sábado, 1 de setembro de 2018

Com que idade descobrimos nossa orientação sexual?


Diferentes símbolos de orientaçã sexualDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPesquisadores dizem que a idade em que uma pessoa descobre sua orientação sexual varia, mas pode, sim, ser na infância
Com qual idade nós descobrimos nossa orientação sexual? Será que uma criança de 9 anos tem idade suficiente para saber qual sua preferência?
Nesta semana, a BBC publicou a história de Jamel Myles, um menino de 9 anos que cometeu suicídio nos Estados Unidos por sofrer bullying depois de revelar a colegas de escola que era gay. O caso ocorreu em Denver, no Colorado.
Leia Rochelle Pierce, mãe do garoto, disse que ele havia contado a ela sobre sua sexualidade há algumas semanas. Segundo Pierce, o garoto estava "orgulhoso" de sua orientação.
A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, entrevistou dois psicólogos especializados em sexualidade para saber se é possível determinar com qual idade as crianças descobrem sua orientação sexual.
Os entrevistados são a psicóloga Asia Eaton, doutora em psicologia social e estudos de gênero e professora da Universidade Internacional da Flórida; e Clinton W. Anderson, diretor da Oficina de Assuntos LGBT da Associação de Psicólogos dos Estados Unidos.
Mãe e filhoDireito de imagemLEIA ROCHELLE PIERCE
Image captionLeia Rochelle Pierce disse que seu filho estava "orgulhoso" de sua orientação sexual
BBC News - Com qual idade uma pessoa conhece sua orientação sexual? Há diferentes versões sobre isso ou é um tema de consenso entre especialistas?
Asia Eaton - Há estudos que revelam que os adultos de minorias sexuais experimentaram sua primeira atração sexual por pessoas do mesmo sexo por volta dos 8 ou 9 anos, mas outros pesquisadores dizem que esse desejo só desperta perto dos 11 anos. Há uma variedade de pesquisas sobre qual seria a média de idade.
Crianças jogando futebolDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAlgumas pessoas têm sexualidade fluida e podem descobrir no futuro uma orientação sexual diferente, diz uma doutora em psicologia
É uma pergunta difícil, por que há uma diferença entre orientação e identidade sexual. A orientação sexual geralmente se refere ao sexo ou sexos pelo qual ou pelos quais a pessoa sente atração. Já a identidade sexual se refere à percepção de gênero sexual que a pessoa tem de si própria.
Ambas são dinâmicas e podem mudar ao longo do tempo de acordo com o contexto.
A verdade é que a gente tem essas experiências dentro de uma ampla faixa de idade. Alguém poderia ter sua primeira experiência de atração sexual desde os seis até os 16. Ou nunca.
Em média, os jovens de hoje passam a se dizer LGBTQ durante o ensino médio, o que é muito mais cedo que as gerações passadas. Isso ocorre principalmente porque hoje existem maior consciência e aceitação social das pessoas LGBTQ.
Clinton W. Anderson- Esse é um assunto ainda em pesquisa, entre outras razões, porque o gênero e a sexualidade são aspectos da psicologia que refletem as interações entre biologia e contexto sociocultural. Então, à medida que mudam a cultura e a sociedade, o gênero e a sexualidade também estão sujeitos a mudanças.
Certamente há indivíduos que podem experimentar atração sexual aos 9 anos ou antes, mas é pouco provável que com essa idade eles tenham capacidade cognitiva e emocional para compreender completamente o que significa orientação sexual.
Desenho de criança com bandeira gayDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEspecialistas dizem que gênero e sexualidade estão sujeitos a mudanças culturais e sociais
Não há uma idade específica em que se espera que todas as pessoas se deem conta de sua orientação ou identidade sexuais. Há algumas pessoas com sexualidade fluida e que podem descobrir no futuro uma orientação diferente.
Para a maioria das pessoas, a orientação sexual - dado que se trata fundamentalmente de relações românticas e sexuais - tende a se desenvolver na adolescência. O gênero, por outro lado, se desenvolve na infância.
BBC News - Até que ponto os pais - e a sociedade em geral - podem influenciar o que as crianças pensam sobre sua própria sexualidade?
Asia Eaton- As pesquisas revelam que a maioria dos jovens LGBTQ dizem que, quando eram pequenos, eram chamados de "mulherzinha" ou "sapatão", de forma depreciativa.
Todos os jovens que saem do armário correm o risco de sofrer preconceito, discriminação ou violência em suas escolas, locais de trabalho, comunidades religiosas e sociais.
Crianças brincandoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA rejeição dos pais está associada a maus resultados de saúde mental e comportamento das crianças
Felizmente, pesquisas revelam que a família, amigos e a escola que apoiam os jovens são pontos importantes para diminuir os impactos negativos dessas experiências.
Os pais têm uma oportunidade poderosa e única para apoiar o desenvolvimento saudável da identidade de seus filhos e também as experiências deles com seus companheiros.
Clinton W. Anderson - A aceitação da diversidade e da identidade sexual é muito importante para a comunidade LGBTQ e para o bem-estar de seus membros.
Uma pesquisa concluiu que a rejeição dos pais está altamente associada a problemas de saúde mental e comportamental. Por outro lado, a aceitação está ligada a resultados melhores nesse sentido.
Essa aceitação dos pais pode proporcionar certa proteção, mas outras instituições com presença de crianças, como escolas e esportes, também podem ter efeitos muito positivos ou negativos, em caso de rechaço ao comportamento de uma criança.
Garantir que essas instituições sejam ambientes seguros e propícios para todas as crianças é muito importante para o sucesso da criança na escola e o bem-estar emocional das crianças. Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Política & Eleições 2018: O que acontece após o TSE ter negado a candidatura de Lula?


Lula está fora das eleições 2018, decide TSEDireito de imagemAFP
Image captionO Tribunal Superior Eleitoral negou o registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano
Após mais de 12 horas de julgamento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na madrugada deste sábado negar o registro de candidato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está agora oficialmente fora da disputa presidencial nas eleições deste ano. Foram seis votos contra o registro de Lula e apenas um a favor, do ministro Edson Fachin.
Antes mesmo do fim do julgamento, a Executiva Nacional petista divulgou na noite de ontem uma nota criticando a decisão do TSE e dizendo que o partido vai "apresentar todos os recursos aos tribunais para que sejam reconhecidos os direitos políticos de Lula, previstos na lei e nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil".
Com o líder das intenções de voto afastado da disputa, o PT e sua coligação têm um prazo de 11 dias - até o dia 12 de setembro - para fazer a substituição dos candidatos presidenciais da chapa. A expectativa é a de que Lula seja substituído pelo hoje candidato a vice, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). O posto de vice ficará com a deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila (PC do B).
Nesta segunda-feira, Fernando Haddad irá a Curitiba (PR) conversar com Lula na carceragem da Polícia Federal. Segundo pessoas próximas ao ex-prefeito, ainda não há definição de quando será feito o anúncio oficial da candidatura de Haddad e o registro dele como candidato no TSE - mas é muito provável que isto só ocorra depois do encontro de Lula e Haddad.
Neste sábado, no 1º dia da propaganda eleitoral da disputa presidencial, o ex-prefeito foi ocupou a maior parte dos 2 minutos e 32 segundos do bloco do PT. Lula apareceu numa fala gravada, defendendo o legado de seu governo na área da educação - o ex-presidente ocupou a fatia de 25% do programa eleitoral permitida para depoimentos de apoiadores.
O primeiro programa do PT neste sábado começou com uma tela azul e dizeres brancos. "Atenção: a ONU já decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil. Mesmo assim, a vontade do povo sofreu mais um duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE. A coligação 'O Povo Feliz de Novo' entrará com todos os recursos para garantir o direito de Lula ser candidato", diz o letreiro. Haddad é o primeiro a falar no programa - ele aparece descrevendo o acampamento de manifestantes pró-Lula em Curitiba.
Ao todo, o nome de Lula é dito 15 vezes ao longo do filmete - muitas delas pelo próprio Haddad.
Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deve virar candidato do PT à PresidênciaDireito de imagemAFP
Image captionO ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deve herdar a candidatura de Lula à Presidência nas eleições deste ano
O sucesso da empreitada petista depende agora da rapidez com que Lula será capaz de transferir seus eleitores para Fernando Haddad. Segundo a última pesquisa do Datafolha (22 de agosto), 31% dos eleitores em geral, não só dos que declaram voto em Lula, votariam "com certeza" em alguém apoiado por ele. E outros 18% "talvez" votassem. Por outro lado, a mesma pesquisa mostra que 48% do eleitorado não votaria "de jeito nenhum" em um candidato apoiado por Lula.
Na mesma semana, o Ibope perguntou especificamente a respeito de Haddad: "Se lula for impedido de disputar a eleição e declarar apoio a Fernando Haddad, você votaria nele?" - 14% disse que "poderia votar" e outros 13% disseram que votariam "com certeza" no ex-prefeito - mas 60% responderam que não votariam "de jeito nenhum".
O advogado do PT no TSE, Luiz Fernando Pereira, disse à reportagem no fim da manhã deste sábado que ainda não há definição sobre quando e quais recursos serão apresentados. A BBC News Brasil explica abaixo como fica a situação da candidatura do PT e quais são as opções da defesa.

Lula ainda pode recorrer? Onde e como?

Em relação à decisão do TSE, a defesa do ex-presidente tem duas opções. Pode apresentar os chamados embargos de declaração à própria corte eleitoral, ou pode ingressar com um recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz o advogado especialista em direito eleitoral Daniel Falcão, do escritório Boaventura Turbay Advogados.
"Os embargos de declaração visam só esclarecer pontos obscuros da decisão. Não terá efeito modificativo (de mudar a decisão do tribunal sobre a inelegibilidade", Karina Kufa, advogada especialista em direito eleitoral e professora do Instituto de Direito Público (IDP) de São Paulo.
"Depois, pode-se também entrar com um recurso extraordinário (RE) no Supremo Tribunal Federal. Este recurso não tem prazo para ser julgado, porém. E se não tiver uma decisão diferente (do STF), no sentido de deferir (permitir) o registro até 17 de setembro, ele terá que substituir a candidatura. Ou correrá o risco de nem sequer ir às urnas", diz a advogada.
O ministro Luís Roberto Barroso votou contra candidatura de Lula nas eleições 2018Direito de imagemAFP
Image captionO ministro Luís Roberto Barroso foi o relator do caso do ex-presidente Lula no TSE: ele votou contra registro da candidatura do petista
Além da de questionar a decisão do TSE que lhe negou a candidatura, a defesa de Lula também está recorrendo contra a condenação criminal do petista pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4. Em janeiro deste ano, Lula foi condenado pelo tribunal de segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do "tríplex do Guarujá". Lula é acusado de receber da empreiteira OAS um apartamento de três andares no balneário paulista. Em troca, teria beneficiado a empreiteira em contratos com a Petrobras.
Contra a condenação criminal, Lula já foi derrotado em recursos apresentados ao próprio TRF-4 e agora recorre no Superior Tribunal de Justiça, o STJ. Além disso, o PC do B - partido que integra a coligação do petista - está com uma ação pendente de julgamento no STF, na qual questiona o cumprimento da pena de prisão logo após a condenação na segunda instância. O resultado poderia beneficiar Lula, mas o STF não tem prazo para julgar a ação do PC do B.

Como fica a situação de Fernando Haddad?

Na mesma sessão em que negou o registro da candidatura de Lula, os ministros do TSE aceitaram o registro da candidatura de Haddad como vice na chapa de Lula, e o da coligação criada em torno do petista. Fazem parte do grupo o PT, o PC do B e o Pros.
No entanto, quando o PT decidir oficializar Haddad como candidato, terá de apresentar um novo pedido de registro do petista, desta vez como titular da chapa presidencial. Um segundo pedido terá de ser feito para que Manuela D'Ávila (PC do B) se torne a candidata a vice-presidente.
Fernando Haddad e Manuela D'ávilaDireito de imagemAFP
Image captionFernando Haddad e Manuela D'ávila podem assumir chapa em lugar de Lula nas eleições
"(Desde o momento que for apresentado o pedido, Haddad) pode, de imediato, começar a praticar os atos de campanha. Inclusive em relação ao tempo de televisão e rádio, não precisando esperar nenhuma precessão (a análise do pedido)", diz Karina Kufa, do IDP. Segundo a professora, Haddad poderá também participar de debates com os outros candidatos na TV e conceder entrevistas, a partir do momento em que o pedido for feito. De qualquer forma, o partido tem até o dia 12 de setembro para apresentar o registro de Haddad - e o TSE precisa julgar todos os pedidos de registro de candidatura até o dia 17 deste mês.
Na cúpula do PT, porém, há hesitação a respeito de quando fazer a inscrição de Haddad como candidato. Uma reunião do comando petista ocorre nesta segunda-feira, em Curitiba, após o encontro de Haddad com Lula na carceragem da Polícia Federal. Parte da direção partidária prefere registrar Haddad já nesta segunda-feira, mas ainda não há definição sobre a data, segundo apurou a BBC News Brasil.
Da BBC News Brasil em São Paulo/André Shalders

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A primeira eleição geral da REDE


A REDE Sustentabilidade terá 11 candidatos aos governos estaduais nas eleições de 2018. A escolha dos postulantes foi deliberada nas Convenções Estaduais e, posteriormente, homologada pela Executiva Nacional do partido. O registro das candidaturas foi oficializado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A porta-voz Nacional da REDE, Lais Garcia, destaca que a legenda terá representações em todas as regiões do País e a candidatura de duas mulheres para os governos estaduais. “Está será a primeira participação da REDE nas eleições gerais e temos a felicidade de ter 11 candidaturas em estados importantes para o desenvolvimento do País, além da participação de duas fortes mulheres nesse processo. Na Bahia, teremos Célia Sacramento, e no Acre, Janaina Furtado.  Nossos candidatos apresentam uma nova forma de governar e serão essenciais para levar nossos ideais e a palavra de Marina Silva para mais pessoas pelo Brasil”, pontua Lais.
No Nordeste, além da candidata Célia Sacramento, na Bahia, a REDE terá representações no Rio Grande do Norte, com Freitas Junior; em Pernambuco, com Julio Lossio; em Sergipe, com Dr. Emerson.
Já no Norte, a disputa terá Janaina Furtado pelo Acre e os candidatos Vinícius Miguel por Rondônia e Marlon Reis por Tocantins. Na região Sul, as diretrizes da REDE serão defendidas por Rogério Portanova, em Santa Catarina, e por Jorge Bernardi, no Paraná.
As duas outras candidaturas estão no Centro-Oeste e no Sudeste do País. Em Mato Grosso, a REDE disputará as eleições com Arthur Nogueira. Mares Guia será o candidato do partido para o governo de Minas Gerais.
Confira a relação dos candidatos aos governos estaduais por região:NorteAcre: Janaina Furtado
Rondônia: Vinícius Miguel
Tocantins: Marlon Reis
NordesteRio Grande do Norte: Freitas Junior
Pernambuco: Julio Lossio
Sergipe: Dr. Emerson
Bahia: Célia Sacramento
Centro-Oeste
Mato Grosso: Arthur Nogueira
Sudeste
Minas Gerais: Mares Guia
Sul
Santa Catarina: Rogério Portanova
Paraná: Jorge Bernardi
Fonte:Rede Sustentabilidade
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Marina concede entrevista ao Jornal Nacional


Nesta quinta-feira, dia (30/08), Marina Silva será entrevistada no Jornal Nacional, às 20:30 minutos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

João Amoêdo (Novo) no Recife



Para cumprir compromissos de campanha em Pernambuco, o candidato à presidência João Amoedo (Novo) desembarcou esta tarde no Recife e seguiu em carreata para a sede do partido, no bairro do Pina. O presidenciável foi recebido por um público pequeno e conversou com jornalistas sobre suas propostas de governo.

Entre os assuntos abordados na entrevista, a reforma da previdência e privatização de estatais. O candidato criticou o uso de aviões de uso do governo em campanhas e o modelo de fundo partidário. “Eu acho um absurdo a gente estar com tanta demanda em tantas áreas e políticos estarem andando para cima e para baixo usando aviões da FAB e a gente vê isso também no uso do fundo partidário. Os partidos políticos vão receber este ano R$ 2 bilhões e R$ 6 milhões entre fundo partidário e fundo eleitoral para financiarem as suas campanhas. Dos 35 partidos existentes o Novo é o único que não usa isso, inclusive hoje fizemos uma consulta ao TSE se poderíamos devolver ao Tesouro para que vá para todo cidadão brasileiro”, sugeriu Amoedo.
O presidenciável criticou os gastos de campanha que poderiam, segundo ele, ter melhor destinação. “Não faz sentido tirar dinheiro da saúde e da educação para financiar partidos políticos. E esse dinheiro muitas vezes é utilizado para fazer convenções milionárias, pagando até aluguel de frigobar dos membros da convenção”, afirmou Amoedo, que aproveitou para criticar o Partido dos Trabalhadores. “O Brasil está indo muito mal. Crescendo pouco, um país muito inseguro. E isso tudo vem de uma herança petista. O Michel Temer está lá hoje, mas isso foi uma herança petista que ficou vários anos no governo”, apontou.

Quando questionado sobre as semelhanças com as propostas de Bolsonaro, Amoedo afirmou que Bolsonaro tem o discurso e que eles têm a prática liberal. Alfinetou dizendo que ele não emprega funcionário e coloca para trabalhar em Angra. “O Nordeste tem muitasobras inacabadas e uma delas é a transposição do São Francisco. Então a gente tem que colocar isso para funcionar”, afirmou.

À noite, o empresário segue para o lançamento da sua candidatura no Estado, que acontece no Clube Português do Recife. Em evento aberto, a programação também promete uma apresentação dos 10 candidatos a deputado federal pelo partido.

*Com informações de Luiza Alencar, da editoria de Política. / Folha de Pernambuco
Foto:Anderson Stevens/Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Candidato mente:Editora diz que livro exibido por Bolsonaro nunca foi adotado pelo MEC


A editora Companhia das Letras informou que o livro "Aparelho sexual e Cia", que o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) tentou exibir durante entrevista ao Jornal Nacional nesta terça-feira (28) nunca foi comprado pelo MEC para distribuição às escolas ou fez parte do chamado kit gay.

"Ao contrário do que afirmou erroneamente o candidato à Presidência em entrevista ao Jornal Nacional na noite de 28 de agosto, ele nunca foi comprado pelo MEC, como tampouco fez parte de nenhum suposto 'kit gay'", afirma em nota. Segundo a editora, a obra foi lançada em 2007 e o Ministério da Cultura comprou 28 exemplares em 2011 destinados a bibliotecas públicas. Numa seção, o livro explica para adolescentes o que é pedofiliaincesto e fornece números para denunciar os crimes.

"O conteúdo da obra nada tem de pornográfico, uma vez que, formar e informar as crianças sobre sexualidade com responsabilidade é, inclusive, preocupação manifestada pelo próprio Estado, por meio de sua Secretaria de Cultura do Ministério da Educação que criou, dentre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), um específico à 'Orientação Sexual' para crianças, jovens e adolescentes."

No catálogo da Companhia das Letras, o livro é sugerido para alunos do 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, ou seja, para alunos de 11 a 15 anos. "A indicação de cada escola é livre, a Companhia das Letras não tem nenhuma interferência sobre ela."
O livro foi publicado em 10 línguas e vendeu mais de 1,5 milhões de exemplares. Foi transformado em exposição, que percorreu a Europa por sete anos sem receber qualquer acusação ou reprimenda, diz a editora. A obra está esgotada.

Com informações de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Alckmin tem tempo de TV, estrutura e experiência. Falta só um detalhe: as intenções de voto



Durante mais de 12 anos, Geraldo Alckmin morou no segundo andar do Palácio dos Bandeirantes, um edifício de inspiração neoclássica, cuja ala residencial com 2.000 metros quadrados e 25 cômodos abriga o governador de São Paulo e sua família. Ao cruzar a sala principal rumo ao extenso corredor que liga a casa ao gabinete de trabalho, passava todos os dias por um piano de cauda de 1952, da tradicional marca americana Mason & Hamlin. Vivia cercado por cozinheiros, copeiros, arrumadeiras, garçons e seguranças, e convivia com um acervo de cerca de 3.500 obras de arte distribuídas pelo prédio. Desde que se afastou do cargo para concorrer pela segunda vez à Presidência da República, Alckmin passou a despachar num escritório alugado no bairro do Itaim Bibi, na região sul da capital. Voltou a morar em seu apartamento no Morumbi, a alguns quilômetros dali. Modesto, o imóvel virou motivo de deboche entre aliados. “O apartamento do Geraldo precisa de um guarda de trânsito”, disse um apoiador, emendando um suspense antes de terminar a piada. “Senão a cozinha acaba invadindo a sala.”
Em apenas quatro meses longe do governo, Alckmin já teve incontáveis doses de realidade — e não só de ordem doméstica. Por enquanto, de acordo com as pesquisas, a fatia do eleitorado disposta a votar nele tem mais o tamanho de uma quitinete do que do palácio onde vivia. Na mais recente, divulgada no dia 22 pelo Datafolha, ele amarga a rabeira do primeiro pelotão, com 9% das intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 22%, de Marina Silva (Rede), com 16%, e de Ciro Gomes (PDT), com 10%. Aquela polarização PT-PSDB, que há 12 anos o colocou como candidato competitivo quase automaticamente, se esvaiu. Num quadro pulverizado, Alckmin não tem garantida a visibilidade que candidatos tucanos se acostumaram a ter nos 20 anos anteriores.
Alckmin está nessa posição desde que os levantamentos começaram a ser levados mais a sério. Apesar de ter governado São Paulo por três mandatos e deixado o governo com 36% de aprovação, ele aparece empatado com Bolsonaro no estado. Bolsonaro canibaliza seus votos. Fragilidades como essa e a imobilidade nas pesquisas enervam aliados tucanos e não tucanos — e até o próprio candidato. No início de junho, após ouvir lamúrias de meia dúzia de correligionários que o acompanhavam em um jantar em São Paulo, Alckmin jogou o guardanapo na mesa, elevou a voz e disse que o partido poderia buscar outro nome se quisesse. O sempre controlado Alckmin assustou os colegas.
A segunda candidatura à Presidência da República é mais difícil do que a primeira, em 2006. Sem o barulho feito por Bolsonaro nas redes sociais e o recall bonzinho de Marina Silva, Alckmin aposta tudo na propaganda na televisão para se fazer ouvir, crescer e chegar ao segundo turno. Sua maior conquista política até agora foi nessa direção, o apoio do centrão — o conjunto de partidos fisiológicos formado por DEM, PP, PR, PRB e SD —, que lhe rendeu mais de três minutos e a posição de candidato com a maior fatia de tempo de televisão.
A turma, no entanto, não é de fidelidades. Tempo de televisão é uma coisa, campanha na rua é outra. No dia 17, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira — alvo de quatro inquéritos na Lava Jato —, subiu num palanque em Teresina com Fernando Haddad, o vice que será candidato a presidente pelo PT. “Vamos em frente, é Lula, Haddad, Wellington, Regina, Ciro (Nogueira) e Marcelo, para o bem do Piauí, vamos em frente!”, disse em seu discurso. Ciro é Alckmin na televisão para o Brasil, mas é Lula no peito na hora de pedir votos no Piauí, onde o ex-presidente preso em Curitiba tem disparado a maioria das intenções de voto.
Traições explícitas assim são coisas da política, e o mico que elas representam é o preço alto a pagar por um ativo. “Temos um quadro pluripartidário e artificial. Não vejo nenhum problema nisso”, afirmou Alckmin dias depois. Um aliado foi mais pragmático e menos elegante. “De prostituta você não pode exigir fidelidade”, resumiu. Principalmente no Nordeste, deslealdades semelhantes podem ocorrer também por parte de outras siglas que compõem a coligação, como PPS, PTB e PSD. Alckmin acha que vale a pena. Há meses, ele prega que crescerá nas pesquisas quando seu rosto for exposto mais que o dos outros na televisão, durante 35 dias. Aliados aguardam com ansiedade a realização da profecia — se é que, nesta campanha impulsionada por redes sociais e WhatsApp, tempo de TV venha a fazer tanta diferença quanto nas passadas.
Fonte:epoca.globo.com


Professor Edgar Bom Jardim - PE