segunda-feira, 22 de abril de 2019

As memórias assanham dores ou escondem trapaças?



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As interpretações históricas atiçam reflexões. Não são uniformes.  Multiplicam as fantasias ou requerem cuidados com a objetividade. Um debate complexo que nos remete a muitas armadilhas. Quem consegue abraçar os sentimentos que andam pelos nossos corações? Quem critica as ações totalitárias? Quem celebra as rebeldias como encantamentos superiores? Não há como definir as certezas e congelá-las. A busca da verdade incomoda, merece análise, inquieta e sacode a experiência. Hoje, vivemos cercados de dúvidas, porém mecanismos de manipulação existem, de forma quase opressiva. Produzem perplexidades, confundem lembranças, refazem enganos.
Atravessar a história sem observar as ambiguidades é um grande escorregão. Nada indica que houve sossegos perenes e dádivas indiscutíveis. Freud assustou-se com a violência humana, Marcuse tentou saídas para nos livrar da unidimensionalidade e Adorno se frustrou com os genocídios arrasadores. As mudanças esperadas não aconteceram,  facharam as portas da liberdade e inventaram censuras abrangentes. Fica a angústia de não compreender as razões de cinismos tão frequentes. Consulta-se a memória. As dores se formam e os pesadelos convergem para as distopias.
A história continua, com balas e governos de privilégios. Não há expectativa de desarrumar as violências, acabar com a miséria ou refazer as aventuras tristes dos refugiados. Temos que manter os afetos próximos, conversar, imaginar . Entregar-se ao desespero não resolve. O absurdo não se apaga.  Ha quem justifique a ação das milícias e quem se ache dono de poderes inacabáveis. Para isso, os disfarces sempre se ampliam. Observem como a imprensa se comporta, desfaçam os sensacionalismos e não apaguem a forca dos interesses. Há enigmas treinados e mesquinhos. Os desejos são múltiplos, nunca serão decifrados de forma absoluta. A incompletude é ninho que desampara.
O jogo da memória é ousado. Quem o domina não deixa vazio para criar argumentos que empurram para um abismo sofisticado. Mesmo que a obscuridade permaneça, quem domina sabe da importância de controlar as emoções. O sistema de propaganda e anúncios é gigantesco, adoece as memórias. Chegam as depressões, as bipolaridades, o medo de enfrentar uma noite na rua. Refletir não significa que a moradia da história é um lixo, mas lançar suspeitas, não fixar regras inabaláveis. Perpetuar espertezas? Fragilizar sonhos? Nunca se atrapalhe, pois as perguntas não cessam. A construção da história é inquieta como a rebeldia de Prometeu. Não anula as esquizofrenias soltas no mundo.
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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