terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Artes:Pantera Negra é marco para a representatividade negra nos filmes de super-heróis

Elenco e produção são compostos, majoritariamente, por afro-americanos. Foto: Marvel Studios/Divulgação
Elenco e produção são compostos, majoritariamente, por afro-americanos. Foto: Marvel Studios/Divulgação

Não é preciso análise profunda para perceber quão pouco diversa costuma ser a produção audiovisual de Hollywood: quem frequenta cinemas deve notar o perfil étnico predominante nos filmes. Estudo publicado no ano passado pela Universidade de Southern, na Califórnia, apontou que brancos representavam 70,8% dos papéis com falas nos cem títulos de maior bilheteria de 2016. Já os atores negros eram apenas 13,6%, de um total de 4.583 personagens. Diante desse cenário pouco representativo, Pantera Negra, blockbuster da Marvel que tem sessões a partir de meia-noite, faz uma saudável inversão, com elenco majoritariamente afro-americano, além do diretor, Ryan Coogler, e outros integrantes da produção.

O núcleo do filme é encabeçado por Chadwick Boseman (T’Challa/Pantera Negra) e tem ainda Lupita Nyong’o (Nakia), Danai Gurira (Okeye), Daniel Kaluuya (W’Kabi) e Michael B. Jordan (Erik Killmonger), entre outros. Martin Freeman (Everett K. Ross) e Andy Serkis (Ulysses Klaue) são os únicos caucasianos no elenco principal. Ainda que seja alardeado como primeiro filme solo de super-herói negro, Pantera Negra não é pioneiro nesse campo, mas é a maior produção. Entre os exemplos anteriores estão os menos lembrados Aço (1997) e Spawn(1997), além do bem-sucedido Blade: O caçador de vampiros (1998), que rendeu duas sequências, em 2002 e 2004. Há, ainda, Mulher-Gato (2004), estrelado por Halle Berry, embora a personagem se enquadre melhor como anti-heroína. 

Seja como for, não é uma lista exatamente longa de filmes nem, muito menos, um problema específico das produções de super-heróis. Aliás, transcende a sétima arte: a falta de diversidade é notável também em outras mídias e expressões artísticas, dos programas televisivos aos videogames. E, claro, abrange outras esferas para além da questão étnica, incluindo a representatividade feminina, LGBT e de pessoas com deficiências, entre outras minorias. 

Pantera Negra nas HQs A despeito do nome, o personagem não fazia referência ao Partido dos Panteras Negras, chegou a declarar Stan Lee, cocriador ao lado de Jack Kirby. A inspiração viria de um personagem de revistas pulp cujo símbolo era justamente a pantera negra. Nas primeiras artes conceituais, Kirby chegou a anotar o nome Coal Tiger(Tigre de Carvão, em português). Herdeiro do trono de Wakanda, uma sociedade fictícia africana mais intelectual e tecnologicamente avançada, T'Challa é também líder do clã Pantera. 

A primeira aparição foi na HQ do Quarteto Fantástico, em julho de 1962 e, após participações especiais ao lado de outros personagens, ganhou um título próprio somente em 1973, na revista Jungle action. Ao longo das décadas, o herói chegou a ter algumas séries, a mais longeva delas com pouco mais de 60 edições. No Brasil, o Pantera nunca teve revista própria e a fase mais recente do personagem, que serve de base para o filme, é publicada em volumes encadernados, compilando as edições mensais, assinadas por Ta-Nehisi Coates (roteiro) e Brian Stelfreeze (arte). 

+ Em versosFã de quadrinhos, o rapper Emicida escreveu, ao lado de Felipe Vassão, uma música intitulada Pantera Negra, dedicada ao herói da Marvel. A faixa, já disponível nas plataformas de streaming, faz referências a outros personagens negros das HQs e à cultura Black e ancestralidade. "Com a garra, razão e frieza, mano/ Se a barra é pesada, a certeza é voltar/ Tipo Pantera Negra (eu voltei)/ Tipo Pantera Negra", diz o refrão da canção. 

Olhar Vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por Histórias cruzadas (2012), Octavia Spencer estará no estado do Mississipi para o lançamento do filme e anunciou que irá bancar sessões destinadas a comunidades carentes. "Quero garantir que crianças negras possam se enxergar como super-heróis", disse a atriz, que fez ação similar no ano passado para exibição do filme Estrelas além do tempo.

Outros heróis negros 

John Stewart (1971) 
Substituto de Hal Jordan, o mais conhecido dos personagens a assumir o manto de Lanterna Verde, Stewart se tornou o protagonista da série durante alguns números nos anos 1980. Ganhou mais popularidade na série animada Liga da justiça, exibida de 2001 a 2006, o que influenciou nos quadrinhos, desfrutando de mais destaque a partir daí. Especula-se que John Stewart seja integrado ao universo cinematográfico da DC. 

Tempestade (1975) 
Já que as histórias dos X-Men traziam subtexto sobre tolerância e enfrentamento ao preconceito, fez todo o sentido a criação de Ororo Munroe, mutante descendente de uma linhagem ancestral de feiticeiras africanas. Mais conhecida pelo codinome de Tempestade, pela capacidade de manipular o clima, a personagem chegou a se casar, nos anos 2000, com o Pantera Negra, mas a união teve fim. 

Miles Morales (2011) 
O personagem negro e latino assumiu o manto do Homem-Aranha em uma linha de quadrinhos paralela ao universo original do herói. Posteriormente, Miles foi integrado à série regular de títulos da Marvel e coexiste junto com a versão clássica do aracnídeo, Peter Parker. Miles Moraes será o protagonista do longa-metragem em animação Homem-Aranha no Aranhaverso, que estreia nos cinemas em dezembro. 

Luke Cage (1972) 
Um dos primeiros super-heróis negros a ter revista mensal própria, Luke Cage foi transposto para as telas recentemente, em série da Netflix de mesmo nome. Com inspirações no movimento blaxploitation dos anos 1970, a HQ era ambientada no Harlem e, antes de se tornar um herói de aluguel, Cage foi membro de uma gangue e praticou pequenos delitos. Simbólico, o poder dele é ter uma pele invulnerável e superforça. 

Raio Negro (1977) Primeiro personagem negro da DC Comics a ter um título solo, repetiu, recentemente, feito similar na TV, estrelando série própria realizada em parceria entre o canal CW e Netflix. Após lidar com a perda do pai, morto por mafiosos locais, e sentir a ameaça de uma gangue poderosa, Jeff Pierce constrói, com a ajuda de um amigo, um uniforme com poderes elétricos e decide combater o crime no bairro. 

Riri Williams (2016) 
Com 15 anos de idade, a adolescente chamou a atenção do Homem de Ferro original, Tony Stark, por conseguir construir uma armadura similar à do herói. Com a bênção de Stark, que auxilia com treinamento e suporte tecnológico, a garota assume o lugar do herói. O arco inicial de histórias de Riri Williams começou a ser publicado recentemente no Brasil na revista mensal Homem de Ferro, da Panini. 
Com informações de Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Cidadania:STF decide se grávidas e mães presas provisórias podem ir pra casa; entenda o que está em jogo

