segunda-feira, 15 de junho de 2020

Presa nesta manhã, Sara Winter é alvo de três inquéritos. Entenda




Mais cinco pessoas tiveram prisão decretada dentro do inquérito do STF que investiga participação em protestos antidemocráticos

A ativista Sara Winter não deve ser única presa no âmbito do inquérito que investiga protestos antidemocráticos. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou mais cinco mandados de prisão de integrantes do grupo 300 do Brasil. Os nomes ainda não foram divulgados.

A ação da Polícia Federal iniciada nesta manhã decorre de um ato realizado no sábado 13 em que manifestantes lançaram fogos de artifício contra o prédio do STF, simulando um bombardeio.

O ato aconteceu depois que a Polícia Militar do Distrito Federal desmontou um acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Sara, então, liderou um grupo de cerca de 20 pessoas para tentar invadir o Congresso Nacional, mas foi contida pela  Polícia Legislativa.


“Vocês tiram nossa casa que nós tiramos o Congresso”, afirmou a militante. Os manifestantes entoavam uma frase já citada pelo presidente Bolsonaro “acabou, porra”, para pedir a intervenção militar, o fechamento do Congresso, além de promoverem ataques à imprensa. Eles também rezaram e pediram bênção ao presidente.

A ação da Polícia Federal nesta segunda acontece após a Procuradoria Geral da República abrir uma investigação para responsabilização dos autores, a pedido do presidente do tribunal, Dias Toffoli.

A militante é investigada em mais dois inquéritos. Um deles é o das fake news, que investiga ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. Após ser alvo de busca e apreensão, Sara publicou um vídeo afirmando ter vontade de “trocar socos” com Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e prometendo infernizar a vida do ministro e perseguí-lo. As declarações motivaram a expulsão da militante do DEM.

Ela também é investigada por improbidade administrativa a pedido do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, que investiga possível irregularidade na utilização de R$ 25 mil recebidos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas em 2018, o chamado fundo eleitoral. Ela disputou uma vaga de deputada federal pelo DEM, teve 17.246 votos e não foi eleita.



Zambelli diz que ativista bolsonarista não era perigosa e políticos comentam a prisão nas redes

prisão da manifestante bolsonarista Sara Winter na manhã desta segunda-feira 15 repercutiu rápido nas redes sociais.

Sara é uma das figuras responsáveis pelo acampamento “300 do Brasil”, que foi desmantelado pela Polícia Militar do Distrito Federal no sábado 13, e que, mesmo assim, teve membros envolvidos na explosão de rojões contra um dos prédios do Supremo Tribunal Federal.

A militante simpatizante da extrema-direita também é alvo no inquérito das fake news que tramita no STF e que investiga a articulação de ataques virtuais contra a corte. Ela foi presa pela Polícia Federal após mandado de prisão autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Gilmar Mendes, também ministro da Corte, afirmou em entrevista à Rádio Bandeirantes que “a prisão preventiva pode ser o adequado remédio neste momento”.

Outros ministros ainda não se manifestaram sobre a prisão, mas divulgaram notas de repúdio contra a tentativa de atingir o Supremo com rojões. Na noite de ontem, Alexandre de Moraes publicou que o Supremo não se curvaria diante de agressões estimuladas por grupos antidemocráticos. “A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá.”, escreveu nas redes.

No Twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) escreveu que a prisão de Winter também explicita uma relação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, que “se protegem atrás do mandato parlamentar e estimulam essas pessoas a atacarem o Supremo Tribunal Federal”, argumenta.

Sara Winter, líder do movimento de extrema direita 300 é presa em Brasília. Os filhos do Bolsonaro se protegem atrás do mandato parlamentar e estimulam essas pessoas a atacarem o Supremo Tribunal Federal.

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Alexandre Frota, deputado do PSDB, publicou uma foto de Sara da época em que ela se denominava ativista contra Bolsonaro. “A justiça tarda mas não falha”, escreveu.

Já a deputada Carla Zambeli (PSL-SP), participante da base bolsonarista na Câmara dos Deputados, relativizou a prisão da ativista ao questionar se ela representava “tanto risco” e se “era pra tanto”. Zambelli afirmou ainda que conversou com a ativista para pedir aos manifestantes “abaixarem a temperatura”.

“Ela fez o contrário, aumentou a temperatura e tem uma personalidade explosiva, mas nem de longe é uma pessoa perigosa.”, opinou Zambelli.

Precisamos nos unir! Unir em torno do governo, pois, estamos no momento mais duro da República, pós CF/88.

Vamos nos manifestar pacificamente, buscando ajudar o Presidente Jair Bolsonaro, eleito por 57 milhões de brasileiros que tem esperança na mudança!

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Mas diante do cenário, ficam algumas perguntas:

Era pra tanto?
Ela representa tanto risco? Outras medidas não seriam cabíveis, antes desta?
E os que tomaram spray de pimenta enquanto rezavam o Pai Nosso, correm risco?

👉 Zé Rainha se tivesse feito o mesmo, estaria preso?

2.095 pessoas estão falando sobre isso

Já para Joice Hasselmann (PSL-SP), que como Alexandre Frota era uma enfática apoiadora de Jair Bolsonaro no começo de seu governo, chegou a afirmar que “os investigadores obtiveram vídeos de Sara Winter sobre os financiadores do movimento 300”. A informação não foi confirmada por nenhuma fonte oficial até o momento.

Manifestantes profissionais:
Os investigadores obtiveram vídeos de Sara Winter sobre os financiadores do movimento 300.
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O que mais estes empresários estariam bancando...?

 Com informações de Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 14 de junho de 2020

Os delírios e mentiras de Bolsonaro isolaram o Brasil da América Latina, China, Europa e até dos EUA


BRASILIA, BRAZIL - JUNE 05: President of Brazil Jair Bolsonaro speaks with press at Alvorada Palace on June 05, 2020 in Brasilia, Brazil. Brazil has over 614,000 confirmed positive cases of Coronavirus and OVER 34,000 deaths. (Photo by Andressa Anholete/Getty Images)

Foto: Andressa Anholete/Getty Images


O BEM-SUCEDIDO projeto de destruição da democracia do governo Bolsonaro está promovendo uma lenta e dolorosa morte da reputação do país. Com a chegada da pandemia, ficou claro para o mundo que o Brasil está nas mãos de conservadores xucros, fundamentalistas religiosos e psicopatas dispostos a empurrar compatriotas para o cemitério em nome da salvação da economia. Se antes já havia motivos de sobra para a desconfiança internacional, agora a coisa ficou escancarada.

Bolsonaro é, sob qualquer ponto de vista, o pior presidente do mundo no enfrentamento ao coronavírus. A extrema direita avançou no mundo inteiro, mas no Brasil esse avanço está se dando com requintes de crueldade. Mesmo Trump e Orbán, dois presidentes extremistas que são referências para Bolsonaro, basearam suas ações na ciência e determinaram o isolamento social como fundamental para a contenção da infecção. Já Bolsonaro, com base em misticismos forjados no WhatsApp e nos delírios do vovô da Virgínia, trabalha na direção contrária.


Relembremos os mais recentes episódios que chocaram o mundo. Em um intervalo de um mês, dois ministros da Saúde foram demitidos em plena crise do coronavírus, justamente por insistirem em seguir as recomendações da ciência. E, até hoje, seguimos sem um ministro. Eduardo Bolsonaro mentiu (ou não) para a imprensa internacional ao dizer que o presidente estava com a covid-19. A cura pela cloroquina virou uma tara do governo. Em plena pandemia, o presidente vai até uma manifestação que pede o fechamento do Congresso e do STF e abraça o povo sem máscara. Esses fatos, somados às recentes ações para maquiar a contagem dos mortos por covid-19, foram a tampa que faltava para fechar o caixão da nossa imagem internacional.

O enterro está sendo agora, mas o velório começou antes mesmo do bolsonarismo tomar posse. Ainda em novembro de 2018, a xucrice bolsonarista já exibia suas credenciais para o mundo: desrespeitaram abertamente a China, nosso principal parceiro comercial. Atacaram o Mercosul. Criaram atrito com os países árabes ao anunciar mudança da embaixada de Israel para Jerusalém. Ameaçaram sair do Acordo de Paris. Tudo isso aconteceu ainda faltando um mês para a posse. O estrago feito em poucos dias já era um indicativo da tragédia que viria nesse ano e meio de mandato.

A política internacional bolsonarista é guiada exclusivamente pela ideologia barata de Steve Bannon, o promoter da extrema direita no mundo. É uma ideologia que considera razoável o filho do presidente, que mal sabe falar inglês, se tornar o embaixador brasileiro nos EUA. Estar preparado para o cargo não é uma condição para assumi-lo. Para isso basta ser reaça. As ações internacionais desse governo, portanto, não são pensadas para trazer bons negócios para o país e melhorar a vida do povo brasileiro, mas para cumprir a agenda “anti-globalista” de uma turminha delirante. A expectativa era fazer nosso comércio exterior se aproximar dos capitalistas dos EUA e se afastar dos comunistas chineses. A realidade está sendo outra: EUA e China se afastando cada vez mais do Brasil.

Essas patacoadas internacionais foram se acumulando e atingiram o pico com a maneira esotérica como enfrentamos o coronavírus. A comunidade internacional está nos isolando progressivamente. Mesmo o principal aliado, Trump, tem criticado reiteradamente o Brasil e proibiu a entrada de brasileiros em seu país. Este 2020 pode ser considerado o ano em que o Brasil se transformou em pária internacional.

O bolsonarismo prometeu acabar com a política internacional ideologizada dos governos do PT, ignorando que a relação política entre Brasil e EUA, por exemplo, já foi tão boa que Lula quase virou amigo do direitista George Bush. Ainda antes de tomarem posse, Eduardo Bolsonaro esteve nos EUA com Steve Bannon e desfilou com um boné da campanha Trump 2020. Essa vergonhosa puxação de saco com Trump foi, por óbvio, uma tragédia em termos diplomáticos. Trump não é o dono dos EUA e praticamente todas as importantes decisões do governo precisam de aprovação da Câmara, que hoje é composta por uma maioria democrata.

Na semana passada, uma comissão da Câmara americana declarou que rejeitará qualquer parceria econômica com “o Brasil do presidente Jair Bolsonaro”. Sim, a rejeição não é ao país, mas especificamente ao país presidido por Bolsonaro. Em carta enviada ao principal negociador comercial dos EUA, o embaixador Robert Lighthizer, a Câmara a justifica a rejeição: “há um completo menosprezo (do governo Bolsonaro) por direitos humanos básicos, pela necessidade de proteger a floresta amazônica e pelos direitos e dignidade dos trabalhadores (…) O aprimoramento do relacionamento econômico entre os EUA e o Brasil, neste momento, iria minar os esforços dos defensores dos direitos humanos, trabalhistas e ambientais brasileiros para promover o estado de direito e proteger e preservar comunidades marginalizadas”.

Outra razão para a rejeição de acordos comerciais com o Brasil: “as declarações depreciativas sobre mulheres, populações indígenas e pessoas identificadas por gênero ou orientação sexual, além de outros grupos”.  É claro que também há interesses econômicos por trás dessa rejeição dos democratas, mas é inegável que a imagem manchada do país atrapalha os negócios.

Na Europa, há uma enxurrada de países rejeitando parcerias comerciais com o Brasil. Na última quarta, o parlamento holandês se colocou contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que ainda depende da aprovação de países participantes. Motivos? A devastação da Amazônia e o descaso com os povos indígenas comandados por Jair Bolsonaro.

Se antes o Brasil era uma referência em diplomacia internacional e almejava ser protagonista nas relações com o mundo, hoje o país é rejeitado até mesmo pelos seus vizinhos.

Em fevereiro, um parlamento regional na Bélgica rejeitou por unanimidade o mesmo acordo, usando as mesmas justificativas. Além desses países, França, Irlanda e Alemanha também já deram sinais claros que não vão assinar acordos comerciais com o Brasil pelos mesmos motivos.

Mês passado, Yasmin Fahimi, deputada alemã que preside o Grupo Parlamentar Brasil-Alemanha, afirmou que não sabia como seria possível conciliar as políticas de Bolsonaro com as exigências para o acordo União Europeia-Mercosul. E completou: “Bolsonaro representa um perigo para a democracia, para o estado de direito e para a existência da floresta amazônica”. O bolsonarismo está descobrindo na prática que se apresentar ao mundo como inimigo do meio ambiente e dos direitos humanos não é bom para os negócios — uma obviedade que nem o chimpanzé mais esperto do bando, o Paulo Guedes, conseguiu enxergar.

Além dos EUA impedirem a entrada de brasileiros no país pelo descaso do governo no combate à pandemia, outros países estão fazendo o mesmo. Nossos vizinhos de continente temem que o descaso do governo brasileiro respingue em seus países. O Paraguai fechou as fronteiras do país por temer, segundo uma autoridade paraguaia, que a “situação caótica” vivida pelo Brasil chegue ao país. Argentina e Uruguai também reforçaram o controle nas fronteiras com o Brasil, levando motoristas de caminhão brasileiros a sofrerem discriminação pelas autoridades estrangeiras.

Na Colômbia, o maior número de casos de coronavírus está em uma cidade amazônica que faz fronteira com o Brasil. O ministro da Saúde colombiano atribuiu o problema à falta de diálogo com as autoridades brasileiras.  Na Bolívia, o quadro se repete. As cidades que fazem fronteira com o Brasil estão entre as que  mais têm casos no país. O sistema de saúde da região boliviana na Amazônia já entrou em colapso.

Apesar da profunda recessão econômica, o governo que prometeu ultraliberalismo na economia vem implodindo todas as pontes comerciais do país. A nossa diplomacia não está a serviço dos brasileiros, mas de uma agenda global da extrema direita. Em nenhum outro momento da República, o Brasil esteve tão isolado. Se antes o país era uma referência em diplomacia internacional e almejava ser protagonista nas relações com o mundo, hoje é rejeitado até mesmo pelos seus vizinhos. A transformação do Brasil em pária internacional é consequência direta do até aqui muito bem-sucedido plano de destruição progressiva da democracia.

Hoje, nós somos vistos pelo mundo como uma republiqueta das bananas cujo líder é um homem autoritário que renega a ciência, esconde dados fundamentais para a segurança sanitária e faz ameaças semanais de golpe de estado. Esse é o paiseco que nós viramos. theintercept.com/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Simulando bombardeio, bolsonaristas soltam fogos de artifício contra STF



Na noite do último sábado, 13, integrantes do grupo  “300 do Brasil” se reuniram em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília, para atacar a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) com fogos de artifício.

A ação foi gravada por celulares dos integrantes e divulgada nas redes sociais, com mensagens de ofensa aos ministros da casa e ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Bolsonaristas STF
Bolsonaristas atacam STF e ameaçam ministros em vídeos divulgados na redes sociais

Horas antes, na tarde do sábado, o acampamento montado pelo grupo na Esplanada dos Ministérios há semanas, e que permaneceu ali mesmo após decreto federal que impedia sua permanência, foi desmantelado por agentes da Polícia Militar do DF, a pedido do Governo do Distrito Federal.

O atentado contra o prédio do STF foi encarado com uma reação à operação policial. No vídeo, um dos participantes do grupo de apoiadores a Bolsonaro, enfatiza os objetivos do ataque: “(Estamos) em frente aos bandidos do STF. Isso é para mostrar para eles e para o bandido do GDF: não vamos arregar”. E continua: “É o povo, seus comunistas, seus bandidos… Está entendendo o recado?”.

Entre os participantes do atentado estava um homem identificado como “Cavalieri do Otoni”, assessor do deputado federal Otoni de Paula (PSC), do Rio de Janeiro. A informação é do blog O Antagonista.

Polícia Civil investigará ataque e PM chama ato de ‘culto’

Segundo informação do Correio Braziliense, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Polícia Civil do DF vai instaurar um inquérito para apurar os responsáveis pelo episódio.

Em resposta ao atentado, o governador Ibaneis Rocha assinou um decreto que proíbe a circulação de pessoas na Esplanada dos Ministérios neste domingo, 14.

Ao se manifestar sobre o atentado da noite de sábado, a Polícia Militar do DF tratou de minimizar a gravidade da ocasião. “Segundo informações cerca de 30 pessoas realizaram um culto na praça, por volta de 21h, e após o término soltaram alguns foguetes. Logo após, entraram em um ônibus e se retiraram do local.”

catracalivre.com.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE