sábado, 6 de outubro de 2018

Eleições:A memória veste a história e a escolha política


A política fica presente no cotidiano. Há decisões. Apela-se para lucidez, evita-se o engano. Mas não sou infalível, nem existe o absoluto. Tenho concepções de mundo, decepções, entusiasmos, desistências. Não é fácil governar a subjetividade. Muitas informações atravessam as conversas e as mentiras se misturam com as possíveis verdades. A sociedade gosta de espetáculos, atritos, novelas. Está envolvida com o culto à violência. A política perde-se da ética e ganha as telas das televisões, nos debates com patrocínios milionários. Há suspense e convicções frágeis.
É a complexa vida da sociedade contemporânea com suas máquinas fabulosas. As eleições acontecem, depois de golpes tramados por muitas instituições. Lula está preso, Moro persegue, ninguém tem clareza do que sucedeu. Espaço para surgir especulações. Muitos esquecem a tradição autoritária que nos vigia. Fomos colonizados, exploramos os africanos, convivemos com ditaduras. Jair navega nessa tradição nefasta. Empolga multidões, difunde princípios fascistas, se entrelaça com grupos enrustidos e debochados.
Capitalistas admiram suas ideias, há fanáticos, adesão maciça de evangélicos e expectativas soltas. Está na frente das pesquisas diante de uma esquerda que teima em se fixar em detalhes. O anti-petismo se consolidou, trouxe inimizades, sacudiu ressentimentos, justificou atitudes. Jair aproveitou tudo, com rapidez e agilidade. Alguns o chamaram de louco. A história possui permanências. É preciso ativar a memória, colocar figuras agressivas na berlinda. Não se lembram de Médici, Pinochet, Hitler, das simpatias de Vargas, das ações do DOPS? A mídia se diverte com os boatos. Quer grana.
Há muito o que contar e reações aos desmandos não estão excluídas. Se o autoritarismo se articular com as reformas  do capital, sinto que aprofundaremos as desigualdades e as tensões.É estranho, porém, a política tem suas obscuridades que desafiam a razão. Muitos votam guiados pela fé, apostam em milagres, mendigam atenção. A sociedade brasileira, ou grande parte dela, desconhece o significado da reflexão histórica. Embarca no imediato, sem observar que a pressa oprime,quando se trata de política. Perigos, instabilidades, mitos desfilam numa aventura de desesperos e desencontros. O amanhã parece um navio pirata cheio de ratos
Por Paulo Rezende
A astúcia de Ulisses

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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