sábado, 21 de julho de 2018

'Tinha que marcar audiência para ver meu avô, porque ele era muito ocupado', diz neta de Mandela


Zamaswazi Dlamini-Mandela em missa em homenagem a Mandela no Reino Unido
Image captionA neta de Mandela vivenciou o sofrimento gerado nas mulheres de sua família pelo apartheid
Quando a empresária Zamaswazi Dlamini-Mandela nasceu, em 1979, fazia 17 anos que seu avô estava preso, cumprindo pena perpétua na prisão de Robben Island, na África do Sul.
Desde criança ela notava, em especial, o sofrimento que a ausência de Nelson Mandela, um dos mais famosos líderes políticos do mundo, provocava na vida doméstica de sua família.
Sua mãe, Zenani Mandela, tinha apenas 2 anos de idade quando o pai saiu de casa pela primeira vez e nunca mais voltou a morar com a filha.
Foi ainda pior nos períodos em que, por diversas vezes, a avó de Zamaswazi, Winnie Mandela, também esteve na prisão durante o regime do apartheid, que segregava os negros na sociedade e vigorou plenamente até 1994, quando Mandela foi eleito presidente da África do Sul.
"Eu sempre digo que as pessoas que sofreram mais foram minha vó, minha mãe e minha tia, que estavam sem pais, sem dinheiro, sem apoio da comunidade. Quando minha vó estava presa, minha mãe e minha tia ficavam órfãs, sem ninguém para cuidar delas. E elas eram apenas crianças", diz a neta de Mandela em entrevista à BBC News Brasil.
Em maio de 1969, Winnie foi presa em sua casa em Soweto na frente das duas filhas e passou 14 meses em prisão solitária, o que ela definiu como uma "tortuosa agonia mental".
Nessa época, nem Mandela nem Winnie sabiam quem estava cuidando das crianças, ou em que situação elas estavam vivendo.
"Mais uma vez nossa amada mamãe foi presa e agora ela e o papai estão na cadeia. [...]", contava Mandela, em carta às filhas escrita em 3 de junho de 1969, quando cumpria sua pena perpétua em uma pequena cela na prisão de Robben Island, então aos 51 anos de idade.
Nelson Mandela em 2008Direito de imagemREUTERS
Image captionO líder sul-africano Nelson Mandela passou 27 anos preso, período em que escreveu cartas sobre sua vida e ideias
"Por muito tempo talvez vocês vivam como órfãs, sem seu lar e sem seus pais, sem o amor natural, o afeto e a proteção que a mamãe costumava lhes dar. Agora, vocês não vão ter festas de aniversário, nem de Natal, nem presentes, nem vestidos novos, nem sapatos, nem brinquedos."
Winnie e Nelson Mandela se conheceram em 1957, se casaram em 1958 e se separaram em 1992, dois anos após a saída de Madiba (apelido de Mandela) da prisão, após 27 anos de cárcere.
Mandela se casou com Graça Machel em 1998, em seu aniversário de 80 anos, e morreu em 2013, aos 95 anos. Winnie faleceu em abril deste ano, aos 81.
"Foi particularmente difícil para minha mãe e para minha tia, porque, em muitos momentos, elas não tinham nenhum dos pais por perto, e eram criadas por quem tivesse tempo para ajudar", diz Zamaswazi.
"Na época, ninguém queria ser associado aos Mandela, porque também seriam vítimas constantes de assédio e brutalidade."

As cartas escritas por Mandela na prisão

A visão do próprio Mandela sobre sua dura rotina ao longo de 27 anos na prisão estão no livro Cartas da prisão de Nelson Mandela, da jornalista sul-africana Sahm Venter, lançado este mês no Brasil pela editora Todavia.
O livro que reúne mais de duzentas cartas do líder político e ex-presidente da África do Sul, cujo centenário foi celebrado esta semana, em 18 de julho. A neta de Mandela assina o prefácio do livro.
"Foi uma experiência muito emocional, porque são cartas dos meus avós, dos meus pais, dos meus tios", diz Zamaswazi, que também se dedica a promover o legado dos avós.
Zamaswazi Dlamini-Mandela ao lado do príncipe Harry e Meghan MarkleDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionZamaswazi Dlamini-Mandela (dir.) hoje se dedica a preservar e promover o legado dos avós
Pai de cinco crianças quando foi condenado à prisão perpétua, as cartas eram para Mandela a única maneira de influenciar de alguma maneira a criação de seus filhos, cujas visitas a ele eram proibidas até que eles completassem 16 anos.
O livro traz também cartas a políticos e autoridades prisionais, mas são nas mensagens familiares, na opinião da neta, que se revelam aspectos menos conhecidos da dura experiência do líder na prisão.
Tudo o que Mandela escrevia passava pelo crivo dos censores da prisão, e ele costumava copiar suas cartas em cadernos de capa dura para ajudá-lo a reescrevê-las quando os censores exigiam isso.
Havia outras regras: era proibido aos prisioneiros mencionar outros presos em suas cartas ou escrever sobre condições da prisão. Também era banida qualquer coisa que as autoridades pudessem interpretar como "política".
Em muitos trechos do livro, Mandela se queixa de mensagens que nunca chegaram aos destinatários. Nem mesmo Sahm, jornalista que cobriu o apartheid por mais de 20 anos e levou quase uma década para reunir as cartas de arquivos públicos e pessoais para a coleção, sabe dizer quais cartas chegaram aos seus destinos.

Tristeza pela convivência perdida com o avô

Embora tenha sentido desde sempre a influência e o peso do sobrenome Mandela em sua vida, Zamaswazi diz que uma de suas maiores tristezas é nunca ter conseguido construir uma relação próxima com o avô.
"Meu avô saiu da prisão e virou presidente muito pouco tempo depois. Nos primeiros dez anos em que ele foi solto minha interação com ele era muito pequena", lembra.
Por mais que todos se esforçassem para reunirem-se em encontros com a família, era difícil recuperar as quase três décadas de afastamento forçado.
Nelson Mandela, então vice-presidente do CNA, com Chris HaniDireito de imagemREUTERS
Image captionA atuação política de Mandela não permitia que ele tivesse 'tempo ou habilidade de se doar à família', afirma a neta
"Ele não tinha tempo ou sequer a habilidade de se doar a nós como família", lamenta. Só tornou-se mais próxima do avô depois que ele se aposentou da vida pública, em 2004.
"Eu literalmente não tive meu avô, eu nunca tive uma relação profunda e significativa com ele, porque eu nunca o tive, ele não estava lá", afirma, citando que alguns de seus primos chegaram a morar com o avô e se tornaram mais próximos do Madiba.
"Eu não morei com ele para ter isso. Eu tinha que marcar audiências como meu avô, porque ele era tão ocupado!"
Ela diz que a compilação dos relatos respondeu muitas perguntas que costumavam a incomodar na infância. "Como meu avô sobreviveu a 27 anos na cadeia? O que o fez seguir em frente?".
Para Zamaswazi, as cartas lhe deram a oportunidade de entender melhor o avô. "Eu via a situação pelos olhos da minha mãe e da minha vó. Agora, o livro foi a chance de entender a perspectiva do meu avô, de como era para ele. O mais incrível é que quando você lê as cartas tem um insight maior sobre tudo o que ele teve que perdoar quando saiu da prisão. Eu não tinha entendido a profundidade do que ele passou", diz.

O papel de Winnie Mandela na história

Para a neta do casal de líderes políticos, um dos maiores méritos do livro é fazer justiça ao papel de Winnie Mandela na história da África do Sul.
"Esse livro coloca minha avó no lugar correto da história. Muitos tentaram remover minha avó da história desse país. Mas o fato é que ela manteve o nome do meu avô vivo, e que ela foi torturada, brutalizada", diz.
Embora a ex-esposa de Mandela tenha mantido até o fim de sua vida uma larga base de apoio popular, ela foi criticada por apoiar táticas violentas para acabar com o apartheid, mesmo em momentos em que seu marido defendia a reconciliação.
Muitas das cartas de Mandela estão repletas de declarações de amor à então esposa, a quem se dirige por diversos apelidos carinhosos diferentes.
Mandela com a mulher Winnie após ser libertadoDireito de imagemAFP
Image captionLivro faz justiça ao papel de Winnie Mandela (dir.) na história da África do Sul, diz sua neta
Suas cartas a respeito da prisão dela, em 1969, demonstram sua frustração e angústia por não ter condições de ajudá-la, nem a seus filhos.
Em uma delas, ele recomenda que ela fortaleça o espírito lendo o best-seller de 1952 do psicólogo Norman Vincent Peale, O poder do pensamento positivo, que, nas palavras do ex-presidente, "defende a ideia básica de que o que importa não é tanto a atribulação que a pessoa sofre, mas sua atitude diante dela.
"O homem que diz vou vencer esta enfermidade e viver uma vida feliz já percorreu metade do caminho até a vitória".
Há também muitos trechos elogiosos à esposa, como em uma carta escrita para as filhas, quando Winnie estava presa.
"Logo que fui preso, nossos amigos aqui e no exterior ofereceram a ela (Winnie) bolsas de estudos e sugeriram que ela deixasse o país para estudar no exterior. Acolhi de bom grado essas sugestões, pois sentia que os estudos poderiam afastar a mente dela dos problemas. Discuti o assunto com ela quando veio me visitar na Prisão de Pretória em outubro de 1962. Ela me disse que, embora muito provavelmente viesse a ser detida e encarcerada, como todo político em luta pela liberdade devia esperar, ela mesmo assim ficaria no país e sofreria junto com seu povo. Estão vendo agora como é corajosa a mamãe que nós temos?"
Em outro trecho, Mandela explica às filhas que a esposa abriu mão de muitas coisas para lutar contra a segregação racial.
"A mamãe (Winnie) vem de uma família rica e respeitada. É uma assistente social qualificada e, na época do nosso casamento, em junho de 1958, tinha um emprego bom e confortável no Baragwanath Hospital. Ela estava trabalhando ali quando foi detida pela primeira vez, e no fim de 1958 perdeu o emprego. [...] Desde então a mamãe tem vivido uma vida árdua e precisou tentar manter uma casa sem um salário garantido. No entanto, ela de algum modo conseguiu comprar comida e roupas para vocês, pagar suas mensalidades escolares e o aluguel da casa, e ainda me mandar dinheiro regularmente", afirma Mandela, em relato registrado no livro.

Memórias da infância e descobertas

Zamaswazi descreve a experiência de ler as cartas do avô como um "turbilhão emocional", já que muitos dos episódios relatados se misturam com memórias de sua própria infância e descobertas a respeito de sua mãe.
"O que me tocou em particular, especialmente por eu ser mãe, foi atestar pelas cartas de meu avô o que minha mãe e minha tia Zindzi sofreram quando crianças", diz.
Um exemplo é o depoimento do avô em carta que ele escreveu mãe de Zamaswazi, Zenani Mandela, em 1º de março de 1971, data em que ela completava 12 anos.
Nelson Mandela com Fidel Castro em 1991Direito de imagemOMAR TORRES/AFP/GETTYIMAGES
Image captionZamaswazi diz que as as cartas do avô permitiram entender melhor suas visões
"Seu nascimento foi um grande alívio para nós. Apenas três meses antes a mamãe tinha passado quinze dias na cadeia sob circunstâncias que eram perigosas para uma pessoa na condição dela. Não sabíamos quais danos isso poderia ter causado a você e à saúde dela, e ficamos felizes de verdade ao sermos abençoados com uma filha saudável e encantadora", escreve Mandela.
"Você se dá conta de que quase nasceu na prisão? Não são muitas as pessoas que tiveram essa experiência de ter estado na cadeia antes mesmo de nascer. Você tinha só 25 meses de vida quando saí de casa e, embora eu a tenha visto frequentemente desde então até janeiro de 1962, quando deixei o país por um curto período, nunca mais voltamos a morar juntos".

Estudos à noite após horas arrebentando pedras

Outro aspecto interessante revelado no livro é a preocupação de Mandela em persistir em seus estudos no Direito, mesmo encarcerado. Ele já tinha uma autorização para praticar a advocacia, mas desejava muito tornar-se bacharel desde a época em que, livre, frequentava a Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.
Enquanto estava na Prisão Local de Pretória, em 1962, ele se inscreveu na Universidade de Londres em um curso por correspondência e mantinha o hábito de estudar à noite mesmo após as quase oito horas de trabalho diário em que passava arrebentando pedras com marretas.
"Era um trabalho extenuante, e o fulgor do sol refletido na rocha calcária queimava seus olhos", relata o livro.
Durante três anos, repetidos pedidos de óculos escuros às autoridades prisionais foram recusados; quando a permissão finalmente foi dada, "a visão de muitos dos prisioneiros, incluindo Mandela, tinha sido irreparavelmente danificada".
Nelson Mandela com Margareth Thatcher em 1990Direito de imagemGERRY PENNY/AFP/GETTY IMAGES
Image captionMandela só se aposentou da vida pública em 2004
Em Robben Island, os detentos só tiveram permissão para deixar de fazer trabalho árduo 14 anos depois, em 1978.
"Até então, sua existência na ilha era rigorosa e cruel, aliviada apenas por sua própria atitude, bem como pelas visitas e cartas de familiares", diz o livro sobre as cartas de Mandela.
Muitas de suas cartas às autoridades prisionais revelam a preocupação do Madiba em receber o material correto de estudos nos prazos necessários para se preparar para testes e provas.
Mandela se tornou bacharel em 1989, meses antes de ser libertado da prisão.

O 'golpe cruel' pela morte da mãe e do filho

Os relatos de Mandela apontam dois momentos particularmente difíceis vividos na prisão. Em 1968, morreu a mãe de Mandela, Nosekeni, mas o prisioneiro não pôde participar do funeral.
No ano seguinte, outra tragédia familiar: morreu aos 24 anos em um acidente de carro Madiba Thembekile, o Thembi, seu filho com a primeira esposa, Evelyn Mandela.
"Se não bastasse o fato de que eu não pude vê-lo por pelo menos sessenta meses, não tive a oportunidade nem de lhe propiciar uma cerimônia de casamento nem de enterrá-lo quando chegou a hora fatal", lamenta, em carta a Evelyn.
"Sei mais do que nenhuma outra pessoa viva como esse golpe cruel deve estar sendo devastador para você, pois Thembi era seu primogênito e o segundo filho que você perdeu".
Em texto endereçado à madrasta de Winnie Mandela, ele lamenta a perda da mãe. "Nunca na vida pensei que não teria a possibilidade de enterrar minha mãe. Ao contrário, eu alimentara a esperança de que teria o privilégio de cuidar dela em sua velhice", diz.
A neta de Mandela diz que, hoje, o maior legado que seus avós lhe deixaram foi a liberdade.
"Sou muito grata a eles, pelo que eles sacrificaram. Valorizo muito a minha liberdade e porque posso ser uma mulher nos negócios, ou qualquer coisa que eu escolher. Há tantas pessoas que perderam famílias, e outras que se entregaram. Meus avós foram o rosto da batalha, mas há outros tantos", diz.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Muita gente compareceu aos shows de Cavaleiros do Forró e Solange Almeida




Fotos de Nordeste Notícias
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Muita presença política nos festejos dos 147 anos de Bom Jardim









Fotos de Chico Pezão
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bolsonaro sem noção



O pré-candidato à Presidência do Brasil, conhecido por ser defensor  das armas, Jair Bolsonaro (PSL) com uma criança no colo, fez a garotinha empunhar, simbolicamente, uma arma  de fogo. Na visita a cidade de Goiânia (GO), na última quinta (19), prometeu conseguir  porte de armas para população.
Com informações do JC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quanto é preciso guardar por mês para investir na faculdade dos sonhos?


Uma das maiores preocupações dos pais é com a faculdade dos filhos. Mas, nem sempre é possível contar com a ajuda deles, de um financiamento estudantil ou com uma bolsa de estudo. Quando isso acontece, é preciso ir em um busca de uma nova estratégia. Pensando em todos empecilhos que podem surgir no momento de investir em uma graduação, milhares de estudantes recorrem ao planejamento financeiro. E, quando se fala em planejar, o lema a ser seguido é: quanto antes, melhor

Vamos aos números: poupando R$ 200 por mês, durante 15 anos, só é possível pagar um curso no valor de R$ 877 por mês. Levando em consideração que os cursos custam em média 2 mil reais, essa aplicação deveria ser de, no mínimo, R$ 500. Quanto antes a economia começar, menores terão de ser os investimentos mensais. E as despesas não param por ai, além da mensalidade, será preciso arcar com o valor dos livros, materiais de estudo, transporte, alimentação e, na maioria das vezes, cursos complementares. 

custo de uma graduação é bem elevado e compromete uma parcela significativa da renda familiar e, quando não é feito um bom planejamento, estudantes não conseguem garantir que concluirão o curso, sem interrompê-lo por falta de pagamento. Foi pensando nisso, que Giovanna Feitosa, 20 anos, decidiu começar um cursinho preparatório para o Enem no Curso Sagrado. “O meu objetivo nunca foi pagar a faculdade, então eu estudei muito para conseguir uma bolsa”. O investimento no cursinho deu certo. Hoje, Giovanna conseguiu uma bolsa de 100% pelo Prouni e estuda Odontologia na Unime. 

Há quase um ano, a jornalista Vanessa Casaes, 27 anos, vem tentando economizar para investir em uma pós-graduação. “Em nosso país, o investimento em educação é muito alto”. A constatação da necessidade do planejamento surgiu quando ela foi em busca da especialização em assessoria de comunicação e percebeu que o valor não caberia no seu orçamento. “Eu tenho outros gastos e o valor da mensalidade estava custando, em média, R$ 540”. Vanessa não separa um valor fixo por mês, mas acredita que, no próximo ano, já vai poder dar início a este novo e importante passo na sua carreira. “Todo mês, eu guardo o que posso. Mesmo não sendo um valor fixo, acredito que no ano que vem eu já possa começar a minha pós”, contou animada. 

Para evitar passar por problemas como o de Vanessa, é importante sempre pensar no fator tempo, apontou o Consultor Financeiro André Luzbel. “As pessoas acham que é necessário investir muito dinheiro de uma vez só. Elas estão enganadas. Investir pouco dinheiro todo mês é a melhor solução”. Na opinião do consultor da Bahia Partners – escritório da XP Investimentos em Salvador, esse despreparo ocorre porque não aprendemos educação financeira na escola. “Quem investe bem, aprendeu isso com os pais. São eles, os principais responsáveis por passar esses ensinamentos para as crianças”, assegurou. 

André também deu algumas dicas para quem quer começar a guardar dinheiro e falou sobre as melhores formas de investimento. “O primeiro passo é começar hoje e em seguida quitar todas as dívidas. Quando fazemos isso, deixamos de pagar juros e começamos a recebê-los. Depois, é só começar a investir, nem que seja R$100 todo mês”. E como melhor forma de investimento, André citou o Título Público ou Título Bancário. “De acordo com o crescimento do investimento que está sendo feito, é possível chegar até o mercado de ações. O único risco é que o mercado de ações é instável e nos Títulos existe a certeza que o dinheiro será totalmente resgatado”, aconselhou. 

Se a sua opção sempre foi a faculdade particular, mas você não quer recorrer ou não foi contemplado pelo financiamento estudantil, você pode optar pelas bolsas de estudo que são ofertadas pelo Educa Mais Brasil. O programa oferece bolsas de até 70% de desconto para você investir na graduação dos seus sonhos. Há também a opção de outras modalidades, como educação básica, pós-graduação, cursos técnicos e livres. Se interessou? Acesse o site do Educa Mais Brasil e confira as oportunidades disponíveis na sua região. É gratuito!
Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Educação:Despreparo emocional pode prejudicar estudantes brasileiros tanto quanto falta de conhecimento



Alunos de escola pública no BrasilDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionEstímulos para conclusão da prova podem variar

Desânimo, falta de motivação e despreparo emocional podem responder por grande parte do desempenho ruim dos alunos brasileiros no Pisa, teste internacional de educação no qual, na avaliação mais recente, em 2015, o Brasil ficou na 63ª colocação em ciências, na 59ª em leitura e na 65ª em matemática, entre 70 países. Além de errar muitas respostas, muitos dos alunos brasileiros sequer terminam a prova.
A explicação para o resultado ruim - que é bem pior até mesmo que o de vizinhos latinos, como a Colômbia - parece ir além da falta de conhecimento dos estudantes sobre o conteúdo.
Além das respostas erradas, os estudantes brasileiros gastam muito mais tempo em cada questão na comparação internacional, de acordo com estudo divulgado hoje pelo Insper que indica que os brasileiros dedicam em média quase 3 minutos a cada questão, contra 1 minuto do aluno da Finlândia, por exemplo, e 2 minutos do aluno colombiano. E a última questão do primeiro dos dois blocos do exame não foi resolvida por 61% dos brasileiros, índice muito superior aos de finlandeses (6%) e até mesmo ao de colombianos (18%).
Tais sinais estão no estudo recém-lançado Por que o Brasil vai mal no Pisa? Uma análise dos Determinantes do Desempenho no Exame, de coautoria do pesquisador Naercio Menezes, coordenador do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Insper e Ph.D. em Economia pela University of London.
A pesquisa indica que, assim como a falta de conhecimento e as falhas no aprendizado do conteúdo, a ausência das chamadas habilidades socioemocionais - por exemplo, perseverança, motivação e resiliência do aluno na hora de fazer as provas - parece responder por parte considerável da performance dos alunos brasileiros.
"Essas habilidades indicam quão perseverante e resiliente é o jovem, como ele reage quando alguma coisa dá errada. E isso parece ser tão importante quanto as habilidades tradicionais como inteligência, conhecimento, raciocínio e memória", explica Menezes, especialista em educação e políticas públicas.
E tais habilidades, segundo especialistas internacionais que estudam o tema, têm um impacto que vai muito além da nota da prova: podem afetar toda a vida profissional futura desses alunos, além do crescimento de todo o país.
"Os 'economistas da educação' têm entendido que as habilidades socioemocionais são muito importantes para explicar não só desempenho escolar, mas toda uma série de indicadores futuros, como desemprego, informalidade, criminalidade, uso de drogas", prossegue Menezes, citando uma famosa estimativa do economista americano James Heckman, que calculou que cada dólar investido no fomento dessas habilidades nos primeiros anos das crianças resulta na economia posterior de até US$ 7, por seu impacto na produtividade e no bem-estar emocional dessas pessoas quando adultas.
Embora o pesquisador diga que, intuitivamente, o papel das habilidades emocionais na educação sempre tenha sido considerado pelos educadores, a ciência tem avançado nas últimas décadas em medir os impactos delas no aprendizado e na economia de um país.

Conteúdo e perseverança


Aluno finlandês resolvendo exercício escolarDireito de imagemAFP
Image captionPersistência tem peso crucial no resultado de exames como Pisa e Enem

32 mil alunos brasileiros de 964 escolas participaram da prova do Pisa 2015. Aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o exame é tido como a principal régua internacional para comparar a qualidade do ensino entre os países. Nesta edição, explica Naercio, a prova passou a ser realizada via computador, o que, pela primeira vez, tornou possível medir o tempo que os alunos dedicavam a cada exame.
Uma nova edição foi aplicada em maio passado a 19 mil estudantes brasileiros de 15 anos, em 661 escolas, e os resultados devem ser divulgados no segundo semestre de 2019.
O desempenho dos alunos brasileiros, de acordo com os dados, vai decaindo ao longo da prova. No primeiro bloco de perguntas, quando pressupõe-se que os alunos estão mais dispostos e descansados, o índice de resolução dos brasileiros é de cerca de 40% das questões. Intui-se, a partir daí, que esse desempenho se deva basicamente aos conhecimentos insuficientes sobre os temas abordados.
À medida que a prova avança, porém, a atenção, a motivação e a persistência parecem ter um peso crescente na probabilidade de acertos das questões. "Se pegamos o final da prova, temos (índice de resolução) de apenas 15% entre os alunos brasileiros, contra cerca de 50% entre alunos finlandeses e coreanos", explica Menezes.
Como muitos alunos sequer chegam ao final do exame, os pesquisadores creem que, além de não saberem o conteúdo, falte motivação e sobre dificuldade para gerir o tempo da prova.

E no Enem?

Para Menezes, esses mesmos problemas que aparecem no Pisa podem prejudicar o desempenho dos alunos também no Enem. Mas com uma diferença crucial: no Enem, os alunos se esforçam mais para garantir uma vaga na faculdade.
"Temos de levar em conta duas motivações: a intrínseca, de cada pessoa - de encarar uma prova como um desafio, como (fizeram) os alunos da Coreia e da Finlândia no Pisa. Eles começam bem e se mantêm bem durante toda a prova. E temos a motivação extrínseca, que é a recompensa de ir bem. O Pisa não tem isso, porque não acontece nada (ao aluno individualmente) se ele for mal na prova."

Aluno fazendo provaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionTempo para resolver cada questão precisa ser controlado

O pesquisador garante, no entanto, que ainda são necessários novos estudos para entender exatamente o que se passa com o aluno brasileiro durante a prova do Pisa.
"A questão principal é entender o que está acontecendo; se o aluno fica só olhando, sem saber como fazer a prova, ou se ele tenta resolver e não consegue. Pode ser que ele não saiba calcular o tempo para cada questão, já que gasta muito tempo nas primeiras. Pode ser que tenha desanimado logo de cara", aponta o pesquisador.

Pesquisas em alta

O papel das habilidades socioemocionais já era intuitivamente conhecido por muitos educadores, mas ganhou a atenção dos economistas quando começaram a aparecer indícios de que essas capacidades influenciam não apenas notas escolares, mas produtividade na vida adulta e, por consequência, o desempenho econômico geral de um país.
Centros de estudos em universidades como Harvard e Chicago têm mostrado que as habilidades socioemocionais melhoram à medida que forem praticadas - e, por isso, devem ser ensinadas desde os primeiros dias de vida de uma criança e praticadas ao longo da vida escolar. As que não são estimuladas acabam tendo chances menores de desenvolver a capacidade de autocontrole de suas emoções, foco, flexibilidade, de pensar antes de agir e de traçar objetivos.
Isso, no futuro, tende a se traduzir em menor produtividade, mais desemprego e até probabilidade maior de entrar à criminalidade.
"O impacto disso no mercado de trabalho começou a ser notado", explica Menezes. "(As habilidades socioemocionais) parecem ser tão importantes quanto as habilidades tradicionais, como inteligência, raciocínio e memória. Seu impacto no crescimento econômico é parecido. Não são só os anos de estudo e conhecimento que importam para o crescimento de um país, mas também perseverança, motivação e resiliência."

'Investir nas crianças'


Alunos coreanosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAlunos coreanos têm desempenho mais constante que os brasileiros no Pisa

Para Menezes, muitos dos problemas que afetam os jovens brasileiros hoje - como a dificuldade para entrar no mercado de trabalho e os altos índices de desistência no ensino médio - refletem habilidades socioemocionais pouco desenvolvidas. Muitos fatores influenciam nesse problema: a falta de estímulo no ambiente familiar ou a precariedade das condições da escola, por exemplo.
"Se a criança está acostumada desde cedo a ter curiosidade,se for estimulada a procurar soluções para problemas, a ler e a discutir, ela vai ter a vontade e a curiosidade de resolver uma prova, representando o seu país (como no caso do Pisa). Isso são coisas que vão se acumulando desde o nascimento", explica Menezes, citando as dificuldades adicionais enfrentadas pelas crianças mais pobres, que muitas vezes têm menos oportunidade de receber estímulos de qualidade em casa e no ambiente escolar.
Uma preparação prévia dos alunos para o Pisa, na visão de Naercio, já poderia melhorar um pouco o desempenho do Brasil na prova. Mas para preparar bem os alunos para o futuro, a saída, recomenda o pesquisador, é cuidar da criança desde os primeiros momentos de vida, com investimentos de longo prazo.
"O principal caminho é investir nas crianças. Vai demorar 15 anos, mas se a gente tomar conta de todas as crianças que nascem hoje no Brasil e não deixar elas passarem estresse, não deixar que elas fiquem largadas, sem serem estimuladas, a gente constrói em não muito tempo uma geração capaz de se dedicar. Não se trata de esquecer os jovens, mas priorizar as novas gerações - porque continuam nascendo novas gerações que provavelmente vão ter esse mesmo desempenho (ruim)", diz ele.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Dia de Nelson Mandela: 'Unir o país para avançar',diz Marina Silva


Hoje é dia de Nelson Mandela.
Mandela pegou um país dividido que se odiava e provou que a união é possível. Para isso, ele mostrou que foi preciso duas coisas: Ouvir e agir. Ouvir o outro. Mas não só ouvir e virar as costas. Ouvir, entender e buscar a conciliação. Agir foi o que ele fez. Mandela poderia, depois de ter sido injustiçado por anos, procurar a vingança. Mas procurou o entendimento. E nunca pregou o ódio. Pelo contrário.
Precisamos de exemplos assim para o nosso país.
Gente que quando esteve no poder pensou no bem das pessoas. Na conciliação. E não em um projeto de poder.
O exemplo de Mandela, símbolo da conciliação e da força pacífica, tem um significado enorme para nós: Unir o país para avançar.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Colonizar é o feitiço de cada dia


Resultado de imagem para colonizar


Dizem que tudo tem sua época. Não sei. Vejo muitas repetições na história. Muda-se a roupa, mas o corpo continua o mesmo. Houve colonizações gigantescas. A Espanha assassinou muita gente. Portugal não perdeu tempo na escravização e divulgação do catolicismo mais conservador. E os imperialismos mais agressivos? Nem se esqueça da União Soviética, da Bélgica, dos Estados Unidos. Não existiu paz, harmonia. Os confrontos são frequentes e a vaidade se amplia. Mesmo com transformações jurídicas, reformulações sociais, a história não se despediu dos conflitos. As escritas brincam com verdade e mentiras.
A colonização não é apenas a ocupação física. Ele se faz presente. Há pessoas que assimilam culturas diferentes e propagam o discurso da servidão voluntária. Miram-se nos exemplos dos poderosos. Tornam-se pequenos, mesquinhos, subordinados. Os exemplos são muitos, vejam os fascínios de alguns pelas Revoluções Burguesas ou mesmo adoração por ídolos políticos. Há quem curta genocídios, querem imitar figuras deploráveis. Coisa de adolescente? Nada, circulam pela sociedade figuras que gostam de vitrines e acham formas de aparecer. Alguns se parecem inocentes, generosos, horrorizados com a Globo, porém no seu cotidiano suprimem liberdade.
É importante analisar com se fabricam ídolos. Não se descuide. Uns se fazem de vítimas, perseguidos. a psicopatia possui lugares surpreendentes. Escondem-se e conseguem admiradores. O fetiche não é miragem. a contemporaneidade cultiva os seus. A academia não moradia de pesamentos puros. As ambiguidades persistem. Segue-se o discurso de autores rebeldes, contudo a pedagogia é do tempo de Adão e Eva. Portanto, Narciso arquiteta sua emboscadas e desfila sua embriaguez nos discursos mais luminosos. Basta observa a Copa do Mundo.
A história é complexa. Sempre será? Os donos da verdades alimentam odes. Acreditam que a tecnologia  desmontará os tropeços. O futuro é outro tempo ou está nos seguindo? No vasto mundo, as habitações estranham-se, as milícias atuam, as hipocrisias não se aquietam  Há previsões. Talvez, a genética se reinvente radicalmente. Quem sabe se os deuses não renunciarão aos seus domínios? Há segredos. As esfinges se acomodam, criam labirintos. Os que imitam os outros, apostam na fuga da responsabilidade. O caminho quebra horizontes, mas tento defini-lo. Os colonizadores são mestres em simular generosidades. A terra gira e a bola rola. A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

677 casos de sarampo confirmados no Brasil, diz MS

Neste momento, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação das crianças, público mais suscetível à doença. Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil
Neste momento, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação das crianças, público mais suscetível à doença. Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil
Balanço divulgado na tarde desta quarta-feira (18) pelo Ministério da Saúde mostra que o Brasil tem 677 casos confirmados de sarampo. Segundo a pasta, atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo – em Roraima e no Amazonas. Até terça-feira (17), foram confirmados 444 casos de sarampo no Amazonas, e 2.529 permanecem em investigação. Roraima confirmou 216 casos da doença e 160 continuam em investigação.

O ministério informou que, desde fevereiro, quando começaram a surgir os casos de sarampo, foram registradas três mortes: duas em Roraima e uma no Amazonas. Em Roraima, um caso suspeito de morte pela doença ainda está em investigação.

De acordo com o balanço, os surtos estão relacionados à importação. “Isso ficou comprovado pelo genótipo do vírus (D8) que foi identificado, que é o mesmo que circula na Venezuela”, diz a nota.

Ainda segundo a pasta, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (um), Rio Grande do Sul (oito); e Rondônia (um). Até o momento, o Rio de Janeiro informou ao Ministério da Saúde, oficialmente, sete casos confirmados.

“Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados”, diz o ministério.

 Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Segundo o ministério, o Brasil está empreendendo esforços para interromper a transmissão dos surtos e impedir que se estabeleça a transmissão sustentada. “Para ser considerada transmissão sustentada, seria preciso a ocorrência do mesmo surto por mais de 12 meses", diz a pasta.

Vacina
Oferecidas gratuitamente pelo Ministério da Saúde para todos os estados, as vacinas tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis ao longo de todo o ano nos postos de saúde em todo o país.

“É importante ressaltar que não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que as ações para controle do surto da doença, como bloqueio vacinal, nas localidades acometidas por casos de sarampo estão sendo realizadas com rigor”, diz  nota divulgada pela pasta.

Neste momento, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação das crianças, público mais suscetível à doença. “Entretanto, adultos não vacinados devem receber a vacina prioritariamente em locais onde há surto da doença, como em Roraima e Manaus (AM). Pessoas que já completaram o esquema, conforme preconizado para sua faixa etária, não precisam novamente receber a vacina”, acrescenta o ministério.

Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade têm que receber uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral). Crianças entre 5 anos e 9 anos de idade que não foram vacinadas anteriormente devem receber duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre as doses.

A campanha nacional de vacinação será realizada entre 6 e 31 de agosto, sendo o dia D no sábado (18). O público-alvo dessa estratégia são crianças de 1 ano a menores de 5 anos.

Segundo o ministério, a meta de vacinação contra o sarampo é de 95%. Dados preliminares referentes ao ano passado indicam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral).
Com informações de Diario de Pernambuco/Agência Brasil

Professor Edgar Bom Jardim - PE