Mãe com filho no Complexo Penitenciário de Bangu, em foto de arquivo
Image captionMãe com filho no Complexo Penitenciário de Bangu; proteção à criança depende da proteção à presa, diz advogado | Foto: Tânia Rêgo/Ag. Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir nesta terça-feira se mulheres grávidas e mães de crianças de até 12 anos que estejam em prisão provisória (ou seja, que não foram condenadas) terão o direito de deixar a cadeia e ficar em prisão domiciliar até seu caso ser julgado.
A Segunda Turma da corte, composta pelos ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, vai votar um habeas corpus coletivo em nome dessas detentas e de seus filhos, sob o argumento de que "confinar mulheres grávidas em estabelecimentos prisionais precários, subtraindo-lhes o acesso a programas de saúde pré-natais, assistência regular no parte e pós-parto, e ainda privando as crianças de condições adequadas a seu desenvolvimento, constitui tratamento desumano, cruel e degradante".
Não há dados oficiais a respeito, mas estima-se que um terço da população carcerária feminina (hoje composta de mais de 42 mil mulheres) se enquadre na categoria de gestantes ou mães de crianças pequenas, segundo o Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu), que está entre os impetrantes do habeas corpus no Supremo.
Ou seja, é possível que até 14 mil detentas sejam autorizadas a ficar em prisão domiciliar. No entanto, não se sabe de antemão se o habeas corpus, caso acatado, teria efeito imediato ou não.
Uma lei de 2016 já determina que presas grávidas ou com filhos de até 12 anos possam pedir substituição da prisão preventiva pela domiciliar dentro da justificativa de "assegurar os direitos da criança, do adolescente e do jovem como prioridade absoluta". Mas há uma resistência entre juízes de primeira instância em conceder esse benefício, segundo advogados.
"Hoje, os juízes argumentam que não ficou comprovado (pela defesa dessas mulheres) que a mãe é insubstituível, o que é infundado. A mãe é sempre insubstituível, e esperamos que isso não precise ser comprovado caso a caso", diz Nathalie Fragoso, advogada do CADHu, à BBC Brasil.
"Outro argumento é de que a defesa não conseguiu comprovar que a mãe está em situação degradante na cadeia, quando sabemos que o sistema penitenciário inteiro está em absoluta calamidade no Brasil."

'Forma seletiva'

O tema ganhou destaque no noticiário recente com dois casos ocorridos em São Paulo. Neste mês, um bebê recém-nascido foi levado com a mãe à penitenciária após ela ter sido detida sob a acusação de tráfico de drogas, e no mês passado, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, negou habeas corpus à mãe de uma criança de um mês de vida, impedindo-a de cumprir pena domiciliar.
A mãe havia sido presa com 8,5 g de maconha encontradas dentro de um bolo que ela levava ao marido na prisão. Na decisão, Vaz afirmou que "a simples existência de filhos menores não enseja a concessão automática da benesse (da prisão domiciliar)".
Para críticos, decisões do tipo contrastam com o benefício concedido a Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Rio, presa no âmbito da Operação Calicute (desmembramento da Lava Jato).
Ela, que é mãe de crianças de 11 e 15 anos, recebeu o direito a prisão domiciliar em dezembro, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que afirmou que a prisão de mães e grávidas é "absolutamente preocupante" e defendeu alternativas ao encarceramento, para não haver "punição excessiva" à mulher ou a seus filhos.
"O habeas corpus (em votação nesta terça) ressalta a forma seletiva como a Justiça trata as mulheres presas (...) e o quão constratantes são as decisões envolvendo mulheres de diferentes classes sociais", diz o Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos. "Por essa perspectiva, oferece uma oportunidade para que o STF corrija injustiças e revogue a prisão de todas, e não apenas de um grupo seleto de mulheres."

Proteção à infância

O impacto da prisão repentina de uma mãe é "desvastador" para famílias carentes, explica à BBC Brasil Maria do Carmo Leal, médica e pesquisadora da Fiocruz e coordenadora de uma pesquisa chamada "Nascer nas Prisões", cujos dados serão apresentados ao STF durante a votação desta terça.
"Ocorre uma desestruturação completa, porque a mãe em geral era o arrimo da família e ela desaparece repentinamente (da vida familiar)", relata.
Detenta grávida
Image captionLevantamento recente do Conselho Nacional de Justiça diz que há no Brasil 622 mulheres presas grávidas ou lactantes | Foto: Fiocruz
Entre 2011 e 2014, a pesquisa da Fiocruz mapeou detentas gestantes ou mães de bebês pequenos em penitenciárias de 24 Estados brasileiros.
"A maioria tem entre 20 e 29 anos, é pretas ou parda, de baixa escolaridade e muita vulnerabilidade social. E 62% delas já tinham de dois a quatro filhos", diz a médica.
"Mais da metade delas não tinha companheiros e um terço se declarou chefe de família. A maioria foi presa por delitos menores, como levar drogas para o marido na cadeia, vender pequenas quantidades da droga ou envolver-se em brigas. É a baixa democracia brasileira: prender mães pobres, (impondo-lhes) um castigo desse tamanho."
A mulher não perde a guarda dos filhos ao ser presa, mas essa guarda fica suspensa até o julgamento definitivo do processo, suspensão que persiste se houver condenação a pena superior a dois anos.
"Os irmãos são separados para viver em abrigos ou serem cuidados por parentes ou vizinhos. E bebês de até seis meses ficam com as mães na prisão na maioria dos Estados, enquanto são amamentados. Mas é um período de grande sofrimento, porque a mãe não sabe o que vai acontecer com a criança em seguida. Daí, de um dia para o outro esse bebê simplesmente deixa de ver a mãe, algo inominável para o desenvolvimento e a saúde infantil", prossegue Leal.
Os filhos das detentas são citados como parte interessada no habeas corpus porque o encarceramento de suas mães "viola massivamente direitos constitucionais das crianças, como saúde, alimentação (por conta da amamentação) e convivência com a família e a comunidade", diz Pedro Hartung, advogado do Alana, grupo de defesa dos direitos infantis.
"Pesquisas mostram que crianças expostas a estresse, inclusive o afastamento da mãe e da família, levam essa marca para toda a vida em atraso cognitivo, problemas de saúde e estresse tóxico. É um impacto social muito grave. Todos nos beneficiamos como sociedade que as crianças tenham um desenvolvimento sadio. E para proteger essas crianças precisamos proteger suas mães."
Mas o fato de essas mães serem potencialmente criminosas não configura um perigo a esses filhos? Para Hartung, os dispositivos legais já preveem que essas crianças sejam acompanhadas pelo Conselho Tutelar, que pode intervir caso o convívio com a mãe se converta em um risco. "Abusos ou violência podem resultar na perda do benefício da prisão domiciliar para a mãe", diz ele.

'Absoluta indignidade'

Mãe amamentando na prisão
Image captionMãe pode amamentar filho na cadeia, dependendo do Estado onde está presa, mas condições 'violam direitos constitucionais das crianças' | Foto: Reprodução Nascer nas Prisões/Fiocruz
Levantamento recente do Conselho Nacional de Justiça diz que há no Brasil 622 mulheres presas grávidas ou lactantes.
O cadastro foi solicitado pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que afirmou em janeiro que não quer que "nenhum brasileirinho nasça dentro de uma penitenciária. Isso não é condição precária, é de absoluta indignidade".
Hartung, do Alana, afirma que há também 1,8 mil bebês vivendo com suas mães no cárcere, "em situação degradante" por causa da falta de estrutura, higiene e garantias de proteção à infância nos presídios.
Não se sabe ao certo, porém, qual o número de detentas que têm filhos de até 12 anos. O Departamento Penitenciário Nacional tem informações a respeito dos filhos de apenas 9% da população carcerária total do Brasil. Nesse universo, 74% das mulheres detidas até 2016 têm ao menos um filho, de idade não determinada.
Nesse universo, outro fator preocupante é a explosão da população carcerária feminina no Brasil: o número de mulheres presas aumentou quase 600% entre 2000 e 2015. Segundo dados oficiais, 80% delas são as responsáveis principais (ou únicas) pelos cuidados com os filhos.
Paula Adamo Idoeta. BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Brasil:ato contra a reforma da Previdência

Ato reúne centenas de trabalhadores nas principais ruas do Centro do Recife. Foto: Sávio Gabriel/DP (Ato reúne centenas de trabalhadores nas principais ruas do Centro do Recife. Foto: Sávio Gabriel/DP)
Ato reúne centenas de trabalhadores nas principais ruas do Centro do Recife. Foto: Sávio Gabriel/DP


Após a manhã de protestos contra a reforma da Previdência, as centrais sindicais de Pernambuco se reúnem, na tarde desta segunda-feira, no Parque 13 de Maio, no bairro da Boa Vista, para mais um ato contra a votação. Ao longo do dia, os postos de atendimento do INSS e escolas fecharam as portas, houve bloqueios nas principais rodovias federais que cortam o estado e, agora, os trabalhadores saem em caminhada para manter a pressão sobre os deputados federais.

O ato é endossado por faixas e dois trios elétricos. Depois da concentração, que começou por volta das 15h, os trabalhadores saíram em caminhada pela Rua do Hospício em direção à Avenida Conde da Boa Vista. Os organizadores adiantaram que a mobilização deve seguir até a Praça da Independência, mais conhecida como Pracinha do Diario.

"Desde o início da manhã, teve ação no estado todo e paralisação de diversas categorias. É preciso lembrar que a reforma da Previdência não está sendo votada, porque Temer não tem maioria. O povo está na rua, está pressionando os deputados nas suas bases eleitorais, e ele não tem os 308 votos. A intervenção no Rio de Janeiro é apenas uma desculpa para ele não votar. E, pode ter certeza, todas as vezes que anunciarem a votação da reforma da Previdência nós vamos parar o Brasil", adiantou o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras.

Durante o ato, houve uma peça teatral explicando os danos da reforma aos trabalhadores. Foto: Sávio Gabriel/DP (Durante o ato, houve uma peça teatral explicando os danos da reforma aos trabalhadores. Foto: Sávio Gabriel/DP)
Durante o ato, houve uma peça teatral explicando os danos da reforma aos trabalhadores. Foto: Sávio Gabriel/DP


Segundo a liderança sindical, não haverá trégua. "Vamos fazer muitas manifestações, muitos atos, vamos continuar denunciando nas bases eleitorais de cada deputado federal. A população vai continuar informada sobre quais são os parlamentares que estão em Brasília assaltando os direitos da classe trabalhadora", advertiu. "A principal ação agora é manter o que os trabalhadores têm feito nas bases eleitorais. Essa pressão tem gerado medo neles no ano eleitoral. A nossa estratégia é a mesma do Temer, que ameaça não apoiar os candidatos caso não votem a favor da reforma", explicou Veras.

Caminhada começou por volta das 17h. Foto: Sávio Gabriel/DP (Caminhada começou por volta das 17h. Foto: Sávio Gabriel/DP)
Caminhada começou por volta das 17h. Foto: Sávio Gabriel/DP


As centrais denunciam que a reforma não acaba com privilégios. "A superaposentadoria continua, a exemplo do próprio Temer, que se aposentou com 55 anos recebendo mais de R$ 30 mil. Na CPI da Previdência, R$ 4,7 trilhões deixaram de ser arrecadados por conta das dívidas de empresas públicas e privadas. O trabalhador tem o valor descontado, mas as empresas não repassam para o governo, o que gera a dívida. É preciso combater a sonegação e cobrar a dívida, não penalizar os trabalhadores", continuou o sindicalista. 

Além da CUT-PE, outras oito centrais sindicais participam do ato, entre elas, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Sindical e Popular/Conlutas (CSP/Conlutas), a Intersindical e também a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. "Não podemos ter tranqulidade com um governo golpista como esse cheio de artifícios. Essa reforma crimonosa só privilegia os banqueiros e acaba com o direito a aposentadoria de todos os homens e mulheres do país. Não vamos deixar isso acontecer", concluiu. 


Com informações do repórter Sávio Gabriel
Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O povo brasileiro quer saber da Justiça


Professor Edgar Bom Jardim - PE

"Quem não é branco nas noites da Baixada corre risco de vida",diz Dom Mauro Morelli,

 A intervenção militar de Michel Temer afirmando que se trata de uma ação contra os pobres do Rio de Janeiro.

"Trabalhei 24 anos na Baixada Fluminense como primeiro bispo da Diocese de Duque de Caxias. Discordo de intervenções que aviltam militares e trazem angústia e sofrimento aos pobres, em sua maioria de origem africana. A tarefa constitucional dos militares é outra, também a solução!”, escreveu o religioso, indicando que os negros são os principais alvos da repressão.
“Quem não é branco nas noites da Baixada corre risco de vida, tamanho o preconceito da sociedade escravocrata e racista. Se houvesse raça superior, seria a raça negra. Com 300 anos de escravidão e tantos séculos de discriminação, seu gingado é insuperável”, disse o bispo católico.
Dom Mauro ainda se dispôs a debater seu ponto de vista no Twitter: “Alguém contesta meu tweet afirmando que somente os bandidos sofrem com intervenção…santa ingenuidade ou malícia refinada! Não faço discurso teórico ou demagógico. Se o problema do Brasil fosse bandido ou marginal das favelas ou “comunidade”…até que o bicho não seria tão feio!”
Portanto, o bispo da Igreja Católica reafirma que o problema da segurança pública no Rio e no Brasil não se resolve metralhando pobres dos morros. Pelo contrário. A solução seria ampliar a presença do Estado com políticas públicas de acesso à saúde, educação, moradia, emprego, salário digno, aposentadoria, lazer… Tudo que o Vampiro Neoliberalista, isto é, o governo Michel Temer, não deseja.
“Favelas remontam à abolição da escravatura por razões de natureza econômica. Aos ‘libertos’ nada foi oferecido, sua opção ocupar morros, alagados e debaixo das pontes. O inchaço das periferias metropolitanas fruto do modelo de desenvolvimento do Golpe de 1964. O que virá agora?”, questiona Dom Mauro Morelli.
Agora só falta os fundamentalistas de direita acusarem o santo bispo de comunista..
Fonte: Blogesmaelmorais
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Mundo:Pesquisadores criam supermadeira tão resistente que pode substituir até o aço

Liangbing Hu e Teng Li mostram pedaços de madeira tratada e normal
Image captionLiangbing Hu (à esq.) mostra como a supermadeira é mais densa e comprimida em relação à madeira natural, nas mãos de seu colega Teng Li | Foto: Hua Xie
Uma madeira mais resistente do que a natural e mais forte do que ligas de titânio foi desenvolvida por engenheiros da Universidade de Maryland, nos EUA, que dizem que sua invenção pode ser um importante substituto do aço.
"É uma solução promissora na busca por materiais sustentáveis e de alto rendimento", afirmou à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Liangbing Hu, professor-associado de Ciência e Engenharia de Materiais da universidade e líder da equipe que desenvolveu o projeto, publicado no periódico científico Nature.
Segundo ele, o produto final apresenta 12 vezes mais resistência que a madeira comum.
"É um tipo de madeira que pode ser usado em automóveis, aviões, edifícios e em qualquer aplicação em que se use aço."
MadeiraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPesquisadores dizem que a supermadeira terá aplicações diversas em automóveis, edificações e móveis, por exemplo

Resistência da lignina

Essa supermadeira é fabricada em duas etapas: a primeira consiste em um tratamento químico para a extração parcial da molécula chamada lignina, um dos polímeros mais comuns do planeta e o elemento que confere à madeira sua cor amarronzada e sua rigidez.
Depois, a madeira é comprimida a um calor de 100ºC, o que "espreme" as fibras de celulose e reduz a grossura do produto final em cerca de 80%.
Essa compressão destrói eventuais defeitos na madeira, como buracos ou nós. Mas o mais importante é que suas fibras ficam tão próximas entre si que formam fortes elos de hidrogênio.
A lignina é retirada justamente para evitar que fiquem espaços vazios entre as fibras, explica Hu. Mas essa remoção é apenas parcial porque "se comprimíssemos a madeira depois de extrair a lignina totalmente, a estrutura inteira (do material) colapsaria".
Liangbing Hu e Teng Li com a madeira
Image captionLiangbing Hu e seu colega Teng Li mostrando a supermadeira; pesquisadores a testaram com projéteis semelhantes a balas de revólver | Foto: Universidade de Maryland

Projéteis

Os pesquisadores da Universidade de Maryland testaram o material com tiros de projéteis de aço, similares a balas de revólver.
Os projéteis atravessaram a madeira natural, mas ficaram retidos até a metade quando disparados contra a madeira tratada.
"A supermadeira é tão forte quanto o aço, mas seis vezes mais leve", diz Hu.
Ele agrega que o tratamento funcionou nos testes realizados em três tipos de madeira dura (tília, carvalho e álamo) e outros três de madeira mais leve (cedro e pinheiro).
Tronco de madeiraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionTécnica comprime buracos e falhas da madeira
E, ao adensar madeiras mais leves, será possível diversificar seu uso, explica o pesquisador.
"Madeiras leves como o pinheiro, que crescem rapidamente e são mais ecologicamente corretas, podem substituir florestas mais densas porém de crescimento mais lento, como a teca, (para fabricação de) móveis ou edificações", diz Hu.
Questionado sobre essa tecnologia estimular o desmatamento, Hu argumenta que "a madeira densificada pode ser usada por mais tempo, e por isso não resultará na destruição de florestas".
Agora, os pesquisadores estão em busca de aplicações para a nova tecnologia, e uma startup universitária foi criada para comercializar a técnica.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Análises:Temer vai à guerra para se manter no poder e perpetuar o golpe


Michel Temer abraçou a frase atribuída a Washington Luís, segundo a qual “a questão social é um caso de polícia”.
O golpe, que retirou direitos e arrochou os mais pobres, quer se perpetuar explorando os efeitos daquilo que promoveu.
E Temer tem um plano: continuar no Planalto quando seu mandato acabar.
Através de eleições ou, melhor ainda — do ponto-de-vista dele –, de forma indireta, para “pacificar” o País.
A intervenção militar no Rio de Janeiro é o primeiro passo.
Como advertiu a deputada federal Jandira Feghali no vídeo acima, o Carnaval cristalizou a insatisfação com os governos municipal, estadual e federal na cidade.
E os bumbos da TV Globo se encarregaram de focá-la, a insatisfação, exclusivamente nas questões de segurança — gravíssimas, sim, mas não de hoje.
A falta de um candidato conservador às eleições de 2018 deixa aberta a fresta para o “ruim com Temer, pior sem ele”.
Temer passou a ser incentivado a disputar um novo mandato por um grupo que reúne acólitos, marqueteiros em busca de emprego e parlamentares enrolados na Lava Jato.
O discurso com que tentam convencer o chefe tem vários argumentos: o de que a melhora na economia se fará sentir aos poucos, e mais fortemente próximo à eleição, que ninguém melhor para defender seu legado que ele próprio —se não for para ganhar, algo cuja possibilidade é hoje para lá de remota, ao menos para ter um palanque para elencar suas realizações—, que uma eleição sem Lula torna o resultado imprevisível e, por fim, que ainda não surgiu um nome fora das franjas de polarização da sociedade para galvanizar os votos do chamado centro moderado.
E mais:
Auxiliares do presidente com os quais conversei pela manhã reconhecem a impossibilidade prática de se decretar uma medida de tamanha magnitude para, poucos dias depois, suspendê-la para votar a reforma da Previdência.
Portanto, a morte que já estava anunciada agora ganha uma justificativa de “força maior”.
Quase uma saída honrosa para o fato de que o governo não tinha os votos para aprovar a mudança no regime de aposentadorias e pensões.
Para robustecer a pauta da segurança e dar um novo norte político ao governo, entra ainda a discussão sobre a criação do Ministério (que pode ser extraordinário) da Segurança.
Algo que vem bem a calhar, inclusive, para trocar de mãos o comando da Polícia Federal, que tem irritado o governo pela contundência, por exemplo, nas perguntas dirigidas a Temer no inquérito que investiga se houve favorecimento político a empresas do setor portuário quando da edição de um decreto na área.
E, assim, voltamos à Lava Jato: por trás do súbito entusiasmo com a candidatura Temer está um grupo (composto por ministros e parlamentares) que quer um biombo para as investigações.
Ou “estancar a sangria”, em termos romerojucaanos.
Isso entra no cálculo do próprio Temer para cogitar a candidatura: um eventual novo mandato lhe daria a prorrogação da prerrogativa de ter processos sustados enquanto ocupa a Presidência.
O que ela não disse é que o quadro social tende a se deteriorar com as medidas concentradoras de renda de Temer. E a violência, portanto, pode recrudescer, com a possível convocação das Forças Armadas para intervenções em outras cidades.
É a tal “intervenção constitucional” clamada pela extrema-direita nas ruas, mas feita aos poucos.
Temer vai à TV esta noite para anunciar a intervenção no Rio, parte de sua “campanha do Fico”. Enquanto ela durar, não podem ser feitas mudanças na Constituição.
E, a partir dela, é possível imaginar muitos cenários que desemboquem no adiamento das eleições de 2018:
A morte de militares por traficantes, por exemplo.
A reação popular a uma possível prisão de Lula.
Uma reação à “ameaça” sentida pelos militares de uma investigação sobre os crimes da ditadura — exemplificada pela publicação, no site do Exército, de críticas ao Ministério Público, que abriu a possibilidade de investigar.
O crescimento, para além da esquerda, do Fora Temer, que os radares da Paraíso do Tuiuti captaram e colocaram na Marquês de Sapucaí.
Em outras palavras, como no pré-golpe de 1964, o “caos” joga no time deles. E a agenda neoliberal bateu na trave, com o enterro da reforma da Previdência. A partir de agora, só à força.
Num grupo de whats app, já está circulando a imagem de um homem de boina preta, com uma estrela vermelha na cabeça, prometendo ‘sangue nas canelas’ se Lula for preso. O vídeo é acompanhado por fotos de armamento pesado.
Tudo indica que seja algo plantado, como está escrito nos manuais de guerra psicológica.
Em 1962, Wanderley Guilherme dos Santos produziu um texto, hoje clássico, Quem dará o golpe no Brasil, prevendo o que aconteceria dois anos depois. É ele quem escreve, hoje, que é preciso apostar nas eleições.
À esquerda o recomendável é que reformulasse sua pauta tendo a defesa das eleições de 2018 como ponto prioritário. Se possível, com um candidato único já no primeiro turno.
Nunca é demais relembrar o que disse o general Hamilton Mourão: “Os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas”.
Acrescentou que os militares têm “compromisso com a Pátria, independente de sermos aplaudidos ou não”.
E mais: “O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver [intervenção] haverá”.
Michel Temer acredita que a solução passa por ele — uma ideia que pode levar ao caos, “justificando” assim a manutenção indefinida do golpe que derrubou Dilma Rousseff, com ou sem Temer.
Como escreveu Marcelo Zero, reproduzido nesta página, “o golpe cruzou o Rubicão da democracia. Entrou em sua terceira e mais obscura fase. A fase do não-retorno, a fase da extirpação definitiva da soberania popular”.
por Luiz Carlos Azenha
DE: viomundo.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pia só o toytão de João Alfredo - PE

Foto:Murilo Freire

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tragédia:professora morre após estrutura de telão desabar em escola


Uma professora morreu após a estrutura de um telão desabar na Escola Etelvino Lins, em Sertânia, no Sertão de Pernambuco. O acidente aconteceu na manhã desta quinta-feira (15) durante uma capacitação para cerca de 300 professores que ocorria na quadra da unidade de ensino. Na queda, a docente Aldenice Lúcio da Silva Lima, 56 anos, foi atingida.

O painel de ferro desabou por volta das 9h30. A mulher ainda chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O secretário municipal de Serviços Públicos de Sertânia, Renato Remigio, também ficou ferido, mas sem gravidade. 

Segundo familiares da vítima, ela era natural de Sertânia, casada e mãe de um casal de filhos. Ela era professora de uma escola municipal e de informática da Escola Técnica Estadual Arlindo Ferreira dos Santos.

Segundo a Prefeitura de Sertânia, a capacitação acontece todos os anos no início do período letivo. Durante o evento, estava presente o prefeito Ângelo Ferreira (PSB) que está acompanhando a família da professora no Hospital Regional de Arcoverde. 
Com informação de Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE