandes Navegações.
Em 1434, um marco importante aconteceu: o contorno do Cabo do Bojador. Esse cabo fica atualmente próximo do litoral da Saara Ocidental e é marcado por uma série de corais pontiagudos e por bancos de areia e locais de baixa profundidade. O lugar era alvo de muitas lendas justamente porque muitos navios desapareciam nele ou simplesmente não conseguiam atravessá-lo.
Muitos portugueses acreditavam que o Cabo do Bojador era um dos limites do mundo, e por isso era impossível ultrapassá-lo, mas o navegante Gil Eanes conseguiu tal feito. Poucos anos depois, os portugueses começaram a usar uma embarcação que se tornou mais apropriada para a navegação marítima: a caravela. A caravela era mais eficiente em situações em que o vento soprava contra e foi a principal embarcação portuguesa até o século XVII.
Durante o reinado de d. João II, um novo feito importante aconteceu: o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, foi superado pelo navegante Bartolomeu Dias, em 1488. Essa expedição permitiu que as embarcações portuguesas conseguissem superar as águas agitadas desse cabo e deu possibilidade para que uma rota entre Portugal e as Índias fosse estabelecida.
O feito de Bartolomeu Dias permitiu que o navegante Vasco da Gama descobrisse um caminho por mar que ligava Portugal às Índias. A viagem de Vasco da Gama foi realizada entre 1497 e 1498, portanto, durante o reinado de d. Manuel I. Outro grande feito português foi montar a expedição que chegou ao Brasil em 1500. Essa foi a expedição de Pedro Álvares Cabral, que chegou aqui em 22 de abril de 1500. Caso queira saber mais sobre esse momento de pioneirismo português, leia: Expansão marítima portuguesa.
Navegações espanholas - chegada à América
Não somente os portugueses realizaram grandes feitos durante as Grandes Navegações. É creditado aos espanhóis o feito de terem organizado a expedição que trouxe os europeus ao continente americano pela primeira vez, desde que exploradores vikings estiveram na América do Norte, entre os séculos X e XI.
Durante grande parte do século XV, a Espanha enfrentava questões que não a permitiram lançar-se antes na exploração atlântica. Houve guerras dinásticas e conflitos contra os mouros em Granada, no sul da Península Ibérica. Além disso, a unificação territorial espanhola começou a esboçar-se com a união de dois reinos: Castela e Aragão. A expulsão dos mouros também fez parte dessa unificação territorial.
Os reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão foram convencidos a financiar a expedição de um genovês que dizia ser possível alcançar a Ásia pelo oeste. Esse era Cristóvão Colombo. A expedição de Colombo tinha três embarcações que chegaram ao arquipélago das Bahamas em 12 de outubro de 1492.
A ilha a que Colombo chegou era chamada pelos nativos de Guanahani, mas ele a nomeou San Salvador. Colombo morreu em 1506 e não foi convencido de que tinha chegado a um novo continente. Ele sempre acreditou ter chegado a alguma parte da Ásia.
Acesse também: Você sabe como os espanhóis derrotaram os incas?
Consequências das Grandes Navegações
Muitos historiadores entendem que as Grandes Navegações foram um acontecimento marcante para a história da humanidade. Alguns deles consideram a chegada à América, em 1492, como um evento responsável por consolidar o fim da Idade Média e dar início à modernidade — entendida como um período histórico e como um conceito relacionado com o desenvolvimento de uma nova visão de mundo na sociedade ocidental.
As Grandes Navegações ainda contribuíram para o desenvolvimento da colonização, reforçando, em certa medida, a política monetária na Europa e contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo no longo prazo. Portugal e Espanha consolidaram-se como dois grandes impérios ultramarinos.
Créditos das imagens
[1] neftali e Shutterstock
[2] irisphoto1 e Shutterstock
1- Portugal e Espanha foram, no século XV, as nações modernas da Europa, portanto pioneiras nos grandes descobrimentos marítimos. Identifique as realizações portuguesas e as espanholas, no que diz respeito a esses descobrimentos.
1. Os espanhóis, navegando para o Ocidente, descobriram, em 1492, as terras do Canadá.
2. Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormentas, na África, em 1488.
3. Os portugueses completaram o caminho para as Índias, navegando para o Oriente, em 1498.
4. A coroa espanhola foi responsável pela primeira circunavegação da Terra iniciada em 1519, por Fernão de Magalhães. Sebastião El Cano chegou de volta à Espanha em 1522.
5. Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, confundindo o Continente Americano com as Índias.
Estão corretos apenas os itens:
a) 2, 3 e 4;
b) 1, 2 e 3;
c) 3, 4 e 5;
d) 1, 3 e 4;
e) 2, 4 e 5.
a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano.
b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente.
c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias.
d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.
e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.
3- Foram inúmeras as consequências da expansão ultramarina dos europeus, gerando uma radical transformação no panorama da história da humanidade.
Sobressai como UMA importante consequência:
a) a constituição de impérios coloniais embasados pelo espírito mercantil.
b) a manutenção do eixo econômico do Mar Mediterrâneo com acesso fácil ao Oceano Atlântico.
c) a dependência do comércio com o Oriente, fornecedor de produtos de luxo como sândalo, porcelanas e pedras preciosas.
d) o pioneirismo de Portugal, explicado pela posição geográfica favorável.
e) a manutenção dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa.
*Com Cesgranrio/aaa//UFPE.
DICA DE FILME
1492: A Conquista do Paraíso Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=QI24sP65RBE&ab_channel=neivieira82
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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