Mais cinco pessoas tiveram prisão decretada dentro do inquérito do STF que investiga participação em protestos antidemocráticos
A ação da Polícia Federal iniciada nesta manhã decorre de um ato realizado no sábado 13 em que manifestantes lançaram fogos de artifício contra o prédio do STF, simulando um bombardeio.
O ato aconteceu depois que a Polícia Militar do Distrito Federal desmontou um acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Sara, então, liderou um grupo de cerca de 20 pessoas para tentar invadir o Congresso Nacional, mas foi contida pela Polícia Legislativa.
“Vocês tiram nossa casa que nós tiramos o Congresso”, afirmou a militante. Os manifestantes entoavam uma frase já citada pelo presidente Bolsonaro “acabou, porra”, para pedir a intervenção militar, o fechamento do Congresso, além de promoverem ataques à imprensa. Eles também rezaram e pediram bênção ao presidente.
A ação da Polícia Federal nesta segunda acontece após a Procuradoria Geral da República abrir uma investigação para responsabilização dos autores, a pedido do presidente do tribunal, Dias Toffoli.
A militante é investigada em mais dois inquéritos. Um deles é o das fake news, que investiga ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. Após ser alvo de busca e apreensão, Sara publicou um vídeo afirmando ter vontade de “trocar socos” com Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e prometendo infernizar a vida do ministro e perseguí-lo. As declarações motivaram a expulsão da militante do DEM.
Ela também é investigada por improbidade administrativa a pedido do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, que investiga possível irregularidade na utilização de R$ 25 mil recebidos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas em 2018, o chamado fundo eleitoral. Ela disputou uma vaga de deputada federal pelo DEM, teve 17.246 votos e não foi eleita.
Zambelli diz que ativista bolsonarista não era perigosa e políticos comentam a prisão nas redes
A prisão da manifestante bolsonarista Sara Winter na manhã desta segunda-feira 15 repercutiu rápido nas redes sociais.
Sara é uma das figuras responsáveis pelo acampamento “300 do Brasil”, que foi desmantelado pela Polícia Militar do Distrito Federal no sábado 13, e que, mesmo assim, teve membros envolvidos na explosão de rojões contra um dos prédios do Supremo Tribunal Federal.
A militante simpatizante da extrema-direita também é alvo no inquérito das fake news que tramita no STF e que investiga a articulação de ataques virtuais contra a corte. Ela foi presa pela Polícia Federal após mandado de prisão autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Gilmar Mendes, também ministro da Corte, afirmou em entrevista à Rádio Bandeirantes que “a prisão preventiva pode ser o adequado remédio neste momento”.
Outros ministros ainda não se manifestaram sobre a prisão, mas divulgaram notas de repúdio contra a tentativa de atingir o Supremo com rojões. Na noite de ontem, Alexandre de Moraes publicou que o Supremo não se curvaria diante de agressões estimuladas por grupos antidemocráticos. “A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá.”, escreveu nas redes.
No Twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) escreveu que a prisão de Winter também explicita uma relação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, que “se protegem atrás do mandato parlamentar e estimulam essas pessoas a atacarem o Supremo Tribunal Federal”, argumenta.
Sara Winter, líder do movimento de extrema direita 300 é presa em Brasília. Os filhos do Bolsonaro se protegem atrás do mandato parlamentar e estimulam essas pessoas a atacarem o Supremo Tribunal Federal.
Alexandre Frota, deputado do PSDB, publicou uma foto de Sara da época em que ela se denominava ativista contra Bolsonaro. “A justiça tarda mas não falha”, escreveu.
Sara Winter acaba de ser presa . A justiça tarda mas não falha.
Já a deputada Carla Zambeli (PSL-SP), participante da base bolsonarista na Câmara dos Deputados, relativizou a prisão da ativista ao questionar se ela representava “tanto risco” e se “era pra tanto”. Zambelli afirmou ainda que conversou com a ativista para pedir aos manifestantes “abaixarem a temperatura”.
“Ela fez o contrário, aumentou a temperatura e tem uma personalidade explosiva, mas nem de longe é uma pessoa perigosa.”, opinou Zambelli.
Mas diante do cenário, ficam algumas perguntas:
Era pra tanto?
Ela representa tanto risco? Outras medidas não seriam cabíveis, antes desta?
E os que tomaram spray de pimenta enquanto rezavam o Pai Nosso, correm risco?
Zé Rainha se tivesse feito o mesmo, estaria preso?
Já para Joice Hasselmann (PSL-SP), que como Alexandre Frota era uma enfática apoiadora de Jair Bolsonaro no começo de seu governo, chegou a afirmar que “os investigadores obtiveram vídeos de Sara Winter sobre os financiadores do movimento 300”. A informação não foi confirmada por nenhuma fonte oficial até o momento.
Manifestantes profissionais:
Os investigadores obtiveram vídeos de Sara Winter sobre os financiadores do movimento 300.
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O que mais estes empresários estariam bancando...?
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