Elza Soares se apresenta no Santa Isabel

Com o show A carne, a cantora sobe ao palco do teatro nesta sexta (16) e sábado (17), na programação do Janeiro de Grandes Espetáculos

José Teles

A cantora Elza Soares apresenta o show A carne, dentro da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos

Divulgação

“A carne mais barata do mercado é a carne negra.” Os versos da canção A carne (Marcelo Iuca, Seu Jorge e Wilson Capellette) dão título ao show que Elza Soares apresenta nesta sexta (15) e sábado (16), às 21h, no Teatro de Santa Isabel, na programação do Janeiro de Grande Espetáculos. 

Recuperando-se de cirurgias na coluna, quando teve implantados 17 pinos que a obrigam a se locomover com dificuldades, a cantora, de 77 anos, não perde a piada: “Estou com pinos do cóccix até o pescoço”, diz, fazendo um trocadilho com o nome do disco, que tem entre suas faixas a canção com que batizou o show.

Há 55 anos, ela emplacava o primeiro sucesso nacional, com o samba Se acaso você chegasse Lupicínio Rodrigues/Felisberto Martins). A música foi lançada por Ciro Monteiro, em 1938 e gravada por muita gente. Mas foi a interpretação especial, intuitivamente com insinuações jazzísticas, inclusive com solo improvisado de trompetes, e scat nos vocais, como uma versão nacional de Louis Armstrong. A mulata, pobre, que se casou aos 13 anos, aos 20 era viúva com quatro filhos, foi a responsável pela modernização do samba, no mesmo ano em que a bossa nova irrompia no País. Ela criava sua própria bossa. Seu segundo LP, de 1960, chamava-se A Bossa Negra de Elza Soares.

Com uma banda formada por músicos locais, Elza Soares repassa um repertório que vai de Opinião (Zé Kéti), a Espumas ao vento (Accioly Neto), passando porDoralice (Dorival Caymmi), e clássicos do seu repertório, como Boato (João Roberto Kelly), e uma seleção de Lupicínio Rodrigues – uma amostra do elogiado show em que ele canta apenas o autor de Se acaso você chegasse (que chega a DVD, com gravação realizada em Porto Alegre). jconline

Professor Edgar Bom Jardim - PE