quarta-feira, 20 de maio de 2020

Regina Duarte deixa a secretaria da Cultura: a curta trajetória da atriz no cargo


Regina Duarte e presidente Jair BolsonaroDireito de imagemCAROLINA NUNES/PR
Image captionAnúncio da saída foi feito em vídeo em que a atriz aparece ao lado do presidente e divulgado nas redes sociais
Regina Duarte anunciou a saída do cargo de secretária especial de Cultura no governo Bolsonaro nesta quarta-feira (20/05).
Em vídeo publicado nas redes sociais do presidente, em que aparece ao lado da atriz, ela afirma que vai assumir a Cinemateca, em São Paulo.
"A família está querendo minha proximidade, eu estou sentindo muita falta dos meus netos, dos meus filhos", justificou.
"Ir pra Cinemateca, do lado do teu apartamento, ali em São Paulo, se você vai ser feliz e produzir muito mais, eu fico feliz com isso. Chateado porque você se afasta um pouco do convívio nosso em Brasília", afirmou o presidente.
Os rumores de que Regina poderia sair do ministério se arrastavam desde o início do mês.
O anúncio vem depois de uma série de desencontros: a atriz fez nomeações consideradas inadequadas ao perfil ideológico do governo e foi criticada pelo presidente pelos períodos que passou longe de Brasília.
Sua ausência no discurso em que Bolsonaro se defendeu das acusações de Moro — e que teve a presença de quase todo o primeiro escalão do governo — foi muito notada.
A BBC News Brasil relembra a curta trajetória da atriz na secretaria de Cultura.

Proximidade e 'namoro'

Conhecida por sua carreira na televisão, Regina Duarte também começou a chamar atenção nas últimas décadas por seu posicionamento político de direita.
Sua propaganda contra Lula na campanha de 2002 em que dizia "tenho medo" é lembrada até hoje. Ela também apoiou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Casada durante anos com o pecuarista Eduardo Lippincott, com quem tem uma fazenda de criação de gado da raça Brahman no interior de São Paulo, a atriz também sempre foi próxima ao setor ruralista, um dos que apoiaram Bolsonaro durante a campanha de 2018.
Ela inclusive já foi convidada para falar na ExpoAgro, um dos grandes eventos do setor, e demonstrou posições parecidas com as de Bolsonaro quanto à questão indígena, por exemplo, dizendo ser contrária à demarcação de terras.
Nas eleições de 2018, a atriz começou a demonstrar simpatia à figura de Bolsonaro, citando-o diretamente.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em 2018, ela disse que Bolsonaro era um "cara doce".
"Quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha", disse.
Na mesma entrevista, ela afirmou que a imagem de Bolsonaro como uma pessoa "truculenta" foi construída por seus opositores.
"São imagens montadas, pois mostram a reação dele, mas não a de quem provocou a reação. É unilateral. Quando souberam que ele ia se candidatar, começaram a editar todas as gravações e também a provocá-lo para que reagisse a seu estilo, que é brincalhão, machão."
A atriz também demonstrava afinidade ideológica com o governo.
Postagem no Instagram em que Regina Duarte aparece sorrindo em manifestação, repleta das cores verde e amareloDireito de imagemREPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Image captionRedes sociais da atriz têm várias publicações favoráveis ao governo, como convocações para manifestações
Em uma entrevista ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo, por exemplo, ela afirmou nunca ter se declarado feminista, mesmo que entre suas interpretações mais famosas esteja a protagonista de Malu Mulher.
A série da TV Globo, de 1980, contava a história de Malu, uma mulher essencialmente feminista e que se posicionava contra os valores morais da época.
"Eu nunca me declarei feminista, mesmo fazendo a Malu. Eu não acho que as coisas são por aí. Acredito que há caminhos intermediários. Eu fui e continuo conservadora", disse.
Em 2019, primeiro ano de governo do presidente, a atriz postou várias imagens no Instagram mostrando não só Bolsonaro, mas também o então ministro da Justiça Sergio Moro; e o ministro da Economia, Paulo Guedes; frases defendendo a Operação Lava Jato e ações do governo na segurança, economia e combate à corrupção; além de convocações para manifestações pró-governo.

'Noivado' e 'casamento'

Regina Duarte foi nomeada para a secretaria de Cultura em março, após a queda do ex-secretário, Roberto Alvim, que havia feito diversas referências ao nazismo em um discurso — repetindo, inclusive, frases de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda na Alemanha nazista.
Embora se dissesse conservadora e de direita muito tempo antes de entrar para o governo, a atriz foi acusada por alguns bolsonaristas nas redes sociais de ser uma "espiã comunista" — eles não aprovavam seus laços com a Rede Globo (com a qual teve contrato por anos) e sua proximidade com a classe artística.
Seu início não foi imediato — antes de assumir oficialmente como secretária especial de Cultura, passou por um período de "testes" que o presidente chamou de "noivado" com o governo.
Durante o "noivado", Regina esteve acompanhada em Brasília do filho mais velho, André Duarte Franco, que se declarava bolsonarista convicto nas redes sociais e inclusive acompanhou a mãe em reuniões no Planalto.
Jair Bolsonaro e Regina Duarte posando para fotoDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionConvite para participar do governo foi feito depois de queda de Roberto Alvim
Na posse, Regina fez um discurso que falou em "carta branca" do governo para escolher equipe e diálogo.
"Meu propósito aqui é de pacificação, diálogo permanente com o setor cultural, Estados e municípios, Parlamento e com os órgãos de controle", afirmou.
A parte que mais repercutiu de seu discurso de 15 minutos foi o momento em que ela comparou a cultura ao "pum do palhaço".
"[Cultura é] chimarrão, culto, missa das dez, desafio repentista, forró...E aquele pum produzido com talco espirrando do traseiro do palhaço... Fazendo a risadaria feliz da criançada? Cultura é assim, é feita de palhaçada!", disse ela.

Divórcio

Apesar da promessa de carta branca, a secretária teve desgastes com o governo por nomeações que fez, com nomes que foram vistos com desconfiança por não se alinharem ideologicamente ao governo.
A dificuldade em exonerar certos nomes também gerou atritos. Um deles foi o do maestro Flávio Mantovani, que presidia a Funarte, e que havia feito declarações ligando o rock ao aborto e ao satanismo.
Ele foi exonerado no mesmo dia em que Regina tomou posse, mas foi reconduzido ao cargo no último dia 5 de maio, por decreto publicado do Diário Oficial. Sua renomeação, no entanto, não durou 24 horas: no mesmo dia, em edição extra do DO, ele foi novamente demitido.
Outro nome foi do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, cujos posicionamentos como o de que "não existe racismo no Brasil" revoltaram o movimento negro. A Fundação Palmares tem como objetivo promover a cultura negra no país.
Regina havia defendido, na posse, a demissão de Camargo. No entanto, ele continuou à frente da fundação, inclusive fazendo críticas públicas à Regina, a quem é subordinado, nas redes sociais.
Chamou atenção a ausência da secretária em reunião onde Bolsonaro rebateu acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro (e onde estava todo o primeiro escalão do governo).
Regina Duarte fez vários elogios públicos a Moro desde o ápice da operação Lava Jato e era declaradamente apoiadora do ministro.
Após sua demissão, no entanto, ela manteve silêncio por alguns dias, e depois disse discretamente que continuava mantendo apoio a Bolsonaro.
"Juntos pelo Brasil", escreveu ela, em uma postagem que depois foi escondida de seus seguidores.
Logo após o "iô-iô" com Mantovani gerar rumores de saída da secretária do governo, Bolsonaro convidou Regina para um encontro.
A reunião, que deu certa sobrevida à permanência da atriz na secretaria, teve também a presença do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ao qual a secretaria de cultura é subordinada — a pasta perdeu o status de ministério no governo Bolsonaro.
No encontro também esteve presente Sergio Camargo, que depois disse à revista Veja que "se sentiu prestigiado". "Todo mundo sabe que a situação dela é delicada, mas nada disso passa por mim", afirmou ele à revista.
Sua presença na reunião aumentou a percepção de que Camargo poderia ser um dos nomes cotados para substituir Regina na secretaria de Cultura, no entanto pouco tempo depois surgiu um novo candidato: o ator Mario Frias. Ex-galã da novela Malhação, Frias é atualmente o mais cotado para a vaga.
Pouco tempo após o episódio, Regina deu uma entrevista para o canal CNN em que falou sobre a ditadura militar, minimizando os assassinatos e mortes que aconteceram durante o período e chegando a dar risada o falar sobre o assunto.
"Cara, desculpa, eu vou falar uma coisa assim: na humanidade, não para de morrer. Você fala vida, do lado tem morte", disse ela. Quando o apresentou lembrou que houve tortura no período, ela respondeu: "tá bom, mas sempre houve tortura".
Regina ainda cantou a marchinha "Pra Frente Brasil", símbolo do período, e disse "não era bom quando a gente cantava isso".
Depois a secretária saiu no meio da entrevista, que era ao vivo. O episódio gerou uma enorme repercussão negativa, com artistas se posicionando contra ela nas redes sociais e uma assessora de imprensa da secretaria pedindo demissão.
Menos de dez dias depois a atriz pediu demissão do cargo, dizendo que estava com saudade da família.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 19 de maio de 2020

Maciel Santos é opção para renovar Câmara de Bom Jardim



Focado no tema "Atitude para Mudar", Maciel Santos vem se preparando para disputar e conquistar uma cadeira no parlamento bonjardinense nas eleições 2020. 

Funcionário da Polícia Penal de Pernambuco, Bacharel em Direito com especialização em Gestão Pública e  admirador do ex-presidente Lula. Filiado e  militante do Partido dos Trabalhadores (PT), Maciel tem buscando fortalecer constantemente suas bases políticas no município. Organizou a estrutura partidária local depois de toda crise política e de gestão vivenciada pelo PT em nível nacional e regional.  Ativo nas redes sociais onde faz pré-campanha, filiou novos militantes e pretende com seus pares lançar uma chapinha com  10 a 15 candidatos nas eleições municipais.

Mais experiente, mais conhecido, com o apoio do Deputado Federal Carlos Veras, pra quem pediu votos nas eleições em 2018, Maciel espera ser eleito desta vez.  Nas eleições 2016 foi candidato ao cargo de  vereador e obteve 224 votos. Deseja, objetiva  com seus colegas de partido duplicar ou triplicar  essa votação para que o grupo possa eleger dois ou três companheiros. "Temos uma boa equipe, experiência e atitude para mudar a política de Bom Jardim", declarou ao Blog Professor Edgar Bom Jardim.  Confira a entrevista com Maciel Santos.

Qual sua contribuição para a política local, hoje e no amanhã? A nossa maior contribuição é o trabalho sério e a defesa de nossas bandeiras,com diálogo e respeito às pessoas e às divergências de pensamento, sempre fizemos isso e vamos continuar a fazer. Faço nova política com mudança de atitude, pensamento no melhor para a população e é essa ideia que dissemino por onde passo, com quem converso e promovo diálogo. 

Quantos anos militando na política? Milito na política desde os 16 anos, já  estou na fase dos 40.


Está mais calmo com o governador? Nosso partido é parte da frente popular, Paulo tem se mostrado proativo. Estamos apoiando o seu governo.


Qual sua avaliação da atual  gestão do prefeito João Lira? Uma gestão com muitas falhas, ausência  de ação em diversas áreas como: agricultura, segurança, educação e outras.


Eleição: qual a possibilidade do PT apoiar Loão Lira? Não há possibilidade alguma do PT apoiar a reeleição do prefeito, sempre tivemos na oposição aqui. Iremos permanecer na oposição, agora com responsabilidade, pensando no povo. Não deixaremos de ajudar o município por conta de divergências políticas.

Como o prefeito João Lira vai aplicar o recurso destinado ao município via apoio de Carlos Veras? Vamos  sugerir  junto à Secretaria Municipal de Saúde o que fizemos através de uma live: Compra de teste rápido, termômetros; Compra de EPI's, luvas, máscaras para uso dos profissionais da saúde; Higienização de ruas e prédios públicos; Compra de álcool em gel, etc. Estou feliz por ter contribuído  com essa luta.

Que avaliação faz do governo Bolsonaro? É um desgoverno, atitudes irresponsáveis, genocidas, vem praticando diversos retrocessos sociais e a democracia. Faz-se necessário um diálogo permanente das forças progressistas para combater as insanidades e os desmandos do presidente.

Entrevista Por Edgar S. Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Covid-19: Paulo Câmara testa positivo



O governador Paulo Câmara, disse, na noite desta segunda-feira (29), que testou positivo para a Covid-19. Nas redes sociais, o gestor também informou que ficará em isolamento.

"Pessoal, acabei de receber o resultado positivo para a Covid-19 no teste que realizei. Na manhã desta segunda, 18/05, apresentei sintomas gripais e fui orientado a realizar o exame. Agora, farei o isolamento rígido, seguindo todas as recomendações médicas. Continuarei acompanhando de casa cada detalhe das ações do Gabinete de Crise, do Governo de Pernambuco. Permaneceremos empenhados no enfrentamento ao novo Coronavírus. Fiquem em casa e que Deus nos acompanhe", escreveu.
Paulo Câmara é o quarto governador a contrair a doença. O governador Antonio Denarium (PSL), de Roraima, fez o anúncio nesta segunda-feira (18) que testou positivo para a Covid-19. Antes dele, os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e do Pará, Helder Barbalho (MDB), divulgaram ter contraído a doença.
Confira a mensagem e vídeo publicado pelo governador no Facebook: "Pessoal, acabei de receber o resultado positivo para a Covid-19 no teste que realizei. Na manhã desta segunda, 18/05, apresentei sintomas gripais e fui orientado a realizar o exame. Agora, farei o isolamento rígido, seguindo todas as recomendações médicas. Continuarei acompanhando de casa cada detalhe das ações do Gabinete de Crise, do Governo de Pernambuco. Permaneceremos empenhados no enfrentamento ao novo coronavírus. Fiquem em casa e que Deus nos acompanhe",disse Paulo Câmara. Acesse:
O governador Paulo Câmara tem se destacado de forma combativa, responsável, atuante e coerente com os protocolos da Organização Mundial de Saúde no combate a Covid-19 durante o período em que a  pandemia tem afetado Pernambuco.
Com Informação de Folha de Pernambuco/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A rua deserta, casa silenciosa, terra poluída



