terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mantega diz que crise deve durar mais dois anos


Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o mundo deve continuar tendo problemas econômicos nos próximos dois anos. Ele explicou que essa é uma continuação da crise de 2008, que nos países avançados nunca deixou de existir, enquanto os países em desenvolvimento a superaram. Ele participa neste momento de uma comissão geral no Plenário da Câmara para explicar os efeitos da crise econômica internacional e as medidas que o Brasil vem adotando para enfrentá-la.
Segundo ele, a superação da crise deve demorar mais que o esperado, por causa da fragilidade dos países mais desenvolvidos, e a turbulência dos últimos dias vem de uma decepção dos mercados mundiais com respeito aos resultados econômicos dos EUA e da Europa. “Houve um exagero político nas dúvidas quanto à solidez da dívida americana, mas de qualquer maneira isso mostra a fragilidade dos EUA”, disse.
Ele afirmou que a crise está mudando. Segundo o ministro, primeiro houve uma crise financeira, e depois veio uma crise da dívida dos estados soberanos, principalmente países periféricos da zona do Euro, como Grécia e Portugal.
“Entramos numa fase crônica dessa crise, porque os países avançados não conseguiram recuperar o dinamismo econômico. Eles olharam mais para a questão fiscal, e não para o crescimento. Com isso, os incentivos que foram dados foram retirados prematuramente”, ressaltou.
Especulação
Mantega também disse que, ao aumentar os ativos financeiros, baixando a taxa de juros e desvalorizando o dólar, os EUA produziram uma quantidade excessiva de crédito e recursos, e parte deles vem para especulação no Brasil. Mas ele destacou que o Brasil tem agido para impedir que o Real se valorize em demasia.
O ministro também apontou a falta de consumidores para todo o setor manufatureiro mundial. Com a escassez de mercados no exterior, todos estão em busca de mercados mais sólidos, como é o caso do Brasil. “Os países asiáticos, por exemplo, dependem de exportações. E a luta comercial passou a ser predatória, com subvalorização e práticas anticomerciais”, afirmou.

Da Agência Câmara                   Por AquiPE