segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Saúde:Biólogo brasileiro aposta em medicamento contra hepatite C para curar o Zika vírus

Dr. Alysson Muotri
Image captionDe acordo com Muotri, pesquisa pode levar medicamento contra Zika mais rápido ao mercado, por usar substância já aprovada para hepatite C | Foto: David Paul Morris
Enquanto cientistas e empresas farmacêuticas corriam contra o tempo para criar, do zero, uma vacina contra o Zika vírus, o biólogo Alysson Muotri estava olhando para o outro lado.
A hipótese dele era de que remédios que já estão no mercado e são usados contra outras doenças poderiam também ser efetivos contra o Zika vírus, que causou alterações neurológicas em mais de 3 mil crianças no Brasil entre 2015 e 2017.
As evidências científicas apontam para a possibilidade de Muotri ter acertado em sua aposta. Em estudo publicado em janeiro na revista Scientific Reports, do prestigioso grupo Nature, a equipe de Muotri diz que o remédio Sofosbuvir, usado no tratamento de hepatite C, pode curar a infecção por Zika e impedir também a transmissão do vírus da mãe para o bebê durante a gravidez.
A pesquisa se dividiu entre a Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, onde Muotri coordena o Programa de Células-tronco, e o Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Em ambos os laboratórios, os pesquisadores testaram o medicamento primeiro em minicérebros - estruturas obtidas a partir de células-tronco que emulam o funcionamento do cérebro - e, em seguida, em camundongos. Em ambos os casos, a taxa de sucesso foi de 100%, segundo o biólogo.
"Os minicérebros infectados com Zika responderam imediatamente ao Sofosbuvir. Nas primeiras 24 horas, as células pararam de morrer e voltaram a crescer novamente", disse Muotri à BBC Brasil.
"Nos camundongos, a doença mata. Mas conseguimos que eles se recuperassem do estado terminal. E nas fêmeas, impedimos que o vírus chegasse até os fetos. Agora, estamos preparando os testes em humanos."
Nos próximos três meses, a equipe deve testar o medicamento em pacientes de Zika no Equador, que enfrenta um surto da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, desde outubro de 2015 até dezembro de 2017 foram confirmados 3.037 casos suspeitos de bebês com alterações no crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção pelo Zika. Outros 2.903 continuam sob investigação.
A pasta afirmou que foram registrados 17.452 casos prováveis de zika em todo país em 2017 - uma queda de 92% em relação a 2016.
Mas especialistas ainda temem que um novo surto do vírus possa ocorrer, após a descoberta de que o vírus ataca cerca de 49% de uma população no primeiro contato - inicialmente se pensava que a taxa era de 80%.
Na prática, isso significa que ao menos metade da população brasileira ainda não foi exposta ao vírus e, portanto, não está imune.
O Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo mosquito Aedes aegyptidivulgado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2017 indicou que 409 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya.
No mundo, mais de 70 países registraram a doença e pelo menos 26 apresentaram casos de Síndrome congênita do Zika em crianças.
Minicérebros
Image captionEm laboratório, cientistas usam células-tronco para observar evolução do cérebro de feto humano | Foto: Alysson Muotri

Cérebros em laboratório

A tecnologia dos minicérebros foi desenvolvida em 2013 por cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular da Academia de Ciências Austríaca, e tem sido usada desde 2015 para estudar os efeitos do Zika no desenvolvimento do cérebro dos bebês afetados.
Os cientistas usaram células-tronco embrionárias para reproduzir, em laboratório, tecidos que se desenvolvem como o cérebro humano em um embrião.
As estruturas criadas, que são do tamanho de ervilhas, chegam a alcançar o mesmo nível de desenvolvimento de um feto de nove meses, mas são incapazes de pensar e realizar outras funções do órgão.
"A tecnologia avançou bastante, mas ainda é um modelo simplificado, cultivado in vitro. Conseguimos ver como as células se desenvolvem e se organizam", explica Muotri.
Em 2016, pesquisadores do Instituto D'Or, no Rio de Janeiro, demonstraram que o Zika vírus devasta as células-tronco cerebrais e causa uma redução drástica no crescimento do córtex, a camada externa do cérebro.
Para conferir a possibilidade de utilizar, em caráter urgente, drogas já existentes contra o Zika, a equipe de Muotri analisou em computador o genoma do Zika comparado ao de outros vírus mais conhecidos, para buscar semelhanças.
"Percebemos semelhanças com o vírus da Hepatite C e, por isso, começamos a olhar para esses medicamentos. Encontramos o Sufosbuvir, que atua na RNA polimerase - a enzima que o vírus usa para se replicar", diz.
"Então a droga impede que o vírus se espalhe no organismo. A partir daí, começamos os testes nos minicérebros."

Bebês camundongos a salvo

O passo seguinte foi testar o medicamento em camundongos infectados pelo vírus - com especial atenção às fêmeas grávidas.
"Quando você testa a droga nos minicérebros, vê o efeito do vírus diretamente no tecido cerebral de um feto. Mas quando ele está no ambiente intrauterino, quem toma o medicamento é a mãe. A substância tem que passar pelo metabolismo da mãe e ser processada para chegar até o feto. Por isso esses testes são cruciais", explica Muotri.
Os pequenos camundongos, segundo ele, foram monitorados do nascimento até a fase adulta - período de cerca de quatro semanas - com uma tecnologia sensível, "que detectaria até mesmo uma partícula do vírus em suas células".
Mas nada foi encontrado.
Rato de laboratórioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionTestes em fêmeas de camundongo grávidas conseguiram eliminar Zika e impedir transmissão para fetos, segundo biólogo
Diferentemente de um medicamento completamente novo, que ainda precisaria passar por um modelo de testes com primatas antes de chegar aos testes com humanos, o Sofosbuvir pode passar diretamente para a última fase - o que aceleraria a chegada dele aos pacientes com Zika vírus. Isso porque o medicamento já é aprovado para o uso contra a hepatite C.

Quebra de patente

No Brasil, o tratamento com Sofosbuvir é oferecido no SUS e custa, por paciente, cerca de R$ 13 mil ao Ministério da Saúde, segundo a empresa americana Gilead Sciences, a fabricante do medicamento.
Em março de 2017, no entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionou contra o pedido de patente do medicamento feito pela empresa.
A decisão final sobre a patente do medicamento ainda tem que ser tomada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Mas caso a empresa não receba a propriedade intelectual da fórmula, a produção de genéricos estará liberada.
Nesse caso, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) poderia produzir o medicamento nacionalmente.
"Acabamos de concluir o estudo de bioequivalência, que é necessário para comprovar que um medicamento genérico tem o mesmo perfil de ação e eficácia do que o medicamento da empresa. Fizemos esses estudos em pacientes internados e tivemos resultados positivos", disse à BBC Brasil o presidente do Instituto, Jorge Mendonça.
"Agora, vamos esperar a decisão do INPI para entrar com o processo de registro do genérico junto à Anvisa."
A fabricação do Sofosbuvir no Brasil pode fazer com que o preço do tratamento para o Ministério da Saúde caia pelo menos 50%, segundo Mendonça. A expectativa é que no segundo semestre, o genérico possa ser distribuído pelo SUS.
Pesquisadores da Fiocruz também investigavam o possível uso do medicamento contra o Zika vírus e, em agosto de 2017, publicaram na mesma Science Reports um estudo sobre o sucesso do Sofosbuvir em tratar camundongos infectados.
O estudo de Alysson Muotri, no entanto, vai além e comprova, de acordo com ele, o bloqueio da transmissão da mãe para o feto.
Mas mesmo com a possível produção de um genérico brasileiro do Sofosbuvir, Jorge Mendonça esclarece que ainda é necessária a comprovação de que a substância é eficiente contra o Zika em humanos antes de conseguir distribuir a droga para esse fim. Inicialmente, ela continuaria sendo fornecida apenas para tratar a Hepatite C.
Para ele, no entanto, a possibilidade é animadora. "Em termos de saúde pública, seria uma revolução", afirma.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Brasil:os atrativos e as polêmicas da educação domiciliar, que virou caso de Justiça no Brasil


Educação domiciliarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPara associação brasileira, educar em casa é parte de um 'projeto de vida' que envolve toda a família
As três crianças acordam às 7h, tomam café da manhã e preparam seu material escolar. Mas, em vez de irem para escola, sentam-se à mesa da sala. Enquanto um estuda português, o outro pode estar fazendo lições de matemática, sob a supervisão da mãe ou do pai caso as lições sejam difíceis. Fazem orações e, eventualmente, todos se reúnem para assistir a um documentário ou ir ao museu. À tarde, frequentam aulas de balé, violão ou esportes.
A família, de São Carlos do Paraná (PR), pratica a educação domiciliar plenamente há um ano. Assimcomo em outras estimadas milhares de famílias brasileiras, a mudança ocorreu quando os pais acharam que os filhos não se adaptavam bem à escola tradicional.
"O mais velho não conseguia aprender matemática e chegava em casa chorando", conta à BBC Brasil a pedagoga Iliani da Silva Vieira, de 37 anos, mãe de três filhos em idade escolar - de 15, 13 e seis anos - e de mais duas crianças, de 3 e 1 ano. "Minha filha do meio também reclamava de dores de cabeça por causa do barulho da escola. Tinha dificuldade em se concentrar."
Iliani e o marido decidiram educar as crianças em casa em tempo integral depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso acatar, em dezembro de 2016, um recurso extraordinário sobre o tema e determinar que fossem suspensos todos os processos judiciais relacionados à educação domiciliar até que a corte tome uma decisão final a respeito, algo que ainda não tem prazo para acontecer.
Na visão de Iliani e de outros pais, a decisão de Barroso deu às famílias segurança, mesmo que temporariamente, para aderir ao homeschooling.
Apesar disso, Iliani foi surpreendida, nas últimas semanas, com uma denúncia do Ministério Público local e uma decisão da Justiça do Paraná obrigando-a a rematricular os filhos na escola, sob pena de perder a guarda deles. A família recorre e contesta a medida judicial, argumentando que ela fere a suspensão determinada pelo Supremo.
Educação domiciliarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionFamílias que optam por educação domiciliar têm um grande descontentamento com a escolarização tradicional, diz especialista
Esse modelo vive, segundo especialistas, um grande "limbo" no Brasil: não há leis específicas nem proibindo nem regulando a educação domiciliar.
Na visão do Ministério da Educação e de diversos juízes, porém, deixar de matricular crianças na escola fere o Estatuto da Criança e Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases e a própria Constituição, configurando abandono intelectual. Além disso, críticos afirmam que, sem frequentar um colégio, as crianças são privadas da diversidade - e, sobretudo, da tutela do Estado.
Já para pais que praticam o homeschooling, o modelo aguça o interesse das crianças e livra-as tanto das distrações quanto das falhas do sistema educacional brasileiro.
"Em casa, é mais fácil eles quererem aprender", diz Iliani sobre os três filhos mais velhos. "Sem a pressão causada pelos professores que rotulam as crianças, o aprendizado flui. Ajudamos as crianças com a leitura, algo que a escola não faz de uma forma ampla. Os três estão mais curiosos e esforçados. Até detalhes, como a letra, melhoraram."

Críticas à escolarização

A Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) calcula haver no Brasil entre 5 mil a 6 mil famílias educando os filhos em casa.
"Essas famílias têm em comum uma crítica severa à escola e a escolarização", explica à BBC Brasil Maria Celi Chaves Vasconcelos, professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e autora de tese de doutorado sobre o tema.
Luís Roberto Barroso, ministro do STF
Image captionEm dezembro de 2016, Barroso decidiu pela suspensão dos processos judiciais envolvendo educação domiciliar até decisão do STF | Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
"Isso pode ter muitas motivações, por exemplo religiosas, de a escola ensinar diferente da fé que a família professa; econômicas, de pagar-se impostos sem ter educação (pública) de qualidade; de dificuldade da escola em integrar a criança com deficiência ou pela dificuldade de adaptação da criança ao processo escolar", explica.
"Geralmente são pais preocupados com a educação dos filhos e que fazem disso um projeto de vida. Abrem mão de empregos melhores para ficar pelo menos um turno com os filhos em casa e assumir o controle global do processo de educação deles", defende Ricardo Iêne Dias, presidente da Aned, que educou os dois filhos em casa depois de eles sofrerem bullying na escola onde estudavam, na região metropolitana de Belo Horizonte.

'Ensinar a aprender'

Dias explica que o modelo não exige que o pai e a mãe dominem todo o conteúdo escolar, nem que sigam a estrutura de disciplinas e conteúdo tradicionais: "Eles passam a ser mediadores - não precisam saber tudo, mas sim saber ensinar seu filho a aprender e a se tornar um autodidata. As crianças também fazem cursos esportivos, de idiomas e Kumon, por exemplo".
Muitos pais contam com a ajuda de telecursos e da internet, mas também aproveitam momentos do cotidiano familiar - assar um bolo ou visitar um parque, por exemplo - para ensinar conceitos.
Dias afirma que o mais importante é estimular as crianças a interpretar textos e desenvolver raciocínio lógico para que ganhem autonomia. E que a carga horária reduzida é compensada pela ausência das interrupções ocorridas nas escolas.
Educação domiciliarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPais defendem que crianças educadas em casa ganham mais autonomia e pensamento crítico por não passaram por processo 'massificado' de educação
"Os professores costumam passar muito tempo tentando acalmar a turma e não conseguem dar atenção individualizada. Em casa, as distrações são menores e não precisamos interromper a aula de matemática (porque deu o horário). Se está indo bem, continuamos."
A principal referência são os Estados Unidos, onde a prática é reconhecida e também cresce: há estimativas de que cerca de 1,7 milhão de crianças sejam educadas em casa por lá.
A regulação depende de cada Estado: alguns exigem que as famílias se registrem no distrito escolar e especifiquem o que vai ser ensinado; outros não. E também lá isso é alvo de debate, o qual cresceu em janeiro quando veio à luz a história do casal Turpin, acusado de ter mantido os 13 filhos em cativeiro sob condições degradantes, durante anos.
Os Turpin haviam feito um registro de educação domiciliar no Departamento de Educação no Estado da Califórnia, onde não há nenhuma supervisão estadual para o homeschooling. Essa falta de controle, para os críticos, teria dificultado a descoberta do caso.
"O ensino domiciliar não dá liberdade às crianças, mas sim aos pais", disse à emissora CNN a porta-voz da Coalizão para a Educação Domiciliar Responsável, Rachel Coleman, cobrando regulamentação mais rígida.

Normas?

Dar salvaguardas às crianças é justamente o que torna importante uma regulamentação - seja favorável ou contrária - para a educação domiciliar aqui no Brasil, defende Vasconcelos, da Uerj.
"Não dá para trabalhar caso a caso, dependendo de cada comarca ou cada juiz. Há uma lacuna: o homeschooling, como está hoje, é um risco para as famílias e sociedade como um todo. Tem que ter uma relação instituída com o Estado. Não pode se limitar a tirar as crianças da escola. No momento, não conseguimos nem sequer ter um censo dessas crianças. O Estado não permite que uma mãe faça com seu filho o que ela quer. É preciso normatizar o processo", argumenta.
Educação domiciliarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEspecialista diz que a principal preocupação é que as crianças sejam, de alguma forma, fiscalizadas pelo Estado
Tramitam na Câmara dos Deputados dois projetos de regulamentação do ensino domiciliar, de autoria de Lincoln Portela (PRB-MG) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que preveem que as crianças educadas em casa sejam submetidas a avaliações periódicas, tal qual os alunos matriculados em escolas. Os projetos estão em debate na Comissão de Educação da Casa.
No que diz respeito a avaliações do aprendizado, crianças educadas em casa que queiram obter certificados de ensino fundamental e médio para se matricular na universidade prestam o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), explica Dias, da Aned. Ele diz que as famílias estão abertas à regulamentação, mas é cético quanto à capacidade de supervisão do Estado.
"Não acho que o governo tenha competência técnica e logística para isso. O que ele vai avaliar?", questiona.
Um exemplo de regulamentação vem de Portugal, país que permite a educação domiciliar, mas exige que as crianças sejam matriculadas no sistema de ensino, visitadas em casa por assistentes sociais e submetidas a avaliações constantes. "Se não passarem nas provas, elas precisam voltar para a escola", explica Vasconcelos, que estudou o modelo português.
Mas as críticas ao homeschooling vão além da questão regulatória. Muitos argumentam que a educação em casa cobra um preço em socialização e em acesso das crianças a pensamentos diferentes dos da família.
"A escola tem o papel de abrir para o mundo, e uma de suas características deve ser a diversidade", diz Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação da Unicamp.
Educação domiciliarDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionRotina de aprendizado inclui estudos com livros, mas também passeios e atividades domésticas
"A família tem valores privados. Se a família defende, por exemplo, o preconceito e o sexismo, é preciso que haja um lugar onde isso seja pensado de outra maneira. Pode ser que a escola esteja despreparada (para esse papel), mas há cada vez mais projetos de gestão democrática e combate ao bullying, por exemplo. É justamente na troca de experiências que as crianças aprendem. Mais do que trancar as crianças, vamos juntos melhorar a escola e exigir mais dela", opina Vinha.
Mas para Dias, da Aned, a questão é que, na prática, existe "uma escola ideal e uma escola real".
"Meu filho, quando tinha sete anos, apanhava na escola por ser baiano", conta. "Essa socialização eu não quero. Está muito longe de haver o exercício de tolerância nas escolas. Eu ouvi do MEC que a escola é o espaço do aprendizado e do exercício da diferença. Mas se fosse isso mesmo, talvez meu filho ainda estivesse na escola."
Ele defende ainda que crianças educadas em casa se destacam em trabalho em equipe e empreendedorismo porque "conseguem pensar fora da caixa por não terem passado pelo padrão massificado de aprendizado. Elas aprendem a interpretar textos e participam mais da vida domiciliar, onde a educação acontece o tempo todo".
Iliani, a mãe de cinco crianças em São Pedro do Paraná, acredita que "a primeira socialização da criança deve ser junto à família. É a partir daí que ela vai conseguir socializar com as pessoas de fora. O que vemos hoje na escola é criança se batendo e agredindo professor ou então só no tablet e no celular. Que convívio é esse?".
Para Vasconcelos, o mais urgente é que as famílias adeptas dessa prática sejam sujeitas a alguma relação formal com o Estado.
"Não posso concordar que as crianças sejam retiradas da escola na infância ou na adolescência e fiquem em homeschooling sem nenhuma satisfação ao Estado do que está sendo trabalhado", argumenta. "Não quer dizer que a fiscalização vai alterar (eventuais problemas). Mas pelo menos institucionaliza uma modalidade e (cria formas) de as crianças demonstrarem o que estão aprendendo."
Da BBC Brasil em São Paulo
Paula Adamo Idoeta
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Frango da Madrugada fez bonito ao som de orquestra de frevo em Bom Jardim

O Bloco Frango da Madrugada desfilou pelas ruas centrais de Bom Jardim, Nova Descoberta e Rua do Frade, subindo e descendo as ladeiras com o povo animado. Por onde passou animou os moradores com boa música,  sucessos de todos os tempos, relembrando clássicos do frevo. Neste ano de 2018, os organizadores comemoram 24 anos de existência do bloco. A estratégia para juntar  brincantes tem sido servir a tradicional feijoada e batida grátis, sempre no final da manhã e início da tarde. Mário Cabral, Dona Dilene, Lúcio Mário, Maurício, Vadinho, Duel Filho, Jone Freire, Aninha, Neto, dentre outros, são os organizadores da folia.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Ministério Público requer cuidados com carnaval de Bom Jardim



O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) propôs adequações nas festas carnavalescas dos municípios de Bom Jardim e Paudalho. As adequações visam garantir a segurança da população, manter a limpeza urbana e o sossego das cidades durante o carnaval. O MPPE estabeleceu as medidas a partir de apurações de festas passadas, nas quais ocorreram situações de risco devido à falta de controle em relação ao horário de encerramento dos shows, o que proporcionou o acúmulo de pessoas até avançada hora, ocasionando o acréscimo de ocorrências policiais. Outro aspecto que deve ser respeitado é o cumprimento do horário de encerramento da festa. 

Os eventos não devem estender-se além da hora prevista, de modo a não prejudicar o efetivo policial que garante a segurança da população. A PM também deverá realizar diligências para coibir e reprimir a venda de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. As orientações para os municípios foram feitas por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pelo município de Bom Jardim e de recomendação para Paudalho. Caso as prefeituras venham descumprir quaisquer medidas presentes nos termos, poderão ser tomadas as devidas ações judiciais e extrajudiciais. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MPPE 
De  MPE  - Blog do Agreste
Foto @Edgar Severino dos Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Uma foto que envergonha o Brasil diante do mundo


Sem discursos dos políticos, a abertura dos trabalhos do Judiciário conta, nos últimos anos, com a palavra da presidência do Supremo, da Procuradoria-Geral da República e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Como em anos anteriores, há sempre palavras sobre a necessidade de maior efetividade da Justiça, punição a criminosos culpados, absolvição de inocentes, pedidos de respeito à magistratura (que hoje vê alguns de seus membros sendo verbalmente atacados em locais públicos) e defesa das prerrogativas dos advogados.
Sentada ao lado de Michel Temer (MDB), que é investigado pela Lava Jato, a presidente do STF, Cármen Lúcia, mesmo sem citar o ex-presidente Lula, mandou um recado ao petista e seu partido.
Disse que todos podem aceitar ou questionar decisões da Justiça e delas recorrer. Mas “é inadmissível e inaceitável […] desacatar a Justiça, agravá-la ou agredi-la”.
Sentada ao lado do presidente do Senado, o também investigado Eunício de Oliveira (MDB), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por sua vez, fez um duro discurso: falou da falta de efetividade da Justiça e da necessidade de se punir quem comete crimes, defendendo, inclusive, a prisão após condenações em segundo grau.
"É preciso garantir efetividade: as decisões judiciais devem ser cumpridas, os direitos restaurados, os danos reparados, os problemas resolvidos e os culpados precisam pagar por seus atos. Só assim afasta-se a sensação de impunidade e se restabelece a confiança nas instituições", disse Dodge.
Apesar da força retórica dos discursos, o sistema brasileiro ainda alonga processos em diversas instâncias da Justiça e chega a paralisar o Supremo Tribunal Federal em casos criminais devido ao foro privilegiado.
DE buzzfeed.com

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Parque livre para criança na tarde do município


Antes das 14 horas e 30 minutos, debaixo de sol quente, brinquedos pegando fogo, a garotada iniciava a brincadeira ingnorando a chegada da equipe da prefeitura chegar e organizar o evento na tarde da prefeitura. Alguns condutores de carros e motos passavam na rua cheia de gente.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Grêmio Lítero Musical Bonjardinense acompanha procissão de São Sebastião

Registr@ Edgar Severino dos Santos. Sexta-feira,  02 de fevereiro, 2018.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Compesa deixa Bom Jardim sem abastecimento no dia da Festa de São Sebastião


 Desde o dia 13 de janeiro que falta água nas torneiras das casas e estabelecimentos comerciais da cidade de Bom Jardim. O descaso deixa a população revoltada. Festa sem água, alimentos vendidos sem  higiene, precariedade, ameaça. Falta planejamento e gestão local e regional. Cacinbão dos 3 cocos (no rio) tem sido utilizado para suprir necessidades de barraqueiros que lavam e manipulam alimentos comercializados na festa.  Quem faz isso quer privatizar a empresa, trabalha contra o povo e Estado. Desde o dia 30 de janeiro a cidade deveria ter o abastecimento normalizado.

Professor Edgar Bom Jardim - PE