Quem sabe o final do tempo que rege a história? Já anunciaram profecias, alguns brincam com cartas mágicas, ficam datas na memória. A sociedade se muda, sai do sedentário, busca movimento, estimula contrariedades. De repente, as cidades se alargam, as mercadorias se renovam, as epidemias assustam e as guerras inventam novas armas. Vi alguém passar com uma máscara azul. Ouvi um grito de quem pedia ajuda. O sino tocou, mas o invisível é o mais perigoso. Dá para tatuar tantas crises e fingir que as abstrações são feitas para manter a verdade?
Dentro de casa a conversa roda. Uma televisão ligada, um telefone com ruído estranho, gente dormindo no chão, um gato solto na varanda. Há cansaço e, muitas vezes, uma escassez de movimento. Procuro as fotos para me reencontrar com as pessoas. Contar o número da saudade é um drama. O jornal avisa que existem dez lives. Como assistir? Prefiro fechar os olhos e imaginar um grande labirinto. Quem foi o arquiteto do universo? Já imaginou um paraíso de goiabas? Não haveria pecado original.
Joga-se dominó, as crianças falam e não esquecem da escola. Tanta complexidade e um governo tonto que cospe nas pessoas. Com é. duro querer compreender a história e suas distâncias do passado. Cem anos de solidão é pouco para as metamorfoses diárias. Qual a estrada de pedra que segura as incertezas? Escondo-me atrás do sofá e tento namorar com o futuro. Parece que é desejo de todo mundo. É o deserto ou o abismo? Lá está a estrela que não deixa de piscar para no azul do afeto.
Melhor é não se desesperar. Esperar para recriar o calendário e riscar as datas oficiais. Há minoria privilegiadas e milhões de pessoas com a garganta seca. Quem celebrava o êxito das tecnologias, sente que vale mais as vendas e as trocas. Sei que as ruas se tornam obscuras e uma insegurança especial toca no corpo de quem aposta numa história sem fim. Por isso, se afirma que história se aproxima de múltiplas transfigurações. Apenas, escuto os boatos e as especulações para me distrair da apatia, desertar das tensões e pensar na dança do deus embriagado.
Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

3 momentos que levantaram suspeita sobre relação de Bolsonaro com a PF



Bolsonaro dá posse ao delegado Alexandre Rolando de Souza como diretor-geral da Polícia FederalDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionBolsonaro dá posse ao delegado Alexandre Rolando de Souza como diretor-geral da Polícia Federal
Está nas mãos do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão de divulgar ou não trechos da reunião ministerial em que, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria indicado a intenção de interferir na Polícia Federal.
A Advogacia-Geral da União (AGU), que defende o governo Bolsonaro no caso, já divulgou a transcrição de alguns trechos do encontro. Nesses trechos, Bolsonaro se queixou de forças de segurança federais e disse que não esperaria "foder(em) minha família toda de sacanagem".
O presidente pediu ao STF que não divulgue o vídeo na íntegra para preservar "questões de Estado, economia e coisas pessoais" citadas pelos participantes.
Segundo relatos, entre outros acontecimentos, houve duras críticas à China e ofensas a ministros do STF na reunião.
O encontro ocorreu em 22 de abril no Palácio do Planalto. Dois dias depois, o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, deixou o cargo. Moro pediu demissão no mesmo dia.
A entrega do vídeo ao STF ocorreu no âmbito de um inquérito que apura a conduta de Bolsonaro em relação a denúncias feitas por Moro.
Após deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz afirmou que o presidente lhe cobrou mudanças na Polícia Federal sem apresentar justificativas plausíveis.
A BBC News Brasil lista a seguir os principais episódios que levantam suspeitas sobre a relação do presidente com a PF.

1- Demissão de Sergio Moro

Em depoimento à Polícia Federal após deixar o cargo de ministro, Moro disse que Bolsonaro queria trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro.
Segundo Moro, o presidente lhe enviou a seguinte mensagem no WhatsApp:
"Moro, você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro."
Moro não disse qual interesse Bolsonaro teria em interferir na divisão do Rio e afirmou que os motivos deveriam "ser indagados ao presidente".
Ex-ministro Sérgio Moro diz que Bolsonaro tentou interferir na Superintendência da Polícia Federal no RioDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionEx-ministro Sergio Moro diz que Bolsonaro tentou interferir na Superintendência da Polícia Federal no Rio
O ex-ministro afirmou ainda que Bolsonaro vinha lhe pressionando para tirar Valeixo da direção da corporação sem apresentar justificativas convincentes.
Disse também que o presidente "relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança (na Polícia Federal), para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência".
Valeixo também depôs à PF após deixar a corporação.
Ele afirmou que Bolsonaro lhe disse que gostaria de nomear como diretor-geral "alguém (com) que tivesse maior afinidade", mas que jamais lhe pediu relatórios de inteligência nem tratou com ele sobre troca de superintendentes.

2 - Nomeação de Alexandre Ramagem

Após a saída de Valeixo, Bolsonaro nomeou o delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF.
Até então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), anteriormente Ramagem foi o responsável por chefiar da segurança da campanha de Bolsonaro após a facada sofrida pelo então candidato. Nesse período, aproximou-se da família do capitão reformado.
No Réveillon de 2019, Ramagem foi fotografado ao lado do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
A proximidade do delegado com a família presidencial fez com que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, anulasse a nomeação, atendendo a um pedido do partido PDT.
"Analisando os fatos narrados, verifico a probabilidade do direito alegado, pois, em tese, apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios da impessoalidade, da moralidade e do interesse público", afirmou Moraes na decisão.
Bolsonaro não recorreu e nomeou então o delegado Alexandre Rolando de Souza, considerado o braço direito de Ramagem na Abin, para a direção da PF.

3 - Entrevista de Paulo Marinho

Em 16 de maio, o empresário Paulo Marinho - um dos principais apoiadores da candidatura de Bolsonaro à Presidência - disse em entrevista à Folha de S.Paulo que Flávio Bolsonaro, primogênito do presidente, soube com antecedência de uma operação policial que atingiu membros de seu gabinete.
Segundo Marinho, um delegado da Polícia Federal no Rio que simpatizava com a candidatura de Bolsonaro procurou Flávio entre o primeiro e o segundo turnos da eleição para avisá-lo da Operação Furna da Onça.
A operação trouxe à luz transações suspeitas de Fabrício Queiroz enquanto ele trabalhava como assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Investigadores afirmaram que Queiroz gerenciava um esquema de "rachadinha" entre funcionários do gabinete, coletando uma parte dos salários que lhes eram pagos para entregá-la a Flávio ou destiná-la a outros fins.
Segundo Marinho, os policiais decidiram segurar a operação para que ela não prejudicasse a candidatura de Bolsonaro, postergando-a para depois do segundo turno.
O aviso do delegado sobre a operação, segundo Marinho, foi o motivo para a demissão de Queiroz e de sua filha, Nathalia, que trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro. Ambos foram exonerados em 15 de outubro.
No livro "Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos", a jornalista Thaís Oyama também afirma que a família Bolsonaro foi avisada com antecedência da operação da PF.
Segundo ela, um "delegado amigo" fez chegar ao clã a informação de que o gabinete de Flávio Bolsonaro - assim como o de outros 20 deputados estaduais - estava sendo investigado pela prática de "rachadinha".

BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Companhia americana anuncia resultados positivos em vacina contra coronavírus




Oito pacientes receberam doses pequenas e médias da vacina e desenvolveram anticorpos

A empresa americana de biotecnologia Moderna anunciou nesta segunda-feira 18 resultados “positivos provisórios” na fase inicial de ensaios clínicos de sua vacina contra o novo coronavírus, em um pequeno número de voluntários.
A vacina aparentemente produziu uma resposta imune em oito pacientes que a receberam, da mesma magnitude que aqueles que foram infectados com o vírus, informou a empresa.
“A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstra que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada por infecção natural”, disse Tal Zaks, diretor médico da Moderna, em comunicado.
Isso sugere, embora não seja a prova final, que a vacina desencadeia uma resposta imune.
A companhia afirmou que a vacina “tem potencial para prevenir o COVID-19”. O estudo clínico é realizado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, onde o governo investiu 500 milhões de dólares para essa potencial vacina.
Durante os testes, um grupo de 15 pacientes recebeu três doses diferentes da vacina. A fase 3, testando mais pessoas, começará em julho, acrescentou a farmacêutica.
A vacinação contra o coronavírus é uma prioridade global para acabar com a pandemia que deixou mais de 315.270 mortes em todo o mundo e pelo menos 4,7 milhões de casos confirmados.
Na sexta-feira passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar ter uma vacina contra o coronavírus até o final do ano.

Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE