quarta-feira, 25 de março de 2020

“Momento de guerra”, dizem governadores do NE sobre crise do coronavírus



Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, em conferência com demais líderes do Consórcio Nordeste (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
GOVERNADORA DO RIO GRANDE DO NORTE, FÁTIMA BEZERRA, EM CONFERÊNCIA COM DEMAIS LÍDERES DO CONSÓRCIO NORDESTE (FOTO: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS)
Governadores da região Nordeste se reuniram nesta quarta-feira 25 para debaterem, regionalmente, o enfrentamento ao coronavírus. Em uma carta publicada após a reunião, que ocorreu de forma remota, os líderes reiteraram que não irão ceder às pressões do governo federal e que seguirão, assim, recomendações de isolamento social e outras medidas sanitárias feitas pela comunidade científica.
O Consórcio Nordeste, grupo no qual se unem, apontou que os membros estão frustrados diante das reações de Jair Bolsonaro às atitudes dos governadores, que têm se adiantado ao governo quando se trata de implementação de medidas restritivas de convívio e decretos de quarentena.
“Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.”, escreveram, em o que definiram como um momento de guerra.
“É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. […] Solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres”, destacaram os líderes. Todos os governadores participaram da reunião.

Este, porém, não foi o primeiro e nem o último dos encontros entre os chefes dos executivos estaduais, por mais que todas as conversas sejam feitas de forma remota.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro entrou em uma discussão com João Doria (PSDB), governador de São Paulo, e chamou-o de “demagogo” ao acusá-lo de agir politicamente em relação à crise. São Paulo é o estado com mais casos e mais mortos até o momento. Doria rebateu, mais tarde, e disse que Bolsonaro deveria se importar com a população idosa do País.
À tarde, era esperada uma conferência com todos os governadores do País, sem a presença virtual de Jair Bolsonaro, para o debate de como será o enfrentamento à pandemia. 
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Atos do cotidiano torto


Não sabia qual era o dia de hoje. Fico perplexo com a avassaladora viagem do tempo. A pós~modernidade anunciava mudanças, derrubava preconceitos, mas colocava temores. Isso criava suspeitas A imaginação subia e os desenganos não deixavam de marcar os sentimentos. A globalização se tornou quase um suicídio, pois o pânico bate na porta. O desconhecido balança a certeza.
O mundo se enche de ambiguidades. A ciência procura vacinas, os Estados Unidos sofrem com seu sistema capitalista, nós olhamos o azul querendo que ele abrace esse planeta tão esfarrapado. Nem existe aquele calendário costumeiro. A praia fechou suas ondas de convívio? Já leu o noticiário pesado, com ameaças medonhas? E a Globo, atônita?
Não sei como firmar espaços para seguir viagem tranquila. Contemplamos angústias, os fantasmas aceleram suas ações, os corpos se encolhem atiçando defesas. Será que os deuses assistem a tudo passivamente ou as religiões servem para amenizar desgastes? Qual a porta que se abre e traz a luz? Depois de teorias que racionalizam a convivência social, perderam-se os afetos mais simples e o desamparo dispara.
Acertar o caminho é um ato coletivo.Refazer a cultura ensina que a privatização é apenas um elogio ao capital. Se não se procura a proximidade, a distância carrega para as escuridões indefiníveis. Portanto, a solidariedade nunca deve ser esquecida. A questão é não concentrar privilégio e adormecer num individualismo perverso. porém voar com pássaros e se largar das dores permanentes..
Paulo Rezende.
 A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Em rede nacional, Bolsonaro critica fechamento de escolas e comércio e compara coronavírus a ‘resfriadinho’

Jair Bolsonaro durante pronunciamentoDireito de imagemTV BRASILGOV/ YOUTUBE
Image captionBolsonaro disse que se pegasse coronavírus seria como "gripezinha" ou "resfriadinho"
O presidente Jair Bolsonaro criticou, em pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira (24), o fechamento de escolas e comércios. Ele ainda comparou a contaminação por coronavírus a uma "gripezinha" ou "resfriadinho".
Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que com a chegada do vírus foi necessário e, ao mesmo tempo, traçar estratégias para salvar vidas e evitar o desemprego em massa"
O presidente afirmou ainda que grande parte parte dos meios de comunicação foram na contramão dessas ideias.
"Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália. Um país com grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso. O cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país", disse Bolsonaro.
Ele disse que parte da imprensa mudou sua linha editorial de ontem para hoje e passou a pedir "paz e tranquilidade".
"Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada. A proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa", disse.
Ele ainda criticou o fechamento de escolas e disse que raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade contaminadas por contaminadas por coronavírus.
"O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim voltar a normalidade. Deve abandonar conceito de terra arrasada. Confinamento em massa", disse o presidente.
Bolsonaro disse ainda que devido ao "histórico de atleta" dele, caso fosse contaminado pelo coronavírus, nada sentiria ou "seria acometido de uma 'gripezinha' ou 'resfriadinho'".

"Grave"

Após o pronunciamento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que as declarações do presidente vão "na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)".
Presidente do Senado, Davi AlcolumbreDireito de imagemAGÊNCIA SENADO
Image captionDavi Alcolumbre afirmou que considera "grave" o pronunciamento do presidente
"Neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19", afirmou por meio de nota.
Disse ainda que "não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos", mas sim de "união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais."

Comitiva infectada

Há mais de 20 autoridades autoridades infectadas na cúpula do governo federal. Entre elas, estão Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Parte dessas autoridades estava na comitiva do presidente Jair Bolsonaro que viajou aos Estados Unidos, no início do mês.
Entre as pessoas que testaram positivo para o vírus, estão também o assessor da Presidência Filipe G. Martins e o deputado federal Daniel Freitas — outros integrantes da comitiva são empresários e representantes da indústria.

Autoridades diagnosticadas com coronavírus:

- Allan Séllos - Chefe do Cerimonial do Itamaraty
- Augusto Heleno - Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Bento Albuquerque - Ministro de Minas e Energia
- Coronel Suarez - Diretor do Departamento de Segurança Presidencial
- Carlos França - Chefe do Cerimonial do Palácio do Planalto
- Cesinha de Madureira - Deputado federal (PSD-SP)
- Daniel Freitas - Deputado Federal (PSL)
- David Uip - Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo
- Davi Alcolumbre - Presidente do Senado (DEM-AP)
- Eliéser Girão - Deputado Federal (PSL-RN)
- Fabio Wajngarten - Secretário de Comunicação da Presidência da República
- Filipe G. Martins - Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais.
- Izolda Cela - Vice-governadora do Estado do Ceará
- Luis Tibé - Deputado federal (Avante-MG)
- Major Cid - Ajudante de Ordens do Palácio do Planalto
- Marcos Troyjo - Secretaria Especial de Comércio Exterior
- Nelsinho Trad - Senador (PSD-MS)
- Prisco Bezerra - Senador (PDT-CE)
- Roberto Cláudio - Prefeito de Fortaleza
- Samy Liberman - secretário especial adjunto de Comunicação Social
- Sérgio Segovia, presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção à Exportação).

Os casos

O primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 24 de fevereiro. Um empresário de 61 anos, que mora em São Paulo (SP), foi infectado após retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da Lombardia, a mais afetada do país europeu que tem mais casos fora da China.
De acordo com o Ministério da Saúde, o empresário de 61 anos tinha sintomas como febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Parentes dele passaram a ser monitorados. Dias depois, exames apontaram que uma pessoa ligada ao paciente também estava com o novo coronavírus e transmitiu o vírus para uma terceira pessoa. Todos permaneceram em quarentena em suas casas, pelo período de, ao menos, 14 dias.
Após o primeiro caso, outros diversos registros passaram a ser feitos no Brasil. Muitos vieram de países com inúmeros casos do novo coronavírus, mas depois foram registrados casos de transmissão local e, por fim, comunitária.
Duas semanas depois, foi anunciado que o empresário de 61 anos está curado da doença provocada pelo novo coronavírus.
Paciente com coronavírusDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPacientes com coronavírus deverão ficar em quarentena

Cuidados

A principal recomendação de profissionais de saúde que acompanham o surto é simples, porém bastante eficiente: lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.
O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias serão eliminados.
Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos sem antes ter antes lavado as mãos ou pelo limpá-las com álcool. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato.
Também é importante manter o ambiente limpo, higienizando com soluções desinfetantes as superfícies como, por exemplo, móveis e telefones celulares.
Para limpar o celular, pode-se usar uma solução com mais ou menos metade de água e metade de álcool, além de um pano limpo.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O discurso do genocídio

Em carta conjunta, secretários estaduais de saúde do Brasil criticaram, nesta quarta-feira (25), o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o novo coronavírus, que causa a doença Covid-19.
"Infelizmente o que vimos em seu pronunciamento foi uma tentativa de desmobilizar a sociedade brasileira, as autoridades sanitárias de todo o país", diz trecho da carta publicada no site do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

"Não podemos permitir o dissenso e a dubiedade de condução do enfrentamento à Covid-19. Assim, é preciso que seja reparado o que nos parece ser um grave erro do Presidente da República. Ao invés de desfazer todo o esforço e sacrifício que temos feito junto com o povo brasileiro, negando todas as recomendações tecnicamente embasadas e defendidas, inclusive, pelo seu Ministério da Saúde, deveríamos ver o Presidente da República liderando a luta", diz a carta (leia a íntegra abaixo).
Bolsonaro fez um pronunciamento na TV, na noite desta terça-feira (24), contrariando especialistas e pedindo a "volta à normalidade" e o fim do "confinamento em massa". O presidente também afirmou que meios de comunicação espalharam "pavor".

Com fragmentos do G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 23 de março de 2020

Prefeitura de Bom Jardim inicia entrega de kit de higiene para população mais carente. Começa vacinação de idosos





O prefeito de Bom Jardim-PE, divulgou em seu perfil do Facebook que iniciou a entrega de kits com sabão, água sanitária e detergente para a população. A entrega foi iniciada nesta segunda(23)na Vila da Cohab. Confira:
"Iniciamos na tarde de hoje a distribuição de kits de higiene para as pessoas Pobre na forma da Lei no bairro da COHAB, a secretária de saúde Elisabete fez este trabalho com outros funcionários da saúde. Que Deus nos livre do mal", disse João Lira.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 21 de março de 2020

Coronavírus: padre do interior de SP reúne fotos de fiéis e transmite missa ao vivo pela internet



Fotos de fiéis foram colocadas nos bancos da Paróquia São Roque, em Taquarituba (SP), durante uma missa que foi transmitida ao vivo pelas redes sociais para evitar aglomeração de pessoas no local. 


A missa da 3ª semana da quaresma foi transmitida pela página da paróquia na sexta-feira (20) e visualizada por mais de 3,4 mil fiéis, que também colocaram as intenções nos comentários da publicação.
G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Estado de calamidade suspende transporte intermunicipal


Pernambuco decretou estado de calamidade pública, devido a crise da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. O decreto será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) neste fim de semana, mas precisa ainda ser homologado pela Assembleia Legislativa do Estado. Além disso, outras medidas como a suspensão do transporte intermunicipal, a partir desta segunda-feira, foram anunciadas pelo Governo de Pernambuco.

Segundo a Procuradoria Geral do Estado (PGE), o decreto da calamidade pública será publicado no DOE deste sábado (21), mas a vigência do decreto depende da homologação da Alepe. Em nota, a PGE informa que a medida permitirá um melhor atendimento na saúde. “Para o estado, a importância maior é permitir esse reforço das equipes de saúde, viabilizando um melhor atendimento à saúde da população. Ela suspende a contagem dos prazos e a aplicação de disposições e restrições. O decreto permitirá especialmente que o Estado contrate o pessoal necessário para o reforço das equipes que atuarão no enfrentamento da pandemia”, informou.
A decisão por instaurar a calamidade no Estado foi encaminhada pelo governador Paulo Câmara à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A homologação do decreto deverá ser feita na próxima terça-feira, de acordo com a Assembleia.

Outra medida anunciada foi a do transporte intermunicipal em Pernambuco, que estará suspenso a partir desta segunda-feira (23). A medida é mais uma como forma de prevenção a Covid-19. A decisão não impacta o transporte público da Região Metropolitana do Recife, atinge apenas as viagens com saída da RMR para o Interior, além das viagens entre municípios pernambucanos.

Apesar da suspensão, algumas exceções poderão ser aplicadas aos serviços de fretamento e ao transporte complementar. As viagens fretadas já autorizadas pela Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI) continuarão funcionando, assegurando o serviço. Já o transporte complementar entre municípios do interior, só poderá ser realizado com autorização do prefeito da cidade e se for comprovada emergência no caso. Para obter a autorização, a EPTI disponibiliza no site www.epti.pe.gov.br, um formulário padrão a ser assinado.

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Bruto, destacou que a partir das 00h de segunda-feira, as atividades desse tipo de transporte serão interrompidas em todo o Estado. “O transporte intermunicipal o decreto será publicado no Diário Oficial, e é importante que essa publicação não abrange a RMR, somente o intermunicipal, entre a Região Metropolitana e outros municípios do Estado”, disse.

De acordo com a Diretora Presidente da EPTI, Marília Bezerra, a medida foi tomada para que as pessoas permaneçam em casa, e o movimento de passageiros já vinha registrando uma queda de pelo menos 40% na última semana. “Se as pessoas tem que ficar em casa isoladas, o transporte não pode funcionar. Já havia uma queda, com um nível de saída baixo dos ônibus. Essa determinação é por tempo indeterminado, mas caso a situação se normalize, podemos retomar as atividades se houver necessidade. O Terminal Integrado de Passageiros possui a plataforma do intermunicipal e interestadual, a municipal fecha na segunda-feira, e a do estadual continua funcionando”, afirmou.
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fiocruz estima Recife como uma das cidades a acumular casos graves em curto espaço de tempo



Testes na Fiocruz
Testes na FiocruzFoto: Josué Damacena/IOC
Com base em modelos matemáticos de previsão, pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getulio Vargas (FGV) estimaram qual o risco de disseminação da epidemia da Covid-19 no Brasil. A estimativa prevê que além dos centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, Recife e Salvador devem enfrentar a situação mais difícil, com grande potencial de acumular casos graves no curto prazo.
Além da conectividade aérea, o estudo levou em conta o percentual de população de risco, acima de 60 e acima de 80 anos, elevado nessas regiões. Microrregiões no interior dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo também devem apresentar surtos em breve, devido à mobilidade pendular com suas capitais.
O relatório Estimativa de risco de espalhamento da Covid-19 no Brasil e o impacto no sistema de saúde e população por microrregião foi produzido pelo Núcleo de Métodos Analíticos para Vigilância em Saúde Pública (Procc/Fiocruz) e pela Escola de Matemática Aplicada (EMAp/FGV).

No documento é analisado o risco de epidemias nas microrregiões brasileiras a partir da exportação de casos dos dois maiores centros urbanos do país, Rio de Janeiro e São Paulo. As duas cidades já possuem transmissão sustentada da doença e devem se tornar o principal foco de disseminação a partir de agora. 
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Itália: 4824 mortos por coronavírus



A Itália registrou um novo recorde de mortes por coronavírus em 24 horas, com 793 registros neste sábado (21).
Isso eleva a 4.825 o número de mortos pela pandemia na península em um mês, segundo dados da Proteção Civil.
Na última quinta (19), a Itália superou a China em número de mortos pela Covid-19. Até aquele dia, o país europeu contabilizava 3.405 mortes desde o início do surto, enquanto os chineses registravam 3.245.
do G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 20 de março de 2020

Coronavírus: Bolsonaro e Mandetta criticam governadores e veem risco de colapso na saúde em abril


Bolsonaro aparece de máscara em coletiva de imprensaDireito de imagemSERGIO LIMA / AFP
Image caption'Queremos evitar uma histeria porque o problema econômico agrava a questão do coronavírus', afirmou Bolsonaro nesta sexta-feira (20)
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticaram nesta sexta-feira (20/03) ações individuais adotadas nos Estados para conter o avanço do novo coronavírus, como o fechamento de estradas e aeroportos implementado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Segundo eles, essas iniciativas feitas sem coordenação com o governo federal podem agravar a crise provocada pela doença.
Sem citar o nome de Witzel, Mandetta disse que o fechamento de estradas por um governador impactou, por exemplo, o transporte de insumo para uma indústria de oxigênio, produto fundamental para tratar os casos mais graves de covid-19 (nome da doença causada pelo coronavírus).
"Há algum tempo já venho falando que não devemos entrar em pânico. Queremos evitar uma histeria porque o problema econômico agrava a questão do coronavírus", disse Bolsonaro na coletiva de imprensa.
"Teve um Estado do Brasil que só faltou o governador declarar independência do mesmo", criticou ainda, em aparente referência a Witzel.
Segundo Bolsonaro, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, estava se reunindo com secretários estaduais de Saúde para uniformizar procedimentos de enfrentamento do coronavírus.
Alguns governadores têm decretado também o fechamento de estabelecimentos comerciais, com exceção dos essenciais (como farmácia e mercados). É o caso de João Doria (São Paulo), Ibaneis Rocha (Distrito Federal) e Witzel, por exemplo.
Bolsonaro tem reagido a essas iniciativas com irritação nos últimos dias devido ao impacto na economia. Já os governadores e muitos epidemiologistas estão defendendo medidas radicais que reduzam a circulação de pessoas para retardar o contágio da doença, evitando que faltem leitos nos hospitais para tratar os casos mais graves.

Colapso do sistema

O próprio Mandetta disse nesta sexta-feira que o número de pessoas infectadas começaria a crescer rapidamente em poucas semanas, provocando o "colapso" do sistema de saúde já em abril.
"O colapso é quando você pode ter o dinheiro (para pagar o hospital), pode ter a ordem judicial (determinando a internação), mas não tem (vaga em hospital) onde entrar", disse o ministro.
No entanto, ao ser questionado por jornalistas para detalhar melhor o que seria esse "colapso" do sistema, o ministro disse que isso seria um "cenário" a ser evitado com trabalho conjunto envolvendo governo federal e governos estaduais, assim como o setor privado.
"Se nós não fizéssemos nada, se não aumentássemos nossa capacidade instalada (na indústria de insumos médico-hospitalares), se nós ficássemos parados olhando, nós teríamos um mega problema", respondeu.
"Porque esse sistema, do jeito que ele vem, sem fazer nada, você colhe um colapso. Nosso sistema aguentaria por volta de trinta dias", disse ainda.
O cenário de expansão da doença traçado pelo ministro, a partir do que se tem observado em outros países onde o vírus chegou antes, prevê um aumento rápido dos casos de covid-19 no Brasil entre abril e junho.
Depois, explicou ele, deve haver uma estabilidade do número de doentes em julho e agosto, com uma queda acelerada a partir de setembro.

Articulação com empresários

O presidente e o ministro realizaram nesta tarde uma teleconferência com empresários para discutir como o setor privado pode colaborar de forma articulada no enfrentamento do coronavírus.
O presidente da General Motors para a América do Sul, Carlos Zarlenga, disse que dez engenheiros da companhia estavam trabalhando em como usar a linha de produção de automóveis para a fabricar respiradores, item essencial para tratar a falta de ar provocada pelos casos mais graves da doença.
Segundo ele, as vendas do grupo, que comercializa os veículos da marca Chevrolet, estão caindo de 40% a 50% em todo o país.
Já o presidente da Ambev, Jean Jereissati, disse que a companhia colocou uma fábrica para produzir álcool em gel e doar para governos estaduais. Ele destacou, porém, que a empresa está com dificuldade em garantir a quantidade necessária de carbopol, um dos insumos necessários para a produção de álcool em gel.

Bolsonaro descarta Estado de Sitio

Bolsonaro descartou decretar Estado de Sítio ou Estado de Defesa por causa da expansão do coronavírus no país. Ambas as iniciativas dependem de aprovação do Congresso Nacional para serem adotadas e servem para suspender direitos e garantias individuais, dando poderes excepcionais ao Poder Executivo.
"Ainda não está no nosso radar isso, não. Serio o extremo, acredito que não seria necessário, bem como Estado de Defesa.", respondeu Bolsonaro ao ser questionado se estudava adotar o Estado de Sítio em coletiva de imprensa.
"Não tem dificuldade de implementar isso, em poucas horas você decide se é uma situação como essa. Mas acho que daí estaríamos avançando, dando uma sinalização de pânico para a população. Queremos sinalizar a verdade para a população. Acho que isso, por enquanto, está descartado, até estudar essa circunstância (está descartado)", disse ainda o presidente.

Exames de Bolsonaro

Questionado por jornalistas se faria mais um exame para testar se está infectado com coronavírus, Bolsonaro disse que poderia se submeter caso houvesse recomendação médica.
O presidente não atendeu aos pedidos da imprensa para que divulgue os dois primeiros exames que ele anunciou terem dado resultado negativo para a presença do vírus.
Até o momento, 22 integrantes da comitiva de Bolsonaro que viajou aos Estados Unidos no início de março foram diagnosticados com a doença.
"Depois da facada, não é uma gripezinha que vai me derrubar não", disse o presidente, minimizando mais uma vez a gravidade da doença que já matou mais de dez mil pessoas no mundo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O mundo caiu?


As intrigas e as vaidades se aceleram e o caos se instala na história. Uma energia negativa assume o mundo. Há pânico.É preciso sacudir a memória. Quantas epidemias já aconteceram, quantas religiões enganaram os inocentes, quantos autoritarismo oprimiram, quantos refugiados sofrem cotidianamente? Não adianta criar messianismos, nem adormecer em hipocrisias.As elites estão sentido o peso do desmantelo. Isso é um ponto que abala e o sombrio avança.
A escolha pela competição, pela riqueza narcista, minaram a generosidade. As máscaras se concretizaram e as fragilidades estão expostas.Se a solidariedade não se dimensiona e as pessoas observarem as necessidades dos outros, os abismos se abrirão. Talvez, haja um renascimento, o olhar afetivo, o desejo ardente de expulsar valores obscuros. A história joga com o acaso e nos deixa perplexos. Os trapézios se balançam.
É importante fermentar os diálogos.Escutar as vozes do passado, não se entusiasmar com tecnologias frias e animar o otimismo. Os desamparos crescem, mas a sociedade antes brincava com sua própria sorte. Não faltavam ironias, machismos, desfazeres violentos. Muitos se tornam poderosos e não percebem que os pântanos afogam e destroem. Se a lucidez se vai, a história se esfarrapa.
Todos estão aflitos, contando os dias, sem certezas, buscando voar para alcançar outras convivências. Cada aventura é susto, daí o isolamento, a solidão, um silêncio assombroso. Escreve-se para acertar, apontar para os descasos e se encontrar com algo que redesenhe o sonho. Se os pesadelos persistem e rasgaremos imagens de sossego. É preciso acender a vontade de retomar cuidados, acender o viver e não estimular cegueira de desprezar o outro.
Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 19 de março de 2020

Coronavírus: Quanto tempo o Sars-Cov-2 consegue sobreviver em diferentes superfícies



Homem higienizando metrôDireito de imagemAFP
Image captionEm meio à pandemia, tornou-se comum ver trabalhadores com roupas de proteção pulverizando desinfetante em praças, parques e ruas
Conforme a covid-19 se espalha, também aumenta o receio de tocar em superfícies.
Em locais públicos ao redor mundo, tornou-se comum ver gente tentando abrir as portas com os cotovelos, passageiros de trens evitando segurar em barras e alças e pessoas limpando suas mesas no escritório todas as manhãs.
Nas áreas mais atingidas pelo novo coronavírus, trabalhadores com roupas de proteção pulverizam desinfetante em praças, parques e ruas.
Os serviços de limpeza em empresas, hospitais, lojas e restaurantes foram ampliados. Em algumas cidades, voluntários até se aventuram à noite para higienizar os teclados de caixas eletrônicos.
Como muitos vírus respiratórios, incluindo o da gripe, o Sars-Cov-2 pode se espalhar por meio de pequenas gotículas liberadas pelo nariz e pela boca de uma pessoa infectada quando ela tosse ou espirra. Uma única tosse pode produzir até 3 mil gotículas.
Essas partículas pousam em outras pessoas, roupas e superfícies ao redor, mas algumas partículas menores podem permanecer no ar.
Também há evidências de que o vírus é excretado por meio das fezes, por isso uma pessoa que não lave bem as mãos após ir ao banheiro pode contaminar qualquer coisa que toque.
Mas, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), tocar uma superfície ou objeto que contenha o vírus e depois tocar o próprio rosto "não é considerado o principal meio de propagação do vírus".
Mesmo assim, o CDC, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras autoridades em saúde enfatizam que lavar as mãos e limpar e desinfetar superfícies frequentemente é essencial para impedir a propagação do Sars-Cov-2.
Portanto, embora ainda não saibamos exatamente quantos casos estão sendo causados diretamente pelo contato com superfícies contaminadas, os especialistas aconselham ter cuidado.
Mas um aspecto que não está claro é exatamente quanto tempo o novo coronavírus sobrevive fora do corpo humano.

Tipo resistente

Alguns estudos sobre outros coronavírus, incluindo aqueles por trás das epidemias da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês) descobriram que eles podem sobreviver em superfícies de metal, vidro e plástico por até nove dias, a menos que elas sejam desinfetadas adequadamente. Esse período pode se estender a até 28 dias em baixas temperaturas.
Sabe-se que os coronavírus são particularmente resistentes em termos de onde podem sobreviver. E os pesquisadores agora estão começando a entender mais sobre como isso afeta a disseminação do novo tipo de coronavírus.
Mulher com máscaraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAcredita-se que o vírus que causa a covid-19 sobreviva por mais tempo em superfícies rígidas do que em materiais como papelão
Neeltje van Doremalen, virologista do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), e seus colegas do Rocky Mountain Laboratories em Hamilton, no Estado de Montana, fizeram alguns dos primeiros testes para analisar quanto tempo o Sars-Cov-2 pode sobreviver em diferentes superfícies.
O estudo, que ainda não foi publicado em uma revista científica, aponta que o vírus pode sobreviver em gotículas por até três horas após ser expelido no ar por uma tosse.
Gotas finas, entre 1 e 5 micrômetros de tamanho, cerca de 30 vezes menores do que um fio de cabelo humano, podem permanecer no ar por várias horas.
Isso significa que o vírus que circula em sistemas de ar-condicionado não filtrados só sobreviverá por algumas horas, principalmente porque as gotículas tendem a se depositar em superfícies mais rapidamente quando há circulação de ar.
Mas o estudo do NIH descobriu que o Sars-Cov-2 sobrevive por mais tempo quando depositado sobre papelão — até 24 horas — e de dois a três dias sobre superfícies de plástico e aço inoxidável.
Os resultados sugerem que o vírus pode sobreviver por este tempo em maçanetas de portas, bancadas e outras superfícies duras. Os pesquisadores descobriram, no entanto, que as superfícies de cobre tendem a matar o vírus em cerca de quatro horas.

Higiene é a melhor arma

Mas a pesquisa também mostrou que os coronavírus podem ser neutralizados em um minuto ao se desinfectar superfícies com álcool 62-71%, água oxigenada 0,5% ou água sanitária contendo 0,1% de hipoclorito de sódio.
Temperaturas e umidade mais elevadas também tendem a fazer com que outros coronavírus morram mais rapidamente, embora pesquisas tenham mostrado que um coronavírus que causa Sars morre com temperaturas acima de 56°C, mais quente do que uma água capaz de provocar queimaduras.
Embora não haja dados sobre quantas partículas de vírus podem ser encontradas em uma única gotícula de tosse expelida por uma pessoa infectada, pesquisas sobre o vírus da gripe apontam que gotículas podem conter dezenas de milhares de cópias do vírus influenza.
Homem limpando carteiras escolaresDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHigienizar superfícies é uma forma importante de impedir a disseminação do novo coronavírus
No entanto, isso varia de acordo com o tipo de vírus, onde é encontrado no trato respiratório e em que estágio da infecção a pessoa está.
Em roupas e outras superfícies mais difíceis de desinfetar, ainda não está claro por quanto tempo o vírus pode sobreviver. Embora seja possível detectá-lo nas roupas, as fibras naturais absorventes podem fazer com que o vírus resseque rapidamente, diz Vincent Munster, chefe da seção de ecologia de vírus do Rocky Mountain Laboratories e um dos responsáveis pelo estudo do NIH.
"Especulamos que, devido ao material poroso, ele desidrata rapidamente e fica preso às fibras", diz Munster.
As mudanças de temperatura e umidade também podem afetar o tempo de sobrevivência de um vírus, e isso pode explicar por que é menos estável em gotículas suspensas no ar. "No momento, estamos realizando experiências para investigar o efeito da temperatura e umidade mais detalhadamente."
A capacidade do vírus de sobreviver por tanto tempo apenas ressalta a importância da higiene das mãos e da limpeza de superfícies, de acordo com Munster. "Existe a possibilidade de esse vírus ser transmitido de várias formas", diz ele.

BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE