Já imaginou a vida como uma infinita quarentena? Eu não tenho essa ousadia.Prefiro que haja malabarismos e não portas trancada. O movimento traz danças, brinca com sorrisos. Não que a solidão seja o fim do mundo. É bom olhar o por do sol, numa cadeira de balanço e sacudir um bola no terraço do vizinho. Não creio que tudo seja uma coisa só. Espero que marcianos me encontrem e me levem para uma viagem. Puxa!
Sei que o cotidiano está feroz. Muitas informações e misturas desqualificadas. Não jogaram a perversidade fora. Há quem curta a malícia e funde seitas diabólicas. Não curto risos fabricados, não tenho simpatia pelas edições do Congresso Nacional, nem por partidos políticos cheios de estelionatários. As palavras não conseguem se consolidar e correm soltas acusações com destinos danosos. Nada que apareça para abrir uma brecha e criar um circo de malabarismos ímpares. Muito sono nas poltronas cinzas.
Tudo pesa, se a gravidade não se inquieta. Figuras negacionistas desfiguram os sonhos e tentam se sentir soberanos. Vejo muita mediocridade, racismos, famílias milicianas que moram no mundo com o intuito de desmontá-lo. Não conhecem o azul, maltratam os mendigos, gritam para chamar as hienas e promover a carnificina. O cinismo inventa emboscadas, mostra que a vida se reparte e há bipolaridades tristes. Nem tudo está programado e o acaso pode configurar maravilhas. É o que anima.
Quem cultiva a vingança procura inspiração na treva histórica. Estão perdidos no meio de pesadelos masoquistas. Não aprecie os oradores das torturas e nem os templos feitos para virar mercados. Faça seus malabarismos sem ser insanos. Existem outras pessoas, espectadores e afetos de abraços que precisam ser retomados. Torça para que o vírus se dane, pois cansa esperar desgraças. As incertezas correm o planeta, mas sinta que os olhas tocam e podem atrair sentimentos sem amarguras.
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