sábado, 26 de outubro de 2019

Chile:um povo unido contra a mentira e a exploração do capitalismo




Chile, 2019. Mais de um milhão de manifestantes em Santiago.
Sexta-feira, 18 de outubro - Começa um protesto contra o aumento do bilhete de metrô, que passou de 800 para 830 pesos (depois de outro aumento de 20 pesos em janeiro). A população ficou revoltada depois de uma onda de aumentos em diferentes setores.
O prédio da empresa de energia elétrica ENEL e uma filial do Banco Chile, ambos no centro, são incendiados, assim como várias estações de metrô, enquanto confrontos entre manifestantes e policiais aconteciam em diferentes partes da cidade.
À noite, o presidente Sebastián Piñera decreta estado de emergência em Santiago e estipula toque de recolher.
Sábado, 19 de outubro - Milhares de pessoas protestam contra injustiças sociais em Santiago e entram em confronto com militares. Os manifestantes lutam contra o aumento nos preços de combustíveis, remédios, alimentos, e também da água, que é completamente privatizada. Sem sistema de previdência pública, o Chile teve número recorde de suicídios entre idosos, por conta de não conseguirem custear remédios, alimentação, e moradia.
Pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), milhares de soldados são enviados para as ruas, e o toque de recolher se dá de forma extremamente violenta.
Domingo, dia 20 de outubro - Os tumultos continuam, com novos confrontos no centro de Santiago. Pelo menos 78 estações de metrô sofrem depredações. Algumas delas foram completamente destruídas.
O estado de emergência se estende a nove das 16 regiões do país, e um toque de recolher é anunciado para a noite.


O presidente Piñera dá uma declaração: “Estamos em guerra contra um inimigo poderoso (povo) e implacável, que não respeita nada, nem ninguém, e está disposto a usar a violência e o crime sem qualquer limite".
Segunda, dia 21 de outubro - Quase todas as escolas e universidades da capital suspendem as aulas. O transporte público segue mas ainda bastante alterado. Longas filas se formam em postos de gasolina e supermercados. Piñera convoca uma reunião para o dia seguinte com os partidos políticos, para tentar alcançar um "pacto social".
Terça-feira, dia 22 de outubro - Apesar do pedido de "perdão" do presidente e do anúncio de um pacote de medidas sociais – aumento das pensões mais baixas, congelamento das tarifas de eletricidade –, a insatisfação social não diminui. Os principais sindicatos e movimentos sociais do país convocam uma greve geral.
Quarta-feira, dia 23 - Primeiro dia de greve, as manifestações continuam em várias cidades do Chile. Milhares de pessoas ocupam as ruas de Santiago, exigindo o fim das medidas de exceção e que "os militares voltem para o quartel". A multidão também exige respostas para a pior crise social do país em 30 anos.
O movimento é acompanhado pelos poderosos sindicatos das minas de cobre – o Chile é o principal produtor mundial desta commodity –, do pessoal da saúde e do setor portuário.
O governo apela à reserva militar e solicita mais 20.000 homens para “manter a ordem” nas ruas.
Fim do toque de recolher
Quinta-feira, dia 24 de outubro - As greves e manifestações continuam. Piñera anuncia um plano para encerrar o toque de recolher e pôr fim ao estado de emergência.

Desde o início do movimento, 19 pessoas morreram, incluindo uma criança de 4 anos, e 584 ficaram feridas, como resultado dos distúrbios que também levaram a centenas de detenções, de acordo com relatório do Instituto Nacional de Direitos Humanos.
Com Quebrando o TabuProfessor Edgar Bom Jardim - PE

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