sexta-feira, 6 de setembro de 2019

#Dia7EuVouDePreto:Em resposta a Bolsonaro, estudantes vestirão preto no 7 de Setembro



Foto: Divulgação / UNE
Foto: Divulgação / UNE
Para celebrar o dia 7 de Setembro, quando se comemora a Independência do Brasil, Jair Messias Bolsonaro sugeriu que a população fosse as ruas trajando verde e amarelo. De acordo com o presidente, o ato servirá para 'mostrar ao mundo que aqui é o Brasil, que a Amazônia é nossa.' Em resposta, movimentos estudantis se organizam para ocupar as capitais vestindo preto. Recife é uma delas.

A hashtag 'Dia 7 vou de preto' figura entre os assuntos mais comentados no Twitter Brasil nesta quarta-feira. A cor, segundo os manifestantes, significa luto pela Amazônia e pelos cortes em Educação. 

Recentemente, Bolsonaro afirmou que esvaziaria as carteiras estudantis emitidas pela UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Nacional dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos). De acordo com o presidente, uma nova carteira digital será criada e benefícios para estes movimentos serão cortados. 'Não vai ter mais que pagar para a UNE, que quem manda lá é o PCdoB', afirmou. 'Vai faltar dinheiro para o PCdoB, hein!?', acrescentou.
pois, significa o luto pela situação da Amazônia e da Educação. É um grito de quase morte por causa dessas políticas.
650 pessoas estão falando sobre isso




De acordo com a UNE, pelo menos 50 cidades participarão dos atos pelo país. No Recife, a mobilização está marcada para as 8h, na Praça do Derby, área central da capital pernambucana. 

Collor 

Tanto o pedido de Bolsonaro quanto a negativa dos estudantes relembram um acontecimento importante da história do país: o movimento caras-pintadas, durante o mandato de Fernando Collor de Melo, em 1992. À época, movimentos estudantis usaram do dia para vestir preto e endossar o coro de impeachment do então presidente. 



Bolsonaro parece estar ciente. Na última terça-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, o chefe de estado disse: 'Eu lembro lá atrás que um presidente disse isso e se deu mal. Mas não é o nosso caso. O nosso caso é o Brasil.
Com informação de Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem escuta, quem disfarça


O poder se estende pelas relações sociais. Nem sempre usa coerção, mas gosta de convencer e arrumar argumentos sedutores. Existem os contrapontos, um conflito de afirmativas que desenham a política e o conhecimento. O importante é saber quem se interessa em disfarçar. Se o governo desmonta a educação, esconde seus planos de consolidar a mesmice e acabar com as possibilidades de crítica. Isso alimenta as jogadas de Jair e seu time. Não pense que há ruído constante. Muitos se divertem e acreditam que o messias conta com sagrações divinas.
Parece espantoso, Surgem desenganos, depressões, desistências. No entanto, o movimento da sociedade acolhe contradições. Há quem goste de servilismo, quem se negue a conviver com dúvidas e abasteça dogmas. Observe que o massacre dos desmanches é cotidiano. Não traz o homogêneo, irrita, cria contestações. Não deixe de registrar, porém, que certas plateias conseguem apoiar a sua própria destruição. Jair solta absurdos que atraem boa parte da população. Portanto, a polarização se amplia e garante lugar do capitão- presidente na tropa, apesar da lucidez e da indignação que sobrevivem e buscam problematizar o discurso da intolerância.
Tantas sofisticações tecnológicas, promessas de exterminar com as epidemias, planejamentos ditos científicos e a sociedade continua repleta de desigualdades. O que mais assusta é a propagação do desânimo. Analise a convivência cotidiana, a degradação do sonho, a queda dos valores mais solidários. A história nunca foi um paraíso. Houve desastres e descontroles. O tocante é que as lições não são aprendidas e a perplexidade mina utopias e favorece às minorias privilegiadas. O desencanto se globaliza, com estratégias multinacionais articuladas. Um terrorismo psicológico que adoece e inibe.
Não se acanhe. Decifre, mesmo que os erros apareçam. Quem se diz dono da verdade possui fortes ligações com o poder dominante. Há quem condene as violência e quem se choque com os desmantelos arquitetados pelo governo. O desprezo pelo coletivo é um caminho aberto para fazer crescer as ruínas e firmar o fogo que destrói. Não há destinos divinos programados. As manipulações existem para afundar quem luta contra a exploração. Há quem ganhe, quem acumule, quem invista na solidão milionária. A felicidade não tem lugar numa sociedade que estimula a disputa e coisifica os afetos. Amedronta com os abismos inesperados.
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Perseguição:Maia defende fim da estabilidade para servidores públicos



