terça-feira, 23 de abril de 2019

Tchutchucada: Comissão de Constituição e Justiça aprovou proposta de reforma da Previdência



Projeto vai para comissão especial
Depois de 10 horas de sessão, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou, nesta terça-feira 23, o projeto da reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Essa é a primeira fase para a aprovação do projeto, que passou pela análise dos deputados sobre a constitucionalidade da proposta apresentada pelo governo e obteve 48 fotos a favor contra 16.
No dia 9 de abril, o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), relator da reforma da Previdência na CCJ,  votou pela admissibilidade do projeto. Na sessão desta terça-feira, 45 deputados seguiram o relator e consideraram a proposta constitucional.
Os dados que embasaram o projeto e foram considerados sigilosos sofreram pedido de anulação por parte da oposição. O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu a liberação dos dados até a próxima quinta-feira, 25.
Os partidos do centrão, junto à oposição, tentaram articular o adiamento do debate, enquanto o governo tentou antecipar a votação. O presidente Jair Bolsonaro quer aprovar o projeto ainda no primeiro semestre, mas a articulação do governo tem feito alguns partidos deixarem de apoiar o presidente.
O deputado Alessandro Molon (PSB), líder da oposição na Câmara, tentou barrar a votação ao entrar com mandado de segurança na Justiça do Distrito Federal para que a votação não fosse realizada antes da derrubada do sigilo dos dados.
Entramos com mandado de segurança na Justiça do DF para que sejam abertos os números que embasam a Reforma da Previdência de Bolsonaro, e para que a votação na CCJ não aconteça antes que o sigilo seja derrubado. Este debate requer transparência, em respeito à população. pic.twitter.com/kZkbRJuCmN


Entramos com mandado de segurança na Justiça do DF para que sejam abertos os números que embasam a Reforma da Previdência de Bolsonaro, e para que a votação na CCJ não aconteça antes que o sigilo seja derrubado. Este debate requer transparência, em respeito à população.

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No fim da tarde, a deputada Jandira Feghali (PCdoB), líder da minoria, apresentou um requerimento com 1/5 do Congresso que dá o direito de sustar a tramitação do projeto até que os dados detalhados sobre o projeto sejam liberados aos deputados. Francischini insistiu em votar a matéria ainda hoje. E a maioria dos partidos disse não ao pedido da oposição.
Presidente da CCJ não pode atropelar a Constituição! A oposição reuniu as assinaturas necessárias p/ suspender a votação da Reforma da Previdência por 20 dias, p/ que o governo apresente os dados que até o momento escondeu, mas o presidente se recusa a aceitar o requerimento.

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Próximos passos

Na comissão especial será examinado o mérito da proposição. Essa comissão terá o prazo de 40 sessões do plenário, a partir de sua formação, para aprovar um parecer. Para Felipe Francischini (PSL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, é uma liberalidade do ministro Paulo Guedes enviar os dados ou não. O deputado defende que é responsabilidade da Comissão Especial analisar os méritos e números.
Ali poderão ser apresentadas emendas, com o mínimo de 171 assinaturas de deputados cada uma, no prazo de dez sessões do plenário.
Após a publicação do parecer e intervalo de duas sessões, a proposta será incluída na ordem do dia do plenário, onde será submetida a dois turnos de discussão e votação.
Entre os dois turnos, há um intervalo de cinco sessões do plenário. Para ser aprovada, a proposta precisa ter, em ambos os turnos, 3/5 dos votos dos deputados (308), em votação nominal. Em seguida, o texto vai para o Senado onde será submetido a uma nova tramitação.

Entenda a proposta

Para a aprovação na CCJ, o governo se reuniu na segunda 22 para realizar a mudança dos seguintes pontos no parecer do projeto:
  • O fim do pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
  • A alteração da idade máxima de aposentadoria compulsória para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que seria possibilitada por lei complementar.
  • A exclusividade do Foro do Distrito Federal para julgar processos contra a reforma.
  • O garantia que somente o Executivo tenha a possibilidade de propor mudanças na Previdência.
O projeto mantém a mudança na idade mínima: de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, e estabelece três regras de transição. Antes vinculadas ao salário total, as alíquotas de contribuição passam a aumentar conforme a faixa salarial, podendo chegar a 14%. A lógica é semelhante à do Imposto de Renda.
Outro ponto de destaque é a mudança no regime próprio dos servidores públicos. Na prática, o texto dificulta o acesso e reduz o valor dos benefícios. No caso dos servidores, a alíquota de contribuição pode chegar a 22%. A idade mínima de aposentadoria dos professores será de 60 anos (antes não havia idade mínima), e com no mínimo 30 anos de contribuição.



A apresentação também detalha a proposta do governo para regimes de capitalização.

Com informação de Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Conta de luz vai ficar mais cara


Energia
EnergiaFoto: ABR
Os consumidores da distribuidora de energia pernambucana Celpe terão um reajuste médio nas tarifas da contas de luz de 5,04%. Para os consumidores residenciais, o aumento será de 5,14%.
A Celpe atende cerca de 3,7 milhões de unidades consumidoras em 185 municípios de Pernambuco. Os novos valores, aprovados nesta terça-feira (23) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), começam a valer no dia 29 de abril.
De acordo com a Aneel, ao calcular o reajuste, conforme estabelecido no contrato de concessão, a agência considera a variação de custos associados à prestação do serviço. Entre os itens que contribuíram para o aumento da tarifa estão o custo de aquisição de energia, que teve peso de 4,45%; a inclusão de componentes financeiros, com 6,51% e os custos de distribuição, com 2,34%.
Cooperativas
A Aneel também aprovou hoje o reajuste tarifário de cinco cooperativas de eletrificação rural localizadas nos estados de Sergipe, São Paulo e Rio de Janeiro. A Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento Rural Centro Sul de Sergipe (Cercos) teve reajuste médio de 7,29%; a Cooperativa de Eletrificação Rural de Itaí–Paranapanema–Avaí (Ceripa) teve reajuste médio de 12,84%; a Cooperativa de Eletrificação Rural de Resende (Ceres), teve aumento de 16,67%; a Cooperativa Regional de Eletrificação Rural Cachoeiras – Itaboraí (Cerci) e a Cooperativa de Eletrificação Rural de Araruama (Ceral Araruama), ambas com reajuste de 10% cada.
As cooperativas Ceres, Cerci e Ceral ficam no estado do Rio de Janeiro, a Cercos em Sergipe e a Ceripa em São Paulo. Os novos índices também entram em vigor em 29 de abril
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Vice-presidente afirmou que o escritor Olavo de Carvalho 'não está sendo bom para o governo'



BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão ironizou nesta segunda-feira, 22, as críticas a militares feitas em vídeo pelo escritor Olavo de Carvalho. Em resposta à divulgação do vídeo, Mourão afirmou que Olavo deveria se concentrar no exercício da "função de astrólogo" por ser a que ele "desempenha bem".
vídeo em que Olavo de Carvalho aparece fazendo duras críticas aos militares chegou a ser compartilhado no sábado pela conta oficial do presidente Jair Bolsonaro no YouTube, mas foi apagado no domingo. "Qual a última contribuição das escolas militares à alta cultura nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada", disse Carvalho.
Segundo Mourão, Bolsonaro teria dito que não viu o vídeo e que ele 'deve ter sido' compartilhado por outra pessoa. Um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro republicou o vídeo no domingo. "Em relação ao Olavo de Carvalho, mostra o total desconhecimento dele de como funciona o ensino militar. Acho até bom a gente convidar ele para ir nas nossas escolas e conhecer. E acho que ele, Olavo de Carvalho, deve se limitar à função que ele desempenha bem, que é de astrólogo. Pode continuar a prever as coisas que ele é bom nisso", afirmou Mourão.
Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão Foto: FABIO MOTTA / ESTADÃO
Questionado sobre se a série de ataques feitas pelo escritor aos militares gera um desconforto no governo, Mourão afirmou que o desconforto é apenas pessoal. "Olavo de Carvalho perdeu o timing e não sabe o que está acontecendo no Brasil, até porque ele mora nos Estados Unidos. Ele não está apoiando o governo e não está sendo bom para o governo", disse.
De acordo com o vice-presidente, ele não conversou com Bolsonaro ainda sobre o tema. "Até porque acho que ele prefere não dar maior repercussão ao que Olavo de Carvalho vem dizendo", afirmou. 

Pedido de impeachment

Além das críticas de Olavo, Mourão também foi alvo de um pedido de impeachment. O vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), acusa o general da reserva de “conduta indecorosa, desonrosa e indigna” e de “conspirar” para conseguir o cargo de presidente. 

Um dos argumentos sustentados no pedido é uma “curtida” (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. “A denúncia por crime de responsabilidade contra Mourão se deu por comportamento indecoroso em várias ocasiões. Exemplo: na medida em que ele curtiu tweet de Rachel Sheherazade, detonando com o presidente Jair Bolsonaro, o louvando como melhor opção para governar o País.” / COLABOROU RENATO ONOFRE
Com informações de Estadão
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Educação:Pais x professores - a ciência pode ajudar a diminuir essa tensão



Crédito: Arquivo/Agência Brasil

A boa vontade é uma virtude supervalorizada em educação. Dada a ausência do básico em muitas escolas país afora, transformamos uma virtude em ferramenta de trabalho. Um dos resultados é fácil de auferir. Hoje, a relação entre pais e professores está ruim de dar dó. Quem é o culpado favorito? A boa vontade, apontada como sujeito ausente em muitas conversas país afora - tanto na sala de professores quanto na sala de estar.
Pois bem, trago algumas notícias. A primeira é amarga. A boa vontade, tal como a gentileza, é muito apreciada por aqui, importante, de verdade. Porém, ela não vai mudar o mundo e é incapaz de mudar situações em que a reunião de pais e mestres já foi para o cantinho da disciplina (o famoso brejo escolar). A segunda é melhor - e não necessariamente mais fácil de engolir. Existe muita ciência para melhorar esse diálogo entre a turma do “meu filho perfeito, minhas regras maravilhosas” versus “seu filho insuportável, minha aula destruída”

Recentemente, visitei uma escola pública em San Diego, extremo sul da Califórnia (EUA). Para os padrões americanos, era uma instituição modesta. Se não fosse pela abundância de computadores, poderia estar em um bairro de classe média baixa de São Paulo. Fui até lá durante uma viagem pela Nova Escola e, confesso, me surpreendi pouco - exceto por um cargo muito específico da instituição. Havia uma pessoa responsável por organizar a relação entre pais e mestres, veja só. “Rapaz, temos aí uma pessoa capaz de colocar fim ao conflito Israel e Palestina”, tive vontade de falar (mas não falei). Fui conversar com ele e recebi um choque de esperança (nem sabia que ainda era capaz de nutrir tão bela sensação).
Antes da criação do posto, as escolas pobres de San Diego tinham problemas semelhantes a muitas escolas brasileiras, independentemente da classe social. A discussão entre pais e professores, tal como aqui, também era recheada de ressentimento e desconfiança. Alguns anos atrás, a escola geralmente só chamava os responsáveis quando algo dava errado ou para cobrar algo - de nota a disciplina. Muitas mães e pais também não colaboravam e adotavam a política da relação mínima com a instituição. Só procuravam a escola quando algo dava muito errado.
O especialista de San Diego me contou como as coisas começaram a mudar. Primeiro passo: no começo do ano, eles substituíram as terríveis e burocráticas reuniões sobre material escolar e deveres por um encontro sobre os sonhos dos pais para seus filhos. Em vez de começar a relação com o confronto, cada um dividiu desejos e aspirações sobre os pequenos entre si.
Depois, e isso se repete ao longo do ano, os professores compartilham os resultados dos estudantes. Isso inclui não apenas as notas nas provas, mas observações sobre comportamento e relação com os outros colegas. O objetivo é mostrar o quão perto (ou distante) está o aluno do sonho do pai e do sonho do próprio aluno.
Por fim, os professores ensinam os pais a estudar junto com seus filhos. Como fazer os deveres de um jeito construtivo, como tirar dúvidas, o que ler, o que pesquisar. Os pais têm orientações simples sobre como se relacionar com a vida escolar dos seus filhos. Não se sentem perdidos nem impotentes.
Resultado? A escola consegue provar que, quando os pais participam, a vida dos meninos e meninas melhora. O estresse diminuiu muito e os estudantes começaram a ir muito melhor - nas notas e na vida. 
Fiquei surpreso com a clareza e a segurança das orientações. Imaginei que o especialista fosse me dizer algo que sempre escuto em escolas Brasil afora: “Com um pouquinho de boa vontade, dá para fazer grandes mudanças”. Em vez disso, ele me passou o endereço de um site da escola de educação de Harvard e me convidou a participar do congresso americano sobre pais e professores.
Obviamente, me afundei nas pesquisas. No site de Harvard, há orientações sobre como estudar matemática com os filhos e como envolver os pais (se você lê em inglês, veja aqui). Em outro endereço, há dicas muito úteis sobre o que professores devem (e não devem) fazer com os dados dos estudantes (dica prática: a humilhação pública não é educativa).
Também há pesquisas sobre os efeitos do envolvimento dos pais, mostrando como uma uma relação bem construída entre pais e professores aumenta a chance do dever de casa ser feito e diminui a quantidade de broncas que um educador deve dar em sala de aula.
Enfim, tem um universo de dicas práticas, construídas a partir de pesquisas, para resolver um dos maiores problemas da Educação no Brasil de hoje. E esse problema, aliás, tem consequências não apenas para o desempenho dos estudantes, mas para a confecção de políticas públicas. Tenho certeza que se pais e professores tivessem uma relação melhor, debates como Educação Domiciliar e Escola sem Partido seriam muito menores.
Não me considero um otimista, mas há dias em que faço essa concessão. Quando a boa vontade encontra a ciência, coisas boas acontecem (pronto, abracei a poesia de papel colado no muro. Me desculpe).

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O inferno são os outros?


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A convivência é fundamental. Alimenta a  história, traz aprendizagens.Seria impossível haver uma solidão inatacável. A inquietude nos torna seres humanos envolvidos  por aventuras. Ficar escondido mostra que a covardia impede a invenção e o ânimo de criar as sociabilidades. Não dá para apagar os espelhos. Como deixar de olhar para os olhos dos outros? Como naufragar sem gritar por socorro e receber ajuda? A convivência não existe sem as dúvidas. Surgem as as dissonâncias, pois os conflitos e as diferenças não abandonaram a construção de cada época. Não é sem razão que existem inseguranças. Já se viu sem a embriaguez e dominado pela apatia?
As suspeições avisam que não somos seres acabados. Buscamos. Profetizamos. Desfazemos. A história não é resignação a destinos malditos. Sem o desejo de transformar, a desconfiança ganharia todos os espaços. Os outros nos ameaçam e podem nos expulsar de seus territórios. Mas a multiplicidades nos acena para as curvas, os abismos, as calmarias, os desapegos. Portanto, nomear tudo é impossível. A ambiguidade está presente, não é apenas um maniqueísmo tolo que nos sustenta. Acusamos, mostramos violências. Elas intimidam. Ficam na memória. Quem esquece dos deuses do Olimpo? As intrigas viajam, estão guardadas nas memórias.
Os outros possuem seus projetos. Por que negar as discordâncias? A cultura sofistica, transcende, porém não elimina comportamentos que habilitam invejas. Os fracassos se abraçam com as culpas e as identidades flutuam perdidas. Não é fácil arquitetar uma geometria sossegada, com visibilidade plena. Observe como Picasso desenhou, imaginou figuras, dançou com as cores e as formas. A convivência pede movimentos, apresenta pesadelos, daí os mitos, as fantasias, os infernos, os deuses enlouquecidos. Você sabe o que salvará o mundo?
Talvez, tudo seja um grande delírio. As lacunas não param de nos assombrar. Há quem desista de elaborar respostas e morram na agonia das perguntas. Temos que navegar. As idas e as vindas surpreendem. Nada está definido. O sempre é uma palavra que evita certos resgastes. O tempo é desafio. Treme, mascara-se, atiça. Os outros nos contemplam ou nos detestam? Parece estranho tantos quebra-cabeças. Lembre que as reações não são homogêneas. Imagine a sua ficção, o seu outro, seu abraço mais acolhedor. O caos e o cais formam um par eterno. Compreendê-lo é uma ousadia.
A astúcia de Ulisses

Professor Edgar Bom Jardim - PE

As memórias assanham dores ou escondem trapaças?



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As interpretações históricas atiçam reflexões. Não são uniformes.  Multiplicam as fantasias ou requerem cuidados com a objetividade. Um debate complexo que nos remete a muitas armadilhas. Quem consegue abraçar os sentimentos que andam pelos nossos corações? Quem critica as ações totalitárias? Quem celebra as rebeldias como encantamentos superiores? Não há como definir as certezas e congelá-las. A busca da verdade incomoda, merece análise, inquieta e sacode a experiência. Hoje, vivemos cercados de dúvidas, porém mecanismos de manipulação existem, de forma quase opressiva. Produzem perplexidades, confundem lembranças, refazem enganos.
Atravessar a história sem observar as ambiguidades é um grande escorregão. Nada indica que houve sossegos perenes e dádivas indiscutíveis. Freud assustou-se com a violência humana, Marcuse tentou saídas para nos livrar da unidimensionalidade e Adorno se frustrou com os genocídios arrasadores. As mudanças esperadas não aconteceram,  facharam as portas da liberdade e inventaram censuras abrangentes. Fica a angústia de não compreender as razões de cinismos tão frequentes. Consulta-se a memória. As dores se formam e os pesadelos convergem para as distopias.
A história continua, com balas e governos de privilégios. Não há expectativa de desarrumar as violências, acabar com a miséria ou refazer as aventuras tristes dos refugiados. Temos que manter os afetos próximos, conversar, imaginar . Entregar-se ao desespero não resolve. O absurdo não se apaga.  Ha quem justifique a ação das milícias e quem se ache dono de poderes inacabáveis. Para isso, os disfarces sempre se ampliam. Observem como a imprensa se comporta, desfaçam os sensacionalismos e não apaguem a forca dos interesses. Há enigmas treinados e mesquinhos. Os desejos são múltiplos, nunca serão decifrados de forma absoluta. A incompletude é ninho que desampara.
O jogo da memória é ousado. Quem o domina não deixa vazio para criar argumentos que empurram para um abismo sofisticado. Mesmo que a obscuridade permaneça, quem domina sabe da importância de controlar as emoções. O sistema de propaganda e anúncios é gigantesco, adoece as memórias. Chegam as depressões, as bipolaridades, o medo de enfrentar uma noite na rua. Refletir não significa que a moradia da história é um lixo, mas lançar suspeitas, não fixar regras inabaláveis. Perpetuar espertezas? Fragilizar sonhos? Nunca se atrapalhe, pois as perguntas não cessam. A construção da história é inquieta como a rebeldia de Prometeu. Não anula as esquizofrenias soltas no mundo.
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 21 de abril de 2019

O mundo todo é eSPORTe, Sport, Sport!

Guilherme marcou, de pênalti, para o Sport
Guilherme marcou, de pênalti, para o SportFoto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
Foi teste para cardíaco, mas o Sport manteve o tabu de 50 anos sem perder uma final estadual para o Náutico. Neste domingo (21), o Leão perdeu por 2x1 no tempo normal, na Ilha do Retiro, mas levou a melhor nos pênaltis, vencendo por 4x3, com Maílson sendo a grande estrela da noite ao defender as cobranças de Rafael Oliveira e Diego Silva. Com a conquista, o Leão faturou o seu 42º título estadual,aumentando ainda mais a sua hegemonia local.
Dentro de campo, as emoções deram as cartas logo nos minutos iniciais. Artilheiro do Campeonato Pernambucano com nove gols,Hernane Brocador foi atingido fora do lance por Suéliton, que deu uma cabeçada no atacante, aos sete minutos. O rubro-negro resolveu revidar e deu um tapa no rosto do alvirrubro. Depois de muita confusão no gramado, o árbitro decidiu pela expulsão dos dois atletas. Sem optar por fazer uma alteração para recompor a zaga, o técnico Márcio Goiano puxou Josa para a zaga e pagou caro pelo erro. Em tabela com Norberto, Guilherme saiu de frente para o gol e foi derrubado por Bruno. Na cobrança da penalidade, o próprio Guilherme bateu firme e abriu o placar para fazer a Ilha do Retiro explodir em festa.
Superior em campo, o Sport tirou o pé do acelerador com a vantagem. A reação alvirrubra demorou, mas começou a chegar aos 30 minutos, com Danilo Pires errando uma finalização na linha da pequena área. Porém, aos 39 veio o gol de empate. E de uma forma pouco provável. Em roubada de bola na saída de Charles, o zagueiro Diego Silva arriscou de fora, a bola desviou em Danilo Pires e morreu no fundo do gol, enganando Maílson. Os rubro-negros pediram um toque de mão de Danilo Pires, mas o árbitro validou o lance. O gol colocou fogo no jogo. Aos 47, Wallace Pernambucano foi lançado e mandou uma bomba na trave de Maílson, assustando os mandantes.
Precisando de um gol para levar a decisão para os pênaltis, o Náutico foi para o segundo tempo com uma postura ainda mais ofensiva, mas não conseguia criar chances claras de gol. Com Robinho e Thiago apagados, Wallace Pernambucano não conseguia ser municiado. No lado do Sport, a aposta era nos contra-ataques puxados quase sempre por Leandrinho. Aos 30, o próprio Leandrinho arriscou de fora e assustou Bruno. Mas, a virada do Náutico aconteceu aos 36 minutos. Após levantamento na área, Jiménez subiu entre os zagueiros rubro-negros e cabeceou sem chance para Maílson, levando a decisão para os pênaltis.
Nas cobranças, Wallace Pernambucano fez o primeiro. Em seguida, Élton empatou. Na segunda cobrança alvirrubra, Rafael Oliveira chutou para a grande defesa de Maílson, que espalmou. Logo depois, Norberto colocou o Sport na frente. Na sequência, Jiménez, Rafael Thyere, Hereda e Ronaldo converteram as suas cobranças. Até que o zagueiro Diego Silva parou em nova defesa de Maílson. Festa na Ilha do Retiro e Maílson ovacionado pela torcida.
Ficha do jogo
Sport 1 (4)
Maílson; Norberto, Rafael Thyere, Adryelson e Sander; Ronaldo, Charles, Guilherme (Leandrinho), Luan (Élton) e Ezequiel (Juninho); Hernane. 
Técnico: Guto Ferreira
Náutico 2 (3)Bruno; Hereda, Sueliton, Diego Silva e Assis; Josa, Luiz Henrique Danilo Pires (Jimenez); Robinho (Cisneiros), Thiago (Rafael Oliveira) e Wallace Pernambucano. Técnico: Márcio Goiano
Local: Ilha do Retiro (Recife/PE)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Assistentes: Kleber Lucio Gil e Alessandro Alvaro Rocha De Matos
Gols: Guilherme (aos 17 do 1ºT) e Diego Sillva (aos 39 do 1ºT). Jimenez (aos 36 do 2ºT)
Cartões amarelos: Luan, Adryelson, Ronaldo e Leandrinho (Sport). Hereda, Diego Silva e Jimenez (Náutico)
Cartões vermelhos: Hernane Brocador (Sport) e Sueliton (Náutico)
Público: 27.017.
Renda: R$ 940.660
Com informação de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mundo:Procurador liga suicídio de Alan García a depoimento de ex-diretor da Odebrecht


Alan Garcia. Foto: AFP
Alan Garcia. Foto: AFP
O funeral do ex-presidente do Peru Alan García terminou ontem, após dois dias de velório, com uma cerimônia de cremação e a leitura de uma carta-testamento que indica que o líder da Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra) premeditou sua morte. Investigado por corrupção e lavagem de dinheiro nos desdobramentos da Operação Lava Jato no país, García, que presidiu o Peru por duas vezes, deu um tiro na cabeça ao receber uma ordem de prisão temporária em sua casa, em Lima, na quarta-feira.

Sua carta só veio a público ontem. Foi lida pela filha, Luciana García Nores, em meio a centenas de militantes na Casa do Povo - sede do partido no centro de Lima. "Nossos adversários optaram por me criminalizar durante anos. Nunca encontraram nada. E agora os derrotei novamente", escreveu. "Por muitos anos, me defendi de insultos e a homenagem dos meus inimigos era dizer que Alan García era inteligente o suficiente para que nada se prove contra ele."

No texto, García diz ainda que sua missão foi levar a Apra ao poder em seus dois mandatos (1985-1990 e 2006-2011). Ele exalta seu legado político e cita obras feitas, principalmente no seu segundo governo. "Deixo a meus filhos a dignidade das minhas decisões. A meus companheiros, um sinal de orgulho. E meu cadáver como uma mostra de desprezo a meus adversários, porque cumpri a missão para a qual me dispus", concluiu García.

Militantes e dirigentes da Apra veem na carta e no fato de García andar armado desde novembro - quando o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, recusou um pedido de asilo- um sinal de que ele tinha em mente o suicídio como resposta às investigações. No velório, aliados disseram que a atuação do Ministério Público peruano era parcial e patrocinada pelo governo do presidente Martín Vizcarra.

"Quando o asilo foi negado, ele já sabia o que ia acontecer. Passou a andar armado, sentindo que tentariam prendê-lo. Era uma decisão que já estava tomada", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o dirigente da Apra Germán Luna, ao fim do velório.

Um procurador da força-tarefa da Lava Jato, ouvido pela reportagem em condição de anonimato, ligou o suicídio ao iminente depoimento de Jorge Barata, delator da Odebrecht no Peru. Barata deve falar com membros do MP a partir de segunda-feira, em Curitiba. 

O procurador acredita que o depoimento poderia dar os indícios que faltavam para apresentar um pedido de prisão preventiva do ex-presidente à Justiça - o pedido de prisão temporária, que antecedeu sua morte, foi feito para evitar a fuga de García antes do depoimento de Barata.

García estava envolvido em três investigações da procuradoria peruana. A primeira, envolvia doações ilegais de campanha feitas pela Odebrecht, em 2006, no valor de US$ 200 mil. A segunda diz respeito a contratos superfaturados para a construção do metrô de Lima. Também é investigada uma palestra que o ex-presidente fez em 2012 na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), pela qual recebeu US$ 100 mil.

Analistas políticos peruanos acreditam que o último ato de García teve dois objetivos: jogar a população contra as investigações - que já levaram à prisão dois ex-presidentes e a líder da oposição - e fortalecer a Apra. "A tendência agora é a Apra tentar transformar García em um mártir e ganhar força à frente da oposição contra Vizcarra, que não tem uma base de apoio clara no Congresso", disse o cientista político Arturo Maldonado
Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O fogo é do mundo?

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A perplexidade assusta cotidianamente.  Circulam coisas doloridas e perversas. O sensacionalismo corta , muitas vezes, a crítica e a solidariedade. A miséria habita regiões imensas. Come-se barro, as epidemias  vão e voltam. A mídia, porém, seleciona as notícias com preciosismo que dê retorno aos investimentos. Os  jornais não estão numa situação agradável. Há falências e descontroles. Portanto, se aproveitam da internacionalização dos espetáculos. Numa sociedade repleta de desenganos, as armadilhas são constantes. Explorar  aquilo que mexe com os privilegiados é uma conquistas nas vendas. Criam-se amarguras e apagam os desastres que acontecem no Haiti, em Angola, em Moçambique.É preciso valorizar o charme industrializado.
São apostas na ingenuidade ou esperteza dos negócios? As perdas culturais não devem ser desprezadas. O que aconteceu em Notre-Dame representa  desgraças e desenganos. Não há como menosprezar. Ainda existem incêndios que desmontam feitos de tantos séculos! Cadê a tecnologia? No entanto, não se pode esconder os desequilíbrios. As desigualdades são jogadas no lixo. A educação se concentra em quem se enche de grana? Por que não imaginar saídas para quem vive empurrões da fome e das violências políticas? O capitalismo atrai. Não faltam defensores. E os excessos não  atingem as maiorias? Quem ganha?
Parece que a sociedade não cuida das rebeldias e não analisa a expansão dos desgovernos. O cinismo virou uma prática.  Há soberanias tortas que roubam qualquer possibilidade de diálogo. É um incêndio que queima as liberdades e aumenta as esquizofrenias sociais. Insistir que o mundo das mercadorias é duma crueldade sem limites revela que é preciso sair do sufoco. Como alimentam-se absurdos e cultivar apatias! As sociabilidades se desmancham quando os afetos tem preços. As relações de poder denunciam uma escassez na forma de olhar o outro e de procurar as portas abertas dos labirintos.
Sempre as incertezas retomam seus lugares.A história possui curvas e estradas acidentadas. Inventaram luzes, salvações, paraísos, porém as incompletudes permanecem. O disfarce dita presenta. O engano é constituinte das manipulações. Joga-se com habilidade. Existem técnicas e especializações sofisticados. A escravização não se transformou. Continua. A complexidade social nos coloca no limite. Muitas notícias, crescentes interesses narcísicos. O fogo nos aquece e nos consome.Faltam respostas, sobram desalentos. As  dores não desistem de firmar seus lugares.
A astúcia de Ulisses.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Atores da Paixão fazem ação em Fazenda Nova


Os atores Priscila Fantin e Bruno Lopes aproveitaram um momento de folga para levar amor e sorrisos à Casa de Acolhimento, que cuida de 11 crianças que sofreram algum tipo de negligência familiar, no município de Brejo da Madre de Deus. Eles, que interpretam Maria e o apóstolo João, na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, subirão ao palco do espetáculo pela última vez na noite deste sábado (20).
Durante a tarde deste sábado (20), os atores brincaram e lancharam com as crianças, além de visitar todos os ambientes e conversar com as assistentes sociais para conhecer melhor o trabalho desenvolvido, como tem o hábito de fazer sempre que viajam com o próprio espetáculo.
A peça dos dois, “Precisamos falar de amor sem dizer eu te amo”, é itinerante e tem preocupação social, procurando sempre ajudar instituições filantrópicas locais. “Por todas as cidades que passamos, espalhamos amor. Seja fazendo sessão gratuita, arrecadando alimentos ou visitando, escutando e conversando. Convidamos nosso público a estender a mão junto com a gente”. disse Bruno.
“O título da nossa peça traz a reflexão de que amar não está nas palavras, mas na atenção ao outro. Olhar no olho, perceber que todos têm suas dificuldades e respeita-las. Estar aqui hoje e conhecer cada uma dessas crianças é importante.” acrescentou Priscila.
Um dos sonhos do casal, que abriu um escritório para gerir suas carreiras, é explorar o Brasil levando cultura às pessoas que não tem acesso. “Queríamos ter uma carreta-palco para chegar em qualquer lugar e fazer teatro”, concluíram. Priscila e Bruno, se despedem de Pernambuco neste domingo (21) e seguem para turnê na Bahia com o espetáculo “Precisamos falar de amor sem dizer eu te amo”
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE