domingo, 18 de março de 2018

Chora Flamengo:Sport campeão brasileiro de 1987, decreta STF


Reunião do time campeão brasileiro de 1987 em 21 de maio de 2017. Foto: Anderson Freire/Sport Club do Recife
Betão, Neco, Ismael, Cláudio e Flávio; Marco Antônio, Zico, Robertinho, Rogério, Ribamar e Euzébio.
Onze jogadores que fizeram parte do Sport durante a campanha do título brasileiro de 1987 se reuniram na Ilha do Retiro, a convite do clube, para as homenagens pelos trinta anos da conquista. Dois deles radicados em Pernambuco, Rogério e Neco, e os demais acompanhando o leão de longe, de norte a sul. No encontro, saudosismo puro. A data marca também a estreia do uniforme principal desta temporada, inspirado no histórico modelo.
Curiosamente, há dez anos, na comemoração pelos vinte anos da conquista, o domingo também foi marcado por um confronto contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão – na ocasião, 1 x 0, gol de Gabiru. Em relação àquela festa, a ausência desta vez foi o capitão Estevam, o hoje técnico “Estevam Soares”.
Além da reunião, incluindo o craque do time, o meia Ribamar, e o autor do gol do título, o zagueiro Marco Antônio, o rubro-negro fez uma exposição na Ilha sobre a história do título e lançou um vídeo de apresentação da camisa produzida pela Adidas. O slogan é o seguinte: “É melhor aceitar”.

Depois de anos de uma batalha jurídica envolvendo Flamengo e Sport, a novela envolvendo a Copa União de 1987, enfim, teve um desfecho formal. Após a maioria dos ministros do Superior tribunal Federal (STF) darem ganho de causa aos pernambucanos, a matéria foi dada como esgotada e não cabe mais discussão quanto ao título brasileiro do Leão.
A decisão transitou em julgado na última sexta feira, o que significa que estouraram todos os prazos legais para que o Flamengo tentasse reverter a derrota. O processo já teve a sua baixa definitiva efetuada.
COPA UNIÃO DE 1987
Em 1987, o time de Recife foi o campeão do Módulo Amarelo e o Flamengo levou o Módulo Verde da Copa União (torneio organizado pelo Clube dos Treze).
No entanto, o clube carioca e o Internacional (segundo do Módulo Verde) se recusaram a jogar um quadrangular organizado proposto pela CBF com Sport e Guarani (o vice do Amarelo) para definir o campeão brasileiro e os representantes da Libertadores do ano seguinte. Guarani e Sport se enfrentaram novamente e os rubro-negros foram os campeões.

Com informações de Diário De Pernambuco/Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mundo: a ilha que guarda a língua escrita mais antiga da Europa


Imagem de Santorini
Image captionSantorini é formada por cinco ilhas que rodeiam uma enorme caldeira vulcânica | Foto: Sylvain Sonnet/Getty Images

Giannis Bellonias estava parado à beira de um mirante em Imerovigli, vilarejo localizado no alto de uma montanha na ilha grega de Santorini, à espera do pôr do sol no Mar Egeu.
Foi quando ele se virou para mim e disse:
"Olha, olha ali! Olha o vulcão".
Morador de Santorini, Bellonias apontava para o que são, de fato, duas pequenas ilhas de lava negra formadas pela atividade vulcânica - consideradas os mais recentes fragmentos de terra da bacia oriental do Mediterrâneo: Palea Kameni (Queimada Velha, em tradução livre) e Nea Kameni (Queimada Jovem).
Com suas tradicionais casas brancas e igrejas de cúpula azul construídas ao longo das encostas, Santorini é um dos destinos turísticos mais famosos da Grécia. É cenário de folhetos de viagem a postagens do Instagram. E não é à toa que se tornou uma das principais referências no imaginário popular de ilha grega.
Mas o que pouca gente sabe é que o cartão-postal guarda um segredo sombrio.
Localizada no sul do Mar Egeu, Santorini é formada por um pequeno grupo circular de cinco ilhas que fazem parte das chamadas Cíclades: Thera, ilha principal, em forma de meia lua; Thirasia e Aspronisi, que fecham a circunferência; e as duas ilhas de lava, apontadas por Bellonias, ao centro.
Todas as cinco ilhas rodeiam uma enorme caldeira - cratera que se forma após uma erupção vulcânica -, sendo a maior parte submersa.
Mas nem sempre foi assim. Durante a Idade do Bronze, há cerca de 5 mil anos, Santorini era uma única massa de terra vulcânica chamada Stronghyle (que significa "redondo", em grego) - e desempenhou um papel crucial na história.

Ilustração
Image captionAcredita-se que o império minoico tenha se expandido até o Egito e a Síria | Imagem: De Agostini/G. Nimatallah/Getty Images

Naquela época, uma civilização começou a se desenvolver na ilha de Creta, nas proximidades de Santorini. Seus habitantes eram conhecidos como minoicos - por causa de Minos, lendário rei de Creta. Eles eram um povo enigmático e educado, formado não só por guerreiros, mas também comerciantes, artistas e navegantes.
A ascendência dos minoicos é objeto de uma disputa calorosa: enquanto alguns acreditam que eles foram refugiados do Delta do Nilo, no Egito, outros argumentam que eles saíram da antiga Palestina, Síria ou da Alta Mesopotâmia.
Uma pesquisa recente sugere, no entanto, que a civilização minoica se desenvolveu localmente, a partir dos primeiros agricultores que viveram na Grécia e no sudoeste da Anatólia.
Seja qual for a origem, não há dúvida de que, entre 2600 e 1100 a.C., uma civilização altamente sofisticada e avançada prosperou por aqui. Escavações realizadas em Creta, no sítio arqueológico de Knossos (capital da civilização minoica), desenterraram as ruínas de um surpreendente palácio, joias de ouro e afrescos.
Ao longo dos séculos, o império minoico expandiu para a ilha de Rodes (309 km a leste de Stronghyle), assim como para regiões da costa da Turquia - e acredita-se que tenha chegado até o Egito e a Síria.
Stronghyle (atualmente, Santorini) era um posto avançado estratégico para os minoicos devido à sua posição privilegiada na rota de comércio de cobre entre Chipre e Creta.

Ruínas
Image captionOs sistemas de escrita mais antigos da Europa foram encontrados em construções de Akrotiri | Foto: Gail Mooney/Corbis/VCG/Getty Images

"Escavações em Akrotiri (uma aldeia no sudoeste de Santorini) encontraram casas de três andares, palácios grandes e elaborados, as primeiras estradas pavimentadas da Europa, água corrente e um espetacular sistema de esgoto", conta Paraskevi Nomikou, professora assistente de oceanografia geológica e geografia natural na Universidade de Atenas.
E, mais fascinante ainda, foram descobertos os primeiros sistemas de escrita da Europa, registrados em construções de Akrotiri e em rochas dos palácios de Knossos e Malia. Foi aqui que os minoicos grafaram suas primeiras palavras escritas, inicialmente na forma de hieróglifos cretenses e, mais tarde, usando o sistema Linear A.
Os hieróglifos cretenses fazem parte de uma escrita antiga baseada em cerca de 137 pictogramas - que remetem a plantas, animais, partes do corpo, armas, navios e outros objetos. Acredita-se que esteve em uso até 1700 a.C.
Gradualmente, os minoicos aperfeiçoaram os hieróglifos cretenses, chegando ao sistema Linear A, mais convencional, que foi utilizado até cerca de 1450 a.C.
Ele era composto por vários números, 200 símbolos e mais de 70 sinais de sílaba, sendo mais parecido com a linguagem que conhecemos hoje - embora ambas as escritas permaneçam indecifráveis.

Sistema de escrita Linear A
Image captionA escrita Linear A - com 200 símbolos e 70 sinais de sílaba - se assemelha mais à linguagem que conhecemos hoje | Foto: Print Collector/Getty Images

Com razão, os criadores da língua escrita mais antiga da Europa foram saudados como a primeira civilização alfabetizada do continente. E suas conquistas intelectuais só eram superadas por seu estilo descontraído de viver. Eles celebravam a vida, até mesmo em funerais, faziam amizade com touros, em vez de matá-los, e conviviam em harmonia com a natureza.
E foi justamente a natureza que decidiu exterminá-los.
Entre 1627 a.C. e 1600 a.C., Stronghyle foi palco de uma erupção vulcânica - conhecida como erupção Minoica ou Santorini -, talvez a maior em 10 mil anos.
"Antes da erupção, a caldeira atual não existia. Em vez disso, havia uma caldeira menor, decorrente de uma erupção muito mais antiga, que formava uma lagoa no norte da ilha", explica Nomikou.
"Durante a erupção, materiais vulcânicos de 60m de espessura foram jogados no mar, gerando um tsunami de 9m de altura, que atingiu as margens de Creta. "
Acredita-se que a série de ondas tenha chegado à costa oeste da Turquia e até Israel.

Imagem de Santorini
Image captionErupção vulcânica no fim da Idade do Bronze deu origem à atual caldeira de Santorini | Foto: Florian Trojer/Getty Images

Uma vez que a devastação terminou, a caldeira atual começou a se formar - e milhares de anos se passaram até surgir a Santorini que conhecemos hoje.
Para os minoicos, era o princípio do fim.
"A destruição vulcânica dizimou seus barcos comerciais, e a enorme quantidade de dióxido de carbono que foi liberada na atmosfera desestabilizou o equilíbrio climático, devastando a agricultura minoica", acrescenta a professora.
"Tudo isso gradualmente permitiu aos micênicos (civilização da Idade do Bronze que habitava a Grécia continental entre 1600 a.C. e 1100 a.C.) aproveitar a chance de acabar com a independência minoica."
Mas o que intriga Nomikou é que, ao contrário da antiga cidade romana de Pompéia, coberta por mais de 6 metros de cinzas e pedras após a erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C., nenhum corpo foi encontrado em Santorini.
"Tudo indica que o povo de Santorini foi avisado com antecedência e escapou", diz ela.
Até hoje, ninguém sabe para onde eles foram.

Ilustração Roma antiga
Image captionA língua grega propagou a democracia, o teatro e a filosofia pelo mundo | Imagem: Universal History Archive/Getty Images

Mas se Santorini destruiu a primeira grande civilização da Europa, não extinguiu sua língua. Uma vez que os micênicos dominaram o antigo império minoico, substituíram o sistema de escrita Linear A por uma versão aprimorada, conhecida como Linear B. Trata-se da forma inicial da língua grega antiga, que propagou a democracia, o raciocínio científico, o teatro e a filosofia por todo o mundo.
Mais de 3,5 mil anos após a destruição, Bellonias se orgulha de ser dono de uma das tradicionais propriedades na encosta de Santorini, esculpidas diretamente na caldeira vulcânica.
"Essas casas tem o ar-condicionado perfeito. No inverno, o vulcão envia calor na sua direção e, no verão, refresca ", conta com um sorriso.
Bellonias é um colecionador de arte, fundador de um instituto cultural que abriga uma biblioteca com 35 mil livros - incluindo centenas de títulos dedicados a Santorini. Em seis décadas, ele já viveu dentro e fora da ilha.
"Pode te surpreender, mas o que povoa minha mente é esse cheiro", diz ele.
"Quando eu era criança, toda vez que saíamos de Atenas (onde ele passou a infância) e chegávamos à ilha, estava amanhecendo - a viagem era árdua naquela época. E eu era tomado pelo cheiro dos cavallines, o excremento dos cavalos que levavam os moradores e turistas até Imerovigli, antes de Santorini ficar famosa."

Pôr do sol
Image caption'Não consigo descrever o pôr do sol em palavras', diz Bellonias | Foto: Lee Frost/Getty Images

"Você ainda pode sentir o cheiro dos cavallines se abrir mão do conforto do seu carro", acrescenta Bellonias, olhando para as ilhas vulcânicas à sua frente, atrás das quais o colorido do céu - que vai do vermelho ao ultravioleta - anuncia a chegada do pôr do sol.
"Eu nunca consegui traduzir essas cores em palavras. E não acho que alguém que já tenha morado nesta ilha tenha (conseguido). Pode ser carmim, rosa, laranja, vermelho, violeta... Eu simplesmente não consigo descrever o pôr do sol em palavras. Para mim, é um sentimento visceral. Santorini não é para os fracos".
E ele provavelmente está certo. Não é à toa que destruiu a primeira civilização da Europa.
De Stav Dimitropoulos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 16 de março de 2018

PERIGO:você está bebendo plástico? OMS investigará efeitos na saúde após análise achar partículas em água engarrafada


Tampas de garrafas de água
Image captionTeste realizado com as principais marcas de água engarrafadas do mundo mostrou que há micropartículas de plásticos no líquido

A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai iniciar uma análise sobre os potenciais riscos da presença de plástico na água que bebemos.
Ela levará em conta as últimas pesquisas sobre a disseminação e o impacto dos chamados microplásticos - partículas que são pequenas o bastante para serem ingeridas.
Isso ocorre após um teste feito com 250 garrafas de água de 11 marcas líderes do mercado, incluindo a brasileira Minalba, ter mostrado que havia micropartículas de plástico em 93% delas.
Não há evidências de que microplásticos podem afetar a saúde humana, mas a OMS quer avaliar o quanto realmente se sabe sobre isso.
Bruce Gordon, coordenador do trabalho global da OMS em água e saneamento, disse à BBC que a questão principal é se o fato de ingerir partículas de plástico ao longo da vida poderia ter algum efeito. "O público está obviamente preocupado se isso vai deixá-los doentes no curto prazo e no longo prazo", afirmou.
"Quando pensamos sobre a composição do plástico, se pode haver toxinas nele, em que medida elas seriam nocivas e o que realmente as partículas podem fazer no corpo, não há uma pesquisa para nos responder", explicou.
"Geralmente temos um limite 'seguro', mas para definir isso precisamos entender se essas coisas são perigosas e em quais concentrações são perigosas."
Gordon enfatizou, no entanto, que uma ameaça muito maior na água vem de países onde ela pode estar contaminada pelo esgoto.
Segundo especialistas consultados pela BBC, pessoas que vivem em países onde a água da torneira pode ser poluída devem continuar a tomar água engarrafada.

Garrafas do mundo todo

O teste realizado na Universidade Estadual de Nova York e liderado pela Orb Media, organização jornalística sem fins lucrativos, examinou garrafas compradas em nove países diferentes, de cinco continentes, e descobriu uma média de dez partículas de plástico por litro, cada uma maior do que a espessura de um fio de cabelo.
Anualmente são produzidos 300 bilhões de litros de água engarrafada.
"Os números não são catastróficos, mas é algo preocupante", disse à BBC Sherri Mason, professora de química da Universidade de Nova York, que conduziu a análise.
"Encontramos plástico em todas as garrafas e marcas", diz. "O teste mostra que o plástico tornou-se um material tão presente na nossa sociedade que agora está até passando para a água."

Gráfico sobre análise de partículas de plásticos

As empresas avaliadas afirmam que seus produtos atendem aos mais altos padrões de segurança e de qualidade. E dizem que falta regulamentação sobre microplásticos e que não há métodos padronizados para testes.
No ano passado, Mason encontrou partículas de plástico em amostras de água da torneira. Outros estudos também as detectaram em frutos do mar, cerveja, sal marinho e até no ar.
Para a pesquisadora, os cientistas agora precisam ser capazes de responder se os microplásticos podem ser prejudiciais à saúde.
"O que sabemos é que algumas dessas partículas são suficientemente grandes e, que uma vez ingeridas, provavelmente são expelidas. Mas antes elas podem liberar produtos químicos que prejudiquem à saúde", diz.
"Algumas dessas partículas são tão incrivelmente pequenas que podem atravessar o revestimento do trato gastrointestinal e serem levadas para todo o corpo, e não sabemos as implicações que terão nos órgãos e tecidos."

Filtragem de partículas
Image captionAs marcas amarelas indicam microplásticos na água após a filtragem | Foto: Orb Media

Como foi o teste

A pesquisa com água engarrafada envolveu a compra de embalagens de 11 marcas globais e de países escolhidos por suas grandes populações ou seu consumo relativamente alto de água engarrafada.
As marcas avaliadas foram:
- Aquafina
- Aqua
- Bisleri
- Dasani (coca-cola)
- Epura
- Evian
- Gerolsteiner
- Minalba
- Nestlé Pure Life
- San Pellegrino
- Wahaha
Para realizar o teste, a equipe de Mason impregnou a água das garrafas com um corante chamado Nile Red, uma técnica recentemente desenvolvida por cientistas britânicos para a rápida detecção de plástico na água do mar.
Estudos anteriores estabeleceram como o corante adere a pedaços de plástico que flutuam de forma livre e os torna fluorescentes sob certos comprimentos de onda da luz.
No teste, os cientistas filtraram as amostras tingidas e depois contaram cada pedaço maior que 100 mícrons - aproximadamente 0,1 milímetro.
Algumas dessas partículas, grandes o suficiente para serem manipuladas individualmente, foram então analisadas por espectroscopia infravermelha, confirmadas como plásticas e identificadas como tipos específicos de polímero.

Gráfico sobre análise de partículas de plásticos em garrafas de água

As partículas menores que 100 mícrons eram muito mais numerosas (uma média de 314 por litro), e foram contadas usando uma técnica desenvolvida na Astronomia para totalizar o número de estrelas no céu noturno.
Algumas foram consideradas resíduos plásticos por expectativa racional, segundo Mason.
Isso ocorre porque, embora o tintura de Nile Red possa se ligar a outras substâncias que não o plástico - como fragmentos de conchas ou algas que contenham lipídios -, seria pouco provável que eles estivessem presentes na água engarrafada.

De onde vem o plástico?

Uma vez que o estudo não passou do processo usual de revisão e de publicação de pares em um periódico científico, a BBC pediu a especialistas que o comentassem.
Andrew Mayes, da Universidade de East Anglia, do Reino Unido, e um dos pioneiros na técnica do Nile Red, disse que o teste é uma "análise química de alta qualidade" e que os resultados são "bastante conservadores".
Michael Walker, consultor do Government Chemisty (unidade de pesquisa que atua em disputas na área de regulamentação de alimentos no Reino Unido) e membro do conselho Food Standards Agency, que responde pela segurança alimentar no país, disse que o trabalho foi "bem conduzido".
Ambos enfatizaram que as partículas abaixo de 100 mícrons não foram identificadas como plásticas, mas disseram que, uma vez que as outras opções não seriam esperadas em água engarrafada, poderiam ser descritas como "provavelmente de plástico".
Uma questão óbvia é de onde esse plástico vem. Dada a quantidade de polipropileno, usado nas tampinhas de garrafa, uma teoria é que o ato de abrir uma garrafa pode derramar essas partículas lá dentro.

Garrafas plásticas de águaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAs micropartículas de plástico podem sair das tampinhas das garrafas

Empresas negam

A BBC contatou todas as empresas envolvidas - a maioria delas respondeu.
A brasileira Minalba disse que seu processo de extração e envase da água da fonte mineral Água Santa, localizada em Campos do Jordão (SP), segue todos os padrões de qualidade e segurança exigidos pela legislação brasileira, "refletindo, com rigor, a manutenção das propriedades minerais vindas da natureza".
A Nestlé disse que seus próprios testes internos para microplásticos começaram há mais de dois anos e não detectaram nenhum vestígio de partículas acima do mínimo esperado.
Um porta-voz acrescentou que o estudo da professora Mason falhou nas principais etapas para evitar "falsos positivos" e convidou o Orb Media para comparar métodos.
A marca Gerolsteiner também disse que estava testando a quantidade de microplásticos havia vários anos e que os resultados mostraram níveis "significativamente abaixo dos limites para partículas" estabelecidos para empresas farmacêuticas. E que não conseguiu entender as conclusões do teste, já que as micropartículas estão "em todo lugar", podendo entrar nos produtos pelo ar ou pelos materiais de embalagem durante o processo de engarrafamento.

Gáfico sobre aumento no uso de plástico

A Coca-Cola, dona da Dasani, disse ter alguns dos mais rigorosos padrões de qualidade na indústria e usou um" processo de filtração multipasso". E também afirmou que os microplásticos "parecem ser onipresentes e, portanto, podem ser encontrados em níveis mínimos mesmo em produtos altamente tratados".
A Danone, fabricante da Aqua e da Evian, disse que não poderia comentar o estudo porque "a metodologia utilizada não é clara", mas acrescentou que suas garrafas tinham qualidade de embalagem alimentar.
A empresa ressaltou que não há regulamentos sobre microplásticos ou um consenso científico sobre testes, e também destacou um estudo alemão muito menor, realizado no ano passado, que encontrou partículas de plástico em garrafas de uso único, mas não acima de uma quantidade estatisticamente significante.
A PepsiCo disse que sua marca Aquafina tem "medidas rigorosas de controle de qualidade, práticas de fabricação sanitária, filtração e outros mecanismos de segurança alimentar que produzem um produto confiável e seguro". Descreveu ainda o estudo dos microplásticos como um campo emergente e que requer análise científica adicional.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 15 de março de 2018

Impressões digitais em vaso usado para matar artista plástica poderão levar a criminosos

Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Foto: Facebook/Reprodução
Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Foto: Facebook/Reprodução

Impressões digitais colhidas no vaso de plantas usado para assassinar a arquiteta e artista plástica Maria Alice Soares dos Anjos, 74 anos, são as primeiras pistas encontradas pela polícia para desvendar o crime. Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Ela foi encontrada morta no quintal da casa onde morava sozinha, na Rua 13 de Maio, no Sítio Histórico de Olinda, na noite da terça-feira. A vítima estava de camisola e tinha lesões na cabeça e nos joelhos. 
A principal linha de investigação da Polícia Civil, por enquanto, é a de latrocínio (roubo seguido de morte). A bolsa com os documentos da vítima e seus dois telefones celulares não foram encontrados. Vários cômodos do imóvel estavam revirados, mas não foram encontrados sinais de arrombamento nas portas. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Olinda.
A polícia acredita que usuários de drogas possam ter cometido o crime. De acordo com o delegado Ricardo Silveira, as características indicam que foram “amadores”. “Aparentemente, foi uma ação típica de usuários de drogas que pretendiam subtrair objetos de valor para empregar em algum pagamento de dívidas. Não é uma linha que podemos tratar como definitiva, mas observando a forma como o crime foi praticado, dá a entender que os criminosos não são contumazes. Eles não usaram arma de fogo nem levaram uma grande quantidade de bens”, argumentou o delegado. 

As imagens das câmeras de segurança do Sítio Histórico serão analisadas pela polícia. A Prefeitura de Olinda informou que a Secretaria de Segurança Urbana está colaborando com as investigações. 

O sepultamento será realizado nesta quinta-feira (15), no Cemitério Parque das Flores, em Maceió, onde moram seus familiares. Sônia dos Anjos, irmã de Maria Alice, veio de Alagoas ao Recife após ser informada sobre o crime. Ela disse que Baixinha era apaixonada por Olinda. “Alice era muito articuladora e viveu para Olinda. Amava muito aquela casa onde ela construiu a vida. Esperamos que a polícia encontre a pessoa que cometeu o crime. Ficamos agora com o sentimento de perda de uma pessoa extremamente querida. Ela era brava, guerreira, lutadora, sempre ia atrás do que queria”, declarou Sônia. Familiares afirmaram que Maria Alice havia sido vítima de furto recentemente, também dentro de casa.

Ontem, equipes da Delegacia de Homicídios de Olinda e do Instituto de Criminalística voltaram à casa de Maria Alice. Segundo o perito Diego Rocha, manchas que pareciam sangue foram encontradas no quintal. “Estamos tentando entender a dinâmica do crime. Como o assassino entrou e saiu da casa. Estamos tentanto encontrar vestígios biológicos e colhendo impressões digitais para alinhar nossas provas materias com o que a investigação está descobrindo. Pelo estado em que o corpo foi encontrado, é possível que o crime tenha acontecido até 24 horas antes da localização. O laudo do Instituto de Medicina Legal vai precisar o horário certo. É cedo para afirmar quantas pessoas praticaram o crime”, ressaltou o perito.

Tristeza 
Também fundador do Eu Acho é Pouco, o arquiteto Ivaldevan Calheiros, 74, lamentou a morte da amiga. “Era um dos sustentáculos do bloco. Muitas reuniões eram realizadas na casa dela. Maria Alice foi uma excelente pessoa e amiga. Vai fazer muita falta ao Eu Acho é Pouco e ao carnaval de Olinda. Ela tinha um poder de agregar muito grande. Assim como ela, sou alagoano e apaixonado por Olinda”, declarou Ivaldevan. 
A Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta divulgou nota lamentando a morte de Maria Alice. “Baixinha pertencia ao quadro de associados e era uma mulher muito guerreira sempre presente nas lutas para que moradores pudessem desfrutar de uma vida cotidiana com mais qualidade, diante dos inúmeros problemas do Sítio Histórico de Olinda, principalmente a segurança.”
Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PLENÁRIO - Homenagem à vereadora Marielle Franco - 15/03/2018 - 11:15



Professor Edgar Bom Jardim - PE