domingo, 6 de janeiro de 2019

A droga mora na história


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O assunto é polêmico. Não foge de controvérsias incessantes.Mas há muita história que não deve ser esquecida, As sociedades nunca se recusaram às celebrações. Como viver sem festas, sem fantasias, sem ilusões? Quem gosta de mitologia observa como os mitos se assanham e curtem seus rituais. Não é recente o uso de drogas. Há uma carência que puxa a necessidade de fugir da mesmice e viajar por sonhos estimulados. Quem viveu a época intensa do LSD? Quem não se toca  com as disputas violentas, com as medidas tomadas pelos governos, com as jogadas de interesses brutais? Lembrem-se do que fizeram Reagan e Nixon? Fabricam-se muitas trapaças disfarçadas em boas intenções e propagandas financiadas. As dúvidas sobrevivem e possuem permanências.
Não faltam acusações. É a droga que provoca violência ou é a desigualdade social que se expande no meio de inúmeras tensões? O que estimula a competição entre as gangues são os chamados bandidos das favelas ou a participação de privilegiados bem nutridos se faz presente? Um sistema de repressão sofisticado busca punições, cria fantasmas, detona inocentes. A droga circula e tem patrocínio. Não mora apenas nas favelas. Reside em centros de luxo, não deixa de participar de comemorações midiáticas. As informações ganham espaço quando mostram momentos que incomodam as elites e surgem suspeitas que abalam os certos grupos.  O sensacionalismo move delírios.
Instituem-se leis de proibição e seleções políticas. Não se comunica, por exemplo,  a trajetória histórica da maconha e sua utilidade. As condenações causam medo, as polícias se armam, mas as guerras econômicas alimentam-se de motivos nada humanitários e discursos cínicos . Cabem perguntas: O que representa a indústria farmacêutica? Quando se elabora uma lista de perseguições os critérios se justificam pela salvação da saúde pública? Será que os psicotrópicos e o álcool não produzem estragos imensos omitidos pelos órgãos públicos? As notícias são controladas e se constrói uma drogaria em cada esquina. Quem segura esse esquema? Quem desenha as angústias? Quem lucra com a vendas de angústias e melancolias?
A sociedade doente, marcada pelos anseios de consumo, pelas depressões, síndromes de pânico, desamores mostra que precisa de respostas para curar seus males. Joga-se nas drogas fermentando alívios e enganos ou vestindo alegrias com datas marcadas.Uma análise histórica esclareceria medos e angústias ou descreveria os lugares poucos comentados. A questão não é contemporânea. Atiça necessidades biológicas, inquieta mercados ambiciosos, traça linguagens simbólicas. Os interesses anunciam que a violência registra modos de viver desde os tempos de Adão e Eva. Não é à toa que o racismo continua, que a opressão não cede. Os especialistas da persuasão também,atuam como uma cortina de fumaça. O espaço da ingenuidade é amargo e traiçoeiro.
Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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