O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a inclusão do fim da estabilidade e a possibilidade de redução do salário do servidor público na reforma administrativa. Maia disse que as mudanças, no entanto, só deverão valer para quem entrar no serviço público após o início da vigência das novas regras. “Meu radar é todo para frente. Essa discussão para trás é ruim. Reduzir salário hoje de quem entrou e tirar a estabilidade é ruim. Tem gente que diz que essa discussão da estabilidade não está necessariamente garantida para trás. Defendo que, para a gente ter uma reforma mais rápida, a gente não deve olhar para trás. Só para o futuro”, afirmou. Ele disse aguardar o envio de uma proposta da parte do governo federal.

Maia participou nesta segunda-feira (2) de um encontro com cerca de 70 empresários no Rio, promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Durante mais de uma hora, o deputado bateu na tecla de que é preciso reduzir as despesas para que os setores público e privado voltem a investir. Para ele, só com segurança jurídica e as reformas da Previdência, que permite a contenção dos gastos, e a administrativa, que reduziria as despesas, será possível fazer a economia voltar a crescer.  “Muitos não acreditam que o Brasil quebrou. Acham que a gente vai resolver tudo com um jeitinho. Isso não vai acontecer. Não é que o governo não queira investir. O governo não tem dinheiro”, disse. “A despesa corrente é muito forte. A gente não consegue projetar e melhorar o futuro do país”, acrescentou.
Segundo o deputado, o descontrole das contas públicas se agravou de 2015 para cá, com o aumento aprovado pelo Congresso para o Judiciário. “Hoje o servidor público federal ganha em média 67% a mais que o da iniciativa privada em funções semelhantes. Nos estados essa diferença gira em torno de 30%”, comparou.
O presidente da Câmara também defendeu a aprovação de uma reforma tributária que organize e simplifique o sistema tributário. Para ele, o modelo que mais se aproxima desse propósito é o idealizado pelo economista Bernard Appy e encampado pelo líder do MDB, Baleia Rossi (SP). Há uma proposta também em discussão no Senado, baseada em substitutivo do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O governo também prepara um texto próprio a ser enviada ao Congresso.
Maia acredita que é possível construir um consenso a partir da junção das três proposições. “A proposta do Appy está mais estruturada e tem mais apoio da área técnica”, observou. Ainda assim, ressaltou, será preciso fazer ajustes na PEC. “Vamos conversar com o governo. É importante. O governo vai propor a unificação de impostos federais. Não vai entrar na questão de estados e municípios. Está certo.”
Ainda nas discussões da reforma tributária, o presidente da Câmara acredita que será preciso rever a situação da Zona Franca de Manaus (ZFM), que ficaria inviabilizada com a extinção do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), aprofundar o debate sobre o novo Imposto de Bens e Serviços e definir uma forma de compensar os estados do Norte e Nordeste com eventuais perdas trazidas pelo novo sistema tributário. “São Paulo, em tese, é o estado que mais perde. Mas, com a economia crescendo, será o estado que mais ganhará”, explicou.
Para Maia, o momento é de enfrentar desafios, como a adoção de um novo pacto federativo no Brasil. “Isso passa pela redução do tamanho do Estado. Precisamos ter compromisso com a redução das despesas”, insistiu. “O Brasil precisa de menos polêmica e mais racionalidade nos debates”, acrescentou.
CongressoEmFoco
* O repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sob aplausos, Maria da Penha inaugura seu instituto no Recife


