Imagens do satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), revelaram que a tsunami que arrasou o Japão em março deste ano teve efeitos até mesmo na remota Antártica. Quando a ondulação da tsunami alcançou a Antártica, gerou novos icebergs na gigantesca plataforma de gelo de Sulzberger.
O maior dos novos icebergs tem 9,5 quilômetros de comprimento e 80 metros de espessura. É esperado que a ondulação de uma tsunami se espalhe pelos oceanos. E quanto mais poderosa a tsunami mais energia conservará em sua viagem pelo oceano. Mas a força da tsunami japonesa surpreendeu.
O estudo sobre o impacto da tsunami na Antártica foi realizado por Kelly Brunt, uma especialista em gelo do Goddard Space Flight Center e publicada na revista científica Journal of Glaciology.
O terremoto que criou a tsunami foi um dos mais violentos dos últimos anos, alcançando a magnitude de 9 graus na escala Richter. A devastadora tsunami gerada por ele teve energia suficiente para quebrar gelo em Sulzberger, a 13 mil quilômetros de distância do Japão. Os novos icebergs foram despejados no Mar de Ross. A tsunami chegou lá com apenas 30 centímetros de altura, mas ainda preservava muita energia, com potência suficiente para fazer o gelo da plataforma se romper, liberando gigantescos blocos no mar.
Além da evidente curiosidade, o estudo deixa claro também o imenso poder de destruição de forças da natureza, capazes de causar impacto em praticamente qualquer ponto do planeta.
"Ainda temos muito o que aprender sobre os desastres naturais. E só sabendo mais poderemos minimizar seus impactos. Os satélites são importantes aliados", destacou o chefe de operações do Envisat, Henri Laur.
Da Agência O Globo Por AquiPE





