terça-feira, 12 de março de 2013

Deputado criticou os ataques que vem sofrendo desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos


Em Ribeirão, novo presidente de Direitos Humanos repudiou protestos.
Em 2011, ele fez declarações polêmicas sobre homossexuais e negros.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca
Feliciano deu entrevista antes de culto em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Feliciano deu entrevista antes de culto em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Durante um culto em sua igreja evangélica em Ribeirão Preto (SP) na noite de segunda-feira (11), o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) criticou os ataques que vem sofrendo desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, em Brasília (DF), este mês. Em um encontro com 30 pastores na Catedral do Avivamento, da Assembleia de Deus, cuja entrada com câmeras foi proibida aos jornalistas, o deputado exaltou aos fiéis sua história pessoal em contraponto aos protestos, como o que acontecia do lado de fora do mesmo templo por volta das 20h30.
“Não se pode medir um homem com 140 caracteres de Twitter”, disse Feliciano, referindo-se às declarações que fez sobre homossexuais e negros em 2011 e que contribuem para a recente onda de protestos. Na época, o deputado causou polêmica ao escrever que: "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", e que: "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
Feliciano falou que teve origem humilde e fez missões pelo mundo, inclusive no continente africano. “A vida não foi fácil para mim. (...). Não me envergonho do que sou, não me envergonho da minha mãe negra. (...). Nunca pratiquei violência contra quem quer que seja”, afirmou.
Não me envergonho da minha mãe negra"
Marco Feliciano, deputado federal
As manifestações que Feliciano acumula contra si foram classificadas por ele como um “ativismo inconsequente” e um “teatro horrível onde querem perseguir um homem por causa de sua fé”. Além disso, de acordo com o líder religioso, os protestos têm atraído pessoas que são contra a liberdade religiosa e de pensamento. “Se não fizermos alguma coisa agora voltaremos ao tempo da inquisição.”
O político também ressaltou que, embora "esteja deputado", nunca deixará de ser um pastor e que quer deixar um legado de luta contra a opressão - na qual ele combate, por exemplo, a educação sexual para crianças de até 6 anos. “O povo me colocou para defender preceitos cristãos”, disse, sobre os 212 mil votos obtidos nas últimas eleições e que o levaram à Câmara.
Protestos
Enquanto Feliciano falava aos seus fiéis dentro da Catedral do Avivamento, do lado de fora um grupo de manifestantes fazia um protesto contra o pastor, em repúdio à sua recente eleição como presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Segundo os organizadores, ao menos 300 pessoas participaram do manifesto, que foi acompanhado pela Polícia Militar. Em dois dias, esta foi a segunda manifestação na região contra o pastor.
No domingo (10), Feliciano também foi alvo de manifestantes em Franca (SP). Eles permaneceram o tempo todo do lado de fora da igreja, e gritaram palavras de ordem. Ao fim do culto, o carro em que o deputado deixou o local foi cercado pelo grupo. De acordo com a assessoria do parlamentar, a família do político também estava no veículo e os filhos dele se assustaram com os protestos.
Em nota publicada em seu site, ele disse que já está procurando as autoridades para tomar todas as medidas cabíveis e que repudia qualquer ato de violência.
Grupos se concentraram a partir das 18h30 em frente à Catedral do Avivamento em Ribeirão Preto (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
Grupos se concentraram em frente à Catedral do Avivamento (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)www.professoredgar.com

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