segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Argentina: Alberto Fernández e Cristina Kirchner derrotam Mauricio Macri e Bolsonaro com 48% dos votos

*Nunca um governo brasileiro fez tanta "força", torcida para interferir, influenciar no resultado de uma eleição de outro país.

Alberto FernándezDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHá quase 30 anos atuando nos bastidores do peronismo, Fernández é eleito presidente da Argentina em chapa com Cristina Kirchner

Eleito neste domingo com 48% dos votos, o próximo presidente da Argentina, Alberto Fernández, pode ser um rosto pouco conhecido dos brasileiros, mas é um veterano na política.
Há quase três décadas atua nos bastidores do peronismo, articulando campanhas que levaram ao poder expoentes do Partido Justicialista - sigla à qual é filiado, assim como a companheira de chapa e vice, Cristina Kirchner.
Eles derrotaram o atual mandatário, Maurício Macri, que levou 40,4% dos votos. Na Argentina, é suficiente obter mais de 45% dos votos para ganhar no primeiro turno — ou votação acima de 40% desde que haja uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado.
Fernandez é considerado peça fundamental na candidatura presidencial do marido de Cristina, Néstor Kirchner, lançada em 2003 em oposição à corrente peronista mais à direita que governou a Argentina na década de 90, personificada na figura de Carlos Menem, que realizou uma série de reformas neoliberais no país e abriu o capital para estrangeiros.
Alberto é apresentado aos Kirchner em 1997 por Eduardo Valdés, seu colega na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires.

Cristina KirchnerDireito de imagemAFP
Image captionAlberto Fernández é considerado peça fundamental na candidatura presidencial do marido de Cristina, Néstor Kirchner, lançada em 2003

Valdés, por sua vez, conhecera Néstor e Cristina em 1994, em Santa Fé, durante a constituinte que reformou a Carta Magna argentina.
"Estávamos juntos de segunda a quinta, acabamos nos aproximando."
Alberto, ele conta, gostava de ler o que Kirchner, então governador de Santa Cruz — província no extremo sul do país, na região da Patagônia —, escrevia. "E me dizia: 'Me apresenta a ele, quero conhecê-lo'."

Candidatos à presidência da Argentina
Image captionFernández teve 48% dos votos válidos e venceu eleição em primeiro turno

"Um dia Alberto publicou um artigo no jornal, Néstor leu e disse: 'Esse é seu amigo, do qual me falou? Convida ele pra jantar'."
A partir desse encontro, algum tempo depois, surgiria o grupo Calafate, think tank progressista criado para tentar renovar o movimento peronista e formular alternativas ao menemismo.
Recebeu esse nome por reunir-se na cidade patagônia de El Calafate.
Depois da crise de 2001, em que a Argentina decretou calote da dívida e o governo reteve por quase um ano as poupanças - o que ficou conhecido como corralito -, o grupo resolveu lançar a candidatura de Néstor.
Alberto Fernández foi um articulador importante tanto antes quanto depois das eleições, já que assumiu a posição de chefe de gabinete.

Alberto Fernández após votar no domingo de eleições na ArgentinaDireito de imagemEPA
Image captionFernandéz formou-se como advogado na Universidade de Buenos Aires em 1983 e desde 1985 dá aulas na instituição

Virou amigo pessoal dos Kirchner. Em entrevista dada em junho à rádio La Once Diez, seu filho, Estanislao Fernández, de 24 anos, disse que, para ele, os dois ex-presidentes eram "tios".
"Cresci com Néstor e Cristina vindo à minha casa. Cristina sempre foi amorosa comigo."
Na mesma entrevista, o jovem contou que, apesar de Alberto ter se divorciado de sua mãe quando ele ainda era criança, sempre esteve presente em sua vida.
"Nos anos em que meu velho trabalhava na Chefia de Gabinete, separado da minha mãe, sempre ia me buscar na escola, sem guarda compartilhada, sem nada."
Estanislao é cosplayer, streamer do game League of Legends e a drag queen Dyhzy, que soma mais de 100 mil seguidores no Instagram.
Diz já ter saído com meninos e há três anos namora Natalia.

O racha com Cristina

Alberto Fernández seguiria como chefe de gabinete durante a gestão de Cristina Kirchner, que começa em dezembro de 2007, mas por pouco tempo: cerca de oito meses depois de ela assumir, o advogado pede demissão.
O estopim foi o chamado "conflito no campo", quando uma resolução do governo permitia que o Estado retivesse parte da receita das empresas que exportavam soja — commodity cujo preço estava em alta em 2008.
Esse foi um período de grande tensão entre o governo e o setor agropecuário, com greves e paralisações.
Daí em diante, foi crítico da administração Kirchner. Passaram anos sem falar.
Em 2015, pouco antes das eleições presidenciais, chegou a afirmar em entrevista que lhe custava encontrar uma medida do segundo governo Cristina que pudesse ser elogiada.
A saída de Alberto em 2008 marcou o início de um ciclo lento de fragmentação do peronismo.
Sergio Massa, que assumira o cargo de chefe de gabinete depois de ele entregar o cargo, rompe com o kirchnerismo em 2010 e lança sua própria candidatura à presidência em 2015, em oposição ao candidato de Cristina, Daniel Scioli.
Em 2017, quando a ex-presidente concorre ao Senado, outro membro importante dos quadros do PJ sai com uma candidatura de oposição - Florencio Randazzo, com uma campanha organizada, aliás, por Alberto Fernández.

Homem fotografando dados na ArgentinaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA inflação também aumentou vertiginosamente, acompanhando a alta do dólar

O movimento peronista sofreu, entretanto, uma forte derrota nas eleições legislativas de meio termo. A coalizão liderada por Cristina somou votos suficientes para garantir sua vaga no Senado, mas ficou atrás do Cambiemos, de Macri.
Na Argentina, os deputados e senadores são eleitos por meio de listas fechadas. Cada província elege 3 senadores — a coalizão com mais votos aponta dois e a segunda, um.

A reaproximação

A derrota marca um ponto de inflexão.
A partir daí, conta um membro do PJ, cresce entre antigos líderes do partido a ideia de que seria imprescindível reunificar o movimento peronista para lançar uma candidatura competitiva em 2019, capaz de frustrar os planos de reeleição de Mauricio Macri.
De um lado, Alberto funda, em fevereiro de 2018, o Grupo Callao, think tank que reúne uma geração mais jovem de economistas e pesquisadores - um grupo, na visão do advogado, com vocação para renovar as lideranças do peronismo.
De outro, Cristina volta a dialogar com quadros do Partido Justicialista.
Desse processo de reaproximação, e da avaliação de que Cristina, sozinha, não conseguiria vencer as eleições, surgiu a chapa encabeçada por Alberto.

Alberto FernándezDireito de imagemEPA
Image captionAlberto Fernández foi chefe de gabinete da então presidente Cristina Kirchner até 2008, quando pediu demissão

A ex-presidente reúne tradicionalmente algo entre 25% e 30% dos votos, mas enfrenta um nível alto de rejeição, inclusive dentro do movimento peronista.
O lançamento de Alberto como cabeça de chapa seria um aceno à ala mais moderada, aos eleitores de centro.
Segundo Valdés, o amigo de faculdade nunca tinha pensado em se candidatar a um cargo eletivo em 30 anos de vida pública porque seu nome nunca havia aparecido em pesquisas.
Nesse sentido, a cientista política Maria Esperanza Casullo observa que o peronismo já tentou alçar quadros técnicos às urnas outras vezes, sem muito sucesso.
Ela cita o exemplo de Roberto Lavagna, que foi ministro da Economia entre 2002 e 2005, durante a recuperação do país pós-crise de 2001, e saiu do governo após se desentender com Néstor.
Foi candidato à presidência da Argentina em 2007, 2015 e 2019. Nestas últimas eleições, conquistou apenas 6% dos votos válidos.
"Não é uma transição fácil", diz a professora da Universidade Nacional de Río Negro (UNSAM).

Fã de Dylan, dono de cachorro instagramer e pró-Lula Livre

Apesar da aparência de político tradicional e dos 60 anos, Alberto é um usuário ativo das mídias sociais, inclusive do Instagram, rede na qual tem conta desde 2016.
Não só ele — seu cachorro Dylan também tem um perfil e soma mais de 76 mil seguidores.
O nome é uma homenagem ao cantor americano Bob Dylan. Fã de rock, o novo presidente da Argentina toca violão e guitarra e teve como professor um de seus ídolos, o cantor e compositor argentino Litto Nebia, conta Valdés.
Formou-se como advogado na Universidade de Buenos Aires em 1983 e desde 1985 dá aulas na instituição, em disciplinas de Direito e Processo Penal.
Entrou para a política cedo, ainda no governo Raúl Alfonsín, que assumiu a presidência logo após o fim da ditadura militar em 83.
Chegou a ter cargo na administração de Menem, mas renunciou em 1995 por discordar de políticas do então presidente.
Segundo a imprensa argentina, é dono de dois imóveis na Recoleta, mas vive em um apartamento alugado no complexo River View, no bairro nobre de Puerto Madero, com a namorada, a atriz e jornalista Fabiola Yañes.
Ao longo da campanha eleitoral, Fernández se posicionou em relação a temas importantes da política brasileira, com respostas ácidas ao presidente Jair Bolsonaro e defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O mais enérgico se deu logo após as primárias, quando Bolsonaro afirmou que vitória da oposição poderia transformar a Argentina "em uma Venezuela". "Celebro que ele fale mal de mim, um racista, misógino e violento", rebateu Fernández, que contemporizou afirmando que o Brasil seria sempre o "principal sócio" da Argentina.
O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, chegou a dizer que o Brasil poderia deixar o Mercosul se o candidato de esquerda vencesse e decidisse "fechar a economia" para o comércio internacional.
Em julho, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba em julho, e na ocasião disse que revisaria o acordo anunciado entre União Europeia e Mercosul porque, em sua opinião, ele foi acelerado para influenciar o pleito argentino, mas prejudicaria a indústria nacional.
No domingo, dia de votação, o agora eleito publicou uma foto em rede social em homenagem ao aniversário do petista, a quem chama de amigo. "Um homem extraordinário que está injustamente preso."

Quem vai mandar?

Entre as muitas dúvidas que pairam sobre a presidência de Alberto Fernández está o papel de Cristina Kirchner — se a ex-presidente se reservaria às atribuições de vice ou se teria ingerência mais ampla sobre o governo.
"Todo mundo tem medo de que esteja sendo gestado algo semelhante a um Medvedev-Putin", diz Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), em referência a Dimitri Medvedev, eleito presidente da Rússia em 2008 e fortemente influenciado pelo antecessor e padrinho político Vladimir Putin.
O próprio economista aponta, entretanto, três razões para que algo parecido não aconteça na Argentina.
A postura historicamente mais combativa de Alberto Fernández, que rompeu com Cristina quando deixou de ser ouvido, por exemplo.
As ações às quais Cristina responde na Justiça, um incentivo para que ela evite grandes embates.
E o fato de o Partido Justicialista ser uma combinação de diversas correntes, das quais o kirchnerismo é apenas uma — ou seja, há outros movimentos dentro do partido que o novo presidente também deve tentar conciliar.
Algo a se observar, acrescenta o cientista político Lucas Romero, é a relação entre Alberto e Axel Kicillof, recém-eleito governador da província de Buenos Aires.
Foi ministro da economia de Cristina entre 2013 e 2015 e é considerado o futuro do projeto político da ex-presidente.
A província de Buenos Aires, ele explica, tem um deficit fiscal estrutural e uma série de carências em infraestrutura — por isso, a relação com o governo federal não costuma ser fácil.
"É preciso ver se Cristina vai tentar atuar como árbitro e interceder pelas demandas do afilhado político ante o presidente", avalia o diretor da diretor da consultora Synopsis.
Kicillof é amigo do filho da vice-presidente, Máximo Kirchner, e um economista de orientação heterodoxa, com ideias tão ou mais à esquerda do que a própria ex-presidente nessa área, lembra Livio Ribeiro, do Ibre-FGV.
"É o grande nome da Cámpora (juventude do movimento kirchnerista), o futuro desse projeto político do kirchnerismo. Por isso esse equilíbrio (entre governo federal e provincial) é mais sério."
Com Informações de Camilla Veras Mota - 
Enviada da BBC News Brasil a Buenos Aires.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 27 de outubro de 2019

João Lira faz mistério sobre Secretaria de Educação de Bom Jardim


O prefeito João Lira (PSD), ainda não fez o anúncio de quem assumirá  o comando da Secretaria de Educação do Bom Jardim. Na quinta-feira, 24 de outubro 2019, após chegar de Brasília,  divulgou para sua vice-prefeita, Ivonete Ivo e para o secretário de administração Lúcio Mário Cabral,  a necessidade de exonerar o secretário João Neto.  De imediato, o prefeito solicitou que fosse redigida a Portaria de Exoneração. Em seguida, determinou que fosse entregue ao ex-secretário o comunicado oficial.

A medida agradou uns e desagradou outros. O motivo é insatisfação, insegurança, ceticismo exagerado, eleições 2020. Houve até quem soltou fogos para comemorar o fato. Na verdade, todo Bom Jardim já esperava, curtia tal situação desde 2018.  Todos os envolvidos ficavam  esperando um pela decisão, atitude de coragem do outro. Descontentamentos de ambos os lados eram percebidos desde o ano passado. A "novela" anunciava,  previa para todo final do mês, este capítulo, "separação política".

O próximo capítulo é: Quem vai assumir a Secretaria de Educação do Bom Jardim? Será um técnico da equipe? Será a diretora de educação? Será a sobrinha do prefeito? Será uma ex-diretora da escola estadual? Será uma indicação política? Será um secretário de outra pasta? Será alguém de outro município? Será um ex-aliado político? Será uma ex-secretária de outra cidade? Será a diretora? Será homem ou mulher? Será que vai ser um sucesso ou um fracasso? Será que entende mesmo de educação, gestão, políticas públicas? Será que será? Será que conhece de fato o que é educação? Será que "terá carta branca"?  Será que a educação municipal irá ganhar com essa situação? Será que será? 

A política mexe com educação e educação mexe na política. Por enquanto, a falação é grande nos grupos das redes sociais, nas conversas de todos os lugares. A campanha de prefeito já começou em Bom Jardim, Pernambuco, Brasil. Há muitos debates, discussões, propagandas nas redes sociais, carros que faz praça, conversas de amigos e adversários.

Este é um bom momento para o prefeito João Lira tomar uma decisão acertada, rever ações, metodologias e medidas administrativas para o bem da educação do povo bonjardinense. É hora de pensar com calma, pensar um projeto com medidas bem estruturadoras, inovadoras, sustentáveis com a participação de todos pelo bem da educação. 

Confira as falas de João X João:

"Amigos bonjardinenses, diante dos fatos, atos e direitos garantidos a todos os brasileiros, que todos que tiver em pleno exercício dos direitos políticos, é garantido pela CF de VOTAR e ser VOTADO, e respeitado a vontade do Sr. João Neto, achamos prudente, coerente e até cordial, baixar Portaria Exonerando do Cargo de Secretário de Educação do nosso município, o Senhor João Neto para que o mesmo sinta-se bem mais à vontade para conduzir sua pré-campanha a prefeito no próximo ano, como assim também e à vontade e desejo de alguns eleitores. Na oportunidade quero agradecer ao nobre ex-Secretário pelo período que passou a frente da Secretaria de Educação, deseja-lhe sucesso na sua nova trajetória". *João Lira, o prefeito. (Facebook)






"Hoje pela noite recebi em minha casa o Secretário de Administração e amigo Lúcio Mário Cabral com uma carta me informando que eu havia sido exonerado do cargo de Secretário de Educação do município de Bom Jardim, mediante este fato queria tão somente expressar meu sentimento de gratidão e encerrar um ciclo iniciado em janeiro de 2017, quando fui empossado como Secretário de Educação da nossa amada Bom Jardim. Despeço-me tomado por um sentimento muito forte e muito representativo destes quase 03 anos que marcaram a minha passagem pela Secretaria Municipal de Educação: A GRATIDÃO.
Nesse breve espaço de tempo, procurei focar numa educação de qualidade para os estudantes e para os nobres colegas professores, valorizando o trabalho daqueles que se empenharam de forma extraordinária e jamais vista para mudar a realidade educacional do nosso município.
Diante de todas os avanços e vitórias obtidas, afirmo que estou com a sensação de dever cumprido, pois tenho a certeza de que minha gestão foi permeada pela união de esforços, pela humildade e principalmente pelo amor à causa da educação.
Dessa forma, venho aqui agradecer aos gestores escolares pelo apoio e dedicação inestimável, a todos que fazem e fizeram parte da “casa de educação” por todo o empenho e comprometimento na execução de suas tarefas, a todos os professores e funcionários por acreditarem e colaborarem no sonho de fazer da nossa Educação uma referência para a região. Tenho orgulho de ter feito parte dessa equipe!
Enfim, não poderia deixar de agradecer a minha família e amigos pela paciência, pois sempre estiveram ao meu lado me apoiando nos momentos de alegria e de angústia e trabalhando junto. O apoio e a parceria de todos foi fundamental para conseguirmos chegar tão longe e mudar a realidade educacional desse município tão promissor.
Meus desejos sinceros de que a nossa Educação continue a avançar, a prosperar, a formar e preparar a nossa juventude para um futuro que eles e Bom Jardim merecem, sempre próspero.
Recebam um forte abraço!
*João Neto - Janjão, ex-secretário. (Facebook)


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Gravação indica que Domingos Brazão mandou Marielle

Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro. Foto: Mário Vasconcellos/CMRJ
MARIELLE FRANCO, VEREADORA ASSASSINADA NO RIO DE JANEIRO. FOTO: MÁRIO VASCONCELLOS/CMRJ

A vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes foram mortos a mando do político Domingos Brazão, que pagou por 500 mil reais pelo crime. É o que afirma o miliciano Jorge Alberto Moreth, durante uma conversa telefônica com o vereador Marcello Sicilliano (PHS), segundo documentos do Ministério Público Federal (MPF) obtidos pelo portal UOL.
Raquel Dodge, quando ainda ocupava o cargo de procuradora-geral da República, apresentou ao Superior Tribunal de Justiça denúncia por obstrução no caso Marielle.
Na gravação, o miliciano aponta os três verdadeiros assassinos da vereadora: Leonardo Gouveia da Silva, o Mad, Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho.
Os indivíduos citados são matadores de aluguel do Escritório do Crime e chefiam uma milícia no Morro do Fubá, na zona norte do Rio de Janeiro, indicam investigações da Polícia Civil.
De acordo com Moreth, um dos líderes da milícia em Rio das Pedras – onde Brazão tem grande influência eleitoral -, o crime teve o comando de Ronald Paulo Alves Pereira, major da Polícia Militar (PM) e o apoio do major Ronald Paulo, que estava em outro carro no momento do assassinato.

A ligação, encontrada no celular de Sicilliano pela Polícia Federal, ocorreu em 8 de fevereiro de 2019. Na época, o vereador e o miliciano Orlando Araújo eram suspeitos de envolvimento no crime.
Moreth está preso desde maio.
Também estão detidos o PM da reserva Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. Para a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro, eles são os assassinos da vereadora. Ambos negam participação no caso.
Diálogos
Na gravação, Sicilliano pergunta a Moreth quem era o mandante do crime. O miliciano responde que havia sido Brazão, adversário eleitoral do vereador. “Os moleques foram lá, montaram uma cabrazinha, fizeram o trabalho de casa, tudo bonitinho, ba-ba-ba, escoltaram, esperaram, papa-pa, pa-pa-pa pum. Foram lá e tacaram fogo nela [Marielle].”
O assassinato custou 500 mil e teria sido intermediado pelo ex-PM Marcus Vinicius Reis dos Santos, o Fininho, também membro da milícia de Rio das Pedras.
Moreth: Sim. Tu não conhece o “Fininho” não cara, que trabalha pro Brazão aqui no Rio das Pedras não? (…) Ele fez esse contato, o bagulhinho foi quinhentos conto, irmão, pra matar aquela merda, quinhentos cruzeiros. Cada um levou uma pontinha, o carro saiu realmente lá de cima do Floresta [um clube na zona oeste do Rio], eles foram lá, tiraram foto, câmera, ba-ba-ba, só que o carro era um doublé e o carro já acabou, a arma já acabou. Um dos moleques já está foragido por outras coisas, eles têm pica pra caralho. De todos esses caras que morreram eles têm pica. Quem empurrou foi os três moleques a mando de Sr Brazão, simples.
Na conversa, Moreth diz não saber a motivação do crime. “Agora, a motivação do Brazão, se foi por motivo torpe, ou por ganância, ou por raiva da mulher, por qualquer coisa … porque eles não acharam que ia dar essa repercussão toda, chefe!”
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 26 de outubro de 2019

Chile:um povo unido contra a mentira e a exploração do capitalismo




Chile, 2019. Mais de um milhão de manifestantes em Santiago.
Sexta-feira, 18 de outubro - Começa um protesto contra o aumento do bilhete de metrô, que passou de 800 para 830 pesos (depois de outro aumento de 20 pesos em janeiro). A população ficou revoltada depois de uma onda de aumentos em diferentes setores.
O prédio da empresa de energia elétrica ENEL e uma filial do Banco Chile, ambos no centro, são incendiados, assim como várias estações de metrô, enquanto confrontos entre manifestantes e policiais aconteciam em diferentes partes da cidade.
À noite, o presidente Sebastián Piñera decreta estado de emergência em Santiago e estipula toque de recolher.
Sábado, 19 de outubro - Milhares de pessoas protestam contra injustiças sociais em Santiago e entram em confronto com militares. Os manifestantes lutam contra o aumento nos preços de combustíveis, remédios, alimentos, e também da água, que é completamente privatizada. Sem sistema de previdência pública, o Chile teve número recorde de suicídios entre idosos, por conta de não conseguirem custear remédios, alimentação, e moradia.
Pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), milhares de soldados são enviados para as ruas, e o toque de recolher se dá de forma extremamente violenta.
Domingo, dia 20 de outubro - Os tumultos continuam, com novos confrontos no centro de Santiago. Pelo menos 78 estações de metrô sofrem depredações. Algumas delas foram completamente destruídas.
O estado de emergência se estende a nove das 16 regiões do país, e um toque de recolher é anunciado para a noite.


O presidente Piñera dá uma declaração: “Estamos em guerra contra um inimigo poderoso (povo) e implacável, que não respeita nada, nem ninguém, e está disposto a usar a violência e o crime sem qualquer limite".
Segunda, dia 21 de outubro - Quase todas as escolas e universidades da capital suspendem as aulas. O transporte público segue mas ainda bastante alterado. Longas filas se formam em postos de gasolina e supermercados. Piñera convoca uma reunião para o dia seguinte com os partidos políticos, para tentar alcançar um "pacto social".
Terça-feira, dia 22 de outubro - Apesar do pedido de "perdão" do presidente e do anúncio de um pacote de medidas sociais – aumento das pensões mais baixas, congelamento das tarifas de eletricidade –, a insatisfação social não diminui. Os principais sindicatos e movimentos sociais do país convocam uma greve geral.
Quarta-feira, dia 23 - Primeiro dia de greve, as manifestações continuam em várias cidades do Chile. Milhares de pessoas ocupam as ruas de Santiago, exigindo o fim das medidas de exceção e que "os militares voltem para o quartel". A multidão também exige respostas para a pior crise social do país em 30 anos.
O movimento é acompanhado pelos poderosos sindicatos das minas de cobre – o Chile é o principal produtor mundial desta commodity –, do pessoal da saúde e do setor portuário.
O governo apela à reserva militar e solicita mais 20.000 homens para “manter a ordem” nas ruas.
Fim do toque de recolher
Quinta-feira, dia 24 de outubro - As greves e manifestações continuam. Piñera anuncia um plano para encerrar o toque de recolher e pôr fim ao estado de emergência.

Desde o início do movimento, 19 pessoas morreram, incluindo uma criança de 4 anos, e 584 ficaram feridas, como resultado dos distúrbios que também levaram a centenas de detenções, de acordo com relatório do Instituto Nacional de Direitos Humanos.
Com Quebrando o TabuProfessor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Umari triste com a morte de João Pedro, filho do vereador Lenílson do Posto



Faleceu na manhã desta sexta-feira, em Recife, o garoto João Pedro de Souza Lima, aos 6 anos de idade, filho do casal Lenílson Lima e Joselany, ele vereador do município do Bom Jardim-PE.  O corpo de  João Pedro está sendo velado na residência dos seus pais na Vila Umari (sede do 4º Distrito do Bom Jardim-PE) e será sepultado neste sábado (26) no Cemitério de Surubim, às 16 horas. 

O garoto era aluno da Escola Monsenhor Jonas Menezes e Silva, em João Alfredo.


Com informações de Dimas Santos

Professor Edgar Bom Jardim - PE