sábado, 6 de outubro de 2018

Brasil:A sociedade adoece na mira da desconfiança política


Se cada um se torna um inimigo em potencial, as relações se fragilizam rapidamente. A desconfiança pode aprofundar a instabilidade e criar um mapa aberto para violência. É claro que uma harmonia absoluta não existiu. Não conte uma história atravessando uma linha reta, num território cheio de anjos e paraísos. Estamos no mundo sem ter o seu controle, mas construindo sonhos. Resistimos aos desastres e nos levantamos quando caímos. Para quê? Não sei. A ciência quer apagar as dúvidas. Uma pretensão que sofre retornos e frustrações.
Não há um início e o fim que nos tragam uma paciência consolidada. Temos um movimento que nos cerca. Ele desconstrói energias ou mesmo isola quem se infiltra na arquitetura da violência. Escrevo sobre o que acontece, há metologias que insistem em defender verdades, porém circulam ilusões que destroçam calmarias. Portanto, conte sua história, sinta seus escorregões, olhe para seus espelhos e peça ajuda a seus vizinhos. Não invente que a política só tem canalhas, nem decrete que as paixões salvam os desenganados.
Fique na sua corda bamba. As visões do medonho aparecem, as luzes tremem algumas vezes, contudo, as sombras não são as soberanas do mundo. Como lidamos com ansiedades é difícil  ampliar a cartografia do sossego. O sentimento chega sem hora de terminar. A saudade possui tempos indeterminados e a raiva pode durar dez minutos. Não se lance como profeta, nem faça aliança com aqueles que se enturmam com os fantasmas antigos. Há quem admire testemunhar o refazer de vidas estranhas, mas há quem contemple a mansidão e agite a generosidade.
Nomeie o que passa. Não fique mudo, nem perca o significado das palavras. Não deslembre. Há gramáticas individuais e coletivas. Sua fala se interioriza, porém não tema que os outros a ouça. A timidez não é segredo ou garantia de que estamos livre de males. Tudo se movimenta, o ritmo é fundamental para cadência  de cada minutos. Os tangos de Gardel estimulam nostalgias, as dores dos poemas de Vinícius sacodem amores desfeitos, o acaso dos romances de Paul Auster desenha perplexidades. Um dia, a casa não cai e a lua se casa de vez com o sol.
Por Paulo Rezende
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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