Solenidade aconteceu na tarde desta quinta-feira (5), no Recife Antigo - Tarciso Augusto/Esp. DP
Solenidade aconteceu na tarde desta quinta-feira (5), no Recife Antigo - Tarciso Augusto/Esp. DP
Foi inaugurado oficialmente, na tarde desta quinta-feira (5), o escritório regional do Instituto Maria da Penha (IMP) no Recife. Localizado no segundo andar do prédio da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq), o espaço irá fornecer acolhimento e orientação às mulheres vítimas de violência. Até então, a organização só tinha presença física em Fortaleza, terra natal da ativista Maria da Penha, presidente do IMP. Em outubro, com o lançamento oficial do programa Tua Vez, as vítimas de agressão que contam com medida protetiva encontrarão, também, cursos de qualificação profissional e encaminhamento ao mercado de trabalho. 

Muito aplaudida pelos convidados da cerimônia, Maria da Penha destacou a importância da criação de centros de referência, para que aquela mulher agredida conheça seus direitos, avalie sua situação e possa sair do ciclo da violência. “Nossa luta está vencendo muitas barreiras. Nosso instituto deseja que os governos municipais tenham compromisso com a política pública e criem centros de referência. Não precisa ser um prédio pomposo”, defende.

ENTREVISTA: 'Resultado do machismo', diz Maria da Penha sobre 'demonização' do feminismo

Apesar da inauguração do espaço físico, o IMP já realizava ações de educação social no Recife desde 2009, através da professora Regina Célia, vice-presidente do instituto. “Tínhamos um trabalho de formação de voluntários e agora vamos trabalhar diretamente com a mulher que tem medida protetiva. Não vemos ações específicas para elas, que acabam perdendo seu emprego ou encontram dificuldades para se reintegrar ao mercado”, destaca.

O projeto Tua Vez funcionará da seguinte forma: a vítima de violência vai, primeiro, ao Centro de Referência Clarice Lispector, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. No centro, será realizado a triagem. Em seguida, ela será encaminhada ao Instituto Maria da Penha, que fará acolhimento e orientação. Depois, o instituto encaminha para a Seteq, que fará a qualificação e intermediação de trabalho. 

Maria da Penha foi recebida sob fortes aplausos - Tarciso Augusto/Esp. DP
Maria da Penha foi recebida sob fortes aplausos - Tarciso Augusto/Esp. DP
“Após a triagem, orientação, apoio jurídico, ela vem para a secretaria, que fará a qualificação de acordo com o que as empresas parceiras estão demandando. Exemplo: um supermercado parceiro quer atendentes, vamos fazer a capacitação. Ou a vítima de violência quer empreender, teremos cursos de cabeleireiro, educação financeira, culinária”, detalha o secretário de Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, Alberes Lopes.

A aproximação da Seteq com o Instituto Maria da Penha foi feita pela deputada estadual Gleide  ngelo. “Quando vem um centro desse, com um projeto desses, vamos tirar muitas mulheres da dependência financeira. Muitas não saem de um relacionamento abusivo porque não têm como se sustentar. Peço a sensibilidade aos empresários pernambucanos que se engajem conosco. Todo mundo vai saber que aquela empresa é parceira da mulher”, pontua Gleide.

A solenidade de lançamento contou com a presença da ex-modelo Luiza Brunet. Em 2016, ela foi vítima de violência doméstica do ex-marido. “O que me impulsionou a fazer a denúncia naquele momento foi a imagem de Maria da Penha, ver que ela não se calou. Se a mulher se cala, ela vira estatística. E eu não quis ser um número. Meu agressor foi condenado e, quando a justiça é feita, a reparação é muito grande para nós”, afirma Luiza.

Ao final da cerimônia, foram entregues placas de homenagem a pessoas que se envolveram diretamente com a instituição, como a presidente do Instituto Vasselo Goldoni, Edna Vasselo Goldoni; Glaucimar Peticov, representando o Bradesco; e  ngelo Teixeira, em nome da Hinode.

Serviço
O Instituto Maria da Penha fica na Avenida Marquês de Olinda, nº 150, no segundo andar do prédio da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação. No entanto, o acesso é feito pela Rua Álvares Cabral, paralela à Marquês de Olinda. O Instituto vai funcionar das 8h às 18h, mas só será aberto ao público no fim deste mês. 
Com informações do Diário de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Contatos de mais de 400 milhões de contas do Facebook são expostos


Facebook
FacebookFoto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Os números de telefone ligados a mais de 400 milhões de contas do Facebook que tinha sido armazenados de forma irregular foram expostos online. Esta é a mais recente violação da proteção de dados do grupo norte-americano, revelou o site TechCrunch.

Um servidor vulnerável armazenou 419 milhões de registos de utilizadores da maior rede social do mundo em vários bancos de dados, incluindo 133 milhões de contas nos Estados Unidos, mais de 50 milhões no Vietnam e 18 milhões na Grã-Bretanha, segundo o site norte-americano. As bases de dados listaram as identidades dos utilizadores do Facebook - uma combinação única de números para cada conta -, bem como os números de telefone associados aos perfis, o sexo dos utilizadores de determinadas contas e a localização geográfica.

O servidor não estava protegido por qualquer senha, o que significava que qualquer pessoa poderia ter acesso aos bancos de dados. Segundo o site TechCrunch, a informação ficou online até o fim dessa quarta-feira (4). O Facebook confirmou parcialmente as informações do TechCrunch, mas minimizou o incidente.

O grupo afirmou que muitos dos contatos eram cópias e que os dados eram antigos. "Este conjunto de dados foi removido e não vimos sinais de que as contas do Facebook tenham sido comprometidas", disse um porta-voz à agência France Presse. Após o escândalo da Cambridge Analytica, em março de 2018, que revelou a utilização política de dados de milhões de utilizadores do Facebook sem o seu conhecimento, o grupo removeu a possibilidade de fazer buscas na plataforma por números de telefone.

No fim de agosto, o Facebook lançou testes para um novo recurso que permite aos utilizadores controlar os seus dados recuperados pela empresa americana fora da rede social. Esse anúncio surgiu menos de uma semana depois de novas revelações sobre as práticas irregulares do Facebook, que reconheceu ter transcrito a audição de sons de alguns utilizadores, informação que negou durante muito tempo.

No fim de julho, o Facebook foi multado em 5 bilhões pela autoridade reguladora dos EUA para as comunicações, por não proteger os dados pessoais dos seus utilizadores.
Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Pernambuco perde Zezinho de Tracunhaém


O ceramista José Joaquim da Silva, o Zezinho de Tracunhaém, fez da arte santeira a sua expressão maior, tornando-se um dos mais importantes artistas populares do Brasil, fonte de inspiração e mestre de dezenas de artesãos, tendo obra escultórica encontrada em acervos de igrejas, museus e coleções particulares, como o Museu de Arte Contemporânea (PE), Museu Casa do Pontal (RJ) e Palácio do Planalto. 
Nasceu no dia 5 de julho de 1939, no município de Vitória de Santo Antão. De família humilde, foi criado no corte da cana-de-açúcar e até os 21 anos de idade esse foi seu meio de sobrevivência, trabalhando em engenhos da região. Conheceu sua mulher, Maria Marques, em Chã de Alegria e com ela com ela fugiu porque o sogro não queria ver a filha casada com um trabalhador da palha da cana. Casaram na igreja matriz da cidade e retornaram para Chã de Alegria. Acompanhou o sogro, quando este se mudou para a cidade de Nazaré da Mata e lá começou a trabalhar como ajudante de pedreiro. Em uma eventual viagem à vizinha Tracunhaém, o jovem pai de família se deparou com a produção cerâmica dos artesãos do município e ficou fascinado. Ganhou de Lídia Vieira - pioneira e uma das mais notáveis artistas da cidade  - um punhado de barro. “Sentir o barro nas minhas mãos, foi uma sensação de eu nunca mais vou esquecer em minha vida. É como escutasse uma voz vinda de dentro dizendo: trabalhe”, recorda o mestre, patrimônio vivo de Pernambuco desde 2007. 
Assegurando o sustento da família de dia e se dedicando ao barro à noite, Zezinho não demoraria a criar a  sua primeira peça: um casal de namorados encostado na porteira de um engenho que, admite, retratava um dos primeiros encontros dele com Maria. Depois vieram trabalhos inspirados em personagens populares, trabalhadores urbanos e do campo. As pequenas esculturas eram vendidas na feira da cidade. O material chamou a atenção da jornalista Marlieta Pessoa, que destaca em texto publicado no jornal Gazeta de Nazaré (20.04.1966) o surgimento de um grande artista. Foi ela, com o apoio do pároco da cidade (padre Mário) que organizou a primeira exposição de Zezinho, realizada na Biblioteca Municipal, em outubro de 1966. Zezinho conseguiu vender todas as 60 peças e com o dinheiro apurado, comprou terreno e casa mudando-se em 1968 com a família para Tracunhaém. 
Na terra do artesanato do barro, mestre Zezinho se inicia na arte santeira, expressando-se através do artesanato figurativo a sua fé religiosa. Sua escultura em que Nossa Senhora aparece grávida ao lado de São José, destaque na 1ª Bienal do Artesanato de Pernambuco (1986), projetou o nome do artista, que ao longo dos anos teve como admirador e incentivador Abelardo Rodrigues (1908-1971), especialista e um dos maiores colecionadores de arte sacra do Brasil. “Tenho muito orgulho de tudo.Deus é tão poderoso que fiz meu nome, criei minha família tendo o barro como sustento. Tracunhaém inteira pisou no meu rastro na arte santeira”, assegura. 
Na temática sacra, mestre Zezinho ganhou fama pelas esculturas ricas em detalhes e volumes que podiam chegar a dois metros de altura. Sempre teve predileção por São Francisco de Assis, apesar de criar com grande desenvoltura imagens dos mais diversos santos católicos. Participou de dezenas de exposições, como a organizada pelo Museu Nacional de Belas Artes (RJ), em 1981. 
Por questões de saúde, foi forçado a deixar de lado sua produção artística, hoje levada por quatro dos seus nove filhos e dois dos 13 netos. “Mas tenho fé que ainda vou trabalhar com o barro e com ele, farei a escultura de um Jesus Cristo ajoelhado pedindo permissão a Deus”, avisa. 
O artesão integra a Alameda dos Mestres da Feira Nacional de Negócios do Artesanato desde 2010. Além de patrimônio vivo da cultura pernambucana, recebeu diversas honrarias em reconhecimento ao seu trabalho, como o título de Cidadão da Cidade de Tracunhaém (2002), o Troféu Construtores da Cultura Cidade do Recife (1992), entre outros.

Amigos lamentam sua morte:


"Hoje Pernambuco perde um grande homem colaborador da construção da história do artesanato de Tracunhaém.Grande mestre Patrimônio do nosso estado. Deus conforte os seus familiares. Vai com Deus Zezinho", Disse Mestre Zuza.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ditadura: Bolsonaro ataca pai de Michelle Bachelet, torturado na ditadura Pinochet




O presidente Jair Bolsonaro respondeu a críticas da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet atacando seu pai, Alberto Bachelet, torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet no país. Alta Comissária para Direitos Humanos da ONU, ela disse em entrevista que o "espaço democrático" no Brasil estava encolhendo.
Em redes sociais, Bolsonaro, que estará na Assembleia Geral da ONU neste mês, publicou uma foto em que a ex-presidente chilena aparece ao lado de Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, ex-presidentes de Brasil e Argentina.
"Seguindo a linha do (Emmanuel) Macron (presidente da França) em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, (Michelle Bachelet) investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares", escreveu Bolsonaro.
"Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à epoca", concluiu, no Facebook.
Alberto Bachelet. Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general da Força Aérea e se opôs ao golpe dado por Augusto Pinochet em setembro de 1973. Bachelet foi preso três dias depois da queda de Allende e morreu, ainda no cárcere, em 12 de março de 1974, aos 50 anos.
Em 2012, a Justiça do Chile mandou prender os coronéis Benjamin Cevallos e Ramón Cáceres Jorquera, acusados de torturar e causar a morte do pai da ex-presidente do Chile. Na ocasião, Bachelet era candidata a presidente do país.
Foi a primeira vez em 38 anos que a Justiça se pronunciou sobre o caso do general Alberto Bachelet. A ordem foi dada após o Serviço Médico Legal determinar que a morte foi causada por problemas cardíacos decorrentes da tortura que ele sofreu na Academia de Guerra Aérea (AGA).
À época, o órgão estava sob responsabilidade de Jorquera e Cevallos. “Há uma relação direta entre a morte da vítima e o seu último interrogatório”, escreveu o juiz.
Na época de sua prisão, o general chegou a enviar uma carta a sua esposa, Ângela Jeria, na qual relatava que o mais humilhante era que a tortura era praticada por seus companheiros de armas.
Alberto Bachellet e Michelle estão entre as 32 mil pessoas torturadas e presas durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A apuração dos crimes cometidos pelo estado chileno durante a ditadura Pinochet levou a dezenas de condenações e prisões.
msn.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Em derrota dupla de Boris Johnson, Parlamento britânico barra Brexit sem acordo e novas eleições


Bandeiras da União Europeia e do Reino Unido com o Big Ben ao fundoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAtualmente, o prazo do Brexit se esgota em 31 de outubro
A Câmara dos Comuns do Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (4/9) uma proposta de lei que impede a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o Brexit, sem um acordo, e rejeitou a realização de uma nova eleição-geral, em duas derrotas consecutivas no dia de hoje para o premiê Boris Johnson.
A lei em questão foi aprovada em duas votações. Na segunda, obteve 327 votos a favor e 299 contra. A medida obriga o governo de Johnson a pedir um novo adiamento de prazo para que o país deixe o bloco.
O texto determina que o primeiro-ministro tem até o dia 19 de outubro para conseguir aprovar um acordo para a saída no Parlamento. Se o prazo expirar, o líder britânico é obrigado a pedir ao bloco europeu uma extensão da data-limite atual - 31 de outubro - para o Reino Unido sair - mais especificamente, até 31 de janeiro de 2020.
Uma vez aprovada a proposta, ela segue agora para a Câmara dos Lordes, onde deve ser levada a duas votações na quinta e na sexta. Caso haja alguma alteração no texto, ele volta à Câmara dos Comuns.
Após a aprovação da lei, Johnson propôs a realização de uma nova eleição geral. "Na opinião deste governo, deve haver uma eleição na terça-feira, 15 de outubro. O país deve decidir se o líder da oposição ou eu vamos a Bruxelas para resolver isso", disse.
"Se eu (ainda) for o primeiro-ministro, tentarei fazer um acordo. E, acreditem em mim, eu sei que posso."
Mas a ideia foi rejeitada pelo líder da oposição, Jeremy Corbyn. Ele respondeu que a proposta de uma eleição é como "a maçã da bruxa à Branca de Neve - tentadora, mas cheia de veneno" - e criticou Johnson.
"Este primeiro-ministro afirma que ele tem uma estratégia. Mas ele não nos diz qual é. O maior problema para ele é que também não pode contar à UE o que é. É como as roupas novas do imperador - realmente não há absolutamente nada aí."
A líder do Partido Liberal Democrata, Jo Swinson, também foi contrária à proposta. "Podemos ter uma eleição, mas ela deve ser feita de forma calma e ordenada e não com a ameaça de sair [da UE] sem um acordo durante a campanha. Então, se ele [Johnson] quer uma eleição, peça um adiamento."
Ian Blackford, líder do Partido Nacional Escocês, se manifestou no mesmo sentido ao dizer que "não fará parte do jogo do primeiro-ministro", mas deixou em aberto a possibilidade de votar a favor de uma eleição em um futuro próximo ao afirmar que a oposição "deve se unir para derrubar esse governo, não nos termos do premiê, mas nos termos certos".
A moção de Johnson acabou derrotada mesmo obtendo 298 votos a favor e 56 contra, porque o Partido Trabalhista e seus 247 parlamentares se abstiveram.
Assim, não seria possível obter o apoio da maioria dos dois terços dos membros da Casa, ou seja, 434 dos 650 votos possíveis, que é necessária para a convocação de uma eleição-geral.
Johnson disse então que Corbyn "se tornou o primeiro líder da oposição na história democrática de nosso país a recusar o convite de uma eleição". "Só posso especular sobre o motivo por trás de sua hesitação. A conclusão óbvia é que ele não acha que pode vencer".
Plenário do Parlamento britânicoDireito de imagemREUTERS
Image captionParlamento britânico derrotou Johnson em votação sobre Brexit sem acordo

Derrota do governo

As votações de hoje foram possibilitadas com a aprovação, ontem, de uma moção que deu aos próprios parlamentares controla da pauta da Câmara dos Comuns, normalmente determinada pelo governo.
O Parlamento aprovou rapidamente essa moção após Johnson conseguir autorização da rainha Elizabeth 2ª para suspender a atividade do Parlamento. O objetivo do primeiro-ministro era bloquear qualquer tentativa parlamentar de impedi-lo de seguir adiante com um Brexit sem acordo.
A tentativa de suspender o Parlamento levou a reações dentro do Partido Conservador, ao qual Johnson é filiado. Ao todo, 21 conservadores passaram a se apresentar como independentes e votaram contra o governo na moção de ontem - todos foram expulsos do partido após a traição.
A aprovação da moção na terça-feira foi considerada a primeira de Johnson no cargo. "O Parlamento está à beira de destruir qualquer chance de que possamos fazer um acordo com Bruxelas. Isso vai levar a mais incerteza e atraso", disse o premiê na terça.
No mesmo dia, em um significativo revés para Johnson, o parlamentar Philip Lee anunciou sua saída do Partido Conservador rumo ao Partido Liberal Democrata - fazendo com que, na prática, o premiê perdesse a apertada maioria que tinha na Câmara dos Comuns. Diante das câmeras de TV, Lee mudou literalmente de lado no Parlamento, enquanto o primeiro-ministro discursava na Casa.
Boris Johnson no Parlamento britânicoDireito de imagemREUTERS
Image captionO premiê britânico disse que pode convocar uma eleição-geral antecipada

Por que um Brexit sem acordo preocupa?

Um Brexit sem acordo faria com que o Reino Unido deixasse a UE, em 31 de outubro, sem nenhuma definição de como será esse processo de "divórcio".
Ou seja, do dia para a noite, os britânicos deixariam o mercado comum europeu e a união aduaneira, algo que causará insegurança e prejuízos econômicos, segundo muitos políticos e empresários.
Segundo o Departamento de Responsabilidade Orçamentária - que fornece análise independente das finanças públicas do Reino Unido -, por exemplo, acredita que um Brexit sem acordo causaria recessão.
Se o Reino Unido deixar a união aduaneira e o mercado único, a UE começará a realizar verificações nos produtos britânicos. Isso pode levar a atrasos nos portos, como o de Dover. Alguns temem que isso possa levar a gargalos no tráfego, interrompendo as rotas de fornecimento.
Há, por outro lado, quem diga que essas preocupações são exageradas.
A ex-premiê britânica Theresa May tentou, sem sucesso, fazer com que o Parlamento aprovasse sua proposta de acordo com a UE - motivo pelo qual ela acabou renunciando.
Boris Johnson, por sua vez, já entrou no cargo defendendo que o Brexit não fosse mais adiado para além de 31 de outubro, mesmo que sem acordo com os europeus.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE