terça-feira, 16 de abril de 2019

Mundo: o que se sabe sobre a tragédia que consumiu catedral de Notre-Dame, em Paris


As chamas que atingiram a catedral de Notre-Dame, em Paris, por volta de 18h50 desta segunda-feira (horário local), geraram nove horas de trabalho para controle do fogo, mobilização de mais de 500 bombeiros e lágrimas, orações e cantos de pessoas em todo o mundo.
Agora que o incêndio está controlado – os bombeiros continuam no local e estão avaliando os danos à estrutura –, autoridades e representantes da sociedade civil começam a fazer um balanço da tragédia.
Segundo o jornal francês Le Monde, não há registro de mortes decorrentes do incêndio, mas dois policiais e um bombeiro envolvidos na operação ficaram feridos.
Veja imagens do incêndio que atingiu a catedral de Notre-Dame
Jean-Claude Gallet, comandante dos bombeiros de Paris, afirmou à imprensa que, graças ao trabalho da corporação, a estrutura principal do monumento gótico de 850 anos, incluindo as duas torres, está "a salvo e preservada em sua totalidade"
No entanto, sabe-se que a agulha principal, em espiral, e a cúpula da igreja colapsaram.
Ainda não há notícias sobre o estado de alguns itens internos como vitrais e obras de arte – mas, segundo o reitor da catedral, Patrick Jacquin, duas das principais relíquias do monumento não foram danificadas: a Coroa de Espinhos e a túnica de São Luís.
Infográfico do incêndio
Discursando no entorno da Notre-Dame, o presidente francês, Emmanuel Macron, agradeceu ao trabalho dos bombeiros e anunciou o lançamento de uma campanha nacional para reconstruir as partes da catedral danificadas.
"A Notre-Dame de Paris é nossa história, nossa literatura. É o epicentro de nossa vida", disse Macron.
"Trata-se da catedral de todos os franceses, mesmo daqueles que nunca vieram aqui".
Macron perto de microfones e rodeado por assessores e membros da Igreja Católica nos arredores da Notre-Dame, durante noiteDireito de imagemEPA/PHILIPPE WOJAZER
Image caption'É o epicentro de nossa vida', disse Macron sobre o significado da catedral para os franceses

Estrutura em restauração

Ainda não há confirmação sobre as causas do acidente, mas a polícia de Paris afirmou que o fogo pode estar ligado aos trabalhos de restauração da catedral.
O prédio estava sendo restaurado desde o ano passado, quando a Igreja Católica da França fez um apelo por financiamento para salvar a estrutura, que estava com diversos problemas.
Com mais de 850 anos, a igreja de estilo gótico é o monumento histórico mais visitado da Europa, segundo o Le Monde.
Nas margens do Rio Sena, pessoas observam incêndio da catedral do outro lado, durante entardecerDireito de imagemFOUAD MAGHRANE/AFP
Image captionA catedral é visitada por milhões de pessoas todos os anos
Os bombeiros bloquearam um perímetro de segurança ao redor do local e os prédios em volta foram evacuados.
Fora do perímetro de segurança, milhares de pessoas observavam a tragédia. Algumas choravam, outras cantavam hinos e muitas filmavam o desastre com seus celulares.
A fumaça gerada pelo incêndio ultrapassou o entorno da catedral e se espalhou pela capital francesa.
Catedral de Notre-Dame tomada pelo fogoDireito de imagemEPA
Image captionFogo consumiu completamente a estrutura de madeira da catedral; obras de restauração estavam em andamento desde o ano passado

INTERACTIVENotre-Dame cathedral fire

After

Image of Notre Dame with the tower missing

Before

Image of Notre Dame with the tower on fire
A Defesa Civil do país disse em que não poderia usar aviões para combater o incêndio porque jogar água com aeronaves poderia "resultar no colapso total da estrutura."
"O peso da água e a intensidade do despejo de uma altitude baixa poderia fragilizar a estrutura da Notre-Dame e causar danos colaterais aos imóveis vizinhos", disse o órgão.

A afirmação foi feita depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer no Twitter que era "preciso agir rápido" e sugerir "tanques de água aéreos" para apagar o incêndio.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 13 de abril de 2019

'Bolsonaro precisa ser o presidente do Brasil, e não só da direita', diz o prefeito de São Paulo, Bruno Covas


Prefeito de São Pauilo, Bruno Covas (PSDV)Direito de imagemDIVULGAÇÃO/PREFEITURA DE SP
Image captionO prefeito de São Paulo, o tucano Bruno Covas, criticou a 'falta de bom senso' do presidente Jair Bolsonaro (PSL)
Na semana passada, Bruno Covas (PSDB) completou um ano na cadeira de prefeito de São Paulo, a maior cidade brasileira e o município com o maior orçamento do país - R$ 60,5 bilhões em 2019. Ele herdou a prefeitura em abril de 2018, quando o então prefeito João Doria (PSDB) abandonou o cargo para se candidatar ao governo do Estado.
Como prefeito, um dos desafios de Covas é retomar a confiança dos paulistanos nos tucanos, que nas últimas décadas vêm alternando o controle da cidade principalmente com o PT. Embora ainda não existam pesquisas confiáveis sobre como a cidade avalia a gestão Covas, seu antecessor saiu do cargo em baixa nesse quesito.
Pesquisa Datafolha, divulgada em abril do ano passado, mostrou que apenas 18% dos paulistanos consideravam a administração de Doria ótima ou boa; 34% a achavam regular e 47%, ruim ou péssima. Na eleição para governador, Doria teve menos votos na cidade do que seu adversário Márcio França (PSB).
Em entrevista à BBC News Brasil, Covas afirma que sua gestão ainda não tem uma marca pela qual será reconhecida futuramente, como tiveram seus antecessores. Fernando Haddad (PT) ficou conhecido pelas ciclovias e pelas faixas exclusivas para ônibus; e Gilberto Kassab (PSD) deixou como legado a lei Cidade Limpa (que reduziu a poluição visual na cidade).
"Há uma série de ações sendo desenvolvidas, mas a marca de uma administração tem mais relação com o que as pessoas acham que foi o mais importante do que efetivamente o que eu penso", diz Bruno Covas
Se fosse ele a decidir, afirma, gostaria que seus projetos na área social fossem lembrados. "Criamos 80 mil vagas em creches, fizemos reformas de postos de saúde, entrega de hospital, 25 mil unidades habitacionais", diz. Apesar disso, em dezembro de 2018 ainda restavam 19,6 mil crianças paulistanas na fila de vagas das creches - na campanha de 2016, João Doria prometeu acabar com essa fila em apenas um ano.
"Mas talvez se lembrem mais do parque Minhocão."
Desenho da prefeitura projeta como será o Parque Minhocão, prometido por CovasDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionDesenho da prefeitura projeta como será o Parque Minhocão, prometido por Covas
O projeto do parque foi vendido por Covas como uma das soluções para o famoso e polêmico elevado João Goulart, construído nos anos 1970 e que degradou parte da região central da cidade. Em alguns pontos, os carros circulam a menos de três metros da janela dos apartamentos. "Temos uma lei que determina que o Minhocão tem de deixar de ser utilizado como viário. Sobrou para a prefeitura definir pela demolição ou pela construção do parque". Ele promete entregar a obra no final do ano que vem.
Por outro lado, Covas vem enfrentando dificuldades no cargo, como diminuição de investimentos públicos; a interdição de viadutos por falta de manutenção e uma série de paralisações de servidores em virtude das mudanças na previdência municipal.
Outras medidas recentes também foram criticadas, como a redução do número de baldeações permitidas com o vale-transporte nos ônibus, o corte de verbas para o serviço de emergências Samu e a retirada de R$ 240 milhões do orçamento da assistência social da cidade.
Sobre esse último corte, o então secretário da área, José Castro, deixou o cargo acusando Covas de "precarizar" serviços de assistência social em um momento em que o município tem cada vez mais moradores de rua. O prefeito dá sua versão: "O orçamento da secretaria de Assistência Social é de R$ 1,3 bilhão. É impossível que nesse valor não tenha nenhuma gordura a ser cortada. É preciso rever os contratos para que os mesmos serviços sejam oferecidos com menos custo."
Neste mês, o tucano também mudou o plano de metas da cidade, um compromisso formulado por ele e Doria em 2017 e que tem peso de lei. Alguns objetivos ficaram mais tímidos: no início do mandato, a gestão tucana previa construir 72 km de corredores de ônibus, por exemplo; agora, o novo programa fala em apenas 9,4 km.
Ele diz que a revisão das metas é autorizada pela lei local - outras foram retiradas porque não faziam mais sentido ou já foram cumpridas. Mas, segundo o tucano, também há um problema mais grave: a estagnação da economia brasileira.
Família em barraca embaixo do viaduto Santa Ifigência, em São PauloDireito de imagemFELIX LIMA/ BBC
Image captionBruno Covas diz que pretende criar vagas em repúblicas para moradores de rua
"Tivemos que ajustar o programa para essa nova realidade. Quando o plano de metas foi elaborado, a gente vivia a expectativa da aprovação da reforma da Previdência ainda na gestão Michel Temer (MDB). O cenário econômico que se projetava para os anos seguintes era muito mais otimista do que efetivamente se realizou em 2017 e 2018 e do que se projeta para este ano e 2020."
Considerado por seus correligionários como um candidato natural à reeleição em 2020, Bruno Covas diz que não está pensando no assunto no momento, nem em seus possíveis competidores. "Adversário não se escolhe", diz ele, repetindo uma frase tradicional em campanhas.
"Eu discuto 2020 em 2020. Se a gente antecipar a discussão de 2020 para 2019, passa o ano e a gente está muito mais preocupado com coligação eleitoral do que com entregar aquilo que precisa ser entregue. A preocupação em 2019 não é ficar buscando partidos, ficar buscando marqueteiro, nada disso. A preocupação em 2019 é governar, é prefeitar", diz.

'Não há bom senso no governo Bolsonaro'

Em uma parede do gabinete de Bruno Covas, há uma foto de seu avô, o ex-governador Mário Covas (1930-2001), um tucano histórico. Também há uma charge do cartunista Paulo Caruso feita durante a entrevista de Covas no programa de TV Roda Viva; e um quadro do artista plástico Romero Britto doado pelo artista a João Doria. Um assessor de Covas confidenciou que o prefeito tentou se livrar da obra algumas vezes, mas ainda não encontrou um local adequado para colocá-la.
A trajetória de Mário Covas é um dos motivos que fazem o prefeito paulistano não simpatizar com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Durante a ditadura militar (1964-1985), o político paulista foi preso e teve seu mandato de deputado federal cassado.
As afirmações de Bolsonaro de que não houve um golpe de Estado em 1964 e de que o antigo regime foi bom para o país irritam o prefeito. "São manifestações como essa que me afastaram dele", explica. "Não dá para agora a gente querer passar uma borracha na quantidade imensa de pessoas que foram presas, que foram cassadas, que foram torturadas, que sumiram."
Presidente Jair Bolsonaro (PSL)Direito de imagemAFP
Image captionPara Bruno Covas, presidente Bolsonaro tenta 'reescrever' a história quando diz que não houve ditadura no Brasil
Covas disse à BBC News Brasil que anulou o voto no segundo turno das eleições do ano passado, quando Bolsonaro disputou a Presidência com o petista Fernando Haddad. "Eu não iria votar no PT de jeito nenhum, votei pelo impeachment da Dilma quando era deputado. Eu tinha duas opções: votar no Bolsonaro ou anular meu voto. Busquei, ao longo das três semanas, alguma frase que mostrasse que ele (Bolsonaro) teria muito mais bom senso como presidente. Não encontrei. E por isso anulei", disse.
Embora espere que a reforma da Previdência seja aprovada ("não dá mais para esperar"), o tucano afirma que "ainda não encontrou" no governo federal o bom senso que procurava em Bolsonaro no ano passado. "Esse problema é o que impede que a reforma (da Previdência) caminhe no Congresso", afirma. "Você não pode governar apenas para os seus, para o seu grupo político. Bolsonaro precisa ser o presidente do Brasil, e não só da direita. Acho que é esse entendimento que ele precisa ter."

PSDB precisa ser um partido 'radical de centro'

Tido como um nome para o futuro do PSDB, Bruno Covas, de 39 anos, é um herdeiro político e está acostumado aos corredores do poder desde que a juventude. Nessa época, mudou da casa dos pais em Santos, terra da família, para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Viveu com os avós no palácio dos 15 aos 18 anos, até terminar os estudos.
Depois, fez parte da ala de jovens do partido, sendo bastante próximo de um setor mais à esquerda dos tucanos. Questionado pela BBC News Brasil se ele se considera uma pessoa de esquerda, o prefeito tergiversou na resposta. "Sim… De esquerda não, de centro, né", diz.
"Entendo que não tem sentido o poder público participar de algumas áreas da atividade econômica, e isso me distancia da esquerda, que entende que o governo tem que estar em todas as áreas. E eu também entendo que o poder público não pode abrir mão da participação em alguns setores que vão muito além da segurança (pública), o que me distancia da direita. O poder público não pode estar fora da habitação, do transporte, da saúde, da educação".
joão Doria, Bruno Covas e Jair Bolsonaro em evento em março deste anoDireito de imagemGOVERNO DO ESTADO DE SP
Image captionEm março deste ano, o governador de São Paulo, João Doria, participou de um evento com Bolsonaro e o prefeito Bruno Covas
Nos últimos anos, porém, o partido tem assumido posições mais à direita. Nas últimas eleições, por exemplo, João Doria criou o slogan "BolsoDoria" para se aproximar dos eleitores de Jair Bolsonaro. Antes disso, foi também com bandeiras conservadoras que Doria se elegeu prefeito de São Paulo.
Mas, ao longo da entrevista, Bruno Covas negou duas vezes que seu antigo companheiro de chapa seja um político de direita. "Pergunte a ele (Doria) se ele é de direita. Tenho certeza que ele vai dizer que é de centro", disse ele.
O centro do espectro político é o local onde o PSDB deve ficar no futuro, segundo o prefeito. "Acho que o PSDB precisa se reapresentar para a sociedade como um partido de centro. Esta é a vocação, é a história do partido, é a linha do partido".
Por outro lado, os tucanos se viram envolvidos em várias denúncias de corrupção. Seu ex-presidente, o hoje deputado federal Aécio Neves, é réu no Supremo Tribunal Federal por obstrução de Justiça no escândalo envolvendo a empresa JBS. "Acho que Aécio deveria ter sido expulso do partido", disse.
Em outro caso, o ex-presidente da Dersa (estatal paulista de rodovias), Paulo Preto, foi preso sob acusação de cobrar propinas que depois teriam abastecido contas de políticos tucanos.
"Nós apanhamos na última eleição em especial, acredito eu, por dois motivos", diz Covas. "Primeiro deles: a gente não fez a nossa lição de casa quando se apontou casos de corrupção envolvendo membros do PSDB. O partido não se manifestou em casos, como o envolvendo do Aécio Neves. Não fez a lição de casa de separar o joio do trigo."
Bruno Covas ao lado de João Doria e foto de Mário Covas ao fundoDireito de imagemDIVULGAÇÃO/PREFEITURA DE SÃO PAULO
Image captionBruno Covas ao lado de João Doria e foto de Mário Covas ao fundo; prefeito de São Paulo faz reverências frequentes ao avô

Mudança no comando tucano

Em maio, o PSDB renova sua direção - e escolhe seu presidente nacional pelos próximos dois anos. Bruno Covas apoiará um xará seu: o ex-deputado federal e ex-ministro das Cidades de Michel Temer (MDB), Bruno Araújo (PE). O pernambucano é também o nome de escolha de Doria, e, assim como o governador e o prefeito, faz parte do grupo dos "cabeças pretas" do PSDB - a ala de políticos mais jovens da sigla, em contraposição aos "cabeças brancas".
"Vou apoiar o Bruno Araújo. É o meu candidato. Convivi com ele durante os dois anos em que fui deputado federal. Foi um excelente líder da minoria, tem boa cabeça, é um excelente quadro. E depois convivi com ele como secretário e prefeito num momento em que ele era ministro das Cidades", diz Covas.
O prefeito diz ainda que o núcleo de gravidade do PSDB está mudando - antigos manda-chuvas da legenda como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin estão, aos poucos, cedendo espaço.
"É claro que a partir do momento em que você tem o João Doria como governador do Estado de São Paulo, cargo mais importante hoje ocupado por um tucano; eu como prefeito de São Paulo, a maior cidade administrada por um membro do PSDB, você passa a ter a importância que o cargo dá a você", diz ele
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Começa Paixão de Cristo de Nova Jerusalém

Paixão de Cristo de Nova Jerusalém
Paixão de Cristo de Nova JerusalémFoto: José Britto

Mais uma edição da "Paixão de Cristo de Nova Jerusalém" aporta no município de Brejo da Madre de Deus, Agreste de Pernambuco, deste sábado (13) até o dia 20 de abril. Uma mostra do que o público acompanhará ao longo desses oito dias de encenação foi apresentada durante pré-estreia para convidados, na noite de ontem.

São 450 atores e figurantes em cena, sob a direção de Carlos Reis e Lúcio Lombardi. O espetáculo conta a trajetória de Jesus em nove palcos, cuja cenografia recria com riqueza de detalhes os ambientes da época. Juliano Cazarréé quem interpreta o protagonista neste ano. Em entrevista à imprensa, o ator falou sobre a sua preparação para viver o personagem.

"Foquei muito na Bíblia. Desde dezembro, ando lendo e relendo Novo Testamento, além de textos menos ortodoxos, que aproximam os ensinamentos de Cristo ao yôga antigo e ao budismo. Estudei tudo isso, sempre respeitando essa figura que é central para várias religiões", afirmou.

Já Priscila Fantin, que interpreta Maria, destacou o desafio que é fazer uma peça em um teatro ao ar livre e para um número tão grande de espectadores. "É um trabalho totalmente diferente de tudo o que eu já tinha feito na TV, no cinema e no teatro. É estranho, a princípio, ter que dublar em cena, porque o nosso corpo fala de formas diferentes em cada momento. Mas a gente tem que se adaptar a isso e fazer com exatidão essa fórmula que vem dando certo há 52 anos", comentou a atriz. 

Também estão no elenco outros nomes conhecidos do grande público, como Ricardo Tozzi (Herodes), Gabriel Braga Nunes (Pilatos) e Bruno Lopes (João), além de artistas locais, como José Barbosa (Judas) e Nínive Caldas (Maria Madalena). A temporada tem apresentações diárias a partir das 18h, com abertura dos portões para o público às 16h.
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 12 de abril de 2019

A sensibilidade encurralada



Resultado de imagem para sensibilidade

Tudo se explica.  Muitas informações correm soltas, trazendo novidades. Não importa o que elas conseguem dizer. As conversas inquietam, mas mostram pouco afeição pela solidariedade. Portanto, os argumentos vazio nos deixam perplexos, quando reagimos diante de tantos desenganos. Mas é preciso não sacudir tudo em cima de pessoas. Temos que  construir uma leitura da sociedade que nos mostre as relações. Há clara intenções de perturbar a lucidez. Por que, então, se divertir com o sensacionalismos? As armas matam e servem aos desmandos fascistas. Reproduzem atmosferas milicianas.
As relações sociais estão contaminadas pela desigualdade. Somos diferentes, nem todos gostam do azul.A questão é que há fome, desemprego, salários infames. No entanto, os especialistas no mercado nem olham para o coletivo. Gostam de cálculos objetivos, criam ilusões que silenciam até os desfavorecidos. Parece uma ficção mal escrita. Dê uma olhada olhada no facebook. Há apelos, lamentações, tristeza.Seja cuidadoso. Há falas autoritárias que lembram Pinochet e riem dos sofrimentos alheios. Há os treinados em provocar escândalos, para ocultar dissabores.
A razão é instrumentalizada. Justifica desastres ecológicos, desfazares dos governantes, interesses predatórios dos políticos. Há quem se empolgue e grite que a vida é  mesmo ambiguidades. Chegam a elogiar racismos ou curtir preconceito antigos. Lembrem-se da lutas civis nos Estados Unidos e dos sonhos de 68. Há brechas, imaginações coloridas. A sociedade busca organizações opressoras.Encurrala a sensibilidade. Não se trata de ignorâncias. Existem doutores que formulam teorias que mereciam desconfianças gerais..
O mundo polarizado sofre e convive com delírios. Esquizofrenias andantes e assustadoras. Um abraço pode ser um assédio, a fragmentação arruína a solidariedade. Sempre, insisto que a sedução pela quantidade esvazia o sentimento. Quem é o outro? É possível um paixão ou o oportunismo dos negócios garante ganhos na bolsa? A travessia complica-se, pois o massacre das informações é tirana. Não há fôlego para animação e muita covardia se esconde por reclamações, aparentemente, afetivas. Os compromissos estão num ar poluídos. Somos imprudentemente arquitetos de relações que celebram dores, em nome dos certificados de competência. E você já tomou seu cafezinho ou curte falar do vizinho que veste um velha camisa vermelha?
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Metodologias ativas: 12 estratégias para facilitar o aprendizado dos alunos


Crédito: Getty Images
No modelo tradicional de ensino, via de regra, a interação do professor com os alunos é do tipo iniciação-resposta-avaliação: o docente direciona uma pergunta a um aluno em particular e posteriormente avalia sua resposta. Um exemplo seria:
- Professor: João, qual é a raiz quadrada de 4?
- João: 3.
- Professor: Quaaaanto?
Esse tipo de interação não promoveria aprendizado por duas razões: a primeira delas é que o diálogo entre professor e aluno não foi motivado por um questionamento genuíno do estudante. A neurociência argumenta que um requisito para o aprendizado efetivo é: aprendemos o que queremos aprender.  A pergunta dirigida ao aluno apenas verifica seu conhecimento, mas não inicia uma cadeia autêntica de raciocínio. Perguntas desse tipo são genuínas quando o propósito é avaliar o conteúdo, mas não quando se pretende gerar conhecimento.

Estudos recentes sobre modelos de aprendizagem ativa investigam quais são as condições que levam a diálogos significativos na sala de aula. Perguntas realizadas pelos próprios estudantes ou questões levantadas pelos professores a partir de dúvidas ou ideias geradas pelos alunos têm potencial para elevar o aprendizado. A diferença para o exemplo dado anteriormente seria:
- João: professor, a raiz quadrada de 4 é 3?
- Professor: vamos pensar juntos. Quanto é 3 vezes 3?
- João: 9.
- Professor: e qual é o número que, multiplicado por ele mesmo, resulta em 4?
- João: 2. Ah, então a raiz quadrada de 4 é 2 e a raiz quadrada de 9 é 3.
Nesse caso, a dúvida do aluno não é respondida prontamente. Ao contrário, a estratégia do professor é “jogar o dado novamente” para conduzir o estudante à conclusão por si só, após raciocínio e reflexão. Embora o exemplo possa parecer simplista e demasiado caricato, ele ilustra uma estratégia de facilitação do aprendizado, chamada de tossing back. Na prática, o caminho percorrido pelo aluno para chegar às respostas corretas pode ser mais longo e exigir que o professor empregue outras técnicas. Apresento abaixo algumas estratégias de facilitação sugeridas por Hmelo-Silver e Barrows (2006) e Zhang et. al. (2010):
  1. Solicitar ideias para iniciar ou redirecionar a discussão.
  2. Usar perguntas abertas e meta-cognitivas, que levem os alunos a construir modelos ou mecanismos causais.
  3. Responder perguntas com outras perguntas, para favorecer raciocínio e reflexão e conexão do novo conhecimento com o já acumulado.
  4. Estimular que os alunos forneçam explicações detalhadas para afirmações que eles fazem sobre um determinado assunto.
  5. Pedir que os alunos esclareçam suas ideias quando eles fazem perguntas.
  6. Legitimar boas ideias trazidas por alunos de baixo rendimento.
  7. Pedir que os alunos resumam oralmente o que aprenderam na aula.
  8. Solicitar que pensem sobre os problemas ou questões em pauta, gerando hipóteses alternativas ou modificando elementos.
  9. Verificar o consenso sobre as ideias apresentadas ao final da discussão e aproveitar lacunas de entendimento para esclarecer conceitos ou conteúdo.
  10. Encorajar a representação visual das ideias apresentadas (uso do quadro pelos alunos, por exemplo).
  11. Encorajar e favorecer a contribuição entre os alunos nas explicações dos conceitos e conteúdo.
  12. Envolver os estudantes que participam pouco e criar um ambiente que os alunos reconheçam como um espaço de aprendizagem e se sintam à vontade para expor suas ideias, mesmo que equivocadas.
Todas essas estratégias trazem uma série de benefícios: engajam o aluno em discussões mais eficazes; permitem a colaboração e o aprendizado entre os pares; estimulam o estudo frequente e contínuo; motivam os estudantes; facilitam a identificação das restrições e necessidades de aprendizagem e das tarefas a serem cumpridas; permitem que o aluno monitore seu progresso etc.
Essas técnicas de facilitação tiram o estudante do papel de mero espectador e o colocam no centro do seu processo de aprendizado
Priscilla Albuquerque Tavares é doutora em Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Mestre e Bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). É professora da Escola de Economia de São Paulo, da FGV, pesquisadora na área de Economia da Educação e autora de diversos artigos que avaliam impactos de políticas educacionais no Brasil
Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

'O Exército não matou ninguém, não', diz Bolsonaro sobre morte de músico no Rio. Como no tempo da ditadura.



Presidente da República, Jair Bolsonaro
Presidente da República, Jair BolsonaroFoto: Alan Santos/PR
Seis dias depois da morte do músico e segurança Evaldo Rosa dos Santos, 46, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou publicamente pela primeira vez sobre o caso, em entrevista a jornalistas em Macapá, nesta sexta-feira (12).

"O Exército não matou ninguém, não, o Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade", disse ele. 
Segundo Bolsonaro, o Exército sempre aponta responsáveis e, na corporação, "não existe essa de jogar para debaixo do tapete". Ele citou ainda a perícia e investigação que estão sendo realizadas para apurar as circunstâncias do crime e "ter realmente certeza do que aconteceu naquele momento". 

"O Exército, na pessoa do seu comandante, o ministro da Defesa, vai se pronunciar sobre esse assunto. Se for o caso, me pronuncio também. Com os dados na mão, com os números na mão, nós vamos assumir a nossa responsabilidade e mostrar realmente o que aconteceu para a população brasileira", afirmou. 

Até então, a única manifestação do presidente sobre o caso havia ocorrido via porta-voz da presidência, general Rêgo Barros, que também classificou o caso como "incidente" e negou que o presidente tivesse feito manifestações de pesar pela morte do músico.

Evaldo foi morto depois de ter o carro alvejado com 80 tiros por militares do Exército, na tarde do último domingo (7), no Rio de Janeiro. A mulher dele, o filho de sete anos, uma amiga e o sogro dele também estavam no veículo. O sogro ficou ferido. 

Também nesta sexta, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, se pronunciou sobre o caso, em entrevista à rádio CBN. "Sob pressão e sob forte emoção, ocorrem erros dessa natureza. Isso aí está sendo investigado, foi aberto o inquérito policial militar devido", disse ele. 

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também chamou o caso de incidente e disse que o Exército "vai apurar e cortar na própria carne". Na quinta, ele reconheceu que o armamento usado "não é adequado". "Essa do Rio de Janeiro foi uma ocorrência lamentável com vítima fatal. Mas, realmente, nós não somos voluntários, nunca fomos voluntários de operações de Garantia da Lei e da Ordem. É missão. A nossa missão precípua não é essa. O nosso armamento não é adequado para isso. A legislação não é adequada para isso", disse Azevedo e Silva
Professor Edgar Bom Jardim - PE