Querer que exista uma ordem na história, com calendário determinado, sem surpresas, é um risco. A questão do controle nos persegue. Inventamos épocas, salvadores e pensamos até num juízo final. Mas o cotidiano não se mostra sincronizado. O acaso possui um força que derruba quem se sente imperador do mundo. O amanhã interrompe sequências, os tropeços acontecem e noites avançam pelos dias.
As magias se arquitetam, as tecnologias tentam erguer celebrações. Alguns festejam a existência de messias, refazem expectativas e entregam a história a gênios políticos.Submetem-se e se sentem pequenos. Não conseguem conversar com a complexidade e se limitam a datar cada acontecimento como uma saída. Não observam as escolhas inesperadas e as fantasias fabricadas para diminuir a coragem e multiplicar as vitrines.
Contar e viver a história é uma longa travessia.Fechá-la num labirinto é desmontar os mitos que não devem ser afastados das nossas ousadias. Por que não perguntar sobre o significado de Narciso, de Prometeu, de Édipo? A leitura da mundo nunca se resume ao linear, nem a história uma numeração que se repete num cartório que não sai de uma esquina obscura.
O fôlego para enfrentar o desencontro é que revoluciona a história. Não é fácil. Muitos preferem adormecer em berço esplêndido, ser defensores da servidão voluntária. Escrever a história é uma sinuosidade. Imagine como Picasso se envolveu com as cores, Guimarães se encantou com o sertão. Quem se arruma ,na neutralidade, perde sua narrativa e tomba na mediocridade. Deixe que os pássaros fujam das gaiolas e os deuses esperem milagres que nunca existirão.
Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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